A História dos Potters



Muitos homens se considerariam heróis no lugar de Harry. Pessoas super importantes e poderosas.
Mas Harry não. Para ele, a profecia era muito mais do que um fardo. Muito mais do que uma penitência.
Lhe custara seus pais, sua infância com os Dursleys, seus temores, sua tranquilidade, sua paz e principalmente,
a vida de seus entes queridos. Não, definitivamente ele não gostava dos títulos nem da missão que recebera.

Voldemort revirava o corpo de Alastor Moody com o ávido interesse de um abutre faminto.
Mas seu sorriso maléfico foi desaparecendo gradativamente revelando uma expressão de grande frustração
e raiva.

-Maldição! Não está com ele! MALDITO SEJA MOODY!

A cicatriz de Harry ardeu muito intensamente revelando um verdadeiro ódio
e desapontamento.

Voldemort desaparatou levantando ligeiras nuvens de poeira rasteira e negra.
Momentos depois os comensais começaram a sumir também, todos seguravam o braço em
um local que Harry sabia estar a marca negra dos comensais.

-Harry! Você está bem? perguntou uma trêmula senhora Weasley.

O garoto não respondeu.
Não poderia.

-Alastor... Alastor... Chamava uma voz fraquinha que Harry sabia ser a de Ninfadora Tonks.

De fato, não era um momento comum. A dura frieza dos fatos atuais eram estranhamente desproporcionais
a qualquer outra coisa. Mais um de seus amigos se fora pelas mãos de Voldemort.
Não importava o que Harry fizesse, aquela cena se repetia muitas e muitas vezes na sua cabeça, e
nada poderia parar isso. E o mais intrigante, era o fato do garoto sentir como se já tivesse assistido
a essa cena antes.

Um pesar agourento perpassou as entranhas do garoto quando ele ergueu a cabeça e avaliou tudo a sua
volta. Não era hora de se entregar. De se lamentar. Moody lutara pelos seus ideais. Morrera por isso.
É a morte que ele gostaria de ter, lutando até o fim pelo que gostaria, mantendo sua honra até o fim.

No dia seguinte, as nuvens nubladas e pesadas pareciam acompanhar os ânimos de todos, enquanto compareciam
ao enterro do ex-auror. Diferente do que fora o enterro de Dumbledore, havia muito pouca gente.
Resumia-se a Ordem da Fênix e uma dúzia de companheiros de trabalho, além de um homem que parecia mediar
o enterro com suas palavras.

-Alastor Moody...
Sim, com certeza foi um grande homem.
Dedicou sua vida no combate as trevas, e isso,
não é pra qualquer um.
Moody sempre foi dotado de poder mágico surpreendente,
bondade no coração e devoção ao trabalho.
Auror. Essa foi a profissão que Alastor escolheu para
seguir. Algo que só alguem determinado a dedicar-se pelos
outros poderia fazer. Moody não tinha medo de dizer o que
pensava, hábito que o levou a largar o ministério e o cargo
por uns tempos. Mas na necessidade urgente de bons aurores
ele prontamente retornou ao combate das trevas.
Escolha que o tirou de nós. Mas, um sacrifício como esse
não ocorre em vão. Pois aquele que proporcionará a queda
de nosso tirano lembrará da luta de seu povo, e de homens como
Moody, que lutaram pelo que achavam certo, mesmo que isso
lhe custasse a vida.

Adeus Alastor!

Muitos mantinham as cabeças baixas, outros choramingavam e comentavam
seus lamentos.

-Pelo menos ele não pegou o Olho-de-Tigre... Sabe... Voldemort. Disse
Rony tristemente encarando seus sapatos. Eu devia ter estado lá.

-Rony, não se preocupe... Começou Harry enquanto Hermione o abraçava.

-Não Harry, agi feito idota saindo daquele jeito... Eu poderia ter ido...
Poderia ter ajudado... Talvez meu pai e meus irmãos estivessem seguros aqui...

-Tolices Rony! Você poderia muito bem estar com eles a essa altura. Disse Hermione.

-Rony, Mione... Vamos esquecer esse assunto! Estamos aqui, juntos pro que der e vier!
Voldemort conhecerá seu fim! Devemos isso a Moody, Dumbledore e todos os outros!
Enquanto eu puder contar com vocês tenho muito mais forças do que posso querer!
Iremos derrubar Lord Voldemort! Estamos juntos nessa?

-Estamos! Respondeu Hermione abrindo um pequeno sorriso.

-Sim Harry! Disse Rony parecendo mais humano e menos febril.

-E eu também estou! Disse um Neville recém surgido do nada. Quer dizer... Se deixarem é
claro.

-Claro que será bem vindo Neville! Respondeu Harry sorrindo.

-O que há, a AD está se unindo novamente? Oba! Exclamou Luna se juntando a eles, Gina
vinha logo atrás.

-Gina, onde vai? Perguntou um ranzinza Dino. Prometeu que... Dino não chegou a
completar a frase, embora Harry tivesse uma boa noção só pelo fato do modo com que
olharam para ele.

-Dino, Mas é sobre a luta contra...

-GINA! Você me prometeu! Aquilo, e também prometeu que não se involveria nessa guerra!
Quero você junto de mim pra sempre!

Harry sentia como se seu estômago desse saltos tríplos.

-Dino, desculpe eu preciso ir com eles... É meu destino...

-Gina... Se você der mais um passo na direção do Potter eu juro que será o último dia que
terá minha atenção.

-Dino eu realmente preci... Começou Gina, mas foi interrompida por Harry.

-Ele está certo Gina. Você não deve vir. Fique com ele e proteja-se o maximo que conseguir.
Me promete?

-Harry eu... Começou Gina.

-O Harry está certo Gina! Você não vem! Disse Rony.

-CALABOCA RONY! QUEM É VOCÊ PRA MANDAR EM MIM?

-SEU IRMÃO MAIS VELHO!

-GRANDE PORCARIA! VOCÊ NÃO TEM MORAL PRA FALAR DE NINGUÉM! VOCÊ É
UM ZERO A ESQUERDA RONY! NÃO PASSA DE UM PALHAÇO!

Os dois retiraram as varinhas das vestes emboladas que protegiam do frio intenso.
Harry foi impedir mas foi atingido por um feitiço anti-bicho-papão disparado por Gina.
Ele voou alguns metros caindo desacordado contra uma árvore de galhos tortos e folhas secas.

-VEJA O QUE FEZ SUA RETARDADA! Berrou Rony em fúria.

-CALE-SE! MAIS UM INSULTO A GINA E VOCÊ SE ARREPENDERÁ DE TER NASCIDO RONY! Gritou Dino se
interpondo entre os dois.

-Você é realmente patético Thomas. Coma vermes!

