O segredo de Michelle



MAIS UMA VEZ, A ALA HOSPITALAR DA ESCOLA de Magia e Bruxaria de Hogwarts, era o cenário do desfecho da recente batalha travada entre os membros da Armada de Dumbledore e o representante do grupo dos Comensais da Morte. Porém, desta vez Harry e seus companheiros esperavam do lado externo da enfermaria, aguardando notícias sobre o estado de Michelle.
— Tenham calma! – tranqüilizava o grandalhão Hagrid, que formava uma barreira intransponível à frente da porta do aposento – Assim que Olímpia tiver novidades, ela virá nos informar.
— Fomos descuidados mais uma vez. – considerou Hermione, caminhando nervosamente de um lado a outro da espaçosa passagem – Deveríamos ter previsto que Você-Sabe-Quem estaria por trás desta situação, e solicitado um apoio maior dos aurores do ministério.
— O óbvio é sempre o menos esperado! – filosofou Gina.
— Só sinto raiva de não termos capturado aquele rato vivo! – disse Harry entre dentes, sentado no patamar de uma das janelas do corredor e brandindo o punho fechado no ar – Poderíamos ter-lhe arrancado informações preciosas, além de provarmos definitivamente a inocência de Sirius.
— Não se preocupe mais com isso. – confortou-o Rony – Ele teve o que merecia!
Neste momento, a porta protegida pelo guarda-caças se abriu, e por ela passaram a professora Minerva McGonagall e a gigantesca Madame Máxime, que aguardaram até que todos se deslocassem em sua direção, formando um semicírculo à frente das duas.
— A Srta. Bentley já acordou e está bem! – anunciou a diretora de Hogwarts, enquanto a bruxa francesa, visivelmente abatida, era amparada por Hagrid – Com toda certeza ela estava possuída pela Maldição Impérius e, quando ficou temporariamente livre do controle do comensal, devido o mesmo ter sido petrificado, sua primeira atitude foi a de ataca-lo, a fim de evitar que ele retomasse o controle de seus atos, mas não esperava que sua investida fosse fatal para o infeliz.
— Pobrrezin de mon Michelle! – choramingou Madame Máxime – Eu deverria ter perrcebide o que estave se passande com el.
— Na verdade, esta garota demonstrou um poder de resistência muito grande. – continuou a diretora – Pelo que vocês me contaram, por diversas vezes ela confrontou as ordens do Pettigreew, arrastando esta situação por um longo tempo, enquanto tentava se libertar da maldição.
— Como fui cegue! El prrovavelmen corrtou os cabeles parra chamarr a atençon parra o que acontecie, foi uma espécie de prroteste mude!
— Ela tem muita coisa da avó... – suspirou Minerva, aparentemente não querendo seguir no tema abordado por ela própria.
— Margot Smith? – indagou Hermione, demonstrando grande interesse no assunto – Poderia nos falar mais sobre ela?
A diretora manteve-se em silêncio por um momento, durante o qual seus olhos buscaram apoio nos dois gigantes mestiços a seu lado e, como não conseguisse formular nenhuma desculpa para fugir da questão, passou um dos braços por trás dos ombros de Harry e passou a conduzi-lo em direção à porta da enfermaria, dizendo-lhe:
— A Srta. Bentley pediu para falar com você, lá dentro lhe contarei o que sei sobre Margot.
— Também queremos ouvir! – exaltou-se Hermione, ao ser desprezada publicamente pela animaga.
— Michelle ainda está enfraquecida e não pode receber muitas visitas. – proclamou a diretora categoricamente – Tenho certeza que, assim que possível, o Sr. Potter os deixará a par do que conversarmos. – e, sem aguardar qualquer outro tipo de protesto, atravessou a soleira da porta da Ala Hospitalar ao lado do bruxo da cicatriz, e fechou a passagem às suas costas.
Tão logo a dupla de visitantes aproximou-se do leito onde Michelle repousava, a menina apoiou-se em seus cotovelos e, com aparente esforço, lançou as pernas para um dos lados e sentou-se na beira da cama, esticando os dois braços na direção de Harry, pedindo-lhe silenciosamente um abraço. Seus olhos apresentavam profundas olheiras e, após toma-lo em seus braços, suas mãos passaram a tremer ao redor do pescoço do rapaz.
— Oh, Harry! Sinto muito pelos problemas que te causei! – desculpou-se, choramingando – Vovó Margot tentou ajudar a me libertar do controle daquele bruxo horroroso, mas eu fui muito fraca...
