XXVII O segundo começo, começo

XXVII O segundo começo, começo



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::N/A :: Acabei por me prolongar e esse que ia ser o fim da Fic, ainda vai ser o penúltimo capítulo. Acabei decidindo por fazer mais um capítulo, uma espécie de Epílogo pequeno. Isso só pra avisar que a Fic ainda não está terminada, rss.

Ah sim. A música é do Hoobastank e se chama Disappear.




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..:: O SEGUNDO COMEÇO, COMEÇOU... ::..

"Capítulo XXVII"




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O.K.


Acho que morri.


Pronto.


Morri.


Nunca achei que morrer fosse assim, sabe...


Sinto que estou deitada em um lugar gelado.


Não sabia também, por exemplo, que quando se morre se sente tanto frio.


Será que fui uma garota muito má?


Puxa, bem que Catherinne me disse uma vez para parar de reclamar das situações.


Eu até descreveria como é o lugar que estou agora se, bem...

...
Tá.



Como eu posso dizer isso?


Eu estou “morrendo” (Nossa, que trocadilho criativo, Gina!) de medo de abrir os olhos.


Primeiro, não sei dizer exatamente o que ocorreu, porque veja bem: Em um momento, lá estava eu escrevendo qualquer coisa, num pergaminho qualquer, de um tinteiro qualquer.


Estava tentando lembrar o contra-feitiço para sair das imediações das Capsas, e aquelas frases pareciam me pulular na mente.


É.


Mais ou menos por aí, eu acho. Não tenho certeza quanto á isso.


Então, num dado momento, senti umas cócegas meio estranhas perto do estômago (Será que foi aquela torta? Mas... Parecia ter uma cara tão boa!) e agora estou aqui, com frio, com uma dor de cabeça terrível.


Parece até que bebi todas.


Já disse que Rony fez isso uma vez? Foi no Pub do Javali e ele virou sei lá quantas canecas de Whisky de fogo. Eu BEM que avisei pra ele não fazer isso, mas ele não me escutou. Tinha brigado com Hermione e foi um sacrifício tirá-lo de Hogsmeade depois.


Como dizia, então. Sinto tudo girar. Será que fui para um lugar bom, pelo menos?


Minha única exigência é que pare com essa dor de cabeça terrível.


Ou isso, ou eu não sei.


E pensar que acreditei no Jimmy. Ele disse que Capsas são inofensivas.


Sei, sei.


Ah, o.k. novamente. Eu vou abrir os olhos.


Sou uma pessoa tão curiosa ás vezes. Talvez tenha dado certo, talvez não.


Só sei que não estou segurando mais o pergaminho e...


E...


Tá, acho que já sei onde estou. Acabei de dar uma espiadela. Pensei que estaria num lugar alto rodeado de coisas parecida com... Nossa, como é o nome daquele doce trouxa?


Acho que tenho que esquecer tudo que eu disse.


Eu não morri. Por incrível que pareça.


Estou vendo um teto. Um teto que por incrível que pareça, se assemelha muito com o da Toca, mais especificamente, com o de meu quarto.


E sabe por que se parece com o teto do meu quarto?


PORQUE É REALMENTE O TETO DO MEU QUARTO!!


Palmas pra mim. Sim, eu mereço.


Agora eu posso levantar, por exemplo. Sem medo do que poderia encontrar ao abrir os olhos.


Estive deitada o tempo todo no chão do meu quarto e esse frio terrível é por causa da janela aberta. Ainda não acredito que é de madrugada.


Não sei dizer as horas exatamente, o meu relógio de pulso parou...


Coloquei a cortina vermelha para dentro e corri o vidro.


Sinceramente, parece até que passou um vendaval (Embora, isso possa ter um fundo de verdade) em meu quarto.


O chão está molhado também. Havia um copo com água com uma pedra bonita dentro de cor violeta, mas porventura, ele quebrou.


Estranho...


Agora encaro as Capsas sem saber bem o que fazer com elas.




“HOGGY HOGWARTS”

Trezes capsas.


Não gosto muito desse número, se é que me entendem. É meio macabro e esse silêncio na Toca é de doer.


Tinha sentado-me na cama quando ouvi um barulho.


Era aquele treco que Any me deu de presente, só pode.


- TRIIIIM.


Sim.


É sim. Agora me pergunto, por que raios meu pai não poderia ter colocado essa coisa em seu quarto? Ah não, ele nem pode falar nisso.


Mamãe ficaria furiosa.


E eu é quem sofro as conseqüências depois, logicamente.


- TRIIIIM.


Faz um barulho muito alto. Para ser sincera, tenho até uma listinha que vinha elaborando para a retirada dele do meu quarto:


- TRIIIM.



1 O treco era barulhento.


2 O treco era barulhento demais.


3 E irritante.


4 E estranho demais.




Quero dizer, no começo até achei algo muito interessante. Isto é, só no começo.


- TRIIIIM!! TRIIIIM!!


Eu não tenho nada contra com coisas trouxas. Só que olha á hora!


- TRIIIIM.


Hun, mas eu não sei que horas são...


E mais “TRIIIIM” e “TRIIIM” e um pouco mais de “TRRRIIIM”.


Nem sei dizer se estou no mesmo dia que entrei nas Capsas. Engraçado como essa idéia s


me ocorreu agora.


No entanto, acho que não estaria essa “calmaria” toda se meus pais tivessem percebido o que ocorreu.


Não, não seria possível, é de madrugada, e parece ainda sim ser o mesmo dia.


Hun, silêncio.


E agora o te... te... (Um momento, eu juro que me lembro do nome!) parou de fazer barulho.


