Um Aliado Misterioso








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Assim que chegou na sala uma estranha névoa acinzentada se formou predominando o ambiente.

-VOCÊ! – Gritou Harry empunhando a varinha sendo imitado por todos que o seguiam.

-Bom Dia Potter!

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Ao ver a pessoa que se encontrava ao lado de Alastor Moddy não acreditou, ali diante de seus olhos estava aquele por quem cultivava ódio desde o momento que pisou em Hogwarts e sabia que esse sentimento era simultâneo. Parado ao meio da sala, com um sorriso triunfante e uma aparência indecifrável se encontrava nada mais nada menos que o comensal que tirou a vida do maior bruxo de todos os tempos, Severo Snape.

Como um flash Harry reviveu todos os momentos finais de vida de Dumbledore passando diante de seus olhos, chacoalhou a cabeça com a intenção de fazer desaparecer a visão daquele momento. Olhando ao redor viu a senhora Weasley alarmada por ver que ele, Hermione e seus filhos caçulas, incluindo os gêmeos, apontavam a varinha sem hesitação nenhuma em direção ao professor Snape.

- O QUE FAZ AQUI? Sibilou Harry reparando pelo canto dos olhos que Minerva McGonagall também chegara e tentando se controlar para não acabar com a vida de Snape imediatamente.

- Não pense que estou aqui de bom grado. Vim até aqui por que Alastor me pediu para... – vendo que Harry ia questionar ergueu um pouco o tom de voz – me empenhar a dar aulas para você. Quem diria que justamente VOCÊ iria precisar de minha ajuda para enfrentar o Lord das Trevas. – completou com desdém.

- Cruci... – tentou lançar Harry sendo bloqueado por Severo.

- Me escute Potter! – pediu Snape com um sorrisinho triunfante nos lábios.

- Não tenho nada pra escutar vindo de você! – cuspiu as palavras

- Estupe... – Harry foi interrompido novamente por Snape.

- Potter, você não aprendeu nada? Você só conseguirá me acertar quando aprender a manter a boca e a mente fechadas – irritou-se Severo

- Agora me escute! – ordenou

- NÃO! – gritou o eleito

- Você vai me escutar, Potter, nem que seja a força. – falou Snape apontando a varinha pra Harry.

- Não vou, e quero ver quem vai me fazer ouvir o que tem a dizer – esbravejou o eleito.

- Vá com calma, garoto! – Pediu Alastor olhando fixamente para Harry enquanto seu olho girava analisando o olhar de fúria de todos os jovens que mantinham o rosto centrado em Snape e a varinha preparada para um ataque a qualquer momento.

- Vá com calma? Como pede pra eu ter calma? – esbravejou indignado com a calma que se estabelecia entre senhora Weasley e professora McGonagall que se mantinham um pouco afastadas.

- Escuta aqui seu nariz de gancho, cabide de roupas de trasgos, o Harry e nem ninguém quer ouvir o que você tem a dizer – interferiu Gina – E você Moody, como tem coragem de pedir para que Harry ou qualquer um de nós que tenha calma? – inconformada falou tentando ir em direção a Snape enquanto Mione tentava por tudo para que ela calasse a boca.

- Gina, tenha mais respeito! Isso são modos para falar com um professor de Hogwarts? – vociferou a senhora Weasley

Desvencilhando-se de Hermione se aproximou um palmo de Severo Snape encarando o morcegão minutos antes de responder pra sua mãe.

- Professor de Hogwarts! – Exclamou olhando para Molly – Mamãe, por favor, ele MATOU DUMBLEDORE. – alterou a voz dando ênfase nas duas palavras finais. – Como quer que eu respeite um comensal da morte? Ou será que a senhora já esqueceu? Alias o que foi que esse daí falou pra convencer vocês a trazê-lo até o Harry? – questionou a ruiva em fúria.

- Harry eu acho que é sensato ouvir o que Snape tem a nos dizer. – falou Hermione - Gina tem razão. – vendo que o amigo a olhava sem entender o que queria dizer prosseguiu - Que argumento ele usou para convencer o Moody? Estamos falando de Alastor, está lembrado? “Vigilância Constante!”– completou mantendo o olhar frio de Snape, sem nem ao menos desviar por um segundo. Mione sabia que mantendo esse contato visual estaria demonstrando coragem. Uma coragem típica de uma verdadeira Griffindor.

- Harry, se acalme tudo vai ser explicado – firmemente falou Moody.

- Ah! É fácil chegar aqui com esse morcego velho e pedir para o Harry manter a calma não é Moody? Mas queria ver se te arrumassem um assassino para te ensinar alguma coisa para você ver se consegue manter a calma. Humf! - exasperou Rony que até o momento havia ficado calado. – Esse homem devia estar em Azkaban e não solto exibindo esse narigão por ai. – completou percebendo o olhar raivoso que sua mãe lhe lançou. Deu de ombros e continuou ao lado de seu amigo. Fred e Jorge mantinham ainda as varinhas em punhos.

- Quem mais sabia que esse homem viria me dar aulas? – questionou Harry com o maxilar tencionado, dando impressão a todos que seus dentes trincariam a qualquer momento.

- Harry querido, calma! Tenho certeza que se você der uma chance, Severo vai explicar tudo para você! – disse Molly suplicando a paciência do rapaz.

- Moddy, senhora Weasley, - Harry falava tão seco que suas palavras cortavam o ar conforme se propagavam. Uma atmosfera gélida pairava entre todos, aumentando gradualmente junto com a tensão no recinto. - Não deu certo uma vez ele me dar aulas – prosseguiu Harry - e Dumbledore estava vivo... Agora com Dumbledore morto POR ELE, não tem a menor condição! Me diz: quem, ou o que levou um de vocês a pensar que isso daria certo de alguma forma?

Alastor e Molly se preparam para responder, mais a resposta veio do próprio Severo Snape. As palavras do homem mais soberbo do local soavam um tom acima de um sussurro, e seus olhos negros não evidenciavam qualquer tipo de emoção, nem mesmo raiva.

- Vejo que não há sinais de mudança em seu comportamento, Potter. Continua o mesmo ser presunçoso, tsk, tsk, tsk, tão obtuso... Talvez Alastor, seria útil e mais proveitoso dar aulas de etiqueta a um grupo de trasgos montanheses! – disse Snape dissimulado.

- Snape! E você também Potter! Não é hora para briguinhas ridículas como essa! – reprovou Alastor.

- Não, é claro que não. – respondeu Snape com o rosto impassível, dando a entender que a situação era extremamente entediante para ele.