Rony disparou um jorro verde claro que mixava verde e amarelo contra o oponente.
Dino pareceu empalidecer, e logo depois adquiriu uma feição de quem queria vomitar.
Rony conseguira acertar o feitiço que tentara uma vez no segundo ano contra Draco Malfoy.
Dessa vez com a varinha inteira ele conseguira o resultado sem problemas.

-RONY VAI PAGAR! Gritou Gina, mas antes que pudesse fazer alguma coisa ela foi agarrada por
Hermione.

-Já chega não é? Disse a menina em soluços.

-O QUE HÁ GRANGER? PROTEGENDO O NAMORADINHO? AZAR O SEU TER UM ZÉ NINGUÉM COMO AMOR!

-Gina, não insulte o Rony! Você está de cabeça quente.

-ME SOLTA!

Hermione obedeceu e as duas se encararam por um longo instante.
Um homem muito gordo de bigodes salientes se colocou entre as duas.
Os botões de sua blusa de pano fino estavam prestes a saltar astronomicamente,
e ele passava a impressão de um velho lobo marinho, seu nome era Horácio Slughorn.

-Já chega crianças! Disse ele com seu olhar sério porém bondoso.

-Não sou criança professor! Disse Gina ainda suprimindo sua fúria.

-Pra mim sempre serão crianças senhorita Weasley!

Enquanto isso Dino vomitava pesadas lesmas gosmentas ao fundo da conversa.
Slughorn virou-se e invocou:

-Finite Incantaten!

Dino continuou pálido embora era irrefutável o fato de que ele parara de cuspir
lesmas e vermes.

-Espero que deixem de infantilidades agora... MÃE DO CÉU! O QUE HOUVE COM HARRY?

Gina corou quando os outrs a encararam e Rony alfinetou:

-É que algumas pessoas quando se zangam invocam feitiços... Não importa em quem
acerte o importante é atacar.

-Rony, cala a sua boca ou você verá o que é uma magia certeira. Respondeu a nervosa menina.

-JÁ CHEGA! Harry, acorde... Enervate!

Harry sentiu um ar leve entrar em seus pulmões como se recebesse uma lufada de vida
e inspirando uma grande quantidade de ar de uma vez um engasgado Harry voltou a tona.

-Você está bem Harry? Perguntou Slughorn agaixando sob os joelhos.

-Sim senhor...

-Certo... Então nada mais de confusão eu espero!

Slughorn se retirou em pesados passos deixando restante apenas o clima pesado que
poderia ser sentido com as mãos, ou pelo menos é o que parecia a Harry.

Naquela noite na casa numero sete de Godric's Hollow ruídos agourentos de ventania invadiam a casa.
Era tarde, mas Harry permanecia sentado na sala junto a Sirius de frente para uma lareira acesa e
muito crepitante.

-Harry, o que exatamente você viu e ouviu ontem sobre os Weasleys?

-Não foram assassinados... Pelo menos não na minha frente. Até onde sei eles
foram levados para alguma coisa.

-Certo... Uma preocupação a menos.

Após esse comentário um pesado silêncio constante tomou conta do local, deixando
apenas o brulho das crepitações do fogo ressoarem.
Mas o silêncio não durou muito, porque Sirius retomou a fala:

-Harry, eles não podem estar mortos! Saberíamos!

-Como?

-Nunca viu o relógio dos Weasleys?

Harry teve um pequeno acesso de alegria, pois na casa dos Weasleys havia um pesado relógio que
não marcava as horas, ao invés disso tinha nove pesados onteiros que mais pareciam colheres
representando os membros da família Weasley e suas condições atuais, e enquanto os ponteiros
estivessem intactos eles saberiam que os gêmeos e o sr Weasley estavam bem.

As horas passavam vagarosamente para ele. Os fatos atuais ainda o martirizavam.
O último ímpeto de Voldemort levara a vida de mais um de seus amigos.
Alastor Moody dessa vez. Harry lembrou então de sua última conversa com Moody.
O sábio auror dissera coisas sobre lutar pelo que deseja, sobre manter a honra e sobre
o recado do auror.

O racado dizia "está no bolso do casaco". O que poderia significar?
Se não fosse uma espécie de enigma ou qualquer coisa parecida, a
solução seria apenas subir ao seu quarto e analizar os casacos.

Foi o que fez. E ao chegar, Harry apanhou seu quarto do exato jeito em que deixara na manhã
do dia anterior. Bagunçado com coisas atiradas para todos os lados.
Harry apanhou alguns casacos e começou a vasculhar os bolsos, mas nada foi achado. Até que
Harry encontrou seu último traje de frio. Estava lá, ao lado da varanda. Ele lembrava de ter passado
a noite com ele por estar muito frio e na manhã seguinte levantar cedo e ter caminhado até a varanda,
onde tonteou e caiu, acordando minutos depois sem lembrar dos "sonhos" que tivera na ocasião e
largado a jaqueta para descer com Hermione até a cozinha.

Harry a apanhou apreensivo, afinal, era a mesma jaqueta que ele usara uma semana antes na ocasião
em que encontrou com Moody na casa dos Weasleys. Teria ele escondido alguma coisa?
Teria o objeto permanecido inteiro mediante aos feitiços limpantes de Hermione?
Ou ao menos existiria tal objeto?

Harry segurou a jaqueta e virou os bolsos, um a um, e quando perdera as esperanças, sentira algo
sólido no último bolso. Harry virou o bolso do avesso fazendo cair uma pequena pedra e um bilhete.
Ele olhou para a pedra e lembrou ser o olho-de-tigre que Moody protegia e que Harry queria,
o bruxo devia ter colocado no bolso dele sem que ele percebesse no momento em que se aproximara
para dar maiores detalhes a Harry no mesmo momento em que comentara sobre ela na Toca.
Ele apanhou o bilhete alegre por saber que Voldemort não conseguira definitivamente por
as mãos na pedra e leu:










"Caro Harry,

Estou colocando isso aqui para despistar
possíveis espiões. Enquanto pensarem que
a pedra está comigo você estará encoberto.
Acredito que haja um espião na ordem, mas
não posso afirmar com certeza. Cuidado
Harry, vigilância sempre! Que fique bem
claro que eu só estou te entregando essa
responsabilidade porque confio em você Harry!
Afinal, a pedra possúi poderes além do que
prevemos e imaginamos, há um poder que não
pude tocar. Ninguém pôde. Não temos certeza
do que pode ser, apenas podemos supor.
Assim que ler entre em contato para maiores
instruções. Até logo então.

Alastor Moody"







"Entrar em contato... Talvez seja um pouco tarde pra isso Alastor..."
Pensou Harry com um grande vazio agourento no estômago que ele não
associava a fome.

Agora as coisas faziam sentido, Harry ouvira falar que a tal pedra traria
premonições e avisariam contra perigos além de ter mais poderes envolvidos
que ele desconhecia.
Provavelmente o efeito surtiu quando ele usava a jaqueta e por isso
ele parecia saber o que ia acontecer. Uma espécie de Deja vu.

Harry pegou a pedra nas mãos e a analisou atentamente. Era amarelada e possuía
listras pretas e a medida que você a movia as cores se invertiam se sortindo
entre preto e amarelo, e realces de contraste marrom no lugar exato onde as
cores se encontravam. Decididamente era uma pedra bonita.
Harry perdia a noção do tempo enquanto a analisava, suas listras eram hipnotizantes
e prendiam a atenção de uma maneira irresistível.

Quantos minutos ou mesmo horas haviam passado desde que ele começara a admirar a pedra
ele não saberia dizer, mas de fato o garoto durmira com a pedra no pescoço na ância de
mantê-la por perto.

Nos sonhos, Harry perambulava por corredores vazios.
Sabia estar em Hogwarts. Sua cabeça estava aflita, havia
descoberto algo muito atordoante e por que não horripilante.

Sua mãe Lílian, fizera um gesto que ele nunca, nem em seus maiores devaneios poderia
acreditar. Mesmo assim, ele queria continuar ali, em Hogwarts.
A neve caia lentamente sobre os terrenos da escola, enquanto a sala comunal que Harry
recém chegara estava confortavelmente aquecida pela lareira que ele tanto conhecia.

Mas de súbito, tudo se desmantelou no exato momento em que Lílian descia as escadas
do dormitório feminino com ar de quem planeja fazer alguma coisa.

Logo, Harry assistia o corpo de Dumbledore sobre a mesa do velório que ocorrera
no ano anterior e algo lhe dizia nas maiores profundezas de sua mente que aquela
visão era crucial para sua vida.

Em nenhum momento Harry conseguia ver o corpo do diretor, nem mesmo quando parou a
centímetros dele. Estava completamente oculto por um embrulho roxo. Devia ser um costume
bruxo porque só ele, Harry parecia estranhar. Hagrid aparecia de relance , sempre em foco
de uma luz dourada que o destacava dos demais, indicando que ele tinha uma participação
importante no desenrolar das coisas.

Novamente tudo foi ofuscado e raios verdes pairavam para todos os lados.
Logo após Harry sentiu-se matando alguém. Era uma sensação horrível, mas ele
tinha de fazer. Há muito tempo era isso o que ele queria.

Harry sentiu que tudo se embassava novamente e se viu sentado conversando com os
Longbottons, tanto Franco quanto Alice estavam bem. O que estava acontecendo?

Harry acordou então muito sonolento, e teve novamente a sensação de que sonhara alguma
coisa. Mas também a mesma sensação de não se lembrar de nada que vira segundos atrás.
Exeto por lembrar algo relacionado a sua mãe.

Aquele pensamento o levou a pensar sobre sua família. Sabia tão pouco sobre ela.
Só poderia saber por relaltos e bases dadas por amigos dos dois e pela breve visita
as memórias de Snape no seu quinto ano de escola quando Harry invadiu as lembranças
que o professor não gostaria que ele visse durante suas importantissimas aulas de
oclumência para deter as legimências do Lorde das trevas. Quase sempre eram boas
coisas embora fossem sempre os mesmos comentários:

"Você é idêntico ao Tiago... Mas tem os olhos de Lílian"
"Ele era um jogador de Quadribol explêndido"
"Ela tinha um coração muito puro, sempre ajudava a todos"
"Tiago foi a pessoa mais corajosa que já conheci"

Mas será que estava contente somente com isso?
Então ele se lembrou de seu desejo mais profundo e desesperado
de coração. Quando olhava para o espelho mágico de Osejed no primeiro ano, Harry
assistia uma imagem dele com seus pais. E quando precisava conjurar o patrono,
era a imagem de seus pais que lhe vinha na cabeça. Imagem essa que se provou
verdadeira na sua primeira visita a casa em ruínas dos Potters. Tiago conversava
com ele no dia em que foram atacados por Voldemort. Brincava que ele ia ser o melhor
jogador de quadribol do mundo e que já poderia entende-lo porque era um Potter.

Mas foi nesses pensamentos perdidos que Harry achou uma solução.
Porque não usar a penseira de Dumbledore para procurar coisas sobre os dois?
Harry seguiu até a mesinha que tanto utilizara em seu último ano escolar junto
ao velho diretor de quem tanto gostavae começou a vasculha-lo com a ponta da varinha,
mentalizando seus pais. O material dentro da penseira que Harry sabia ser pensamentos
não era líquido, nem sólido. Se tivesse de escolher entre um dos tres estados físicos
ele diria gasoso, embora não fosse a palavra que fizesse definição aos pensamentos
azul-prateados que bruxuleavam calmamente pela penseira.

Uma imagem de Tiago foi se formando na borda do espaldar e Harry sentiu a já conhecida
sensação de cair no vácuo. Se acostumara a faze-lo em companhia de Dumbledore, em prol
de conseguir algo importante no passado sobre Lord Voldemort.

Harry caiu sobre o estádio de Quadribol da escola. A arquibancadas de madeira rustíca,
porém bem construídas estavam abarrotadas de gente, o que indicava ser um dia de jogo.
Acima de uma das torres estava Dumbledore, cujas longas barbas se misturavam ao cabelo
longo. Ambas as mãos estavam intactas. Na arquibancada correspondente a casa da Grifinória
estavam centenas de torcedores frenéticos e fanáticos. Entre eles, Harry teve a alegria de
reconhecer sua mãe, Lílian Potter, Evans na época.

Ela estava ao lado de duas amigas que não mereciam nem de longe créditos por sua
beleza física. O que fazia Lílian parecer ainda mais bonita do que já era. Harry
olhou pela arquibancada por mais uns dois minutos mais ou menos, até reconhecer
um aluno cansado e abatido que tinha certeza, era Remo Lupin. Ao lado dele estava
um garoto baixinho e dentuço que aguardava em silêncio o começo do jogo. Do outro,
um aluno um pouco mais alto e bonito termulava uma grande bandeira com um leão da
Grifinória. O garoto de cabelos pretos e longos sorria para Lupin e lhe disse
algo que pareceu animar o amigo.

As portas dos vestiários se abriram revelando os jogadores da Sonserina e da
Grifinória. Harry olhou a todos no time da Grifinória a procura de seu pai.
E lá estava ele.

Tiago Potter era realmente muito parecido com Harry, não fossem dois pequenos
detalhes. Um deles, era o tão conhecido comentário dos olhos de Lílian, e o outro,
é algo que nunca haviam comentado mas ele percebera que o nariz do pai era um
nadinha mais achatado. Teria sido o efeito de um nariz quebrado por um balaço?

Muitos pareciam nervosos, mas o Tiago Potter terceiranista estava tranquilo.
aparentava ser muito bom jogador, ou muito metido. Talvez ambas as coisas.
Quando as vassouras foram ao ar formando um círculo em torno de uma Madame
Hooch muito mais jovem e sem rugas nem pés de galinha um apito soou forte.

Tiago passara trinta segundos exatos parado sob a vassoura com ar de superior.
Sorria enquanto assistia o jogo. Harry percebeu que a torcida não se enraivecia
com ele, deviam confiar que ele compensaria o prejuízo. Lílian parecia entediada
ao assistir Tiago. Foi quando uma coruja negra de olhos amarelados pousou sobre
seus ombros lhe entregando um pedaço de papel. Ao abrir, ela pareceu confusa e
cochichou algo com suas amigas. A metros dali estavam Lupin, Pedro e Sirius
vibrando com o primeiro gol da Grifinória.

A coruja que entregara a carta para Lílian começou a levantar voo, e foi
atingida por um balaço. Muitos riram da cena cômica, enquanto dois ou tres
alunos entravam na parte debaixo do estádio recolhendo a ave atordoada.

Foi então que Tiago se moveu. Um ponto brilhante acabara de se destacar
num rasante a superfície. Tiago inclinou-se sob o cabo lustroso de sua
Cleansweesp 8 (Devia ser algo de bom na época porque era muito mais rápido do
que a do outro apanhador) descendo a uma velocidade incrível como se ele tivesse
se atirado contra o solo. Mas subitamente Tiago envergou 180° com um giro mortal
de tirar o fôlego. De fato, muitas garotas suspiraram após perceberem que foi
proposital.

Todos desataram a aplaudi-lo uma vez que sua manobra o jogara
praticamente em cima do pomo. Tiago sorria satisfeito, mas Harry não pôde
deixar de reparar que seu sorriso vacilou quando ele olhou para as arquibancadas
da Grifiória. Ao olhar, Harry percebeu o motivo do desapontamento do pai,
Lílian Evans era a única garota da arquibancada que não estava babando sob ele.
Pelo contrário, a garota que um dia viria a ser sua mãe assistia o espetáculo
como se fosse o horário político obrigatório mais maçante do mundo.

Ao recuperar-se, Tiago começou a fazer um cômico zigue-zague que atordoou até o
pomo, que era sempre frustado pela virada súbita de Tiago. Ele chegou tão perto,
que Harry poderia jurar que o pai só não o pegara por capricho.

Em vez disso Tiago deu um cômico tapa com as costas da mão que fez o pomo se apressar.
A torcida da Sonserina entendeu como uma provocação e começou a protestar.
Tiago parecia gostar, e por incrível que parecesse, a torcida também. Era uma amostra
incontestável de superioridade, deixar o pomo escapar propositalmente só pra se exibir.

Contra Tiago vinham três artilheiros da Sonserina trocando passes de goles, quando
passaram por entre o jovem Potter o mesmo se precipitou numa investida ao meio exato
entre os tres e apanhou a goles. Ele sorria. Não era seu papel no jogo, mas sabia que
seria mais um modo de mostrar suas mútuas e bem dotadas habilidades de Quadribol.

Tiago lançou a Goles para um companheiro muito alto que parecia ser o capitão da equipe.
Após isso ele começou a descrever manobras e círculo pelo estádio. E logo na metade da
segunda volta Tiago desceu e depois subiu numa velocidade razoavelmente alta.
Tiago esticou o braço na direção do pomo no momento exato em que um balaço vinha pela lateral.
Uma vez isso acontecera com Harry. Durante uma violenta partida em seu segundo ano, Harry foi
atingido por um balaço errante e perdeu todos os ossos do braço graças ao desastrado farsante
professor Gilderoy Lockhart. Mas Tiago visualizara e recolheu rapidamente fazendo o balaço atingir
o apanhador adversário.

Tiago continuou antecipando os movimentos do pomo até chegar bem perto e capturá-lo de mãos trocadas.
Harry nunca vira um apanhador tão talentoso.



A torcida da Grifinória urrava em aplasusos e gritos ensurdecedores de "POTTER, POTTER!"
Nem é preciso repetir que a exeção foi Lílian Evans, por quem o jovem Tiago reprimia uma paixão
verdadeira porém desacreditada.

A multidão começou a se dispersar no retorno ao castelo de Hogwarts. Harry seguiu a lembrança de
seu pai mais jovem até onde conseguiu acompanhar com os olhos, mas sua mãe parecia mais digna de
atenção, uma vez que tomara o rumo da orla da floresta proibida. Harry a acompanhou enquanto
todos os outros seguiam para o castelo, inclusive os alegres marotos Lupin, Sirius e Pedro.

Lílian Evans se escondeu por detrás de uma árvore enquanto um outro aluno chegava no local.
Ele tinha as faces duras e um nariz adunco. Seus cabelos fechavam-se em uma cortina de cabelos
muito lisos e oleosos, foi com terror que Harry percebera um Severo Snape chegando até onde estava
sua mãe.

-Lílian! Que bom que você veio!

-Severo! O que aconteceu com você?

-O que acha? Aqueles malfeitores malditos outra vez.

-Está falando do Potter e sua turminha de covardes?

-Quem mais seria?

-Meu Deus Severo... Eles não param de implicar com você desde que
pusemos os pés em Hogwarts tres anos atrás...

-É... O que eu fiz aqueles malditos vermes? Será que é por consequencia
da minha casa? Eu não pedi pra entrar na Sonserina! Foi aquele maldito chapéu quem
me mandou pra lá...

-Eu sei Severo eu sei! Sou sua amiga lembra? Não precisa ficar nervoso.
Escuta, eles não devem fazer por mal... As vezes é só a imaturidade... Ou
brincadeiras de mau gosto... Relaxa Severo!

Harry sentiu seus olhos arderem em puro ódio. Sua mãe fora amiga de Snape...
Como podia ser? Ele mesmo assistira uma discussão entre eles no quinto ano, onde
Snape a chamara de sangue-ruim. Como podiam ser amigos dois anos antes daquilo?
Teria dua mãe descoberto que Snape apenas dava uma de coitadinho?

-Mas isso não vai durar muito tempo... Eu vou me vingar. Eu sei de um segredinho
peludo deles...

Harry percebeu, embora sua jovem mãe nem desconfiasse do que Severo queria dizer com
"segredinho peludo".

Um vento agourento se abateu sobre a orla da floresta.

-Vamos entrar Lily?

-Ah! sim Severo.

-Teremos agora uma aula conjunta de poções não é isso?

-É sim, o Slughorn vai começar a ensinar sobre poções de acrólito com melonano.

-Sério? Mas não fazem efeitos colaterais?

-Sim, mas ele vai ensinar um meio de quebrar a química entre os dois.

Harry percebeu que sua mãe fora amiga de Snape. E que tinham esse atributo em comum:
O dom das poções.

Só agora o garoto parara pra pensar que Slughorn falou o ano letivo inteiro sobre
os gens adormecidos de sua mãe. Mas Harry nunca chegará realmente a gostar da
matéria.

Harry os seguiu até as masmorras, onde um Slughorn muito mais novo com uma
cabeleira cor de palha começando a rarear estava sentado pomposamente a frente
da sala.

Harry percebeu que os alunos estavam meio dispersos por causa da recentissíssima
partida de quadribol que acabara de ocorrer entre as duas salas ali presentes.
Tiago era de longe o mais bajulado. Quando Lílian entrou no aposento ele instintivamente
levou uma das mãos a cabeça levantando os cabelos de sua nuca para parecerem arrepiados.

Harry sorriu. Acostumara a ver esse gesto do pai uma vez durante uma lembrança.

-Muito bem classe silêncio.

Harry reparou que ninguém queria sentar-se junto a Snape, somente Lílian o fizera,
de modo que suas outras duas amigas se sentaram juntas e os marotos se separaram em
Tiago-Sirius e Lupin-Pedro. Os outros rostos eram anonimos para Harry.

-Muito bem classe, alguém aqui sabe pra que servem os Acrólitos e Melonanos?

Snape e Lílian ergueram as mãos ao mesmo tempo, ao perceberem os dois baixaram
cordialmente cedendo para o outro.

-Muito bem, Severo, Diga-me sobre acrólitos!

-São ervas muito raras que só podem ser encontradas no Sul da Oceania em uma de suas costas
mais quentes. Os acrólitos são famosos por suas propriedades curativas. O grande mal de se usar
acrólitos em poções são os efeitos colaterais como cansaço e sonolencia.

-Muito bem Severo! Dez pontos serão acrecentados a Sonserina!

-Professor... Interrompeu Tiago. Você vai mesmo dar a Sonserina dez pontos só porque ele
decorou uma frase palavra por palavra do nosso livro?

Harry percebeu que Snape, assim como Hermione costumava respondera todas as perguntas e ser o
que conhecia por sabe-tudo ou c-d-f. E reconheceu também o comentário de seu pai que fora usado
pelo próprio Snape para debilitar os créditos de Hermione. Será que o professor discontava os
traumas de infância na amiga?

-Sim Tiago, por que ao contrário de você, ele se dedica a matéria!

Tiago sorriu contrafeito enquanto Snape lhe lançava um sorriso maléfico como
quem diz:
"Toma essa!"

Mas Tiago respondeu:

-Bom, se se dedicar a matéria significa abrir mão de curtir as outras coisas
da vida pra se enfurnar num livro e decorar receitas acho que não sou eu o grande
fracasso no fim das contas...

A expressão do jovem Snape alterou-se na hora. De seu sorriso debochado a um esgar
de fúria comprimida.

-Disse que eu não aproveito a vida Potter?

-Ah claro... Perdão... Realmente deve ser gratificante entrar num ninho de fadas
mordentes em pleno domingo de manhã ensolarada atrás de um ingrediente pra uma
sopinha idiota... Sem falara no...

-CALE-SE! Gritou Snape em fúria.

-Muito bem vocês dois! Já chega! Começou o professor Slughorn. Severo, você realmente
deveria aproveitar um pouco mais o tempo em Hogwarts. É realmente uma época maravilhosa....
Concluiu ele com um olhar vago e sonhador, e logo após virando-se de súbito apontando
um gordo dedo para Tiago e dizendo:

-E quanto a você Potter, curtir a vida não vai lhe trazer mais NOM's! Portanto,
aplique-se um pouco mais a matéria! Na vida é preciso de equilíbrio meninos...
Nem tudo é esforço e aplicação, mas nem tudo é curtição e brincadeira. Vocês poderiam
aprender isso sabe... É bem útil na nossa vida.

Harry queria ver cada vez mais coisas. Era realmente grandioso poder assistir seus pais.
Mas alguem o puxou pelo ombro fazendo-o retornar a sua casa no momento atual em Godric's
Hollow.

-Harry! Chamou Hermione. Você está faz horas ai dentro... O que está fazendo? Algo em
relação as Horcruxes?

-Não eu só... Bem... Eu meio que... Estava vendo meus pais.

-Ah sei. Entendo. Mas faça isso após comer está bem? Não é saudável ficar sem comer
Harry.

-Hã... Certo.

Harry apanhou duas fatias de alcaçus em barra e um copo de suco de abóbora.
Enquanto comia tinha os pensamentos fixos naquela lembrança, e na penseira de
Dumbledore. Como poderia ter esquecido por tanto tempo? Era simplismente perfeito
poder conhecer seus pais como realmente eram.

Após comer Harry voltou a penseira, enquanto Rony e hermione disseram que iam
"dar uma volta". Harry sorriu subentendendo que os dois estavam indo ter um
encontro romantico. Encontro romântico. Essa palavra desencadeou uma série de
pensamentos frenéticos em Harry, que o levaram até... Cho Chang.
Era hoje afinal o dia em que ele deveria estar na casa da garota para sua comemoração
de aniversário.

Mas ainda tinha muito tempo. Tempo esse que gastaria pra ver seus pais.
Então, inclinou-se para a penseira e passou a varinha delicadamente sobre
a superfície azul-perolada do objeto. Harry sentiu novamente a sensação de
que caia no vácuo enquanto pensava em seu destino realcionado a família Potter.

Harry caiu num lugar muito escuro. Deveria ser muito trade Harry deduziu pela
lua alta e cheia que se apresentava bem acima dele. Seu coração deu um grande
salto quando literalmente das trevas surgiu uma figura.

Um homem alto, pálido com longos dedos finos. A tiracolo, uma serpente enorme que ele
sabia ser Nagini. Lord Voldemort estava ali, parado a sua frente. Harry procurou sinais
de outras pessoas, mas não viu ninguem. Ou não tinha visto porque segundos depois surgiu
Dumbledore de dentro de uma velha choupana.

Harry prendeu a respiração. Onde deveria ter caido? O que aconteceria a seguir
desse encontro de bruxos poderosos? Mas a resposta veio logo.

-Tom! Cumprimentou Dumbledore com um largo sorriso de quem revê um grande amigo.

-Dumbledore... Assentiu Lord Voldemort com um aceno de cabeça.

-As boatarias sobre você continuam meu caro Tom...

-Não me chame de...

-Já falamos sobre isso antes Tom... Na ocasião eu lhe espliquei que para mim você
será sempre o meu aluno Tom.

Voldemort pareceu muito contrafeito quando retomou a fala.

-Aluno Alvo? Hoje em dia eu sou...

-Quase tão poderoso quanto eu, talvez até mais... Concluiu Dumbledore sem deixar o
sorriso. Entretanto Tom, sempre há o que aprender com os outros, e isso não depende
do poder que ele tem, e sim dos conhecimentos e sabedoria que possa lhe oferecer...
Sabedoria essa que eu, me desculpe dizer Tom, tenho muito mais do que você.

-Sabedoria Dumbledore? As coisas que você tenta me ensinar a todo custo não passam
de meras tolices. A maior tolice entre elas é quando você me diz que o maior poder de
todos é o amor. Isso não existe Alvo!

-Ahhh Tom... Sim existe... Você perceberá isso. Tarde demais eu acho. Mas perceberá.

-E quanto a coisas piores do que a morte Dumbledore? O que pode ser pior do que a morte?
Mais uma vez você, o sábio bruxo equivoca-se.

-Não Tom, mais uma vez você, o poderoso bruxo habilidoso, porém ignorante quanto a
certas coisas, equivoca-se.

-Chega! Não chegaremos a lugar algum nessa discução.

-tenho de concordar com você Tom... Infelizmente não. Não vamos chegar a lugar algum.

-Onde está sua salvaguarda Alvo? Como se chamam mesmo? É... Ordem da Fênix se não me falha
a memória não é?

-Sim, sim Tom... Correta observação. Mas só três deles estão comigo hoje. Assim como
Avery, Lestrange e MacNair estão contigo hoje.

-Sempre onisciente.

-Repito o que já lhe disse antes. Apenas tenho bons contatos.

Harry por um momento suspeitou quem seria esse contato.
Poderia Snape realmente ter sido de todo leal a Dumbledore?
E agora que parara para pensar, Dumbledore sempre tivera conhecimentos
privilegiados sobre os comensais, como na vez em que ele e o diretor
falavam sobre o diário que Lúcio plantou em Hogwarts no segundo ano:

-Quando Voldemort descobriu que o diário fora multilado e perdera todos os poderes,
"me contaram" que foi horrível presenciar sua cólera.

Quem poderia ter contado senão um espião?
Como em uma tempestade cerebral, Harry trouxe a tona a memória
de Dumbledore e Snape discutindo na orla da floresta.
Pelo que o amigo Hagrid contou, Dumbledore queria que Snape fizesse
algo que se recusara terminantemente. Na ocasião, ele julgou que
fosse espionar Draco Malfoy. Mas já se enganara tantas vezes antes.
Porque não poderia estar dando valor demais a uma suposição?

-Devo presumir que há um traidor entre meus amigos Alvo?

-Não foi o que disse Tom... E... Perdão mas, amigos você disse?

-Sim. Algo de errado nisso?

-Errado? Não não.... Inclusive fico feliz em ouvir de sua própria boca que você
cultiva um sentimento como a amizade. Sabe Tom, a amizade é um dom explêndido
que leva a caminhos de conhecimento do amor. Essa pode ser a porta pra você finalmente
compreender qual é afinal o maior poder de todos.

-Dumbledore... Dumbledore... Já estou farto dessa sua afirmação tão
tola e sem fundamentos. MAs vamos lá. Prove-me.

-Não Tom... Está fora de questão. O poder do amor só pode
ser entendido pela esperiência. Não se trata de uma magia em particular.
E sim uma força mágica.

-Em suma, não é algo invocável?

-Não Tom. Não é.

-Mas como uma pessoa pode ser destruída, ou destruir outras com o amor?

-Tom, para entender isso você precisa deixar de lado outro esteriótipo seu.
Aquele que acredita que nada no mundo é pior do que a morte. Existem meios
de destruir seu adversário que seriam muito, mas muito piores do que a morte.
A morte Tom, trata-se apenas da destruição do corpo físico. Mas você deveria
saber que o físico não é nada sem o mental e sentimental.

-Mas não há como ter esses dois sem um corpo há Dumbledore?

-Sim há. E desconfio que você saiba.

Harry percebeu que Dumbledore falara subliminarmente sobre a disconfiança do
conhecimento de Voldemort sobre as Horcruxes, que o fariam ter alma mesmo
quando fosse arrancada de seu corpo.

Lord Voldemort sorria.

-É Dumbledore. Já ouvi falar. Mas mesmo assim, ainda é preferível esse estilo
do que a morte não é?

-Depende Tom. Aliáis, o que você acha que há após a morte Tom?

-Não sei. Não saberia dizer. Nunca morri não é?

Dessa vez foi Dumbledore quem sorriu.

-Tom, desde que o conheci eu reparei na sua notável necrofobia.
Você, em especial, tem um medo muito absurdo da morte Tom. Mas em suma,
o que é a morte? Eu lhe respondo Tom, para a mente bem estruturada, a morte
é apenas a próxima aventura.

-Não acredito que haja algo para se aventurar por além do véu.

-Tom, aí é que está a questão! Continuou Dumbledore que falava sorrindo e agitado
como se estivesse chegando a uma conclusão. Quer uma aventura maior do que essa?
Não se tem idéia nem mesmo se há alguma coisa. Mas mesmo assim, todos Tom, sem
exceção, nascemos e morreremos um dia. Mesmo assim, é tolices deixar de viver
a vida para pensar na morte entende?

Voldemort pareceu contrafeito, porém se mostrava preso e interessado em cada vírgula
do que Dumbledore dizia.

-Não percebe Tom? A vida é maravilhosa e complexa demais para ser entendida. Na sua
sedenta e febril busca pela imortalidade, você se esqueceu de viver.

Voldemort pareceu pela primeira vez naquela noite atingido.
As palavras de Dumbledore lhe tocaram de um jeito como nunca fora tocado antes, e talvez
jamais fosse tocado depois. Já não parecia mais disposto a lutar ou a matar.

-Me responda uma coisa Tom, você é feliz atrás da máscara que levantou?
A máscara conhecida por Voldemort.

O Lorde das Trevas pareceu hesitar, mas enfim respondeu:

-Terei de dizer que não Alvo. Mas, isso é um detalhe que se restringe ao "por enquanto".
Minha busca está chegando ao fim, e logo eu terei a tal felicidade.

-Você acredita mesmo Tom, que uma pessoa que faça tudo o que faz pode realmente ter
felicidade? Não percebeu que os meios que você usa para alcançar a felicidade são
exatamente os que matam o seu objetivo final? Exatamente eles te impedem de ser feliz.

Voldemort parecia atordoado. Sem dúvida Dumbledore tinha mais argumentos em sua
inteligência do que a lógica de Tom Riddle poderia sequer supor.

-Veremos Alvo.

-Sim Tom. O tempo responderá nossos embates.

Harry percebeu que sobre tudo, Dumbledore era um professor.
Estava disposto a ensinar até mesmo o pior entre os seres humanos,
e ainda assim, enchergando nele as partes boas por mais difícil que fosse.

Foi então que ele começou a reparar nois tais danos do amor.
Como Riddle poderia dizer que o amor não poderia destruir alguém depois do
que aconteceu com sua mãe Mérope?
Fora humilhada e abandonada pelo marido Riddle, por quem fora apaixonada.
Mérope usou de todos os artifícios para manter Riddle por perto, mas quando
o libertou por perceber que não era certo, ou por pensar que a essa altura
ele ficaria com ela, a mulher fora deixada grávida de aquele que um dia seria
Lord Voldemort. Seguiu sua vida em desgraça até o último segundo quando
faleceu as portas de um orfanato.

Se isso não era um verdadeiro estrago causado pelo amor Harry não saberia mais
o que poderia ser.

Do mesmo lugar em que saíra Dumbledore sairam dois rostos conhecidos, o primeiro
era o recém falecido Alastor Moody, e o segundo era seu pai, Tiago Potter.

Harry olhou atencioso, o que faziam ali?

-Boa noite Fenixês! Cumprimentou Voldemort sorrindo.

Moody abaixou a cabeça em gesto de cumprimento seguido por Tiago.

-Trouxeram?

Tiago tirou um pacote pardo das vestes e estendeu para frente.
Voldemort pareceu em êxtase ao exibir seu sinistro e conhecido
sorriso que deixava suas feições menos humanas do que nunca.

-Onde estão os Longbottons? Perguntou Tiago.

-Bellatriz! Gritou Voldemort para a escuridão fazendo uma névoa de fumaça
negra formar uma pequena nuvem e revelar Bellatriz lestrenge recém aparatada
com duas pessoas inertes caidas como bonecos de marionete.

-Certo. Ao mesmo tempo eu acho. Disse Tiago.

-Espere. Disse Dumbledore que já não sorria. São realmente Franco e Alice
Longbotton Tom?

-Sim Alvo. Não tentaria um truque tão estúpido contra você.

-Quem são aqueles dois que foram encontrados hoje pela manhã pelos
aurores? Perguntou Dumbledore.

-Impostores sob poli-suco.

-Ha... Foi o que pensei.

-Foi bem mais difícil do que eu pensei sabem... Capturar esses dois.
Digamos que eles "nos forçaram" a usar demasiado cruciatus.

Dumbledore ergueu as mãos trazendo os corpos dos dois aurores até eles.

-E, Dumbledore! Não ligue se eles não falarem coisa com coisa por uns tempos...
Andam bem obtusos últimamente. Quem diria, os dois aurores que mais me deram trabalho
derrotados de um modo tão humilhante. Mas foi preciso de muita obliviação e cruciatus...
Descobriram coisa demais a meu respeito. É uma pena.

Harry percebeu que os pais de Neville a essa altura já haviam enfrentado o bruxo por três
vezes, porque depois daquilo eles nunca mais recuperaram a saniedade. E o que será que
haviam descoberto sobre Voldemort que provocará a ira do bruxo?

Dumbledore ergueu o pacote e o levitou até Voldemort.

-Aí está Tom. Contudo, acho que uma alteração deve ser feita.

Dumbledore agitou as mãos freneticamente e virou-se para ir embora.

-O que você fez? Perguntou Voldemort.

-Bem, como nossa "mercadoria" veio alterada, nada mais justo do que fazer as devidas
alterações na sua também.

-Maldito seja Dumbledore! Vai pagar por isso!

Voldemort sacou a varinha com violencia lançando o bruxo metros para trás.

-Avada...

Mas foi arremessado para trás antes de completar a maldição.
Harry percebeu que fora seu pai, Tiago quem salvára a vida
do desacordado Dumbledore pego de surpresa usando um Expeliarmmus não
verbal.

Moody se adiantou, mas Tiago levou a varinha a frente do rosto
desafiando Voldemort para um duelo pessoal.

Alastor Moody voltou contrafeito, mas aceitando a escolha de seu pai.
Do mesmo modo que ele, Harry tivera de fazer na ocasião em que o bruxo
morrera.

-Potter, é a segunda vez que me desafia... Não terá tanta sorte como da
última vez...

-Pode ser Voldemort... Mas se vou morrer, que seja de pé, lutando até meu último
segundo de vida.

-Que assim seja Potter... Disse Voldemort com um frio e zombeteiro sorriso.

Um disparo vermelho saiu pelas mãos de Voldemort sendo bloqueado não verbalmente
por Tiago, que retribuiu em um jorro de prata que atingiu o oponente bem no centro
do peito.

Voldemort cambaleou, mas levantou-se astutamente cruciando Tiago.

Harry assistiu seu pais se atirar no chão urrando de dor.
Voldemort sorria maldosamente ao observar a dor e o sofrimento do oponente.

-O QUE HÁ POTTER? HÃ? PODER DEMAIS PRA VOCÊ?

-CALE-SE! IMPEDIMENTA! Gritou Tiago do chão atingindo um surpreso Voldemort.

Harry sabia o esforço herculóido que isso exigira do pai, pois fora atingido
umas três ou quatro vezes pela maldição da tortura.

Tiago levantou-se e lançou disparos de feixes vermelhos contra Voldemort.
Ele levantou-se do chão muito nervoso e sujo pela poeira da sarjeta do
velho lugar.

-Isso é pelos Longbottons seu maldito! NANAHUATZIN !!!

Uma luz desproporcional irrompeu da varinha de Tiago ofuscando tudo e gerando
ondas de calor anormalmente altas.

Voldemort urrou de dor enquanto cobria os olhos.

-PAGARÁ POR ISSO POTTER! SERPENSORTIA!

Uma enorme serpente irrompeu de sua varinha juntando-se a Nagini e açulando-se
contra ele.

-Cobras Voldemort? Tão típico! VÍPERA EVANESCA!!!

A cobra conjurada se pulverizou em chamas soltando uma fumaça preta enquanto
Nagini deu um bote muito alto pra lugar nenhum que fora intencionalmente uma
esquiva da magia.

-SECTUMSEMPRA!!! Tiago foi atingido num ataque diagonal que lhe deu cortes
profundos desde o braço esquerdo até o rosto.

Enquanto tentava se equilibrar com as mãos no rosto Voldemort o atingiu novamente.

-CRUCIO!

As terríveis dores o perturbavam novamente.
Voldemort tinha a varinha ereta nas mãos duras e inflexiveis pacientemente obsevando
Tiago urrar pela dor proporcionada pelo Cruciatus.

-Desista Potter... Você irá morrer e não há nada que possa fazer.

Mas foi então que uma voz feminina chegou ao recinto.

-TIAGO! NÃO!

Harry virou a cabeça tão rápido que seu pescoço estralou, e lá estava ela, Lílian Potter
com um estágio inicial de gravidez.

Voldemort parou a tortura ao ver Lílian.

-PARE! Disse Lílian correndo na direção de seu marido recém desacordado.

-Evans! O que faz aqui? Disse Voldemort.

-O que acha? Vim ver os Longbottons. Como pôde?

Harry sentiu um pesar de traição no fundo de seu estômago. O que sua mãe
fazia conversando com Voldemort? Que diabos estava acontecendo?

-São aurores Lílian... Me perturbaram mais do que deveriam...

-E com razão se é capaz de fazer uma coisas dessas... Pensei que fosse abandonar essa
vida finalmente.

-Nunca... Nunca disse que concordo com seu ponto de vista Evans... Dumbledore sempre me
diz essa mesma besteira, mas nunca vi nem ouvi falar de indícios de que seja verdade.

-Você é tão ignorante quanto maléfico! E eu tentei te ajudar! mas pelo visto não existe
realmente lado bom em você Riddle, ou melhor dizendo, Voldemort.

-Em agradecimento ao favor que sua idota ingênuidade me fez no passado eu os pouparei
por hora. agradeçam por eu ser um lorde misericordioso... Até mais...

Ao terminar essa frase Voldemort desaparatou deixando um rastro de fumaça negra para
trás.

Tiago levantou-se lentamente sendo ajudado por Lílian e por Moody.

Harry perguntava-se mentalmente quando sua mãe ajudara Voldemort.
Mas lembrou-se da afirmação de Lupin que sua mãe, assim como Dumbledore,
tendia a enchergar somente o lado bom das pessoas, então foi explicável
que ela tentasse persuadir Riddle a voltar ao lado certo.

Harry voltou a sua casa em Godric's Hollow absorvendo as informações que acabara de
assistir.
Que magia era aquela que seu pai havia usado? Parecera incrívelmente forte.

Harry atordoado sentou no sofá de sua sala refletindo.
O sol baixo visto pelas janelas indicavam que o tempo havia passado
desproporcionalmente rápido em relação a suas espectativas.
Harry levantou-se e foi tomar banho para ir até a comemoração de aniversário de
Chô Chang.

Ele procurou por quase vinte minutos até encontrar suas esquecidas vestes a rigor
do quarto ano. Mas essas já não lhe cabiam mais. Havia crecido no mínimo vinte
centímetros desde a ocasião em que tinha quatorze anos. Mas não era problema para ele.
Harry aparatou no beco diagonal, e após uma retirada em sua nova conta incrementada em
Gringotes visitou a loja da Madame Malkin, que em menos de sois minutos aumentou a
barra de sua calça e a manga de sua veste. Além de retoques atuais nos detalhes da gola
e bainha.

Harry voltou para casa satisfeito com a melhora de suas vestes.
Mas ao chegar lá uma coisa despertou do segundo plano de sua mente.
Nanahuatzin... Seu pai invocára essa magia contra Voldemort.
O que significaria? Onde aprendera magia tão diferenciada?
Em todos esses anos de estudos em Hogwarts ele nunca ouvira magia
nenhuma que soasse parecido.
-Harry! Exclamou Hermione ao vê-lo entrar pelo hall. Onde esteve?

-Eu!? Fui à Madame Malkin no Beco Diagonal.

-Ah que bom... Pensamos que... Mas Hermione nãom conseguiu terminar.
Parecia demasiada aliviada em ver o amigo.

-Pensaram que o que Hermione?

-Bem, é que... Houve um massacre horrível sabe... Sob as ordens dele...

-E pensaram que eu estava no meio?

-Foi Harry... Hermione e Rony levantaram e deram um abraço em Harry.

Harry ia protestar a cena, dizer que era exagero e que tudo estava bem,
mas enfim entendera que a preocupação também era um meio de demonstrar
amor, afinal, se não se preocupassem não se importariam com ele, e Harry
já havia percebido por muitos meios que essa amizade era intocável e imortal.
Muitos problemas já haviam acontecido entre os três, muitos dos quais Harry
achou não ter volta. Então ele simplismente correspondeu ao abraço e com um
sorriso disse:

-Obrigado.

-Obrigado? Perguntou Rony. Pelo que cara?

-Pelo que? Bem, tudo eu acho. Valeu mesmo!

Harry subiu até seu quarto e trocou de roupa.
Suas vestes estavam muito boas e ele se sentiu excepcionalmente
bem vestido.

-Está bonito Harry! Onde vai Harry? Perguntou Hermione sorrindo.

-Ah... Preciso ir até a festa da Chô. Sabe...

-Ah claro, ela nos convidou também.

-Sério? Vocês vão então?

-Sim Harry, mas ainda falta uma hora...

-Hã!?

-Ah é mesmo... Com tudo isso esquecemos de avisar que ela mandou um convite para nós
e pediu pra avisar que devemos esperar à porta de nossa casa as nove.

-Ah certo. Bom, estarei lá em cima então... Me chame na hora tá legal?

Harry voltou até a penseira, tinha mais uma hora livre. O que veria a seguir?
Ele perpassou a varinha lentamente mais uma vez sobre os pensamentos que crispavam e aderiam
sua varinha de um jeito muito gracioso. Antes mesmo que pudesse pensar em algo, Harry
foi atirado para o conhecido vácuo em que caia.

Novamente estava em Hogwarts. As duas garotas não muito bonitas que Harry sabia ser amigas
de sua mãe cruzavam um corredor vazio apressadamente e abafando sorrisos. Do outro lado
do corredor vinham dois garotos, Harry sorriu gostosamente ao ver quem eram.
Um Pedro Pettigrew e um Sirius Black já em seus últimos anos em Hogwarts vinham sorridentes
e triunfantes na direção das garotas.

Teriam os dois tido um caso com as feias amigas de sua mãe?
Mas Harry estava enganado, percebeu quando ouviu a conversa entre eles.

-Então, tudo de acordo com o combinado? Perguntou o bonito Sirius Black jovem
com longos cabelos bem cuidados e muito negros.

-Tudo certo! E com o Tiago rapazes?

-Caiu como um patinho! Respondeu Sirius sorrindo.

-Temos dois minutos então presumo eu... