A Reunião



3ªCapítulo: A Reunião



Harry, Rony e Hermione estremeceram ao ouvir aquela voz, era uma voz

grave e fria e dissipava qualquer sentimento bom. Unidos, se levantaram

tentando se mostrar firmes.

– Mas que presença sublime temos aqui – falou o Homem encapuzado

debochando – Harry Potter, O Menino-que-Sobreviveu. Hermione Granger,

a intragável sabe-tudo e Rony Weasley, o idiota. – concluiu o homem

fazendo uma reverência.

Os meninos olhavam fixamente para o homem, o jeito dele seria

reconhecível em qualquer lugar.

– Snape! – exclamou Harry se segurando nos amigos – Como você

tem coragem de aparecer, seu miserável. – Harry tomou sua varinha na

mão e foi pra cima de Snape. Snape não moveu um músculo sequer.

– Continua imaturo e aborrecidamente tolo. Tsk, Tsk, Tsk... Como sempre

digo a fama não é tudo. – falou Snape ainda imóvel.

Harry apontava sua varinha em direção ao pescoço de Snape, que começou

a rir com escárnio.

– Como você pode trair a confiança de Dumbledore e matá-lo tão friamente

depois de tudo que ele fez por você, sendo ele o único que confiava em

você? – Harry estava gritando e os pulsos de seu coração batiam

descontroladamente, todas aquelas lembranças que ele estava tentando

esquecer vieram à tona na presença de Snape.

Todo o controle que Harry vinha tentando manter desapareceu.

– Harry – falou Mione – Não vale a pena.

Harry se desaproximou de Snape, que ainda ria.

– Sua coragem me dá medo, Potter – sibilou Snape rindo.

– Expelliarmus – Gritou Harry lançando Snape para longe, em cima

de um armário de varinhas, que se quebrou. Snape se levantou se limpando

com um gesto de sua varinha.

– Selvagem como o pai. – disse Snape. – É claro que você nem sonha com

os motivos que tive para fazer o que tive que fazer. E mesmo que

soubesse, duvido muito que entenderia.

– A única coisa que eu sei é que você não é digno nem de pena. – grunhiu

Harry – O homem que trai a única mão que o ajuda não é considerado

homem.

– Não vou discutir com você a minha humanidade, Potter. Não vou perder

meu tempo precioso com vocês e seus conceitos de moral. O que eu tenho

que fazer é mais importante. O Lorde me espera e não vou deixá-lo

esperando muito.

– Você é um monstro. – Harry levantou a varinha mais uma vez apontando-

a para Snape.

– Estupefaça! – bramiu Harry.

– Protego – disse Snape quase que na mesma hora.

O feitiço de Harry bateu de encontro no escudo de Snape, se dispersando no

ar.

– Você é realmente um tolo pensando que pode me vencer. – disse Snape

rindo. – Mas hoje eu não estou a fim de brincar com você. Quem sabe um

outro dia.

E falando isso Snape desaparatou.

– Desgraçado – gritou Harry.

– Se acalma Harry – falou Mione.

– É cara, – falou Rony – é besteira ficar bravo agora que ele já se foi.

– Eu o odeio, eu o odeio muito mais do que odeio Voldemort – disse Harry –

ele vai pagar por tudo o que ele fez.

– Eu sei o quanto o Snape é odioso, Harry. Mas é necessário se controlar –

disse Mione.

– É – disse Harry bagunçando o cabelo – eu preciso me controlar.

O Silêncio reinou por alguns minutos. A raiva incontida ainda pairava no ar.

– Vamos embora? – perguntou Hermione quebrando o silêncio – Já são

16h05min, a Srª. Weasley vai nos matar!

– É mesmo! – concordou Rony saindo de seu devaneio – Minha mãe vai me

falar um monte. Vamos embora!

Harry se levantou contra vontade. Não queria ir embora.

– Mas – falou – O que será que Snape estava procurando aqui? Qual seria o

interesse de Voldemort na loja do Sr. Olivaras?