Vou tentar me lembrar de inventar uma desculpa especialmente para Any quando ela vier com alguma influência trouxa pro meu lado (Não, eu não me lembro do nome).


- TRIIIM. – aquilo começara de novo.


- Ah não... – Praguejei baixinho enquanto puxava-o para cima da cama, se enrolando em um cobertor.


Sabe, acho que seria mais prático se eu me lembrasse ao certo das instruções dela, de meu pai ou de Hermione.


Peguei-o entre as mãos um pouco incerta então ouvi uma voz.


Um diálogo “interessantíssimo” olha:


- Alô?


- Ãhn?


- Alô?


- ...


- Gina, você esta aí?
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Por incrível que pareça, eu reconheci aquela voz fina do outro lado.


- Não, imagina Any. Sou um ser de sua imaginação – me lembro de responder tediosamente.


- Puxa. De que cor você é?


- Ai..


Utilizar a ironia com Any ás vezes não dá muito certo.


- Nossa, Gina, não precisava falar assim – disse ela parecendo triste.


- Não precisa??


- Estava me perguntando se você ainda tinha o telefone que te dei, aí.


UM MOMENTO! O que ela disse? Tele-o quê??


- Olha, sinceramente, eu ia tacá-lo da janela se não parasse de tocar – tentei dizer o mais calmamente possível, podia até ouvir os muxoxos de Any em seguida – Aliás, sei que nunca te dei um relógio mas será que você tem um? Já percebeu que é de madrugada??!!


Tem certas coisas na vida que nós, pessoas, evitamos de comentar.


Uma coisa que evitaria no momento, é de alguém saber sobre o que fiz com as Capsas.


Não queria.


Por que?


Oras. Por que não.


Existe melhor resposta do que essa? É, eu sei que existe. A Verdade.


Mas esta eu guardo pra mim.


- Mas eu só estava fazendo essa exceção hoje – ouvi ela murmurar com tom murcho.


- Não foi só hoje. Nas férias passadas você ligou também muito cedo. Só que hoje você se superou! – disse eu estupefata.


- Gina, que exagero! Nem está tão longe do horário que acordamos em Hogwarts!!


- Meeesmo??


- Certo, já entendi.


Torci os dedos. Any já virá o jornal?


Difícil, na minha opinião. Os pais de Any são trouxas e na verdade, nunca aceitaram muito bem o fato de ela ser bruxa.


Por essas e outras, nem ela e nem eles tinham assinaturas do Profeta Diário. Sei que a Sra. Glaids sai muito, mas muito cedo de casa por causa de uma tal de religião meio estranha dela, pra ir sei lá aonde. Vi uma vez Any explicando sobre isso e não entendi, achei meio esquisito.


Acho que talvez ela tivesse aproveitando por ninguém estar em casa.


- Você está aí?


- Sim, porque?


- Ficou muda derrepente – o tom de Any era de estranhamento.


- Ah, não ligue.Tudo bem.


- Mimi está no cio!! – disse ela alegre. Mimi era o apelido de sua gata de estimação – teve carente o dia todo.


Incrível não?


Respirei fundo. .


Senti que tinha alguma coisa muito estranha em todas aquelas palavras.


Realmente, acho que já devia estar acostumada com essas ligações de madrugada.


- Any você viu o Profeta Diário? – disse como se a frase me escapasse pela boca.


Entendam, é difícil pra mim. Eu tinha que saber como estava a situação e apesar de motivos tão sublimares para ligações, pensei que ela queria comentar algo, no entanto, não sabia como começar.


- Não.


Devia ter sido minha imaginação.


- Mas Íris me contou – terminou ela receosa.


Só que não era.


- Bem...


Suspirei em contra-resposta.


Queria saber? Pois bem, ta aí.


- Eu não queria ter entrado nesse assunto... – repliquei com extrema dificuldade.


- Nem eu sinceramente. Mas eu me assustei com a Íris. Ela estava tão esquisita.


- Como assim? – perguntei com estranhamento.


- O Comensal que matou o pai dela, tava dado como capturado e morto na lista.


Parecia que um frio tinha invadido o quarto.


- Comensal ??!!


- É, Comensal. Ela nunca contou? Parecia satisfeita pelo ocorrido, falava com satisfação.


Aposto que esta pesquisando feito uma louca tudo isso.


- A maioria sempre fica feliz sem pensar nas conseqüências, não? – perguntei sem querer com súbita amargura.


- Acho que sei por que está assim.


- Não sabe.


- Íris leu a lista inteira.


Resmunguei baixinho.


- Sei que deve estar nervosa. Mas espere. Tenha paciência.


Deu a impressão por alguns instantes que ela tentava falar da melhor forma possível.


- Paciência. Claro. E se não ocorrer nada? E se não ver mais aquele desgraçado que não mandou uma coruja até agora?


- Ele está vivo, se é isso que você tanto quer.


- Como você sabe? – perguntei com desconfiança. Sei lá, ela parecia tão confiante que fosse isso mesmo.


- Tá, eu não sei. Mas poxa! Será que você não podia deixar ser tão negativa?


- EU NÃO ESTOU SENDO NEGATIVA!


- Não, você tem toda e completa razão: Eu é que estou imaginando coisas! – disse Any aborrecida


- Um momento.


Jurei que por alguns instantes achei que tinha ouvido algo.


- Alguém acordou.


- Já falei pra você controlar esses seus impulsos – disse ela em forma de sermão.


Por alguns segundos tentei prestar muita atenção enquanto olhava furtivamente para os lados.


Fez-se um silêncio, acabei perdendo a compostura e apontei a varinha afoita para a porta.


- Vou desligar. Mais tarde nós nos falamos – murmurei baixinho.


- Tá, vou ligar para a Kitty agora, mas você...