Harry olhou confuso para a professora McGonagall, procurando uma confirmação de que a menina perdera o juízo.
— Mas... sua avó... está viva? – exclamou ele, tentando mostrar o maior tato possível na pergunta.
— Na verdade, Sr. Potter, apesar de Margot Smith ter ficado famosa como vidente, os poderes dela iam muito além disto. – explicou McGonagall – Na verdade, ela era uma Mentalmaga!
— Men... mental... maga? – admirou-se o jovem.
— Exatamente, assim como os Animagos e os Metamorfamagos têm seus poderes especiais e suas características, um Mentalmago possui o poder de penetrar e manipular a mente das pessoas. Margot foi uma mentalmaga muito poderosa e... pelo que pude observar... sua neta também é! – concluiu, enquanto a garota liberava o bruxo de seus braços e, cabisbaixa, concordava com as palavras da outra mulher com repetidos movimentos de cabeça.
— Mas... não entendo. – insistiu o Menino-Que-Sobreviveu – Me disseram que a avó de Michelle havia... falecido.
A mulher respirou fundo, tomando fôlego para a explicação que se seguiria, e continuou:
— Tem razão, na verdade Margot foi assassinada pelo Lord das Trevas logo depois do pai de Michelle ter nascido, mas, de alguma forma que eu e Olímpia ainda desconhecemos, ela ainda mantém contato com a neta. Margot Smith foi uma das primeiras seguidoras de Você-Sabe-Quem, ainda nos tempos de escola, tendo-o auxiliado no desenvolvimento de vários feitiços e maldições para controlar a mente, como a própria Maldição Impérius, dentre outras, que Michelle aprendeu e usou em você.
— Como a poção em forma de perfume? – lembrou-se o garoto.
— Na verdade não é uma poção. – disse a menina, ainda com a cabeça baixa e torcendo as mãos uma na outra – Eu exalo este odor pelos meus poros, como suor e... também posso induzir as pessoas através de... um beijo... nos lábios... – concluiu com um sopro de voz e enrubescendo.
Harry também sentiu sua face queimar, principalmente pelo fato da professora Minerva estar ouvindo aquelas palavras, mas logo se recobrou e continuou a tirar suas dúvidas:
— Lembro do Rabicho ter dito alguma coisa sobre você unir-se a mim... o que significa?
A jovem teve um ligeiro sobressalto ao ouvir aquelas palavras, então, apanhando uma das pontas do lençol da cama, passou a torce-la no lugar das mãos, continuando a falar, sem desviar os olhos daquela inútil ação:
— Os mentalmagos podem unir sua mente à de outra pessoa, tendo controle total desta, mas... dificilmente a vítima irá se recuperar após a desunião... nunca fiz isto... apesar de saber como. Não sei como aquele monstro sabia deste feitiço! – sua voz demonstrou profunda raiva do falecido comensal.
— Aparentemente o Você-Sabe-Quem conhece muito bem o poder da sua espécie. – interferiu a diretora da escola – Mas, enfim, está na hora de deixarmos que você repouse um pouco mais, vamos indo Sr. Potter. – ordenou ao perceber que Madame Pomfrey, pelo vão da porta de seu escritório, olhava insistentemente para os visitantes.
— Por favor diretora, deixe o Harry ficar só mais um pouquinho! – implorou a menina, levantando os belos olhos negros em direção à outra.
— Está bem. – concordou – Mas seja breve. – e, dirigindo-se a Harry – Direi aos demais, lá fora, que o aguardem na Sala Comunal da Grifinória. – e retirou-se.
Os dois permaneceram em silêncio até que percebessem a porta se fechar atrás da bruxa, então Michelle deu um gracioso salto para fora da cama e, tomando as duas mãos do rapaz entre as suas, disse num sussurro:
— Vovó Margot quer falar com você!
— Mas... o que ela é? Um fantasma? – indagou após um instante de hesitação.
— Aqui não! – exigiu – Alguém poderá nos interromper... vovó aparece somente para mim... nem meu pai a via... ele não tinha o dom!
— Tudo bem! – concordou Harry, enquanto olhava à sua volta procurando algo que lhe desse alguma idéia – Já sei!