– Boas perguntas, Harry – disse Rony depois de um breve silêncio – O

problema é encontrar as repostas.

– Talvez – sibilou Hermione de repente – Snape tenha vindo pegar objetos

pessoais do Sr. Olivaras.

– Meu pai disse que foi tudo revistado quando ele foi seqüestrado – falou

Rony baixinho.

– É mesmo – disse Hermione – Mas ainda tem bastante coisa aqui e pode

ser que haja muito mais escondido em algum lugar dessa loja. Coisas

valiosas para Vo... Vocês-sabem-quem.

– É, pode ter sido isso. – Harry falou – Quantas vezes eu já disse para

vocês chamarem Voldemort pelo nome que ele se deu? – disse mudando de

assunto.

– É um pouco difícil, Harry. – disse Rony.

– Está bem – falou – Mas seria bom se vocês tentassem. – Harry começou

a caminhar em direção ao corredor, no fundo da loja.

Hermione olhou para Rony, que deu de ombros, confuso e foi caminhando

em direção a onde Harry estava. Hermione, para não ficar sozinha os seguiu.

– Harry, vamos embora. Não vamos encontrar nada aqui – disse Rony

quase gritando vendo uma enorme teia com uma aranha roxa no centro.

– É, Harry – concordou Hermione não gostando desse ambiente.

Harry entrou na última sala do corredor, a sala das varinhas, do estoque,

como dizia na porta. Snape esteve ali, Harry pôde sentir. A sala estava

escura.

– Lumos! – disse Harry bramindo a varinha. Atrás dele, Rony e Hermione

imitavam seu gesto.

A fraca luz mostra armários vazios enormes que iam ao teto. A sala era

enorme.

– Cadê as varinhas? – perguntou Harry.

– O Ministério confiscou quando o Sr. Olivaras desapareceu – respondeu

Rony.

– Ah... Bom – Disse Harry

– Harry, Rony – chamou Hermione – Vem aqui.

Hermione havia ido para o fundo da sala. Os meninos foram até onde ela

estava.

– O que você está fazendo aí? – perguntou Rony.

– Eu estava olhando os armários e olha o que eu encontrei.

Os dois olhavam para onde ela tinha apontado, mas nada viam de tão

interessante.

– O que é tão extraordinário assim, Hermione. Eu não vejo nada. – disse

Harry.

– Nem eu - concordou Rony.

– Vocês conseguem ver essas inscrições gravadas nessa prateleira? –

perguntou Hermione apontando para a prateleira que ficava no centro do

armário.

Harry e Rony olharam para onde Hermione apontara: figuras talhadas na

madeira de maneira distorcida se assemelhavam as letras. Os dois olharam

surpresos para Hermione:

– Você sabe o que está escrito aqui, Hermione? – perguntou Harry.

– É eu sei – respondeu satisfeita. – É runas, uma matéria que eu tive em

Hogwarts.

– Ah bom – disse Rony afoito – Mas o que está escrito aí de tão importante?

Vamos embora logo!

– Bom – falou Hermione – Não tem nada de mais escrito, somente:

“Porta dos Segredos”.

– “Porta dos segredos”? – repetiu Harry – E o que quer dizer isso?

– Eu não sei – falou pensativa Hermione – talvez aqui, em algum lugar aja

uma porta secreta.

– É, é uma possibilidade. – cogitou Harry – Tenta algum feitiço para abrir,

Mione.

– Ah, não sei – disse Hermione pegando a varinha.

– Me deixa tentar – falou Rony mostrando a sua varinha em punho.

– Alorromora – bradou apontando para a prateleira.

O feitiço bateu na prateleira e nada aconteceu

– Acho não deu certo – comentou Harry.

– Quem sabe... – falou Hermione colocando a varinha em riste, na direção

do armário – Intranca Vilegium!

Um jorro de luz cinza saiu da ponta da varinha de Hermione. Ao chegar a

seu destino um baque surdo soou, como se algo dentro do armário estivesse

caindo.