- Eu estou bem.


- Lá vamooooss nós de novo. Essa mania de ficar falando que está bem á toda hora – murmurou ela aborrecida.


- Eu não tenho...





“... Tu Tu Tu Tu ...”




Bem, ela desligou o “telefone” na minha cara, pode?


Ta, ela acertou em cheio. Eu não estou bem.


E já até cansei de pensar em tudo isso. Chega.


Não é á toa que estou com essa dor de cabeça terrível.


Apontei a varinha novamente para a porta só que dessa vez fazendo um feitiço. Sabe, até que o feitiço da Hermione era bom mesmo por que a porta tinha a aparência de como talhada em pedra e logo em seguida desgrudou da dobradiça fazendo um barulho mínimo e gutural.


Peguei uma capa e adiantei-me para ela abrindo-a com bruscalidade, algo nada delicado de minha parte.


Olhando para os dois sentidos do corredor te juro que se um alfinete caísse no chão, seria possível ouvir seu eco.


Então, para compensar pelo menos, fechei a porta com extremo cuidado.


- Nervos – murmurei baixinho para mim mesma.


Tinha uma série de coisas que teria que fazer dali pra frente, tinha consciência disso, e ja té sabia algumas delas.


Queria pular pela janela, mas bem...


Por fim pensei que não adiantaria muita coisa isso.


- Reparo!


O vidro tinha ficado novinho em folha, depois foi fácil secar o chão do quarto e guardar a pedra em um canto.


E aí foi que comecei com gestos simples da varinha á transfigurar as Capsas em réplicas bem menores colocando-as no bolso.


Teria que agir rapidamente.


Abri a porta novamente e comecei a estranhar novamente. Mamãe parecia não ter saído para fazer compras.


Aquele dia com certeza não ia ser normal, pensei.


Deviam ter dormido tarde, muito tarde se me permite dizer, ao julgar pelo tamanho silêncio em que “A Toca” se encontrava, ouvia-se somente o rebombar da escada enquanto eu tentava fazer o mínimo de barulho.


Então, enquanto descia os degraus cuidadosamente o som de vozes baixas foi audível.


Algo em mim petrificará.


Apurei os ouvidos, percebia-se que uma das vozes era feminina e outra masculina.


De súbito, percebi o quanto idiota estava sendo, reconheci o que era.


Dei um tapa em minha própria testa e entrei na cozinha.


O rádio estivera ligado.


Minhas suspeitas também se confirmaram ao ver que a lenha da lareira foi queimada quase até o fim, não havendo muito mais a se queimar.


Para ser uma boa garota (E por ter feito algo meio que ilegal, do que por qualquer outro motivo) eu colocaria a mesa do café da manha, pelo menos.


Mamãe estivera muito abalada na noite anterior e eu não queria que ela fizesse muito esforço no momento.


Fechei melhor a capa, iria guardar somente as Capsas de novo na oficina.


Minha mente alertava brevemente que não ia conseguir dormir de novo mesmo, sai para a porta, a fechei-a atrás de mim.


Adoro cheiro de orvalho. É algo tão cativante, parecia impregnado no ar


Poderia ter percebido isso mais nitidamente se eu não fosse uma coisa que tivesse tantas preocupações instaladas em meu cérebro.


O plano era com passos de um gato com polainas seguir contornando a casa e foi mais ou menos isso que fiz (E por incrível que pareça isso me lembrou o Bichento. Não falo da “Mimi” por que ela não estaria em condições disso, se é que entendem).


O céu tinha um azul marinho escuro intenso recortado com pontinhos brancos. Era uma coisa bonita de admirar-se.


Chegando perto da oficina abri a porta com um estalo e uma tossidela seca: não sei de quem herdei ser alérgica a pó.


- Adeus Capsas – murmurei baixinho enquanto transfigurava-as no seu tamanho natural


Tive que fechar a porta e sair rapidamente se não quisesse passar o dia todo espirrando.


E depois...


Acho que depois disso, só sei que voltei lentamente. Passos lentos que ás vezes pareciam tão rápidos!


Até que não estava tão frio. Havia um vento fraco talvez que balançava levemente as ramagens.


Quando alcancei a portinhola pegando levemente a maçaneta, ouvi, para meu sobressalto, algum ruído. Não sei dizer exatamente o que foi. Só sei que derrepente o barulho de vagalumes abaixou-se e a noite, límpida, parecia querer ter o ressaltado.


Quis soltar um murmúrio aborrecido.


Fiquei louca, só pode. Só vinha escutando barulhos estranhos desde minha viagem ás Capsas


Uma vez, era normal. A segunda, um pouco paranóico. S" QUE AGORA ERA A TERCEIRA!!


Podia ter vindo de casa?


É, podia.


Meti a cabeça entre a portinhola para tentar captar alguma coisa. Quem sabe, não?


Nada.


O barulho virá do lado de fora e o rádio já estava desligado.


Fiquei ali, paralisada, enquanto tentava escutar algo mais.


Parecia que um frio intenso havia me invadido novamente.


Vejamos... (As minhas analogias são incríveis, não?).



“Um gatinho perdido e abandonado?”



(Só se eles aprenderam a cair dos céus, por que só assim ele chegaria aqui)




“Uma doninha perdida?”

(No dia em que Dragões usarem varinhas, hun, quem sabe?)





“Imaginação?”


(Certamente...)

Mas acho que no fundo não era não.


Em todo o caso agarrei o bolso interno da capa e fui em direção da onde achava que podia ter vindo o barulho.


Esses malditos gnomos me irritavam por demais.


Na próxima reencarnação, por exemplo, iria querer me certificar que não viveria numa casa com Gnomos ou qualquer alusão á essas coisas.


