O Primeiro Encontro



Hermione não acordou cedo, não havia necessidade. Tomou apenas um chá e foi para a biblioteca terminar de ler os relatórios de Snape. Terminou antes de 11h, mas tinha certeza de que não havia prestado a devida atenção, estava muito dispersa e ansiosa com o encontro a tarde. Novamente sentiu-se corar, precisava se controlar. Não poderia deixá-lo perceber sua paixão.

Ao meio dia em ponto, saiu da lareira na cozinha dos Weasley. Contou que Remo havia estado lá à noite e que ficou até quase a hora dela se deitar, e vendo a expressão animada de Harry e da Srª Weasley lembrou-lhes da lua cheia.

O almoço transcorreu sem complicações. Rony a cumprimentou apenas com um aceno de cabeça e Hermione suspeitou que Harry, Gina e a Srª Weasley o tivessem obrigado a ser, no mínimo, cortês. Após o almoço conversou um pouco com Harry e Gina, Rony permaneceu calado, mas pelo menos ficou na sala.

Às 14h retornou, sob os protestos da Srª Weasley de que deveria ficar pelo menos até o lanche.

Apesar de sua grande ansiedade, as duas horas que a separavam do encontro com Snape voaram e logo o relógio da sala bateu 16h. Como se ele estivesse aguardando apenas por este sinal, a porta foi aberta e Severo Snape entrou por ela vestindo sempre as roupas negras e a longa capa esvoaçante – apesar de estarem em pleno verão!!! Hermione controlou-se para não pensar em o quanto ele ficava charmoso com aquelas roupas e também para não corar com este pensamento.

O olhar que ele fixou nela a intrigou, ele a olhava novamente como na noite anterior, ela não podia acreditar, mas parecia um olhar de carinho, preocupação, um olhar de paixão. Ela desviou rapidamente dos olhos dele, ela só poderia estar imaginando coisas.

-- Então Srtª Granger, a srtª acredita mesmo em mim – tentou falar com sua usual voz fria e sarcástica, mas desta vez o efeito não foi tão bom e quando Hermione o olhou viu que ele sorria. Novamente aquele sorriso sincero, sem nada do sarcasmo tão comum em seu ex-professor. O segundo que Hermione presenciava em sua vida.

Ela usou todo o seu autocontrole e tentou falar em uma voz neutra e polida, teve mais sucesso que ele.

-- Acho que pode me chamar de Hermione, já que vamos trabalhar juntos – completou vendo o ar de dúvida dele. Ofereceu a biblioteca para que pudessem conversar melhor. Sentia-se um pouco mais confiante e precisava manter-se assim.

Ele passou por ela, que não pode deixar de notar o perfume que ele usava, e entrou na biblioteca. Hermione entrou em seguida fechando a porta, sabia que a chance de qualquer pessoa aparecer por lá era pequena, mas preferiu assim mesmo selá-la com um feitiço.

-- Vejo que a Srtª, digo, você – sorriu brevemente ao se corrigir – realmente confia em mim – apontou para a porta – pois ficará comigo, sozinha em um ambiente trancado – reforçou a última palavra, dando-a um leve toque sensual.

Hermione corou e deu a volta a uma mesa para disfarçar, sentou-se e apontou a cadeira em frente. Parecia uma mulher de negócios, muito confiante. Mais do que na verdade estava. Um pouco mais calma o olhou novamente

-- Já lhe disse que confio em você, e também se quisesse me matar – falou fingindo não ter entendido a insinuação dele na frase anterior – não precisaria esperar eu entrar aqui para isto, sem falar na chance que teve no beco Diagonal.