Lentamente a prateleira do centro se repartiu em duas e começou a se abrir.

– Será que Snape chegou a descobrir isso? – perguntou Rony olhando

surpreso para a imensa porta que se abria para dar entrada a uma pequena

câmara.

– Acho que não – respondeu Hermione – Mas o que será que está guardado

aí dentro de tão importante?

– Só nos resta entrar para ver o que nos espera – falou Harry admirando o

portal.

– É – concordou Rony.

A porta para a Câmara tinha a dimensão de uma estante, tanto na altura

quanto na largura. Harry, acompanhado de Rony e Hermione foram

entrando pela porta.

Ao entrarem, a porta se fechou atrás deles e uma fraca luz iluminou a sala.

A sala não era grande, era quadrangular e não possuía móvel algum, exceto

um espelho que cobria todas as paredes, como papel de parede.

– Que esquisito! – exclamou Rony – Por que tanto mistério se nada esconde?

– Não é porque você não encontrou nada que não haja nada aqui. – explicou

Hermione.

– Sim, se aquela era a porta dos segredos, estamos agora nos segredos –

disse Harry.

– É. – considerou Rony. – Mas será que Snape não pegou o que a sala

guardava?

– Não, ele desaparatou sem nada nas mãos – ponderou Hermione. – Ele

estava muito enfurecido também, talvez por não ter encontrado o que

procurava.

– É a Hermione tem razão – concordou Harry.

– Mas não há nada aqui! – disse Rony. – Vamos embora, então.

– Sim – concordou Harry derrotado.

– Esperemos, – chamou Hermione – nós nem examinamos direito esse lugar.

E caminhado até o centro da sala continuou a falar.

– Vocês reparam no chão?

O chão da sala era de mármore branco, no centro da sala mais figuras

esquisitas se esquadrinhavam num círculo.

– O que essas letras significam? – perguntou Harry.

– Essas eu não entendo... – explicou Hermione. – É um estilo de runas que

eu nunca vi. Deve ser muito primitivo. Mas eu posso copiar, para pesquisar

depois.

– Que perda de tempo – comentou Rony – Já estou pensando no que minha

mãe dirá quando chegarmos atrasados na frente da Florean Fortescue. Isso

com certeza não é nada importante.

– Mas não custa nada ver, não é? – disse Hermione. – Vai saber o que

Snape estava procurando.