E na direção contrária que usei para ir á Oficina, sabe o que encontrei?


É, estou louca. Exatamente. Ou devo estar sonhando (Não, não estou sonhando, doeu pacas esse beliscão).


Eu não sei dizer bem o que vi. Posso tentar. Eu não sei.


Não sei mesmo.


Se eu dissesse...


Se...


Ta bem, lá vai:


Se eu dissesse que vi uma ramagem se mexendo, algo abaixado... Algo que até pensaria que fosse um gnomo, por que tinha recorrido á minha varinha mas já naquele momento não fazia mais sentido, eu já tinha uma noção do que era.


Parei ali, um pouco abobalhada.


Devia estar com uma cara de susto muito engraçada, igual àquelas que Rony faz, com a boca aberta, o queixo escancarado, olhos saltados.


Sentia uma dificuldade enorme de organizar as frases.


- Como, porque....? - comecei a murmurar para mim mesma em voz baixa.


Devia ter sido alguma pane em meu cérebro sabe.



Quero dizer, se soubesse que eu tinha um no momento, pois não conseguia nem sequer pensar.


Vi um jovem abaixado procurando algo em uma sebe.


E vi essa pessoa pegar sua própria varinha e colocá-la no bolso.


O maior problema (Ou solução?) é que essa pessoa parecia tão vivamente com...


Senti minha voz sair baixa e fraca por alguns instantes.


- Draco? – me lembro de perguntar, incerta.


Um pergunta inútil, no mínimo.


Um jovem alto, esguio, de cabelos loiro platinados caindo aos olhos de linhas finas e tom azulado, com uma pele tão clara e ao mesmo tempo TÃO pálida.


Não era necessário perguntas.


No entanto, não concordava com isso.


Fui sincera em minha idéia.


- Não acredito – Minha voz ia insistir mesmo em sair tão baixa? – Voce é louco.


Sim. Era isso mesmo.


Ele, até se levantar, não tinha percebido minha presença. Naquele momento, já se tornara uma coisa óbvia.


Draco aproximou-se lentamente, um sorrisinho meio erguido.


- Mesmo? - disse ele numa voz baixa e rouca.


Não respondi a pergunta devidamente.



There's a pain that sleeps inside



Existe uma dor que dorme dentro de mim





It sleeps with just one eye


Dorme com um olho aberto





And awakens the moment that you're near


E acorda no instante em que você está por perto



Fiquei feliz por que ele pelo menos estava vivo.


Eu fiquei zangada por que não mandou nenhuma noticia.


Eu fiquei duvidosa por causa do Jornal e eu devia ter sentido esse impacto de sensações, uma hora ou outra. Talvez o motivo de minhas frases nem mais fazerem sentido.



“Ele está vivo”.

Mas dessa vez não quis xingá-lo. Não. Não fazia sentido mesmo...


- O que... – Ele começara falando com um tom esquisito e de dúvida na voz antes de eu interrompê-lo, minhas pernas tinham tremido um pouco antes de correr para abraçá-lo.


Acho que com essa eu poderia ter até o assustado.


Ele somente afagou levemente meus cabelos, colocando os seus braços ao meu redor


como se eu fosse de um material muito frágil, porcelana ou qualquer coisa mais delicada.


Não podia ver a sua expressão por que tinha o rosto entre suas vestes, sentindo aquele cheiro levemente provocante, tecido neutro, frio.


Sem nenhuma precaução de camuflar qualquer coisa.


Sei lá.


Vai que ocorre algo de novo? Tava tudo tão incerto.


Só que ainda ali, aninhada em seus braços, senti uma vontade terrível de ainda implicar com ele.


Confesso.


Meu gênio ás vezes é tão terrível!


- Devia ter mandado a coruja!! – disse tentando passar alguma inquietação na voz enquanto erguia o rosto para olhá-lo melhor.


Draco me encarará como se eu tivesse falado de uma coisa de outro mundo.


Achei engraçado por que pela primeira vez pude perceber que seus cabelos estavam meio


que molhados, e minha tentação foi grande para não bagunçá-los.


Ia soltá-lo quando percebi que ele ainda me segurava, meio que com seus braços pela minha cintura. Olhei para seus olhos que no momento eram azuis brilhantes.


Um momento, acho que minhas pernas cederam um pouco... (EU SÓ ESTAVA UM POUCO NERVOSA, juro que não é nada mais que isso!).


Ele começou a falar baixinho, num tom cuidadoso. Já comentei como sua voz poderia ser algo tão aconchegante algumas vezes?


- Nem a melhor das corujas chegaria aqui...


Draco tinha hesitado em continuar, seja lá o por que.


- O que foi?


Então ele me perguntou algo que pareceu esquisito, pelo menos no momento.


- Você está bem?


- Sim – respondi baixo, olhando para um ponto qualquer.


Fazia a mentira não ficar tão ruim.


- Tem certeza?


Ah, Droga! Não é possível que Draco possa ler sempre meus pensamentos.


Ele parecia sério.


- Um pouco tonta, nada grave – respondi á aquela pressão internalizada dentro de mim.


Fechei os olhos momentaneamente, já estava num estado meio que incompreensível por causa de minha confusão ao vê-lo, mas agora que já tinha me acostumado á idéia sentia-me tão cansada...


Como se nunca tivesse dormido na vida, talvez.


Draco não tinha respondido nada.


Foi uma questão de minutos, com vários barulhos de vagalumes e da noite.


O vento levemente úmido e fresco da noite.


Abri os olhos para perceber um par de olhos cinzentos me observando. Fiquei um pouco nervosa, um dos motivos podia ser aquele silêncio por exemplo.