E, sacando de sua varinha, girou-a sobre o leito que a jovem ocupara até instantes atrás e realizou o feitiço do clone, que aprendera recentemente, tomando o cuidado de cobrir a cópia da garota com o lençol. Em seguida, executou o feitiço da desilusão na original e dirigiu-se para fora da enfermaria, fazendo questão de cumprimentar Madame Pomfrey com um aceno, para que ela o visse saindo sozinho. Ao alcançarem o corredor, Harry constatou que seus amigos haviam cumprido a orientação da professora McGonagall e se retirado, então, apontando sua varinha na direção das escadas que subiam para os dormitórios dos alunos, realizou um feitiço não verbal, conjurando um patrono em forma de cervo, que deslizou graciosamente em direção à escadaria. Em seguida, o casal se dirigiu, com a bruxinha praticamente invisível, diretamente para a masmorra que Harry habitava, nos últimos tempos.
— Você ainda está fraca! – disse enquanto cancelava o feitiço de camuflagem, já em seu quarto – Sente-se aqui, na minha cama!
— Não devemos perder mais tempo! – disse-lhe a menina, agradecendo a cortesia com um sorriso, mas permanecendo em pé – Vovó Margot está ansiosa...
Então, a menina afastou-se um pouco de seu anfitrião posicionando-se ao centro do aposento em que se encontravam e, subitamente, uma estranha e bizarra cena tomou lugar: uma leve camada de fumaça acinzentada começou a desprender-se do corpo da mentalmaga, formando uma espécie de nuvem que foi crescendo pouco a pouco e tornando-se mais densa e, quando já possuía uma proporção semelhante à do corpo que a abrigava, separou-se de sua hospedeira e flutuou até um canto mais escuro do recinto, tomando lentamente uma forma bastante próxima à de uma jovem mulher, mais ainda mantendo a consistência e textura de uma espessa névoa cinzenta.
Harry sentiu um gélido arrepio percorrer toda a extensão de sua espinha ao deparar-se com aquela aparição, havia presenciado uma forma semelhante àquela em seu primeiro ano em Hogwarts, e não tinha boas lembranças daquele encontro. Instintivamente ele empunhou sua varinha, apontando-a em direção à inusitada figura, ao mesmo tempo em que sua atenção era parcialmente desviada por um leve ruído proveniente do salão que dava acesso ao cômodo em que se encontravam.
— O que... quem... é você? – indagou com a voz trêmula, retornando sua atenção para a forma à sua frente.
“Sou Margot Smith!” – respondeu-lhe o espectro – “E tenho muito prazer em conhece-lo, Harry!”.
— Você é... o que você é? – perguntou o garoto, enquanto percebia que Michelle se dirigira à sua cama e se sentara, com um aspecto bastante cansado.
“Não estou viva, como você pode perceber, mas também não estou morta... possuo uma espécie de semivida...”
— Isto é... impossível! Pensei que apenas Voldemort pudesse... fazer essas coisas...
Ao ouvir aquele nome, Michelle soltou um pequeno gritinho que, estranhamente pareceu ser reproduzido no cômodo ao lado.
“Vejo que conhece muito bem meu antigo companheiro, Tom Riddle. Foi, na verdade, o hoje conhecido como Lord Voldemort, quem tirou minha vida. Mas ele não esperava que, a exemplo dele próprio, eu também tivesse criado um horcrux!”
— O que? Você também dividiu sua alma em horcruxes?
“Na verdade, criei apenas um horcrux, logo após ter me separado do grupo que se tornaria os Comensais da Morte. Sabia como faze-lo porque eu ajudei o Tom a desvendar os segredos e mistérios que envolviam esta magia das trevas, então, quando um dos servos do Riddle veio atrás de mim para me eliminar, usei-o para criar o meu horcrux. Mas, fico satisfeita em saber que está muito bem informado, Harry. Então é verdade o que a profecia diz: você é o grande rival de Voldemort... o sobrevivente do confronto entre vocês dois é que definirá o futuro de toda a comunidade bruxa!”
— Se você... puder me ajudar! Preciso localizar os horcruxes para destruí-los...
“Muito bem, Harry. Acho que podemos fazer um acordo, com benefícios mútuos...”
— Como assim? – preocupou-se com a inesperada negociação.
— O que quer dizer, vovó? – questionou a garota.
“Eu o auxiliarei a encontrar os horcruxes que o Tom criou, mas em troca, eu quero que você também destrua... o meu horcrux!”
— O que? Vovó... você não quer... existir para sempre? Continuar junto a mim? Eu... estou... sozinha, agora! – choramingou a outra.
“Minha querida, eu sempre estarei junto de você! Mas, a imortalidade é um engodo! Não é natural que se viva para sempre, hoje eu entendo isso...”
O rapaz dirigiu o olhar para a menina, buscando um silencioso apoio para a decisão que deveria tomar, ao que a menina, após um breve momento, fez um sinal positivo com a cabeça.