– Vamos fazer assim: a Hermione copia as transcrições do circulo e depois

traduz. Combinado? – falou Harry.
– Ta – concordou Rony – Mas rápido!
Com sua varinha Hermione conjurou uma pena e um pergaminho. Mais do que depressa se ajoelhou no chão e começou a copiar as figuras. Rony, apressado, caminhava fazendo voltas na sala, enquanto Harry olhava atentamente para o espelho.
– Pronto, terminei! – exclamou Hermione mostrando o pergaminho a Harry e Rony.
– Vamos embora agora – falou Rony impaciente.
– Vamos embora – Repetiu Harry – Mas eu tenho a impressão de que precisaremos voltar aqui.
– Sim, parece que essa câmara guarda mais segredos do que imaginamos – disse Hermione colocando o pergaminho no bolso.
Apontando para onde deveria ser a porta, Hermione a abriu.
Os três mal saíram da câmara, o armário voltou a se fechar, como se nada houvesse acontecido. À espreita do perigo, eles caminharam pelo corredor escuro com as varinhas tesas nas mãos.
Por fim chegaram à saída da loja. Ao abrirem à porta, sininhos tocaram assustando-os.
– Caramba! – exclamou Rony – Nós estamos 40 minutos atrasados, minha mãe vai me matar!
–Não se preocupe com isso agora, Rony – tentou tranqüiliza-lo Harry.
– Não consigo tirar da cabeça a câmara da loja do Sr.Olivaras. Eu nunca pensei que houvesse algo parecido lá. – Disse Hermione extasiada.
– É, precisamos saber o que está escrito lá o mais rápido possível. – falou Harry enquanto atravessavam a rua – E vamos manter isso em segredo.
– O que vocês vão manter em segredo?
Ao ouvir a pergunta o coração de Harry gelou. Estavam tão entretidos na conversa que não perceberam Gina, que vinha atrás deles no percurso.
– O que vocês vão manter em segredo? – repetiu a pergunta Gina que já os alcançara.
– O que você está fazendo aqui? – perguntou Rony – Não estava com a mamãe?
– Vocês demoraram demais e eu saí para procurá-los – respondeu Gina – O que vocês estavam fazendo dentro da loja do Senhor Olivaras?
– Gina, não é de seu bico, não se intrometa nas nossas conversas – Falou Rony.
– Vocês não vão me contar, não é? – Gina começou falar mais alto – Vocês nunca me contam nada, tenho certeza de que não sou considerada nem amiga de vocês.
– Gina, não é assim – interveio Harry.
– Ah, Harry!Você também é outro que me trata mal.
Gina correu na direção da fachada da Florean Fortescue, que ainda estava despedaçada devido ao ataque meses antes. Na calçada, a Sra. Weasley e Fleur Esperavam rodeadas de sacolas.
– Eu acho que ela se magoou, Harry – comentou Hermione.
– Oh!Meu Deus! – exclamou a Sra.weasley indo desembalada em direção aos três – até que enfim vocês chegaram. Meu coração já não podia agüentar de tanta preocupação.
– Desculpe-nos Srª. Weasley – pediu Hermione – Acabamos perdendo a hora. Eu acho que demorei demais para escolher a minha roupa.
– Não se preocupe querida – falou Molly afável – Vocês demoraram e eu me preocupei.
– Arry – falou Fleur que estava quieta – você nos deixou preocupades.
Harry ficou calado enquanto que Rony admirava abobadamente Fleur. Gina estava toda vermelha, como se estivesse pegando fogo e olhava em direção ao nada como se não quisesse olhar para eles.
– O que aconteceu, Gina? – perguntou a Srª.Weasley – Que cara emburrada é essa?
– Nada – respondeu entre-dentes sem deixar de encarar o vazio.
– Vamos embora então – exclamou a Srª.Weasley – ainda teremos uma reunião hoje.
– Reunião? – perguntou Rony – Do quê?
– Em casa eu te falo – confidenciou a Srª.Weasley.
Saíram todos do Beco Diagonal passando pelo Caldeirão Furado. À porta um carro preto do Ministério os aguardava. Todos entraram e se acomodaram no carro que também já continha dois aurores.
A viagem para a Toca foi bastante rápida e tirando os variados comentários de Fleur não houve conversas.
O carro entrou na estradinha bucólica percorrendo-a com maciez. Em minutos deslizava pelo portão da cerca que denominava de Toca a estranha propriedade com uma casa de espectro medonha, com cômodos fora de prumo e que davam à sensação de que iriam desabar.
O carro estacionou em frente à charneca utilizada para guardar vassouras. Todos saíram até mesmo os aurores, e o carro partiu.