Foi a vez de Snape sorrir, ela apesar da pouca idade era muito perspicaz, sem falar da segurança que tentava transparecer. Ele não deixou de notar o quanto ela corou a menção de ficarem a sós e não se esqueceu de que na véspera ela o achou charmoso. Com certeza seria bom ter uma aliada assim. “Aliada?” Perguntou aquela vozinha irritante que vivia no fundo de sua mente. Ele estava tentando, mas a proximidade e a possibilidade de contato através dos sonhos dela estavam tornando tudo mais difícil. Severo tinha dúvidas se conseguiria resistir àquela paixão.

Ele precisava resistir. Havia dito a Alvo que não permitiria que nada acontecesse entre ele e Hermione. Severo tinha certeza de que a garota o odiava, afinal ele a destratou propositalmente durante cinco anos. É verdade que no último ano ele evitou ser desagradável com ela, mas isto só fez com que fosse pior com Potter e Weasley, o que a atingia indiretamente. Apesar de ela ter sido sua melhor aluna desde que se tornou professor ele nunca foi capaz de lhe dirigir um único elogio.

E agora, por mais que ela se esforçasse em disfarçar era óbvio o sentimento que tinha por ele. Ele chegou a se felicitar sarcasticamente quando na primeira vez que entrou nos sonhos dela descobriu o namoro com o Weasley. Sentiu ciúmes e teve ainda mais raiva do ruivo, mas pensou que isso seria o melhor para ela. O encontro seguinte no beco Diagonal – quando notou a reação dela ao seu toque – o pensamento que voou sem controle ontem quando ela o achou charmoso e hoje ela corando a cada frase de duplo sentido dele minaram novamente suas defesas.

Ele tentou fechar a cara, porém não conseguiu mais colocar a frieza no olhar e ela percebeu isto. Voltou a falar com a sua voz normalmente fria – esta ele ainda conseguia controlar bem.

-- Se vou chamá-la de Hermione – um arrepio bom percorreu o corpo dela – você deveria me chamar de Severo.

Ela o olhou espantada, não acreditou que algum dia ele lhe daria este grau de intimidade.

-- Afinal – continuou Snape, adorando ver que ainda a surpreendia – iremos trabalhar juntos e também não sou mais seu professor.
A desculpa não convenceu Hermione, mas ela não retrucou. Havia adorado a idéia de chamá-lo pelo primeiro nome.

-- Ok, Severo – Agora foi a vez dele sentir um agradável frio passar pelo seu corpo. – Quais eram os seus planos e os do Professor Dumbledore quando você voltasse a ter contato com a Ordem da Fênix?
Ela era uma pessoa bastante prática, iria longe esta garota. Ele não pode deixar de pensar.


Eles conversaram, apenas sobre os planos de Dumbledore – inclusive sobre as Horcruxes, que também eram de conhecimento dele – por mais três horas. Algumas informações ele não revelou apesar dela perguntar. Chegou a irritar-se um pouco – lembrando muito o professor Snape de alguns meses atrás – quando ela perguntou porque o Professor Dumbledore sempre confiou tanto nele. Ele sabia que um dia contaria a ela, mas ainda não era chegada a hora. Ele ainda não estava preparado.

Combinou com Hermione que ela nunca deveria tentar se comunicar com ele, mas que com freqüência ele entraria em contato. Concluíram que por ora ela não tentaria inocentá-lo, isto poderia chamar atenção dos outros integrantes da ordem e até poderia atrapalhar o disfarce dele entre os comensais e com o Lord.

Aquelas horas passaram tranqüilas. Ambos eram bastante racionais para controlar seus sentimentos permitindo um trabalho conjunto. Porém, depois deste, a conversa desviou para campos mais perigosos.

-- Todos precisam ter absoluta certeza de que traí Dumbledore – a voz dele tornou-se mais baixa e sombria quando ele disse isto – para que o Lord continue confiando em mim ao máximo. – Quando você voltar a Hogwarts, teremos que pensar em um local para nos encontrarmos – e apesar desta vez ele não ter colocado nenhuma intenção nas palavras, Hermione corou novamente, porém se recuperou logo e torceu que ele não tivesse reparado.