Harry sorveu todo o ar que pôde, mas não respondeu. Sua vontade de estrangular Snape com as próprias mãos eram tão forte, que lhe ocupou o tempo para uma resposta hábil. O peito de Harry estava tão comprimido de sentimentos angustiantes, que sua voz tinha dificuldade em sair de forma natural, o rosto do homem a sua frente o olhando com tal superioridade lhe provocava um ódio sem limites. Era certo de que ele não aceitaria ter aulas com Snape, fosse por qualquer motivo, isso era absurdo e transcendia a capacidade do rapaz de conseguir absorver alguma informação valida de uma pessoa tão odiosa aos seus olhos.

Alastor se mantinha atento a todos os movimentos. O semblante furioso descaracterizado de Harry, os olhares aturdidos de Molly, Rony e Hermione. Mas seu olho mágico focava com muita atenção Fred e Jorge que sustentavam a posição de suas varinhas na direção do mestre de poções.

- E vocês dois aí! O que estão fazendo com as varinhas apontadas para Snape? Vocês sabiam que Snape viria, não sei por que de estarem agindo assim – Moody questionou os gêmeos.

- Se Harry desconfia de Snape – disse Jorge.

- Nós também. – arrematou Fred.

- Fred, Jorge! Mas que bobagem! – disse Molly em tom de bronca aos filhos.

- Mesmo depois da morte de Dumbledore – continuou Fred ignorando o olhar de critica de sua mãe.

- Harry continua um homem cem por cento de Dumbledore, isso não vai mudar. - disse Jorge em cumplicidade com o irmão. – Se Harry acha que Snape traz problemas, também achamos oras! – terminou por dizer Jorge.

- Somos homens cem por cento de Harry Potter – disseram os gêmeos em uníssono praticamente rosnando para Snape.

Molly balançou a cabeça desgostosa, completamente embaraçada pela situação completamente descabida que os gêmeos estavam protagonizando, deixando a situação mais tensa do que já era por si só.

- Vocês não estão ajudando! – vociferou Hermione aos gêmeos.

- Hum... Interessante, quase comovente... Homens de Harry Potter – os lábios de Snape se contorceram em um sorriso de desdém. – desculpe-me se eu não vejo honra nisso, mas, realmente não é uma questão relevante. Precisamos de pessoas na ordem que seja bem preparada, eu acho que o perfil acadêmico dos dois, e o fato de não terem ao menos feitos os N.I.E. N’S conta bastante quando se está frente a frente com um comensal da morte, principalmente por que eles sabem o que fazer... Podem garantir o mesmo? Não se pode contar infinitamente com a sorte, - os olhos negros e vazios de emoções de Snape esquadrinharam o ambiente, era como se precisasse ver a reação causada por suas palavras em cada pessoa da sala - isso serve tanto para vocês dois como os demais “jovens” que estão nessa sala. - Snape fingia falsa simpatia, mas a acidez era evidente em suas palavras - A direção da loja de logros é lucrativa e um tanto desgastante, posso concordar com esse ponto, mas não é um trabalho altamente arriscado, não é mesmo? – o timbre do mestre de poções bailou preguiçoso e se arrastava com o peso do sarcasmo. Antes que Harry ou mais alguém na sala pudesse protestar por tamanho absurdo dito por ele, Molly se inflamou com o tom e o teor das palavras usadas pelo homem.

- Meus filhos, Severo, não tiveram as melhores notas em Hogwarts com você, mas possuem um caracter formidável e jamais alguém duvidou da capacidade deles! Jamais você vai ouvir que Fred e Jorge tiveram algum problema por terem uma índole duvidosa! Podem entrar e sair de qualquer local sem que as pessoas olhem desconfiadas... Pode dizer o mesmo? Bem, acho que não Severo! – rugiu como uma verdadeira leoa a bruxa baixa e gorducha em defesa de seus filhos – Então, por favor, não os trate como pessoas inferiores, isso eu não admito! – concluiu Molly com o rosto afogueado pela irritação.

- É claro Molly, não foi minha intenção ofender a “honra” da sua família – as desculpas de Snape foram tão falsas quanto uma moeda de cem galeões.

- Podia ter dormido sem essa “SNAPE” – disseram os gêmeos sincronizados, piscando para a sua mãe. Um ínfimo sorriso de orgulho perpassou nos lábios de Molly antes que ela retomasse sua postura matreira de matriarca.


Harry resolveu ouvir o que aquele ser repugnante tinha a dizer e tanto ele como os amigos se sentaram em um dos sofás. Molly e McGonagall sentaram-se em um outro enquanto Moody e Snape sentavam em cadeiras conjuradas por eles mesmos.

- Potter, você deve estar achando que sou um seguidor de Voldemort por ter matado Dumbledore – analisou cada adolescente que estava prestando atenção enquanto Harry tentava a todo custo fazer com que a vontade de azarar Snape sumisse temporariamente – Isso não é verdade. Fiz exatamente o que Alvo me pediu. Sim, Potter. Ele pediu que eu o matasse quando chegasse o momento certo.

- Dumbledore não pediria uma coisa dessas – resmungou Harry sabendo que poderia estar enganado, afinal sabia que o maior bruxo de todos os tempos seria bem capaz de fazer um pedido descabido desses.

- Entenda, eu havia contado a ele sobre a missão de Malfoy e sobre o voto perpétuo que fiz para proteger Draco. O diretor, sabendo que o garoto fracassaria com a missão dada por Voldemort, foi irredutível pedindo que quando chegasse a hora eu cumprisse com a minha promessa em não deixar que nada acontecesse com Draco.

- Você quer me fazer acreditar que Dumbledore trocou sua vida pela de Draco? – perguntou Harry franzindo o cenho em descrença.

- Potter, Dumbledore já estava condenado à morte. Ou será que você não foi capaz de perceber que ele estava morrendo antes mesmo que Draco ou qualquer outro chegasse à torre?

Pensando nessas palavras, não pode deixar de engolir em seco se lembrando daquele liquido ingerido na caverna. Sabia no seu mais profundo ser que Dumbledore já não estava bem e mesmo assim não conseguia acreditar nas palavras daquele homem a sua frente.

Vendo que o “eleito” continuava em uma batalha individual prosseguiu.

- Ele me fez prometer que eu faria o que fiz. Convenceu-me e jurei obedecê-lo fazendo outro voto perpétuo, que assim que ele me ordenasse eu o mataria, e acabei tendo de cumprir. Ele se comunicou comigo assim que eu cheguei à torre pedindo que à hora havia chegado e eu tinha que cumprir com o juramento, mesmo contra minha vontade.

- E foi por isso que Moody acreditou em você? A ponto de trazê-lo aqui colocando todos em perigo! – falou bruscamente Harry, que começava a pensar em várias coisas ao mesmo tempo, sabia que se Snape estava, em outras palavras dizendo estar do seu lado, quem poderia garantir que ele não estava jogando do lado do inimigo? Um calafrio percorreu a espinha só em imaginar que agora Snape tinha acesso livre à casa do Largo Grimmauld e sabia dos riscos que aquela família estava correndo se não tomasse todas as providências necessárias.