– Entrem – pediu a Srª.Weasley.
Eles entraram deixando-a conversando com os aurores.
Fleur se dirigiu ao quarto assim como Gina, que saiu correndo. Os três permaneceram na sala.
– Mamãe está esquisita – confidenciou Rony – ela falou de algo parecido com uma reunião, mas nós não sabemos de nada sobre e agora aparecem esses aurores extras.
– Talvez seja algum reforço do Ministério – concluiu Hermione.
– É, mas e essa reunião? – perguntou Harry
A Srª.Weasley entrou e a conversa parou por aí.
– Mãe – perguntou Rony – que reunião é essa?
– Ah! É da Ordem da Fênix – respondeu Molly com ar de cansada.
– Nós vamos poder participar dessa? – perguntou outra vez Rony, dessa vez com cara de incrédulo.
– É claro que não! – declarou finalizando a conversa e indo a direção à cozinha.
Os minutos se passaram com eles sentados no sofá da sala. Às 18h29min a campainha começou a tilintar. Rony curioso foi atendê-la.
– Boa Noite! – exclamou um grupo de pessoa razoavelmente grande. À frente do grupo a Professora Minerva McGonagall era acompanhada por Ninfadora Tonks, Remo Lupin e Hagrid.
– Boa Noite – respondeu Rony.
– Que bom que vocês chegaram – falou a voz de Molly vindo da cozinha.
– Sim e pelo que vejo somos os primeiros – falou Minerva.
– Mas o relógio nem soou seis e meia, Minerva – tentou defender Molly.
– Pontualidade, querida. Pontualidade...
Eles entraram e se acomodaram na sala junto com Harry, Rony e Hermione. A Srª.Weasley trouxe chá com bolinhos para todos.
De repente uma explosão no meio da sala assustou a todos. Uma fumaça colorida deu lugar a Fred e Jorge, que riam perante a cara de todos.
A Srª.Weasley os repreendeu, mas eles simplesmente disseram que era para acabara com o silêncio funesto que eles tinham certeza que haveria na casa. Eles perguntaram por Gina, que ainda não descera. Subiram correndo as escadas para chamar a irmã.
A campainha tilintou mais uma vez e a Srª.Weasley foi atender dessa vez. Logo voltou trazendo Olho-Tonto Moody, Amos Diggory e sua esposa.
Harry sentiu um frio na espinha quando os senhores Diggory o cumprimentaram demoradamente.
– Só falta Arthur, não é? – perguntou Amos impaciente.
– Sim, mas ele já está chegando – disse Molly apontando para o seu diferente relógio que apontava seu marido no trânsito.
Depois de alguns minutos Arthur apareceu pela porta dos fundos e cumprimentou a todos.
– Bom agora não falta mais ninguém – disse quando os gêmeos, Gui, Fleur e Gina desciam as escadas – Acho que podemos começar.
Todos concordaram e foram conduzidos pela Srª.Weasley para o escritório.
Na sala ficaram somente Harry, Rony, Hermione e Gina.
– Que droga! – exclamou Rony – Porque não podemos participar dessa reunião?
– Eu também isso chato, Rony – disse Hermione – mas não podemos fazer nada se eles não querem que participemos.
– Será que as Orelhas-Extensíveis não ajudariam agora? – perguntou Harry com um sorriso maroto.
– Não! – disse finalmente Gina ainda com a cara emburrada. – Papai Impertubou o escritório hoje de manhã. Segundo ele tudo comentado lá será inaudível e impenetrável.
– Só nos resta esperar. – falou Rony.
– Mas nós não íamos conversar? – incitou Hermione.
– Não com a Gina aqui. – explicou Harry encarando o chão. – Vamos para o quarto de Rony.
– Vocês estão me excluindo de novo! – falou Gina – Escondendo coisas de mim! Chega!
Gina se levantou e subiu mais uma vez correndo a escada.
– Isso está começando a virar rotina – brincou Rony.
– Vocês são maus com ela também – defendeu Hermione.
– Vamos para o quarto do Rony. – disse Harry – Lá vai ser melhor para conversarmos.
Os três subiram as escadas para o quarto do Rony. Pararam em frente ao quarto de Gina.
Hermione encarou os dois e bateu na porta. Nada. Tentou abrir, mas estava trancada.
– Eu conheço a Gina – falou Rony – Está fazendo birra. Daqui a Pouco vai voltar ao normal. Vamos deixá-la sozinha. Com certeza é o melhor.
– Se você diz – disse Hermione contrariada.