Mas ele havia desviado os olhos na direção dela exatamente quando proferiu as últimas palavras e viu quando ela corou, controlou seu sorriso e fingiu nada ter notado. Ele começava a perder o pouco controle que havia adquirido.

-- Não voltaremos a Hogwarts. Harry – Snape não gostou de ouvi-la chamar o nome de Potter daquela maneira tão carinhosa – decidiu que irá procurar as Horcruxes e destruí-las. Não quer voltar a Hogwarts e nós – novamente uma contração de raiva, agora por pensar no Weasley próximo a ela, provavelmente tentando reconquistá-la – iremos com ele. Apesar – ela completou rapidamente – de eu não concordar. Mas Harry... – ela ia dizer precisa de nós para ajudá-lo, porém ele a cortou.

-- É um grande cabeça-dura, um tolo – completou Snape com os olhos faiscando de ódio, como aquele idiota poderia colocá-la em risco desta forma? – como sempre o idiota do Potter está agindo como uma criança mimada e fazendo tudo errado. Desta forma colocando você em perigo – desabafou antes de perceber o que estava falando.

Hermione já estava assustada com a explosão dele, mas ao registrar que ele dissera Você em perigo seu coração inchou de tanta alegria, sem conseguir se controlar sorriu pensando que talvez tivesse alguma chance com aquele homem que até três meses atrás ela achava que sequer possuía coração. Mas que agora era o objeto de sua mais louca paixão.

O sorriso dela quebrou a ira dele que disse em uma voz muito mais próxima do que Hermione poderia considerar carinhosa.

-- Porque você está sorrindo? – como ele pode se descontrolar daquela forma, ele estava se entregando, ela iria notar as diferenças nele. Se Hermione descobrisse os sentimentos dele tinha certeza de que não resistiria a ela.

-- Nada! – apressou-se a responder, desviando os olhos e controlando o sorriso – Na verdade, Harry não pediu que fossemos com ele, mas é que ele e Rony são como os irmãos que eu nunca tive – Hermione fez questão de dizer isto e ele sentiu-se muito feliz ao ouvi-la.

Mas afinal “o que, diabos, estava acontecendo com ele”, ele Severo Snape estava “todo feliz” porque uma garota de 17 anos havia dito que os dois rapazes que andavam grudados com ela – a vozinha irritante dizia: “ciumento esse professor, não?” – eram apenas como irmãos, como se ele tivesse alguma coisa haver com a vida sentimental dela. E a vozinha falou de novo: “vai! Me engana que eu gosto”. Estava sendo muito difícil lutar contra os sinais que Hermione lhe dava e com a vozinha irritante em sua cabeça.

-- Severo?! Você está bem?

O nome dele sendo dito pela voz daquela garota que povoava seus pensamentos o fez despertar de seus devaneios e ele sentiu aquela cambalhota no estômago. Não tinha esta sensação maravilhosa há mais de 20 anos, corou de leve.

-- Sim, estou. Claro que estou. É só que tenho tido muitos problemas nesses últimos dias – passou uma das mãos pelo pescoço massageando-o e fechou os olhos por instantes colocando os pensamentos em ordem. – Hermione, você precisa convencer o Potter a ficar em Hogwarts, aquele ainda é o lugar mais seguro para ele. Tenho certeza que Minerva o deixará sair da escola para fazer o que for necessário – Ela percebeu a importância do que ele dizia pois até esquecera de colocar o tom de deboche ao mencionar “Potter”.

Ele adiantou-se e segurou as duas mãos dela entre as suas, ela sentiu como se uma descarga elétrica percorresse seu corpo. As mãos dele ao contrário do que ela imaginava, eram quentes e macias, ela quase fechou os olhos para aproveitar aquele momento, mas antes disso ele falou:

-- Para você também, Hermione. Você também não deve deixar a escola, você também corre grande risco – ela sentiu a suplica na voz dele, ele estava muito preocupado e era COM ELA. – O Lord sabe, todos os comensais sabem que você é muito amiga do Potter – ele ainda não conseguia dizer “a melhor amiga” – e sabem como você é inteligente, sabem que você é um trunfo ao lado dele, mas também seria um importante trunfo contra ele nas mãos do Lord.