— Tudo bem! Temos um trato! – respondeu “o Eleito”.
“O que você sabe sobre os horcruxes existentes?” – a voz espectral voltou a soar no ambiente.
— Duas foram destruídas: o Diário de Tom Riddle e o Anel de Servolo Gaunt. O professor Dumbledore e eu, estivemos no esconderijo do Medalhão de Salazar Slytherin, mas havia apenas uma cópia no local. Foi substituído por... Ramsey Bentley... Os outros três não sabemos quais são.
“Pobre Ramsey... provavelmente tentou vingar a minha morte! Mas, você disse três? Quer dizer que aquele crápula dividiu sua alma em... sete partes?”
— Foi o que o professor Dumbledore deduziu...
“Então temos um problema: quando o Riddle supostamente me eliminou, havia apenas cinco horcruxes, além dele mesmo. Na verdade, faltava a ele apenas um objeto de Gryffindor para completar sua coleção, mas Dumbledore não permitiu que ele o obtivesse!”
— Na verdade, creio que já sabemos qual é este último horcrux. – disse o bruxo, enquanto mentalizava a imagem da cobra Nagini – Ele a criou pouco antes de reassumir a forma física, você sabe quais são as outras duas?
“Sim: uma taça que ele roubou de uma descendente de Helga Hufflepuff, e uma tiara que pertenceu a Rowena Corvinal”.
— E imagina o que o tal Ramsey fez com o medalhão? – Harry continuou com o questionário, bastante satisfeito em confirmar que as suspeitas de Dumbledore estavam corretas.
“Nunca mais vi o Ramsey, depois de nos separarmos, mas tenho a intuição de que, se ele não conseguiu destruí-lo, deve tê-lo guardado juntou com o meu horcrux, que deixei sob sua guarda.”
— E... onde seria isto? – disse o rapaz, impaciente, enquanto lançava um discreto olhar para a porta que dava acesso ao salão principal, e que deixara estrategicamente escancarada.
“Depois que passei a habitar em minha neta, fiquei sabendo que Ramsey manteve contato com o nosso filho antes de morrer, aparentemente envenenado, talvez ele tenha lhe passado a guarda destes objetos preciosos... Michelle, querida, você sabe se John possuía ou guardava um espelho de mão com moldura de ouro e safiras?”
— Agora que você falou, eu me lembro de uma peça deste tipo que papai guardava com muito zelo, ele me disse que pertencera a você! Sim, está em nossa casa... em Paris!
“E você se lembra de ter visto um medalhão junto dele?”
— Parecido com este! – disse o rapaz, tirando do bolso a cópia que sempre trazia consigo.
— Acho que... Sim! Com certeza havia um medalhão assim também, entre as jóias da família! Eu me lembro porque a pedra preciosa que ornava a peça estava toda derretida, e eu lhe perguntei porque ele guardava aquela jóia danificada e... ele me disse que... o valor da jóia não estava na sua beleza... mas naquilo que ela representava...
— Então... talvez ele tenha conseguido destruir o medalhão, antes de morrer! – animou-se o garoto.
“É possível, ele provavelmente morreu vitimado pelo veneno que teve de ingerir para obter o horcrux, mas, como sabia que seu fim era inevitável, deve ter usado todo o poder que lhe restava para destruir a jóia”.
— E... os outros horcruxes? – Harry seguia insaciável na colheita de informações.
“A tiara deve estar ainda no castelo, foi o primeiro horcrux que ele criou, aproveitando-se da morte da menina no banheiro, pelo basilisco. Como era um objeto pertencente à coleção particular de Hogwarts, ele não pode leva-lo consigo.”
— Com a morte da... Murta? Interessante... eu imaginaria que ele criasse o horcrux do diário com esta morte...
“Não, ele criou o diário após sair da escola, e o transformou em horcrux... com a minha morte”.
O jovem bruxo fez um instante de silêncio, imaginando, em seu íntimo, quantas vidas haviam sido destruídas para que Voldemort conquistasse os seus intentos.
— E... a taça? – o rapaz voltou à carga.
“Lembro-me que ele contou, certa vez, que tinha um lugar especial no orfanato em que viveu na infância... onde ele escondia o fruto de seus roubos e seus troféus... tenho certeza que ele o usaria para uma finalidade destas...”
— Você, realmente, conhece muito bem a vida de Voldemort. – admirou-se o Menino-Que-Sobreviveu – Não ouvi falar de nenhum Comensal da Morte ou de qualquer outro de seus seguidores que fosse tão próximo dele...