– É – concordou Harry se sentindo mal por excluir a Gina. No fundo se sentia um cafajeste por fazer isso com ela, seu cheiro floral, seu sorriso. Tudo nela o transportava para uma dimensão de paz e serenidade. Mas sabia que isso não importava para pessoas como Voldemort, que vêem no poder a fonte de todo o “bem”. Não, Harry não podia contar a ela seus segredos. Quanto perigo ela correria sabendo! Já não podia suportar o imenso temor que sentia pelos seus melhores amigos Rony e Hermione. Preferia afasta-la a perdê-la para sempre!
– Vamos para o quarto de Rony então – continuou Harry saindo de seus devaneios – Ela vai se recuperar.
Foram para o quarto de Rony.
Hermione foi à última a entrar.
– Não seria melhor algum feitiço para trancar a porta, Hermione? – sugeriu Rony – Não sabemos se Gina vai querer escutar.
Hermione olhou para Harry como se estivesse pedindo autorização.
Como se recebesse o consentimento desejado trancou a porta com um feitiço não-verbal.
Rony estava sentado em sua própria cama, assim como Harry estava na que lhe cabia em sua estada na Toca. Somente Hermione pegou uma cadeira de aparência muito antiga e carcomida e a colocou entre as duas camas, na beirada.
– Bom – disse Harry ao ver que a amiga já se instalara – O tempo está passando e eu preciso encarar minha missão o quanto antes. Voldemort – continuou mesmo com o espanto na cara dos amigos – vem ressurgindo cada vez mais forte e nós não podemos deixar que ele vença. Ou seja, preciso acabar o mais rápido possível com as horcruxes.
– Mas Harry – falou Hermione – Não venha com essa história de “Eu tenho”, nós já conversamos sobre isso e tanto eu quanto Rony vamos te auxiliar no que pudermos você querendo ou não na busca pelas horcruxes.
– Isso mesmo – concordou Rony – Você sabe que não está sozinho e não te deixaremos.
– É muito perigoso! – exclamou Harry – Vocês nem imaginam os perigos que Dumbledore e eu passamos naquela caverna e tenho certeza de que todas as outras estão escondidas em lugares com armadilhas ainda piores.
– Harry – cortou Hermione – Perigo? Todo o mundo Bruxo e Trouxa corre perigo, por menor que seja. Nós só apenas não queremos apenas morrer ou correr perigo sem que valha realmente a pena. Queremos, se assim for, morrer dignamente levando o máximo de Comensais que pudermos.
– Com certeza Harry – apoiou Rony – e não vamos dar o braço a torcer a essa sua idéia de procurar as horcruxes sozinho já que é tão perigoso.
Harry ouvia os amigos se lembrando do ano passado. Nessa mesma época, ele fora buscado por Dumbledore na casa dos Dursley. Como se fosse ontem ainda lembrava nitidamente do que falara para Dumbledore. “Morrer bravamente...” Seu comentário deixara Dumbledore feliz, até recebera o elogio de ser comparado a seus pais. Estranhamente o que Hermione acabara de falar se assemelhava ao que ele dissera e isto o fazia entender a amiga profundamente: Compartilhava o mesmo desejo e assim os três se uniam. Harry sempre soube que se algo estava destinado a ele, não o faria sozinho, mas sim com os seus amigos iria alcançar o seu objetivo. Se ele era o “Eleito” como falavam os rumores, não o era sozinho, os três eram “O Eleito”, porque Harry dependia tanto deles quanto o mundo dependia de Harry.
– Vocês me venceram! – exclamou.
– Até que enfim! – falaram Rony e Hermione juntos.
– Mas Harry – disse Rony – Você já pensou se vai para Hogwarts?
– Pelo que eu estou vendo eu vou ter que ir lá de qualquer jeito – desabafou Harry.
– O que seria bom, assim nós aproveitávamos e pesquisávamos sobre aqueles hieróglifos estranhos da loja do Sr.Olivaras.
– É mesmo – falou Harry. – Precisamos descobrir o que é aquela sala e o que tem lá, para saber o que Snape procurava.
Rony com certeza não estava gostando do rumo que a conversa estava tomando. Pesquisas não eram com ele e o fato de Harry estar apoiando o instinto vicioso de Hermione significava que o negócio ia ser feio.
– Harry – falou na primeira brecha que encontrou – Você já tem algum lugar para procurar uma horcrux?
– Temos apenas as conjecturas que Dumbledore nos deixou – respondeu Harry – Já é um começo.
– Sim, é alguma coisa – concordou Hermione. – Por onde vamos começar?