Ela olhou nos negros olhos dele e viu preocupação, viu mais, viu medo. Medo que algo acontecesse à ela. Ela achava que havia visto paixão, mas ainda estava tentando se convencer de que enlouquecera, quando Severo não conseguiu mais se controlar.

Ele que foi controlado toda a sua vida, em todos os momentos. Ele que conseguiu vestir uma máscara de frieza, ódio e desprezo que enganava até mesmo o Lord das Trevas, estava perdido naqueles olhos cor-de-mel de uma garota de 17 anos. Aquela vozinha irritante que o perseguia havia se tornado um animal feroz, gigante, engolindo o restante de seu autocontrole. E a sua razão? Ele sequer lembrava de ter tido uma alguma vez.

Ele só conseguiu pensar “eu já abri mão do amor da minha vida uma vez e não vou fazê-lo novamente” antes de beijá-la.
Ardentemente.


Hermione não esperava por aquele beijo, mas o desejava muito e apesar de ser pega de surpresa, não resistiu, entregou-se. A posição não ajudava, pois tinham a mesa entre eles. Severo havia soltado as mãos dela e segurava seu rosto com as duas mãos enquanto ela apoiava as mãos na mesa. O beijo não durou muito, porém quando se separaram e ele fez menção de falar-lhe algo ela apenas sorriu, pôs um dedo sobre os lábios dele, deu a volta na mesa e enlaçando seu pescoço o beijou novamente. Ele passou seus braços em torno da cintura dela e aprofundou o beijo. Era um beijo cheio de paixão.

O primeiro aconteceu em um impulso, quando se separaram ele iria pedir desculpas e ir embora o mais rápido possível. Agora além de ter certeza de que era correspondido descobriu que ela não tinha medo de assumir essa paixão. “Então que se dane tudo e todos. Eu a amo e não vou desistir dela, nunca” – tentava se convencer.

O beijo durou minutos, horas, não sabiam, mas estavam ficando sem ar, e tiveram que interrompê-lo. Não sabiam o que dizer um ao outro, então ficaram apenas fitando-se.

-- Me desculpe... – falou Snape um tanto sem graça.

Mas antes que pudesse continuar ela sorriu e o calou com um beijo rápido.

-- Não tem do que se desculpar, você me beijou e eu te beijei – ela sorria, tinha os olhos brilhando de felicidade.

-- Não sei se isto é correto – falou desviando seus olhos dos dela e soltando-lhe a cintura, afastou-se um pouco.

Tudo dentro dele gritava agora. O que estava acontecendo, ele não era nobre, não era um Grifinório que deveria se preocupar se ela era muito mais nova, se ele havia sido seu professor ou ainda se ele era o assassino mais procurado da Grã-Bretanha.

Ele estava vivendo um dos maiores dilemas da sua vida, não queria desistir de seu amor por ela. Quando desistiu de Líllian o fez por egoísmo e por covardia. Não queria perder o lugar de aluno-cotado-para-ser-comensal que tinha entre seus colegas sonserinos. Agora era diferente, estava pensando no bem dela. Ele sorriu, ele que achava Remo o maior dos idiotas por dispensar uma garota como Ninfadora Tonks, apaixonada por ele, por se achar velho e perigoso demais para ela, estava tendo o mesmo “ataque de nobreza”.

Ela aproximou-se dele, segurou seu queixo e o fez olhar para ela. Tinha uma expressão de interrogação, mas sua voz estava firme.

-- Como você conseguiu se comunicar comigo nos sonhos?