Ás vezes é tão difícil de arrancar as palavras de Draco.


- Precisamos de um lugar mais seguro.


Percebi um sorrisinho de si para si da parte dele. Oras, deve ser muito engraçado mesmo, eu sei...


- N’a Toca? – perguntei incerta e com um pouco de incredulidade.


O ar quente de sua respiração e o frio de sua pele se contrastava.


Perguntas na linha de “É possível que ele seje sempre frio?” passaram pela minha mente pela primeira vez.


Percebi que ele franziu a testa como se não tivesse entendido minha pergunta.


Tive que fazer um gesto significativo com a cabeça indicando a casa.


- Não. Outro. – respondeu ele firmemente.


Vi-me um pouco sem saída? Que lugar?


- Há uma orla – comecei profusamente procurando as palavras – meus irmãos costumam treinar Quadribol lá pois fica isolado do povoado.


- Certo – disse Draco acenando positivamente.


Soltei-me dele para caminharmos alguns passos lentamente, uma trilha lateral em que o solo parecia se inclinar, ele me seguia de perto.


Chegou um determinado momento em que cocei a cabeça num gesto de desconcertamento.


Olhei para a trilha.


Olhei para Draco.


Se fosse julgar por sua expressão de indiferença, parecia que estávamos num dia comum de aulas em Hogwarts. Não havia qualquer coisa que denunciasse medo, por exemplo.


- É por aqui...


Queria guiá-lo, a trilha era fraca.


Ocorreu totalmente ao contrário quando estiquei a mão á Draco.


Devia mesmo ter bebido todas e não ter me lembrado, pois não conseguia andar muito rápido. De vez em quando eu tropeçava em alguma pedra e Draco tinha o cuidado de ver onde eu pisava da próxima.


Nunca saberia o quanto o agradeci mentalmente por isso.


Odeio Capsas!


E aquele maldito silêncio de novo. Odeio isso também.


- Já disse que é louco?


- Está se tornando repetitiva... – ouvi-o murmurar baixinho.


Sorri pensando que algumas coisas não mudavam.


E pensar também que apesar dos transtornos daquele dia, ele tava lá agüentando tudo tão fortemente.


- No que está pensando? – perguntou ele tão abruptamente sem me deixar pensar em alguma desculpa interessante.


Olhava pontos entre a paisagem.


- Sinto muito por você – É difícil suavizar certas as palavras – Sabe, a morte de...


- Não, não vamos falar nisso – interrompeu ele antes de eu continuar.


Assenti, um tanto aliviada.


Ah, maravilha. Terceira vez agora que tropeço.


Sinceramente, estou me sentindo uma idiota.


É com essas e outras que denunciava que certas coisas não estavam lá tão bem.


- Draco, para onde você vai agora? – perguntei preocupada.


- Eu não estou fugindo – responderá ele.


Olhei para ele intrigada.


- Como não?


- Entenda-se que realmente, não estou fugindo – disse ele somo se soubesse de bem mais coisas do que eu – Quando você não se tem mais uma casa...


- Você tem uma casa! – falei o interrompendo


- O Ministério invadiu e não sei se saíram tão cedo, vão ficar lá para certas averiguações, durante semanas ou até mais – disse ele mal-humorado.


Ar de que sabe das coisas? DRACO MALFOY! Se você soubesse o quanto eu odeio isso. Mas sabe. Eu não o vejo sem essa mostra.


Parecia que não queria ter falado no assunto ali pois apesar da orla já estar perto, a subida tinha um pouco de íngreme.


- Mas... – ainda não compreendia - Eles estão procurando por você?


Ele riu. Uma risada amargurada.


Daria tudo para que ele não tivesse dado aquela risada sem vida.


- Olhe meu sobrenome. Você acha sinceramente que não vão procurar? Ainda não fizeram isso, logicamente. Só é uma questão de dias.


Parei meia inconsciente. Tínhamos chegado na Orla, á alguns passos de uma árvore centenária.


O motivo de pararmos nesse caso era bem diferente.


- Você não é... Você não foi... – torci os dedos.


- Comensal? – disse ele arrancando as palavras de minha boca por contra vontade – É, era o que meu pai queria.


Pausa. Prendi a respiração quando percebi que continuaria a falar.


- Mas como agora ele está morto... – Na voz grave dele não havia sinais de sentimentos.


Algumas coisa naquele momento me fez pensar que não foram os Aurores do Ministério que tinham matado Lucius Malfoy.


Então teria sido um dos Comensais? Senti um gelo no meu estômago repentino diante daquela hipótese.


Silêncio e pausa de novo.


Draco tirará uma mão do bolso. Tinha percebido minha resistência a lhe falar alguma coisa?


- Acho que você terá que confiar em mim... – disse por fim divertido, como só ele sabia fazer.


- Draco, vamos – disse puxando-lhe pelo braço passando entre as ramagens – Você fala como se eu nunca tivesse feito isso antes – atalhei mudando de assunto visivelmente.


Ele olhou-me como se tivesse achado alguma coisa muito interessante para brincar.


- Ah, para com isso! – disse um pouco irritada com ele por dar aquele sorrisinho indiscreto - O que eu falei agora?


- Nada não – respondeu ele despreocupadamente olhando as copas das árvores, observando melhor o local.


Eram árvores que rodeavam e formavam um centro que tinha por sua vez um chão formado de grama fofa.


- Esse local tem grande importância para mim – disse penosamente enquanto encostei-me de braços cruzados ao lado de uma das árvores.


Draco tirará sua varinha do bolso e por sua vez murmurará “Lumus” andando lentamente.


Somente o observei enquanto isso. Já tinha percebido que ele por incrível que pareça ainda estava com o uniforme de Hogwarts e com uma outra capa qualquer por cima.