***
Na sala debaixo todos se acomodaram nas cadeiras conjuradas exclusivamente para a reunião. Estavam distribuídas por todo o escritório e formava um círculo.
Todos se acomodaram rapidamente em suas cadeiras. Arthur permaneceu em pé e tomou a palavra:
– Bom – disse sorrindo – Marcamos essa reunião na minha casa, pois todos sabem que por enquanto não podemos fazer nada na nossa sede. E precisamos ter uma reunião depois de tanto tempo sem nos reunir, mesmo não tendo todos os nossos partidários hoje presentes, vamos discutir sobre o que vem nos afligindo e outras coisas que precisam ser modificadas. Minerva...?
– Obrigada, Arthur. – falou Minerva McGonagall se levantando.
– Pretendo ser o mais breve possível – falou crispando os lábios – Dumbledore me confiou muitas coisas dirigidas a Ordem da Fênix por motivos de segurança e precaução. Era sem dúvida um homem à frente de seu tempo. Antes que fosse brutalmente assassinado deixou tudo em ordem, como sempre.
“Não vou me ater a esses pormenores que tenho certeza vocês conhecem, mas vou me resumir. Dumbledore me confiou o segredo do Fidélius. Ou seja, eu sou a fiel do segredo da Ordem da Fênix, e o era quando Dumbledore morreu.”
“Por motivos de uma própria promessa feita a Dumbledore, eu somente pude confidenciar isso a vocês hoje.”
“Outra coisa importante referente ao desejos de Dumbledore referentes a Ordem são o de que O Testamento dele fosse aberto na sede da Ordem. Eu sou a testamentária-testemunha de Dumblefore. E sabiamente fica ao meu encargo sua comprovação oficial, como também eu sou a leitora benemérita.”
“Um de seus últimos e, conforme ele mesmo falou mais importante desejo é o de que os senhores Harry Potter e Rony Weasley, e as senhoritas Hermione Granger e Ginevra Weasley participem integralmente da Ordem da Fênix, sem restrições.”
– Como! – exclamou Molly – Dumbledore não estava muito bem quando lhe pediu isso, Minerva!
– Se controle, Molly – falou calmamente Arthur – Dumbledore certamente tinha suas razões para ter desejado isso. Lembre-se é apenas um desejo.
– Mas e o nosso líder? – perguntou Amos agitado.
– Vai ser escolhido na próxima reunião por meio de votação na sede. Com todos os participantes.
Um rumorejo começou a aumentar na reunião. Conversas paralelas eram abordadas pelos presentes.
– Chega! – falou MacGonagall – Se vocês não perceberam a reunião ainda não acabou!
– Desculpem-nos, professora – pediram Jorge e Fred tirando alguns sorrisinhos de todos.