“Eu amei muito aquele homem, e tenho certeza que, em um dado momento de sua vida, ele também me amou. Mas as atitudes que ele tomou, e o seu infinito desejo por poder, me fizeram fugir dele: foi quando Ramsey me apoiou e me seguiu. O resto da estória você já sabe”.
— Eu começarei a procurar os horcruxes imediatamente, primeiro os mais próximos, como a tiara, e depois os que sabemos onde estão, como o medalhão, então solicitarei sua ajuda para que me mostre o local que mencionou, no orfanato. – propôs o bruxo.
“Estarei pronta a auxilia-lo sempre que precisar, mas devo avisa-lo que, se Ramsey realmente destruiu o medalhão, ele sabia que isto lhe custaria a vida, pois o poder maligno contido num artefato deste tipo é altamente destruidor. Poucos bruxos sobreviveriam após uma experiência destas”.
— Não necessariamente. – retrucou o jovem – Na verdade, fui eu quem destruiu o Diário do Riddle, e... nada me aconteceu.
“Você é realmente um predestinado, e também um rapaz de muita sorte, pois, o horcrux que destruiu, era o menos perigoso de todos, uma vez que foi criado com a minha suposta morte, mas... como eu continuei existindo na forma desta semivida, o poder de destruição contido nele ficou muito reduzido”.
Harry lembrou-se do braço todo enegrecido de Dumbledore após ter destruído o anel e concordou que realmente tivera muita sorte no episódio da Câmara Secreta.
“Agora eu devo ir, aguardo você me procurar novamente e... cuide de minha Michelle, até breve Harry!” – e a nuvem de fumaça encaminhou-se para Michelle e novamente se incorporou à menina.
— Vou leva-la de volta para a enfermaria antes que Madame Pomfrey perceba a troca. – disse, amparando a jovem em seus ombros para que ela se levantasse.
— Gostaria de participar da sua busca pelas outros horcruxes, posso ajuda-lo com meus poderes e compensar pelo mal que te causei.
— Obrigado! – respondeu e, aplicando-lhe novamente o feitiço de camuflagem, iniciou a tarefa de transportar a menina de volta para a Ala Hospitalar.


Ao passar pelo portal da masmorra de Godric Gryffindor, retornando após deixar Michelle sob os cuidados de Madame Pomfrey, Harry deparou com Hermione e os irmãos Weasley, Neville e Luna, reunidos à volta de uma das enormes mesas da antiga sala de aula.
— Ouviram tudo? – perguntou ao pequeno grupo.
— Sim! – respondeu Gina – Quando recebi sua mensagem pelo patrono, eu, Rony e Mione viemos para cá usando a capa da invisibilidade e, depois que você saiu para levar a Michelle, pedi à Winky que chamasse o Neville e a Luna, então contamos tudo a eles.
— É impressionante Harry! – Hermione falava exaltada – Se não tivesse visto com meus próprios olhos, não acreditaria.
— Impressionante? – choramingou Rony – É medonho! Não quero nunca mais presenciar uma coisa destas em minha vida.
— E como pretende destruir estas coisas, quando as encontrar? – preocupou-se Gina – Ouviu o que ela disse do poder destruidor contido nelas.
— E mesmo que encontremos todos os horcruxes e os destruamos, Você-Sabe-Quem será mortal novamente, mas... e aí? – completou Hermione – Como irá mata-lo? Uma vez que parece que só você poderá fazer isso?
— Existem coisas piores do que a morte! – filosofou Harry, lembrando-se das palavras ditas por Dumbledore ao próprio Voldemort, no Ministério da Magia – Vamos dar um passo de cada vez: primeiramente vamos encontrar estes horcruxes, depois pensaremos em como destruí-los e, finalmente, decidiremos como derrotar o Voldemort!
— Não me lembro de ter nenhuma tiara na exposição de pertences da fundadora da Corvinal. – expôs Luna.
— Tem razão Luna. – concordou Harry – Mas eu acho que já vi este objeto... certa vez... na Sala Precisa!
— Então será por este que iremos começar! – disseram Gina e Hermione, quase em uníssono.
Estava novamente formada a Armada de Dumbledore, uma fisionomia firme e determinada tomou conta do semblante de todos e, sem emitir qualquer palavra ou realizar qualquer gesto, todos sabiam e concordavam que a empreitada que iria começar seria difícil e perigosa, mas todos estavam dispostos a arriscar suas próprias vidas para leva-la a termo.

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