- Não vejo o porque.


- Eu sei que você não vê – respondi num tom óbvio, enquanto via ele ter um cuidado todo em especial em parecer andar com o queixo meio erguido. No todo parecia ter cautela em seus passos


Nesse momento ele perceberá a cena e lançará um olhar malicioso por cima do ombro.


Admito, acho que perdi a compostura.


Sabe, e foi bem aí que introduzi qualquer outro assunto no ar.


- Já experimentou deitar na grama e rolar com os pulsos para baixo? - fiz essa pergunta inocente como a primeira coisa que me viesse à mente.


Draco apagou a luz de sua própria varinha.


- Não – disse ele com extrema sinceridade, erguendo as sobrancelhas – Não parece ser uma coisa muito inteligente.


- Inteligente? Draco, só para se divertir! – respondi um pouco incrédula enquanto voltava-me á uma árvore para sentar em uma de suas raízes.


Sério, minhas pernas estavam um caco!


Percebi uma pequena sombra, ele também refez os meus passos para sentar-se ao meu lado.



Though I try to look away

Entretanto eu tento olhar para longe




The pain it still remains


A dor continua





Only leaving when you're next to me


Somente desaparecendo quando você está perto de mim




Por algum motivo não muito claro, achei que devia falar sobre como foi meu dia depois da saída do expresso.


Mas, convenhamos... Ele não tinha sido nada interessante, não mesmo.


- Ontem passei o dia todo no St. Mungus – comecei em tom receoso enquanto apoiava a cabeça no ombro de Draco.


- Imagino que não deve ter sido muito interessante.


Pensei em manobrar a conversa novamente, quem não queria tocar em certos assuntos era eu.


- Sim, terrível – disse o imitando.


Os zunidos da noite eram encantadores.


- Se eu tampasse seus olhos e você os meus, você não ia precisar desaparecer quando amanhecesse – disse enquanto colocava as mãos sobre os meus próprios joelhos.


O tempo não parecia mais tão fresco como eu imaginei.


Draco colocou um dos seus braços ao meu redor, cobrindo em parte com a capa, virando o rosto quase que totalmente em minha direção.


Nem que quisesse fugiria.


Ouvia-se ambas as respirações á pequenos centímetros, sentia o aceleramento do bater cardíaco ao encará-lo, os olhos azuis penetrantes, o hálito quente de Draco.


- Uma boa idéia... – murmurará ele maliciosamente enquanto tocou-me o rosto para roçar os lábios levemente, provocando um estremecimento impróprio.


Puxei sua capa reticentemente para mais perto, um gesto meio rápido e agoniado, por incrível que pareça Draco não estava nada, nada frio.


Isso enquanto ele desordenava um pouco de meu cabelo, o cheiro de relva que subia e confundia com colônia, deixa-se atordoar um pouco, fazendo com que eu colocasse levemente uma mão apoiada acima do peito de Draco.


Percebi quando ele escorregou sua mão para minha nuca, interrompi suavemente com um murmúrio.


- Você não esquece de certas coisas! – murmurei como um protesto baixo


- Nem que eu quisesse – sussurrará ele divertido.


Observei que os olhos de Draco pareciam duas órbitas azuis piscina no escuro que luziam com intensidade. Mas isso seria antes de fechar os olhos novamente tendo o hálito quente de Draco, os lábios pressionados contra os seus, fazendo com que ele tivesse os pelinhos da nuca arrepiados também (Não me pergunte como, mas eu sabia disso...).


Quando perdemos contato novamente, reencostei-me em seu ombro, terminando por


Aninhar-se entre seus braços.


Olha só.


A noite com seus inúmeros pontinhos brancos no céu, aquele toque de obscuridade, as árvores e entre demais outras coisas poderia até passar a falsa impressão que estávamos em Hogwarts ainda.


E aquela seria mais uma bétula apenas ou uma daquelas árvores centenárias antigas.


Derrepente me lembrei de uma coisa que já devia ter perguntado á muito tempo mas não o tinha feito.


Tornei-me então de um sobressalto:


- Como você chegou aqui?


Draco nada respondeu.


Tirou o cabelo dos olhos, um ar meio misterioso.


Parecia não disposto a dizer.


- Ah não, você vai ter que contar! – disse com convicção enquanto me prostava de pé, os braços cruzados olhando-o desafiadoramente.


- Você vai achar que estou mentindo – disse ele com o sorrisinho mais acentuado enquanto lançava sua mão puxando delicadamente a mão para me sentar novamente, não me deixei levar.


Preferi permanecer impassível.


Queria que eu adivinhasse? "timo!!


Então vamos adivinhar!


Foi somente algumas conotações mentais.


Com o ataque no Ministério tudo parecia mais desorganizado, então, talvez as fronteiras não estivessem tão vigiadas quanto precisavam ser, certo?


Por exemplo:


Podia ter sido por Portal?


Hun, Não.


Algo me dizia que não.


Pois...


Como ele faria o feitiço? Necessitava de precisão, coisa que não se tinha no momento.


Vassouras? Era outro que não fazia sentido...


Se ele aparatasse is ser algo muito perigoso. O Ministério poderia localizá-lo ou rastreá-lo,


já ouvi papai falando sobre algo do gênero.


Medidas tomadas por causa da Guerra.


- Noitibus? - perguntei incerta, ele somente observava o meu franzir de testa.


Draco não respondeu mas tinha uma expressão que dizia com todas as letras “tente de novo”.





Do you know, that everytime you're near


Você sabe, que toda vez que você está por perto



Everybody else seems far away


Todos parecem estar distantes





Não seria possível vir de outra forma, seria?