A principio ele não entendeu porque ela estava perguntando aquilo naquele momento. Então concluiu que ele devia estar ficando lerdo com toda aquela história de paixão, quando entendeu o porquê da pergunta. Ele não deveria ter esquecido de como ela era esperta.

Snape tentou desviar os olhos, não conseguiria mentir ou ser sarcástico olhando-a nos olhos, não depois daqueles beijos, mas ela não permitiu. Ele suspirou cansado. Para que tentar lutar, ele a queria e ela também parecia querê-lo, então porque ficar se enganando com aquela história de ser mais velho, ou de ser comensal. Que se dane a nobreza. Ele tinha certeza de seus sentimentos por ela, não a faria sofrer. O amor era um sentimento mágico e ele não o renegaria novamente. – Pensou. Parecia que ouvia Dumbledore lhe falando que ele não deveria desistir e se Alvo era a favor o que poderia estar errado.

Ela ainda o fitava aguardando uma resposta. Ele manteve o contato visual enquanto respondia.

-- Dumbledore me alertou que eu poderia me comunicar daquela forma quando encontrasse a pessoa que eu amasse e se fosse correspondido. Só assim há confiança incondicional – disse em tom de desculpas, parecia estar envergonhado como se achasse que fosse sua culpa, essa pessoa ser ela. Na verdade era culpa dele, ele se apaixonou por ela e mesmo sem querer a conquistou.

Ela o soltou, estava chocada, não esperava ouvir aquilo. Na verdade, imaginava que isto significava que tinham uma ligação mais forte, mas não imaginava que fosse aquilo. Não imaginava que ele já saberia o que ela sentia antes mesmo dos beijos.

Ele continuou, agora se afastando um pouco dela e evitando seus olhos.

-- Quando Alvo falou eu não aceitei, não acreditei que alguém – não quis dizer “você”, pois não estava preparado para confessar que descobriu a paixão por ela há mais de um ano – fosse capaz de me amar, principalmente depois do que eu teria que fazer. Eu disse isto à ele, falei que se dependesse disto o plano fracassaria.

Ele se sentou novamente, mas mantinha-se sem olhar para ela. Hermione continuava parada no mesmo lugar como que pregada ao chão.

-- Desde o início deste mês comecei a usar a magia para tentar o contato, tinha apenas vislumbres de sonhos que não conseguia definir. Na última semana antes da nossa primeira comunicação eles se tornaram mais freqüentes e em alguns momentos pude até reconhecer pessoas nos sonhos. Naquela 3ª feira mais uma vez fui trazido para seus sonhos, só que desta vez pudemos conversar. Ainda era uma ligação frágil, tanto que se rompeu quando você tentou me tocar. Concluí que o fato de você confiar incondicionalmente em mim, havia permitido a ligação. Só acreditei no que Alvo disse quando... – parou por um momento parecia estar tomando coragem para continuar.

-- Quando... – Hermione falou depois de um longo tempo calada. Não gostava nem um pouco da idéia de ter alguém passeando pelos seus sonhos. Isto era uma grande invasão de privacidade.

-- Tentei me comunicar na noite de sábado mas não pude pois você tinha um sono sem sonhos. Senti que algo havia acontecido e que você estava triste. Isso me deixou triste também, os sentimentos de outros não me influenciavam há tantos anos que eu até havia esquecido que isto era possível. – ele mentiu parcialmente, na realidade a percepção da tristeza dela fez seu controle fraquejar – Noite passada quando fiz contato, quase não consegui conter a minha alegria ao saber que você não estava mais com o Weasley – falou mais rápido, como se temesse perder a coragem, estava se sentindo um adolescente que confessa estar apaixonado pela namorada de um colega.

Hermione o olhou assustada, mas não pode deixar de se sentir feliz, ele estava assumindo sua paixão por ela.