***
–... Por isso não queria que vocês fossem comigo – terminou Harry. – Imaginei que seria assim. Se eu contasse para gina seria pior, então me afastei dela para que ela não sofresse ou se magoasse como ocorreu hoje. Fracassei terrivelmente.
– Não precisa ficar assim Harry – acalentou Hermione – Nós sabemos o que você sente e queremos carregar esse peso junto com você.
– Eu também quero te ajudar, Harry. – soou uma voz chorosa.
Os três olharam espantados para o canto da parede, onde apenas um enorme pôster laranja dos “Chudley Cannons” pendia no ar. Gina apareceu do nada tirando de si a capa de invisibilidade do Harry e a colocando sobre a cama de Rony.
– Me desculpem a intromissão – falou encarando os três boquiabertos.
– Desde quando você está aqui? – falou Rony num ruído gutural.
– Desde quando vocês entraram. – disse se sentado ao lado de Harry. – Oh! Harry Como você pode agüentar tudo isso? – falou abraçando-o. Harry recebeu o abraço apertado de Gina, embora ainda estivesse surpreso. – E você sem me contar, guardando pra si, tentando me livrar dos perigos de estar ao seu lado! Como fui tola pensando que você não gostava mais de mim!
Rony olhava para Gina com sua característica cara de nojo. Hermione lançava um olhar perdido para os dois com um enorme sorriso na cara.
– Como você teve a coragem de fazer isso com a gente, Gina? – perguntou Rony. – Ai! – grunhiu recebendo um tapa na cabeça de Hermione. – Por Que você me bateu?
– Porque você é muito inconveniente!
– Vocês não vão começar a brigar agora vão? – falou Harry ainda abraçado com Gina.
– Gina –perguntou Harry – Como você veio parar nesse quarto?
– Ah! Harry, muito fácil. Eu subi as escadas, passei o trinco na porta do meu quarto e entrei nesse quarto pegando a sua capa e me escondendo naquele canto – e apontou para o pôster.
– “Eu conheço a minha irmã” – falou Hermione imitando Rony.
– Isso não importa mais – disse Gina séria – o que importa é que vocês agora têm um membro a mais no seu grupo. Vocês vão ter de me aceitar agora no seu grupo. Eu sei os seus segredos.
– Isso é chantagem! – gritou Rony
– Menos Rony – falou Hermione – eu acho que Gina viria a calhar. O que você acha Harry?
Harry Olhou para Gina pensativo. Mudara muito de opinião durante o verão. Afinal se seus amigos e todos já corriam perigo, Gina corria perigo também. Era melhor que fosse vigiada de perto por eles.
– Eu penso que a Gina pode participar... – Gina sorriu reabraçando Harry. – Desde que faça apenas aquilo que nós dissermos.
Gina fechou um pouco a cara.
– É isso ou não é nada. – terminou Harry.
– É – disse – Fazer o quê?
– Oba! – disse Hermione – Uma menina no grupo para equilibrar! – e caiu na gargalhada.
– É bom mesmo que você nos obedeça direitinho, viu – falou Rony conformado.
Harry estava um pouco pálido demais e passava as mãos nos braços.
– O que foi Harry – perguntou Gina.
– Sei lá – disse – Comecei a sentir esse frio de repente.
– Credo! – comentou Hermione – Também to sentindo.
– Essa janela não ta aberta não? – perguntou Rony indo até a janela abrindo a cortina de veludo.
– Caramba! – exclamou.
– O que foi Rony? – todos perguntaram.
– Dementadores! Dementadores estão vindo pra cá!
Os quatro estavam tentando ver pela janela; Um bando de Dementadores vinha na direção da Toca.
– Vamos combatê-los! – falou Harry pegando a varinha.
Os quatro desceram as escadas correndo. Ao abrirem à porta de entrada Harry parou.
– Gina, você não.
– O quê? – disse Gina.
– Vai chamar os componentes da Ordem – falou Harry em quanto que mais a frente os patronos de Rony e Hermione já entravam em ação.
– Mas... – tentou Gina.
– Qual foi o nosso trato? – falou Harry se virando e indo com os amigos, deixando atrás de si uma Gina furiosa.
Ela caminhou aos fundos da casa, em direção ao escritório.
– Abram à porta! – gritou batendo na porta.
Gina estava descontrolada e dava chutes tentando abrir à porta.
– Que Droga! – falou cansada. – A sala está Impertubada! Burra!
Num gesto rápido pegou a varinha do bolso.
Bombarda! – gritou com a varinha em direção à porta.
O feitiço bateu com estrondo na porta, destruindo-a por completo.
Estamos sendo Atacados!!!– berrou a todos que a olhavam perplexos








Gostaram?
Desculpem-nos a demora. Volta às aulas....
Comentem por favor!!!

Não vamos desaminar por qualquer mal-entendido, não se preocupem.


Abraços e Beijos de Mel & Brian♥♥♥

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