- Nós, Sonserinos, fazemos um pouco de tudo para salvarmos nossa pele – tentou ele falar suavemente enquanto se levantava.


Encarei isso como uma pista.


Soltei um suspiro de aborrecimento ao pensar na oficina de meu pai, no único contato com a cidade através dos dois tipos de trem, aquelas árvores isoladas do povoado ...


Então.


Achei que se tivesse recebido uma rematada na cabeça, seria bem menos surpresa do que percebi.


Olhei para Draco com um tal espasmo de surpresa que não me admiraria se ele caísse na gargalhada.


Continuava somente observando.


- É isso o que estou pensando? – perguntei um tanto confusa.


Não, não poderia ser, MERLIN! Novamente, tudo parecia lutar contra mim.


As coisas pareciam tão impossíveis e irreais, e eram tantas ao mesmo tempo, que jurava que poderia ficar louca.


- Parece que sim – respondeu ele parecendo divertir-se com a situação.


Mordi o lábio de preocupação.


- Mas isso faz menos sentido do que tudo!


- Você fala somo se eu quisesse que tudo saísse assim – disse ele friamente.


Inspirou lentamente.


- Métodos trouxas?


Draco fez uma careta.


- Odeio eles – disse em resposta colocando as mãos no bolso, um súbito desgosto – tenho nojo.


- Mas é o único meio que não estaria totalmente vigiado. Não podem encher os transportes deles de bruxos do Ministério – disse tentando acalmá-lo mansamente.


Parecia um Dragão aborrecido. É sério.


- É – disse ele sem convicção, fugindo um pouco de meu olhar – Foi. Por aí.


Eu sabia que para Draco isso deveria ter sido extremamente difícil. Me sentia estupefata.


Como conseguirá? Não podia ser, mas era.


O mais gentilmente possível forcei para que ele tirasse uma mão dos bolsos e fiquei a olhar as riscas de sua mão.


O que eu falava? Queria lhe dizer tantas coisas ao mesmo tempo.


Sua pele tão clara deixava á mostra as veias nitidamente.


Tinha começado com aquele assunto, agora tinha que terminar.


- Draco, sabe... –disse um pouco incerta errando o começo das frases para encaixar as palavras.


- Sim? – disse ele concentrando o olhar em minha direção.


- A-Acho que ninguém da Sonserina saberia... – Droga, que idiota eu sou.


- Sei o que quer dizer.


Poderia ter odiado a mania dele terminar minhas frases, mas naquele momento aquilo parecia uma benção.


- Não, eu recebi ajuda – admitiu ele.


Quase caí pra trás. Malfoys normalmente admitem que receberam ajuda?


Bem.


Talvez sim.


Acho que depende muito da “ajuda”.


Pensei inicialmente em Any. Coisas não se encaixavam, então passei para outra opção.


Olhou interrogativamente para ele.


- Vou ter que adivinhar? – exclamei meio aborrecida.


Não era meu passatempo preferido, se é que entendem.


- Quer tentar de novo? – disse ele menos apreensivo – já acertou a primeira.


- Draco!




So can you come and make them disappear


Então você pode vir e fazê-los desaparecer






Make them disappear and we can stay


Fazê-los desaparecer e nós poderemos ficar





So I stand and look around


Então eu fico e olho ao redor





Distracted by the sounds


Distraído pelos sons


Ele percebeu o que eu fazia.


- Tentando ler minha mão? – disse ele tirando as mechas ruivas de perto do meu rosto.


- Hun, difícil... – murmurei pensativa.


Draco tocou-me o rosto levemente com a outra mão, toque leve, discreto, unhas curtas, dedos longos, fitando.


- Adivinhação. Isso me lembra algo – murmurou ele com uma voz rouca.


Por motivos que não quero mesmo dizer (E ninguém vai me obrigar a falar) comecei a notar como aquela noite estrelada era encantadora.


Ele não insistiu no assunto, deve ter achado engraçado meu gesto.


- Você não conhece – replicou ele.


Anotem: Era uma desculpa.


- Lá vai eu de novo – repliquei audivelmente.


Ele interrompeu-me antes de fazer a primeira tentativa.


- Kate Fylen.


Luzinhas vermelhas de alerta tinham se acendido em minha mente.


- Ela é de família tradicional? – foi minha primeira pergunta.


- É – agora ele parecia um pouco intrigado.


Franzi a cara levemente.


- Algo de errado? – perguntou ele aproximando-se.


- Não... Nada... – disse incerta.


Não deve ter acreditado nem por um segundo nisso mas é que nem eu mesma sabia o que tinha de errado.


Pensando melhor, eu sei:


Informações trouxas fornecidas por uma Sonserina...


Estranho, novamente.


Comecei com uma nova listinha, pois dessa vez, nem Draco parecia saber da verdade.


Não que ele não pudesse ter estranhado.


É que entendam: Era mais fácil outra pessoa que eu conhecesse saber dessas informações por causa da localização de minha casa (Informada a Draco, embora não saiba como ele conseguiu saber a localização) do que alguém do intermédio dele.


Se Any não teria falado para ninguém (E eu acreditava piamente nisso, pois era muito sincera em sua advertências) quem parecia se encaixar aí era Hermione.


Sim! É!


Aí desanimei em seguida. Lembrei que da ultima vez que ouvirá dela, estava no St. Mungus dormindo com seus pais na soleira.


Além do que, pensando melhor, Hermione nunca agiria assim. Nunca o ajudaria.


Definitivamente ela não deveria saber, senão Rony também saberia imediatamente.


Pensei novamente.


Nenhum nome á cabeça.


Alguma pessoa que conhecesse Kate Fylen, talvez?