-- Desculpe – completou depressa – não pude controlar meus sentimentos ontem. Só que não foi difícil perceber a causa do rompimento de vocês – olhou-a rapidamente e ela estava corada – mesmo assim vim aqui hoje decidido a não deixar você notar meus sentimentos. – Levantou-se e andou um pouco – Não pude me conter, não sei lidar com o amor – falou mais baixo. Severo não conseguia olhá-la, estava abrindo seu coração, quase não se reconhecia. – Não estou acostumado com sentimentos por mim além de ódio ou medo.

-- Talvez respeito e admiração – Hermione se aproximou dele lentamente. Ele a olhou com a testa franzida. – Nenhum sentimento verdadeiro surge do nada, Severo. Foram esses os primeiros sentimentos que tive por você – ela estava muito próximo novamente, segurou as mãos dele – Provavelmente no início senti medo, mas não me lembro mais disso – ele sorriu brevemente – mas ódio, nunca.

Estavam próximo a um sofá. Hermione sentou-se e o fez sentar-se ao seu lado, não soltou suas mãos das dele. Ela ia falar algo, mas ele foi mais rápido.

-- Hermione, eu não sou um homem fácil – ela sentiu seu coração inchar em seu peito. Ele estava aceitando iniciar um relacionamento?
Severo lembrou-se dolorosamente da outra vez que havia dito tal frase e havia sido para outra Grifinória, sabia qual seria a reação de Hermione, como soube na época qual seria a reação de Lillian.

-- Sem falar da nossa diferença de idade – completou preocupado.

Hermione não pode mais conter o sorriso.

-- Eu sei que você não é fácil, mas não se iluda, eu também não sou – ela ficou séria para dizer isto, mas logo depois sorriu novamente. – E na nossa sociedade você sabe muito bem que a nossa diferença de idade não tem nenhuma importância.

Ele respirou profundamente antes de dizer.

-- É muito perigoso, eu continuo sendo um Comensal da Morte sem falar que sou um assassino procurado. – Ele sabia que estava tornando tudo mais difícil, mas não queria que ela se iludisse. Se iriam iniciar um relacionamento além do profissional, ela precisava saber que não viveriam um “conto de fadas”.

Hermione bufou.

-- Não sabia que você andava freqüentando o curso de Remo sobre “como afastar uma garota de sua vida” – ela parecia irritada.

Severo chegou a se surpreender, porém antes que pudesse se conter falou:

-- Remo? Você não quis dizer professor Lupin? – não conseguiu controlar o tom de irritação em sua voz.

-- Você fica tentando me dar o fora e tem um acesso de ciúmes? – Ela tentou ficar séria, mas foi impossível controlar o sorriso por saber que ele sentia ciúmes dela.

Ele respirou profundamente, precisava recuperar seu controle. Ok! A quem ele estava tentando enganar? Era óbvio que ela estava ciente do que seria ter um relacionamento com ele e ela estava disposta a seguir em frente.Ele não poderia esperar nada diferente de uma Grifinória! – Pensou. Respirou fundo mais uma vez.
-- Certo Hermione. Em primeiro lugar eu não estou tentando “te dar um fora”, só quero que você saiba no que está se metendo – ela sorriu – e em segundo eu não estou “tendo um acesso de ciúmes”... – não conseguiu terminar a frase, Hermione já estava novamente beijando lhe os lábios e Severo aceitou mais aquele beijo.

Ele não precisava e não queria ouvir mais nada. Ele não era nobre, não queria ser nobre, as favas com a nobreza, ele amava aquela garota e ficaria com ela. Aprofundou o beijo enlaçando-a pela cintura. Aquele beijo celebrava o amor e naquele momento não existia mais nada no mundo, apenas os dois e sua paixão.

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Aí está o cap 8. O primeiro encontro, o primeiro beijo e enfim o nosso casal está junto. Agora a história vai começar a ficar mais legal, eu prometo. Beijos a todos que leram e comentem!!!!

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