- Não garoto. Você está lembrado do seu aniversario na Toca? – Olho-Tonto percebendo o entendimento dado por um aceno prosseguiu – Snape estava lá. Ele sabia que a carta da senhorita Chang havia sido interceptada por uma comensal e resolveu ir até a Toca para tentar impedir que a garota, sob influencia de uma maldição, levasse você à comensal que o aguardava do lado de fora. Mas ele viu que o plano deu errado a partir do momento que a pequena Weasley – nesse momento Gina levantou os olhos em direção aos de Harry – reagiu involuntariamente com magia, fazendo assim com que Cho Chang ficasse meio atordoada e saísse correndo desembestada dando de encontro com Severo, que usou um feitiço para alterar a memória dela impedindo que assim ela se lembrasse onde esteve e o que tentou fazer contra você, Harry.

- Bem... Não posso dizer que essa historia não tenha coerência – falou contrariado Harry, analisando um sorriso vitorioso no rosto do ex-professor – Mas eu me recuso a ter aulas com ele.

- Como? Você está maluco? – perguntou Moody.

- Maluco eu seria se aceitasse qualquer coisa que venha dele. – falou em um tom rabugento.

- Potter! É seu direito recusar a ajuda de Snape, não vou forçá-lo a treinar com quem você não confia – McGonagall falou em um tom de certo alivio afinal mais do que nunca tinha todos os motivos para duvidar de Severo Snape. Por mais que as explicações tenham sido aceitas.

- Mas gostaria que você repensasse seriamente sobre a recusa dessa ajuda a qual poderá fazer diferença nessa guerra. – a atual diretora falou olhando fixamente para Harry que notou no olhar que precisariam conversar sem a presença de Snape.

- Agora que tudo foi explicado e sabendo que Harry recusou a colaboração de Severo – disse McGonagall – tenho que anunciar que o cargo de Defesa Contra Artes das Trevas é do professor Snape. – após essas palavras os jovens ficaram meio indignados ao saber que os amigos de Hogwarts teriam que conviver com aquele homem insuportável. Mas por outro lado um alivio tomou conta deles, afinal não freqüentariam as aulas em Hogwarts, não teriam tempo, por que tinham que pesquisar treinar e ir atrás das horcrux.

- Pelo menos estamos livres de ter aulas com ele – disse Gina sorrindo, que aos poucos foi se desmanchando ao ouvir o que sua mãe declarara.

-Não mocinha. Você vai ter aulas normalmente – interpôs Molly vendo a filha ganhar uma tonalidade vermelha, sinônimo que estava prestes a estourar em fúria, coisa comprovada logo a seguir.

- Como assim, mamãe? Eu me recuso a ter aulas com esse daí – esbravejou com o dedo erguido apontando para o professor, enquanto Harry sentia raiva em não poder interferir em beneficio de Gina.

- Ele que não faça nada contra nossa irmã senão está ferrado – resmungou Fred e Jorge, entre si, dando murros na própria mão.

- Filha, eu e se pai autorizamos você a fazer certas coisas, mas isso não quer dizer que poderá recusar um professor. Mesmo porque nisso nós não podemos interferir, é uma decisão da diretora da escola. – falou tristemente Molly, sabendo que dessa vez não podia fazer nada, só pedia mentalmente a Merlin que Snape estivesse falando a verdade e que não fizesse nada contra os alunos.

A caçula Weasley se retirou fazendo com que seus cabelos ficassem esvoaçantes, por onde passava quadros caiam, cálices que ficavam a um canto da sala se agrediam a casa começou a chacoalhar furiosamente fazendo com que todos, que já estavam em pé, cambaleassem. Rony via tudo abismado, enquanto Mione, apoiada no encosto do sofá tentando manter-ser em pé, franzia o cenho em sinal de entendimento.

Harry sem entender muito bem o motivo de Gina andar liberando tanta magia involuntária correu até ela ao vê-la levar as mãos na cabeça, como se tivesse tentando fazer tudo aquilo parar. Percebeu que era algo que ela não conseguia controlar, se aproximou tocando levemente em seu ombro, fazendo com que a garota desse um pulo de susto. A impressão era como se ela tivesse esquecido que havia outras pessoas próximas. Com calma, pediu para que respirasse devagar e tentasse se concentrar em alguma outra coisa, fazendo com que isso só piorasse a situação, afinal tudo que conseguia pensar era nas aulas terríveis que teria com o morcegão. Por fim, vendo que estava complicando a situação, subiu alguns degraus segurando pelo seu braço e falou para que ela se arrumasse por que eles iriam para o Beco Diagonal fazer compras para a festa de aniversário dela. Aos poucos ela foi tirando as mãos da cabeça e percebeu que tudo voltara ao normal. Deu um sorriso meio sem graça a Harry e foi para o quarto.

Snape que via tudo com um olhar compenetrado não pode deixar de dar um meio sorriso com uma mistura de divertimento, admiração e preocupação. Harry assim que desceu os degraus percebeu o sorriso de desdém que bailava em Snape, ergueu uma das sobrancelhas intrigado, e avisou Mione, Rony e os gêmeos para subirem, pois precisavam conversar.

-Tenham um bom dia! – desejou Snape se encaminhando até a porta seguido por Moddy.

Harry viu Fred e Jorge subindo rapidamente, afinal já supunham que seria sobre o aniversario de Gina que o eleito queria falar com todos eles. Molly conversava com McGonagall em um canto da sala próximo à lareira. Olhando pra cada um que se mantinha ali naquela sala, uma idéia veio rapidamente em sua mente antes de Snape fechar a porta e partir.

-SNAPE? – Chamou Harry fazendo com que Moody virasse bruscamente analisando o garoto com o olho mágico. – Antes que você saia por ai, quero que façamos um voto perpétuo aqui.

- O que? – perguntou Snape sentindo um arrepio desagradável contornar seu ser.

- Isso mesmo que ouviu. Não vou deixá-lo sair por ai podendo trazer comensais para essa casa e muito menos comentar qualquer coisa que tenha sido ou venha a ser falado aqui dentro. – falou Harry decidido para admiração de Molly, McGonagall e Moody que acharam sensata a atitude do rapaz, afinal se não confiava totalmente em Snape, por que haveria de deixar ele com total liberdade, podendo fazer o que quer que fosse com eles?

- Perfeito. –disse Moody – Vigilância Constante, Potter. Você está certíssimo. – alegrou-se o ex auror para desgosto de Snape.

- Vamos fazer um voto ao qual Snape está proibido de fazer ou ajudar qualquer outra pessoa a vir nessa casa para atacar os moradores, está proibido em comentar com quem quer que seja tudo o que acontece aqui, incluindo o que Gina acabou de fazer – resmungou Rony.

Severo Snape olhou direto nos olhos do eleito e vendo que o menino estava determinado concordou, voltando ao centro da sala e fazendo o juramento a contra gosto, afinal achava isso desnecessário. Logo após se retirou agitando a capa e sumindo porta afora.

- Moody e professora McGonagall eu quero que, se possível, consigam outra pessoa de confiança para me ajudar no lugar de Snape.

- Muito bem Potter. Eu já estava pensando em falar com Moody para ver se teria como você aceitar ajuda de outra pessoa que não fosse Severo. – com um sorriso falou a diretora e professora de Hogwarts. – Mas me alegro em saber que tal atitude tenha vindo de você mesmo, assim não vamos ser obrigados a convencer você para aceitar ajuda de alguma forma. – completou olhando para Moody, gesto que deu a entender a Harry que eles já tinham em mente alguém.

Harry desejou um bom dia e subiu junto com Mione e Rony que o esperavam próximo a escada.


Alguns minutos depois, todos já estavam novamente reunidos na sala e de lá partiram via pó de Flú para o Beco Diagonal. Lá chegando, primeiro visitaram a loja dos gêmeos. Depois, começaram a percorrer as lojas do Beco, à procura do que precisavam para a festa de logo mais. Mione e Gina conversavam animadamente, escolhendo enfeites, roupas, tentando adivinhar como seria a noite. Felizmente isso parecia estar alegrando um pouco a menina, que também tinha o irmão ao seu lado, fazendo palhaçadas na tentativa de animá-la.

Harry estava meio afastado. Ainda sentia algumas fisgadas pelo corpo, lembranças do dia anterior. Mas na verdade, duas coisas o preocupavam. Primeiro, o fato de ter que receber aulas extras, mesmo sem saber de quem. Segundo, o fato de Snape ainda dar aulas para Gina naquele ano. Ele não estava gostando nada da idéia, mas não queria que nada estragasse aquele dia, então resolveu tomar uma atitude.

Enquanto estavam no quarto se arrumando, conversara com Fred e Jorge, e descobrira qual seria o presente que os dois dariam para a irmã. Um lindo vestido. Então tivera a idéia. Há dias que ele estava tentando encontrar o presente ideal para sua ruivinha, mas não conseguia encontrar nada que combinasse com ela. Até aquela manhã.

Aproveitando que todos estavam distraídos com as compras, e principalmente com a confusão causada pela Srª. Weasley enquanto escolhia o que queria comprar, Harry saiu discretamente da loja. Caminhou pelo Beco até achar a loja que queria e entrou. Era uma loja antiga, como a maioria das lojas por ali. Mas esta era muito mais refinada, uma vitrine repleta de jóias e pedras preciosas, relógios de bolso e até relógios trouxas banhados em ouro. Ele foi até o balcão, onde uma jovem e sorridente atendente encontrava-se debruçada sobre o balcão. Porém, quando a jovem mirou seu olhar para a cicatriz em sua testa, seu sorriso desapareceu e ela disse.

- Por Merlin! Você é Harry Potter!

- Eu sei que sou. – Respondeu ele, mal humorado. Já estava cansado de causar assombro em todos daquela maneira.

- Me desculpe Senhor Potter, mas é que nunca pensei que o conheceria pessoalmente. É uma honra. Em que posso ajudá-lo? Perguntou a moça, sem graça.

- Tudo bem. – Disse ele, também sem graça, arrependido da grosseria – Estou procurando um presente para dar a uma amiga.

- Ah! Amiga de sorte essa. O senhor veio ao lugar certo. – Respondeu a atendente, com um olhar malicioso, ao qual Harry corou violentamente.

Harry permaneceu na loja por quase meia hora, até encontrar o que queria. Mas sentiu-se satisfeito ao final, seu presente era lindo e delicado, forte e com personalidade, assim como Gina. Estava voltando pela rua em direção à loja onde os Weasleys e Hermione estavam quando estacou. Viu os inconfundíveis cabelos cor de fogo mais adiante, virando uma esquina. Num lugar que ninguém em seu juízo perfeito entraria. Mas afinal, ela não tinha o que poderia considerar um juízo, por isso Harry guardou seu presente no bolso interno das vestes, sacou sua varinha e saiu correndo em direção à Travessa do tranco.

*****
Gina já não estava mais tão animada. Rony e Mione estavam sendo demais, tentando animá-la. Mas não era esse tipo de conforto que ela precisava. Precisava dele. Do carinho dele, de suas palavras reconfortantes, até do cheiro dele. Mas Harry estava tão distante desde que saíram de casa... E para piorar ainda mais sua decepção, agora Harry desaparecera. Já fazia quase meia hora que ele saíra sem falar nada com ninguém, e ela já estava começando a ficar preocupada.

Enquanto pensava em tudo isso, olhava um belo vestido na loja em que estava com a mãe. Por instinto dirigiu seu olhar para a vitrine da loja, bem a tempo de ver um vulto trajando roupas pretas e um capuz passar em frente – “Um comensal? Aqui?””- Pensou ela –” Só podem estar atrás do Harry. Preciso fazer alguma coisa!”

Gina não seria uma verdadeira Weasley, irmã de Fred e Jorge, se não soubesse algumas artimanhas como, por exemplo, sair de fininho de perto da sua mãe, esgueirar-se pelas prateleiras da loja e conseguir chegar até a rua sem ser vista. Lá chegando, olhou na direção em que o vulto passara e o viu a alguns metros de distância, quase saindo de seu campo de visão. Correu atrás, sacando sua varinha, sem se importar com as pessoas em seu caminho, alguma coisa lhe dizendo que Harry estava em perigo e que precisava dela.

Continuou percorrendo as sinuosas ruas e becos, sem reparar para onde estava indo. Então viu o vulto virar uma esquina e descer uma ruela ainda mais estreita e mal iluminada que as demais, com lojas estranhas e vazias dos dois lados, nem reparou que não havia ninguém transitando por ali. A uns dez metros de distância, lá estava o vulto parado, em frente a uma loja chamada Borgins e Burkes, ainda de costas para ela. Gina se aproximou sorrateiramente, e quando estava bem atrás da pessoa, em frente a um pequeno vão entre duas construções, falou.

- O que você quer aqui, Bela? Não ficou satisfeita com o que recebeu ontem?

- Ora, vejam só! A namoradinha do Potter. – Disse Belatriz Lestrange, virando-se e encarando a menina, com um sorriso cínico no rosto.

Gina percebeu tarde demais. Quando tentou se virar para o vão em frente ao qual estava, de lá um comensal já lançava uma azaração “Estupefaça!”, que a atingiu em cheio, lançando-a para trás, pelo menos três metros de distância. Mas Gina não chegou a atingir o solo, pois foi amparada por outro comensal, que saiu de trás de uma pilastra de sustentação de uma loja. Um terceiro saiu de dentro da Borgins.

- Criança tola. – Disse Belatriz, rindo.

- Não ouse tocar num só fio de cabelo dela Lestrange. Disse Harry, que acabara de entrar na Travessa.

- Potter! Ora, mas isto está ficando cada vez melhor. – Zombou a bruxa – E o que você vai fazer? Lutar contra nós quatro por sua amada?

- Com certeza! “Estupefaça!” “Accio Gina!” – Bradou ele agilmente, atingindo o comensal que segurava Gina e antes que esta caísse no chão, trouxe-a para seus braços.

- Potter! Potter! Potter! – Lestrange balançava a cabeça, como se estivesse achando muita graça na cena – Você realmente acha que isso vai adiantar alguma coisa? Peguem-no!

- “Rictusempra!”

- “Estupefaça!” – Bradaram os dois comensais.

- “Protego!” – Harry se defendeu, conjurando um escudo. Mas sabia que não resistiria por muito tempo, com Gina desacordada e sem mobilidade para lutar. O máximo que podia fazer era se defender.

Uma chuva de feitiços caia sobre ele, que continuava a proteger a si e sua amada. Então, Belatriz que até o momento não entrara na luta pareceu ficar entediada. Mirou na base de uma pilha de caixas, empilhada às costas de Harry e lançou.

- “Reducto!”

A pilha de caixas, contendo diversos objetos de origem duvidosa caiu sobre o casal. Harry tentou proteger Gina com seu corpo, mas não pode evitar que fossem ao chão, ficando soterrados sob os caixotes. Os comensais se aproximaram, rindo, e começaram a tirar tudo que estava sobre Harry e Gina, até encontrá-los.

- Muito bem Potter. – Disse Lestrange – Agora chega de brincadeiras, meu mestre os aguarda.

- Eu acho que hoje não! – Disse uma voz rouca e profunda, vinda de um homem alto e esguio, vestindo uma capa marrom e um capuz que lhe cobria o rosto.

Um jato de luz azul saiu da varinha do recém-chegado, lançando para longe os comensais que estavam sobre Harry.

- Quem você pensa que é para contrariar os desejos do Lorde das Trevas? – Bufou Belatriz.

- Ninguém importante. Apenas alguém que colocou a famigerada Belatriz Lestrange para correr. – Respondeu o estranho, lançando um novo feitiço, que atingiu um barril repleto de lesmas carnívoras, jogando-o sobre Belatriz, que não teve alternativa a não ser sair correndo e tentando tirar as lesmas que a mordiam.
O estranho se aproximou do casal, ajudando Harry a se levantar com Gina ainda desacordada.

- Você está bem rapaz? – Perguntou ele, no mesmo tom de voz cavernoso, mas que agora denotava preocupação – Estão feridos?

- Não. Estamos bem. Gina só está desacordada. Quem é você? – Perguntou Harry, tentando vislumbrar sob o capuz.

- Meu nome não é importante. Não sou seu inimigo Potter, pode ficar tranqüilo. – Respondeu ele, abaixando o capuz e deixando Harry ver um par de olhos negros, profundos e sagazes – Se fosse, você já estaria morto a esta hora.

- Muito obrigado então. – Agradeceu Harry, esticando a mão para cumprimentar o estranho, que aceitou o cumprimento.

Enquanto apertava a mão do estranho, Harry não pode deixar de notar um belo anel em sua mão direita. Um enorme H com pequenos rubis incrustados. Sem conseguir se conter, disse:

- Belo anel!

- Herança de família. Acho que devemos acordar a jovem. Ou prefere ficar com ela nos braços o dia inteiro? – Retorquiu o estranho, rindo da cara extremamente constrangida de Harry. Estava realmente muito bom ter Gina em seus braços, sentir o seu perfume. Ainda sorrindo o homem disse – “Enervate!”

Em instantes Gina começou a abrir os olhos. Piscou algumas vezes, então reconheceu Harry e praticamente pulou de seus braços.

- Harry! O que ouve? O que aconteceu? Só me lembro dos comensais, eles me estuporaram? – perguntou ela, atônita.
- Foi isso mesmo Gina. Onde você estava com a cabeça de vir até a Travessa do Tranco sozinha? E ainda por cima atrás de comensais? - Disse Harry, pondo pra fora toda a angustia que sentira nos últimos minutos.

- Ora seu mal agradecido. Eu vim atrás de você, pensei que tinham armado pra te pegar de novo. – Respondeu ela, ofendida.

- Mas eu não estava aqui. Estava... Bom, estava ocupado em outro lugar. Foi muita sorte ver você vindo pra cá e foi muito mais sorte ainda este senhor ter aparecido... – Disse Harry, apontando para onde estava o estranho até instantes atrás, mas agora não havia ninguém ali.

- Que estranho Harry? Não tem ninguém ali desde a hora que eu acordei. Só estamos nós dois aqui. – Disse Gina.

- Tinha mais alguém aqui Gina. Ele me ajudou contra os comensais e depois acordou você. Acredita em mim, não estou inventando isso.

– Harry estava completamente desnorteado, procurando o homem em todos os cantos.

- Eu acredito Harry! – Respondeu Gina, segurando seu braço – Se você diz que tinha mais alguém aqui é claro que eu acredito. Eu sempre vou acreditar em você. Agora é melhor irmos embora, antes que comecem a ficar preocupados com a gente.

- Certo. Espere! – Disse ele, sacando a varinha e limpando as roupas dos dois – Assim está melhor. Acho bom não contar nada disso pra ninguém, pelo menos por enquanto.

- OK! Se minha mãe souber que lutamos com comensais de novo hoje ela esfola a gente


Voltaram para casa cheios de guloseima para serem preparadas ao anoitecer, para comemorar o aniversário da caçula Weasley. Harry e Gina como combinado, não tocaram no assunto, apesar de Mione ter a ligeira impressão que alguma coisa tinha acontecido com aqueles dois. Afinal tinha percebido a ausência da ruiva e quando retornou estava junto de Harry. Pela trocas de olhares entre ambos podia jurar que alguma coisa das grandes havia acontecido. Deu de ombros fazendo uma nota mental para posteriormente conversar com aqueles dois, mas por ora preferiu deixar quieto.

Todos animadamente resolveram colocar a “varinha na massa”, não antes de Harry e Rony subirem por alguns minutos até o quarto alegando que precisam fazer uma coisa. Quando desceram ajudaram em todos os preparativos, pouco antes de anoitecer Carlinhos chegou dando um abraço apertado na irmã e informando que havia chamado Luna e Neville, que a pedido da senhora Weasley avisaram que passariam o restante das férias no largo Grimmauld, para satisfação dos jovens. De quebra havia encontrado Dino e como o rapaz comentou sobre o aniversario, ficou sem graça em não chamá-lo. Lino Jordan, sendo amigo dos gêmeos não ficou de fora e também foi convidado.

Quando os gêmeos chegaram estava quase tudo pronto, eles foram direto tomar um banho refrescante enquanto os demais terminavam de preparar os diversos salgados e doces. Vire e mexe ouviam à senhora Weasley gritando - Ronald pare de comer um pouco!

Após tudo pronto resolveram subir para tomar um bom banho e se vestirem, enquanto os gêmeos desciam e davam uma piscadela pra Harry, que foi notado por Gina que preferiu nem perguntar o que eles estavam aprontando.

Gina assim que entrou no quarto deixou o queixo cair com o que viu. Depositado em sua cama havia um belo vestido em um tom azul bem clarinho. Correu até próximo de sua cama, enquanto Hermione se encostava à porta, observando com alegria a reação de Gina, um tanto ansiosa para que a ruiva notasse e abrisse a caixa ao lado do belo vestido. Gina levou as mãos até aquele delicado tecido se surpreendendo com a maciez da textura, continha um cartão encaixado próximo ao decote e ao ler abriu um imenso sorriso em ver que era um presente de seus irmãos gêmeos. Ainda com um sorriso nos lábios direcionou os olhos para uma caixa que estava ao lado do vestido e ao abrir deu um gritinho histérico de alegria. Dentro da pequena caixa tinha uma linda sandália, de salto médio com tiras para enlaçar os tornozelos, no mesmo tom do vestido. Lendo o cartão que acompanhava a bela sandália não pôde deixar de se virar e ir até a amiga dando-lhe um grande abraço, aquele era o presente que Mione e Rony haviam lhe dado.

-Hermione é linda – disse Gina sentando na poltrona e calçando a sandália para ver como ficava.

-Que bom que você gostou! Rony quase me deixou louca falando que esse salto é muito alto pra você. – falou fazendo um gesto impaciente com as mãos.

-O que me surpreende não é Rony reclamar do salto que vou usar – falou andando de um lado para outro no quarto com a sandália - Mas sim os gêmeos me darem um vestido desses... – dando um sorrisinho completou - Isso sim me surpreendeu.

-É. Isso vai surpreender muita gente – murmurou Mione indo tomar banho.
***
Na sala, Fred e Jorge agitavam a varinha repetidas vezes tentando achar uma maneira agradável de iluminar a sala, afinal tinham conversado com Harry e se encarregaram da decoração. Por diversas vezes conjuravam várias espécies estranhas dentre elas... Uma lula em miniatura com cada tentáculo emitindo uma luz de cor diferente. Em outro momento conjuraram lesmas gosmentas que lançavam gosmas cintilantes. Por fim tendo em mente exatamente o que ficaria perfeito preferiram, antes de deixar tudo impecável, conjurar trasgos minúsculos que transmitiam uma luz prateada. Eram oito no total e em dupla foram designados a ficarem cada dupla em um canto da sala flutuando a 10 centímetros do teto.

-Perfeito Fred – comentou Jorge

-Espetacular Jorge – falou Fred e ambos caíram na gargalhada, mas se recompondo logo em seguida.

No quarto dos meninos Harry acabara de se arrumar. Trajava uma calça preta e uma camisa verde dando a combinação perfeita com seus olhos, os cabelos ainda molhados davam um ar de desleixado, mas extremamente bonito. Rony vestia uma camisa branca com uma calça caqui bem despojada.

-Rony? – chamou Harry esfregando uma mão na outra – E... Han... Hum

-Cara, para com esse negocio de E... Han e Hum... Fica tranqüilo que a Gina ainda não desceu – falou Rony rindo da cara do amigo.

-Certo – foi tudo que o eleito conseguiu dizer
***
Assim que Gina terminou o banho entrou no quarto e viu que Hermione já estava pronta.

-Uauu... Você está linda!! – disse Gina reparando em como Mione estava diferente com aquele vestido em tom de lilás nem muito claro e nem muito escuro. Nas costas ele tinha uma fita que transpassava de um lado para outro dando aparência de uma colméia e na frente Gina constatou que era um decote estilo princesa. Tanto o dela como o de Mione eram simples, mas de muito bom gosto.

-Obrigada Gina – disse Hermione se encaminhando até a porta – Eu já vou descendo e tenho certeza que você também ficará maravilhosa com o vestido – dando uma piscadela saiu deixando a ruiva só para se arrumar.

Fez um cafuné em Sebastian, o gato, que estava encolhido em cima da cama, que ronronou com a caricia recebida. Sabendo que não poderia perder muito tempo porque provavelmente os convidados já haviam chegado, colocou o vestido com as sandálias e logo após com um feitiço deixou os cabelos secos e soltos formando belos cachos nas pontas. Passou uma leve maquiagem no rosto “modo trouxa” ensinada por Mione. Quando estava pra sair do quarto percebeu algo em baixo de seu gatinho, que no momento mordiscava Arnold. Aproximou-se e percebeu uma pequena caixa em madeira envelhecida muito bonita, com uma tampa talhada com detalhes em dourado. Na parte de cima do lado esquerdo estava escrito “Para Gina Weasley” e na parte de baixo do lado direito “De Harry Potter”. Franziu o cenho sentindo o coração acelerar. Assim que abriu soltou um suspiro que se alguém estivesse ao seu lado saberia que era de felicidade. Apesar da ruiva, sendo uma Weasley, ser orgulhosa, não se sentiu estranha por ter ganhado tal presente. Analisou as três peças que lembravam cristais de tão delicadas que eram. O delicado conjunto era composto por uma corrente que tinha um pingente em forma de uma gota, a pulseira era de várias gotinhas penduradas e o brinco também tinha o formato de uma gotinha, todos extremamente delicados e de uma cor indecifrável.

Colocou os brincos, a pulseira e a corrente e ao olhar no espelho ficou maravilhada, a cor indecifrável se transformou em um tom de azul combinando com o que estava vestindo.
***

Na sala várias pessoas já circulavam. Dentre elas estavam McGonagall, Remo Lupin, Tonks, Dino, Lino, Neville, Luna. Uma música suave tocava imperceptível dando assim para todos conversarem sem serem incomodados pelo barulho. Evidentemente que Tonks e Lupin fizeram vários feitiços para que o quadro da mãe de Sirius mantivesse a boca fechada sem importunar os jovens na hora de curtir as músicas mais agitadas.

Harry mantinha o olhar em Dino, que circulava e ria com uma caixa de presente nas mãos, só desfazia a sorriso toda vez que olhava para o eleito. Percebendo que o rapaz abriu um grande sorriso, esse encaminhou em direção à escada. Sentiu o seu coração dar um pulo e olhou para saber o motivo de Dino estar todo bobo, mesmo antes de ver já sabia quem estava descendo as escadas, o cheiro floral tomara conta do ambiente. Viu Gina descendo e parando alguns degraus acima, olhando encantada para os tragos que os gêmeos haviam conjurado e que dançavam de uma maneira meio estranha do seu ponto de vista. Riu abertamente, fazendo o coração de Harry se alegrar em ver que a garota mesmo antes de pisar na sala já estava se divertindo.

-Parece uma princesa! – pensou Harry fazendo uma careta desaprovando o pensamento – Princesa não. Ela parece uma guerreira e não uma princesinha de porcelana - concluiu o pensamento sabendo que era isso que aquela garota era na verdade, uma guerreira.

Dino se postou próximo à escada, esperando que a ruiva descesse para acompanhá-la ao centro da sala, onde seria cumprimentada por todos. Fred, Jorge e Rony que estavam próximo a Harry analisando a situação chamaram Gui, que bajulava Fleur a um canto da sala e pediram pra que ele, sendo o mais velho, fizesse o favor de buscar Gina na escada. Gui compreendendo o que estava acontecendo e concordando, passou por Dino indo de encontro com Gina que se mantinha rindo em ver os pequenos trasgos dançantes, e sabia o que estava prestes a acontecer.

-Gina, você está linda! – murmurou Gui dando um beijo em sua testa e gentilmente a conduzindo à sala.

O eleito deixou o queixo cair ao ver o vestido que os gêmeos haviam dado para a irmã. Ele formava um decote em V formando um nó no lado das costas, era como os trouxas chamavam “vestido frente única”. Sentiu-se encantado e satisfeito em ver a garota usando os acessórios que havia comprado no Beco Diagonal. Ao baixar os olhos notou que o vestido ia até um pouco acima dos joelhos, fazendo as pernas ganharem uma atenção especial, com o acréscimo das sandálias que as tiras se agarravam delicadamente em suas pernas. Voltou a olhá-la e dessa vez seus olhos se encontraram e ambos ruborizaram envergonhados, mas mesmo assim a ruiva abriu um belo sorriso que Harry entendeu como “muito obrigada.”

Dino se aproximou dando um abraço e um beijo na bochecha da ruiva, deixando Harry inquieto, deu para a garota um kit pra polir vassouras.

- Gina, espero que você goste – disse Dino - A loja queria fazer a entrega, mas discordo com esse tipo serviço, prefiro dar pessoalmente olho no olho, se é que você me entende.

-Hã? – disse a ruiva franzido o cenho levando à mão em direção a corrente que havia ganhado de Harry – Nem sempre é necessário dar alguma coisa olhando nos olhos, mas muitas vezes um simples olhar diz tudo – falou encarando os olhos verdes que estavam próximos e vendo o sorriso lindo que se formou nos lábios de Harry.

Antes que a conversa se prolongasse, a sala ganhou uma tonalidade vermelho sangue e em cada ponto onde havia as duplas de trasgos as luzes ficaram prateadas e os trasgos começaram a dançar freneticamente arrancando as pequenas roupinhas fazendo com que Molly se desesperasse brigando com os gêmeos para desconjurar aquelas indecências;

-Não tem como, mamãe! – falavam em uníssono – é uma seqüência e não pode ser quebrada – disse Fred – Ou os estragos serão terríveis – completou Jorge com um franzir de testa sinistro.

Luna em um canto após presentear Gina com uma corrente de tampas de cerveja amanteigada ria tanto que sentia dores fortes na barriga devido às gargalhadas. Gina se juntou a ela chorando de rir, no que foi acompanhada por praticamente todos os jovens inclusive Mione, que no princípio apresentou resistência, mas depois desabou a rir abraçada a Rony. Harry apesar de rir muito não entendia porque os gêmeos não fizeram o que haviam combinado, mas após esse pensamento arregalou os olhos quando viu que aquelas criaturinhas estavam levando as pequenas mãozinhas para arrancar a quase inexistente sunguinha, e ao puxá-las bruscamente aconteceram explosões nos quatro quantos da sala, fazendo com que uma fumaça de cor neutra fosse se formando e logo após, cores suaves tomaram conta do ambiente e no lugar onde até então estavam os trasgos, agora havia pares de pequenas fadinhas que iluminavam tudo. Mantinham a mesma altura em que se encontravam os trasgos momentos atrás... Uns 10 centímetros do teto. E dependendo do clima do ambiente elas mudavam de cores indicando paixão, amizade, entre outros.

Passaram todos uma noite divertida com muitas comidas e bebidas. Músicas variadas preenchiam o ambiente com cores diversas que eram lançadas pelas lindas fadinhas que dançavam em duplas. Muitas vezes quando elas avistavam um casalzinho dançando elas mudavam a iluminação para um vermelho indicando paixão e lançavam também um pó cintilante entre os convidados que dançavam alegremente.

Diversas vezes Dino chamou Gina para dançarem uma música suave, sendo aceita pela ruiva, magoada por certo dono de um par de olhos verdes não tomar nenhuma iniciativa, mas misteriosamente quando chegava ao meio da “pista de dança”, o ritmo da música era bruscamente alterado, iniciando uma sessão de músicas agitadas fazendo com que eles acabassem dançando sem se tocarem. Gina, em todas às vezes, franziu o cenho tentando descobrir quem era que estava por trás daquelas fadinhas que insistiam em mudar o ritmo toda vez que tentava dançar com o Ex-namorado. Estranhou, pois conseguira dançar com Lino Jordan e com Carlinhos, mas era só tentar dançar com esse determinado rapaz que a música era alterada. O desconforto estava estampado no rosto de Gina, não entendia por que Harry não a tirava pra dançar pelo menos uma dança. Viu o sorriso dele logo que desceu, mas apesar de conversarem várias vezes em nenhum momento ele se aproximou o suficiente para chamá-la pra dançar Mas quando Dino se propunha alguém tentava atrapalhar e em sua opinião ela estava certa quem era esse “alguém” que atrapalhava.

Todos já haviam ido embora e a maioria dos moradores já tinha se recolhido para seus quartos, ficando apenas Mione e Rony, que estavam dançando sozinhos agarradinhos aos beijos, sendo iluminados por quatro fechos de luzes diferentes. Gina sentada em um canto conversando com Luna enquanto Neville falando com Harry repetidas vezes que lutaria ao lado dele e que nada e ninguém o impediria de ajudar o amigo. Harry notou que aquele rapaz boboca havia desaparecido completamente.

-Vou à cozinha comer mais alguma coisa – falou Neville olhando significantemente pra Luna que toda sonhadora foi acompanhá-lo.

-Obrigada pelo presente, Harry – falou Gina apontando para a correntinha em seu pescoço que agora mudara para uma cor que transmitia magoa. E Harry chateado percebeu que havia dado o presente certo e sem defeito algum, afinal era como se fosse um termômetro que através dele saberia quando Gina estava feliz, chateada, enfurecida, magoada. E enquanto Gina estava ao lado de Dino a correntinha mudava de cor constantemente e em várias vezes viu pela cor apresentada que Gina radiava felicidade toda vez que Dino a tirava pra dançar.

Passado alguns minutos em silencio, Gina resolveu chamar Luna na cozinha para informá-la que estava indo dormir e conjuraria uma cama para que a amiga dormisse com ela e Mione, e Neville dormiria no quarto com Harry e Rony. Mas ao chegar à cozinha ruborizou e se retirou trombando com Harry que estava com o queixo caído ao ver também Luna e Neville tentando provar que é possível dois corpos ocuparem o mesmo espaço.

Assim que Gina começou a subir para o quarto, Harry meio atordoado com o que viu e lançando um olhar para Rony, avisou que estava indo dormir, mas tinha a certeza de que nem o ruivo e nem Mione ouvira.

-Gina? – chamou.

-O que você quer? – respondeu friamente se virando e Harry estremeceu.

-Você está magoada comigo? – perguntou vendo em seguida Gina dar um sorriso sarcástico.

-Bela dedução a sua! – disse.

-Mas o que foi que eu fiz?

-Pergunta errada, Harry – falou sacudindo a cabeça de um lado para outro – O que você não fez seria mais apropriado.

-Quê?

-Você ficou alterando as músicas impedindo que Dino dançasse comigo. Por que fez isso? – começou a andar de um lado para outro – Por que você não me chamou pra dançar?

-Não poderia. – disse apontando em direção a corrente de Gina que olhou sem entender – Sua corrente muda de cor conforme seu humor e na hora que você estava com Dino ela apresentava várias cores e demonstrava que você estava feliz.

-Conclusões erradas. Quando é que você vai deixar de agir como Harry Potter com seu jeito nobre pra ser apenas o Harry? O meu Harry? – disse zangada seguindo para o quarto em passos firmes.

Sentiu uma raiva incontrolável e com passos rápidos e firmes alcançou Gina agarrando lhe o braço. Puxou, fazendo com que o pequeno corpo dela trombasse contra o seu e em um gesto impensado mentira Harry buscou ávido pela boca de Gina e pediu passagem desesperadamente, sentindo as pequenas mãos dela espalmadas em seu peito, forçando para que se separassem, mas ao poucos percebeu que não tinha mais tanta resistência e aprofundou o beijo.

Gina ao sentir a mão em seu braço e sendo bruscamente puxada, arregalou os olhos e logo sentiu sua boca sendo possuída. Ficou sem reação no primeiro momento, para logo em seguida tentou se afastar, mas aos poucos foi se rendendo e deu passagem para que a língua exigente dele deslizasse por sua boca em uma dança fazendo ambos estremecerem.

Sentiu as pernas fraquejarem e passou os braços em volta de seu pescoço e com uma das mãos entrelaçou os dedos pelos cabelos em desalinho que ela tanto amava. Ouviam ao longe a música que ainda tocava na sala e ainda se beijando sentiam que deslizavam pelo chão em uma dança. Eram movimentos suaves e ritmados, coroados pelo ritmo acelerado de seus corações. Após um tempo sem enviar oxigênio aos pulmões se separaram ofegantes. Harry olhando nos olhos de Gina falou

-Desculpe!

Em seguida foi ouvido um único estalo que ecoou pelo corredor

-Plaft!!

Por não estar raciocinando direito e com a respiração ofegante, a ruiva não entendera o significado da palavra “desculpe” dita por Harry, que após sentir o rosto latejar murmurou para si próprio “sou um trasgo” e caminhou em direção às escadas para subir para seu quarto “tenho que aprender a ser mais direto” - murmurou novamente antes se sumir escada acima.

Assim que Gina entrou no quarto, atordoada, levando a mão aos lábios e se lembrando de como sentiu saudade daquele beijo, do toque, do cheiro... Foi quando percebeu a besteira que havia feito. Como não enxerguei isso logo de cara? – pensou se lamentando – Justo eu que sempre o entendi perfeitamente não fui capaz de perceber o verdadeiro motivo dele se desculpar – chorosa falou pra si mesma, mas sabia que de nada adiantaria ir atrás dele implorando por desculpas, deixaria para o dia seguinte. Se preciso fosse, ela se ajoelharia, faria qualquer coisa para sentir aqueles lábios explorando os seus novamente.

Mal sabia ela que no quarto de cima um garoto vestindo pijama pensava em fazer exatamente a mesma coisa.

********************



Agradeço a todos que estão acompanhando a fic

Ginny Weasley Potter Poderosa, Ruiva_Potter, McGonagall, Felipe Vieira, vivi*, Mérope Slytherin Houghton, Andressa cabral, Fillipe Mateus de Oliveira, Lili Coutinho, ♥Foguinho♥, Claudio Souza, Georgea, Diogo Diniz Lima, naty Lavigne Potter, Clow Reed


Scheila Potter, Molly e Clow Reed: Obrigada por ter paciência com minhas neuroses em relação a fic e vocês sempre me ajudando na medida do possível, valeuuuuu:D


.Agradecimentos Especiais a duas pessoas que cederam algumas horas para escreverem dois trechos desse capítulo


Cláudio Souza
(Harry Potter e os Guardiões de Hogwarts/ Harry Potter e a Ressurreição da Fênix)

E

Mérope Slytherin
(Harry Potter e o Fiel de Dumbledore/ Harry Potter e o Poder de Cronus)



N/A 1: Desculpem pela milésima vez a demora na postagem
N/A 2: Na comunidade vou indicar fics H/G e a todos os autores que eu acompanho as fics peço por favor para me avisar sobre as atualizações, obrigada.
N/A 3:: Minha inspiração anda me deixando na mão, caso alguém a encontre por favor peça pra que apareça com urgência. Tanto a minha como a da Amanda adora uma farra e andam muito juntas, já desconfiava que a inspiração da Amanda não seria boa companhia pra minha. Hahahaha. (Amanda, querida.. Brincadeirinha)

Partiicipem da Comunidade Harry Potter e a Magia do Amor

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=19547163

Indicação H/G


Harry Potter e o Poder de Cronus (Mérope Slytherin)
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=18198









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