Eu soube então.


Catherinne.


Catherinne Tiegh sabia.


Era isso mesmo?


Foi aí que alguma coisa não tão remota pululou á mente, cena de horas atrás.





F.L.A.S.H B.A.C.K.


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“Se eu não tivesse tão entertida pensando nisso teria ouvido algo com certeza.



Malfoy movimentou-se tão rápido que achei que tinha falado algo errado, ele olhou para a porta e andou em direção á ela rapidamente.



- O que houve ?





- Nada – falou ele enquanto dava uma espiadela do lado de fora – ouvi a porta bater, deve ter sido impressão, eu saio primeiro...”




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Catherinne mandará uma coruja para Kate quando viu a segunda nota do Profeta diário, já fora de Hogwarts.


Claro, aí era mais plausível.


Nem vou dizer que me senti tapada, afinal, já me senti assim tantas vezes hoje que não faria muito diferença no momento.


Podia ter desconfiado de seu comportamento neutro. Não estranhar nada era algo muito suspeito.



Of everyone and everything I see



De todos e de tudo o que eu vejo






And I search through every face


E eu procuro por todos os rostos





Without a single trace, of the person


Sem encontrar um traço, da pessoa





The person that I need


Da pessoa de quem eu preciso.




- Está pensando demais – verificou ele em tom queixoso á milímetros de distância, enlaçando-me entre seus braços, o ar de sua respiração lenta contra o meu rosto.


Então derrepente as palavras dele se tornaram difusas, não tive prestando muita atenção ao que ele dizia.


- Mimado – sussurrei baixinho antes de Draco puxar-me para mais perto envolvendo-me em um beijo acalorado, rápido, por alguns segundos.


Aquele beijo que deixava-me um pouco arrepiada por causa do jeito em que minha cintura grudara-se á de Draco.


- O que vai acontecer a partir daqui? – perguntei com os centímetros contados.


Ele abaixara um pouco o rosto para ficar na altura de meus olhos.


Sim, ele era alto...


- Não sei. O que você acha?


Deveria ter algum olhar suplicante, pois eu realmente me sentia assim. Um pouco deslocada quando pensava nessa pergunta. Já os dele tinha um brilho intenso.


Ao redor era possível sentir o som das folhas rumorejando como uma conversa que não existia.


Respirei fundo, os cabelos deles triscando de leve o meu rosto, aquela coceguinha engraçada.


- Vou tomar cuidado, mas não vá achando que vai se livrar tão facilmente de mim – disse ele maliciosamente.


Então pensei no por que de voltar ao passado. No por que de me arriscar tanto, só para rever um momento.


Soltei a frase baixinho e tão inconsciente que quando percebi, já era tarde demais...


- E pensar que não precisava nem ter invadido...


- Invadido? – perguntou ele bem mais interessado.


- Nada demais, a Oficina – disse tentando desconversar.


Capsa Analysis?


Não, nunca mais.


Percebi uma sensação muito ruim. Quando nos tiram algo, sabe?


Queria ir com ele, acompanhá-lo.


Sabia que isso não poderia ser possível.


A estação de trem funcionara á partir das cinco e sabia que Draco teria que ir o mais cedo possível.


Parecia tudo tão inacreditável.


Tentaria pelo menos lembrar de mandar uma coruja á Catherinne posteriormente.


Draco levantou seu rosto levemente e ao falar intercalara-se os lábios o pressionando


contra os meus á cada intervalo das palavras.


- Trate... De... Se... Cuidar... Também...


- Olha quem fala!– disse ainda refletindo – Não queria que tivesse ocorrido


- Não podemos voltar no tempo – disse ele com uma voz grave.


É incrível como tinha o dom de parecer irônico, querendo ou não.


Vi-o mexer nos bolsos, olhar aos cantos com um brilho meio distinto.


Ia embora.


- Posso ir junto, pelo menos até metade do caminho? – tentei falar da forma mais natural possível o que acabou saindo com um pouco de suplica.


- E depois eu que sou mimado...


Começamos a andar lentamente pela relva, o céu tinha tom de anil.


Draco pousou uma mão sobre minha cintura, abraçando-me, meio que tentando auxiliar-me a andar pois ele andava a passos mais rápidos. Já devia ter reparado nos meus tropeços fora do comum.


Quando chegamos ao final da linha de árvores que margeavam a orla, uma andada que pareceu uma questão de segundos, ele parou de súbito segurando minhas duas mãos entre as suas, o que eu também fiz pressionando fortemente, aquele toque neutro.


Olhou á frente, logo após da orla tinha-se alguns matagais e uma trilha sinuosamente marcada.


- Até que não é tão grande a trilha – disse sem a mínima sombra de preocupação.


O que ele queria? Me consolar é?


Era lógico que era grande.


Sorri fraco diante dessa perspectiva.



Can you make them disappear?


Você pode fazê-los desaparecer?





Olhava nitidamente a trilha até que num súbito, um ato desenfreado de desespero, houve um beijo como um ato de violência, o que pegou-me inesperadamente e para meu completo espasmo afaguei o robe de Draco sentindo uma quentura ferver-me ao rosto.


Draco quebrando o contato bruscamente falara num sussurro.


- Lembre-se do que falei.


E partiu apressadamente entre as sebes.


Ainda um pouco atordoada por ter sido pega de surpresa encostei a mão em uma das árvores, observando-o correr atlético, tentando colocar os pensamentos em ordem.


O por quê de correr não saberia ao certo.


Só sabia que foi ali que vi Draco desaparecer.



Make them disappear


Faça-os desaparecer




Então.


O Sol começou a nascer.




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"Enviado por uma coruja especial...."

.:: Angelina Michelle ::..


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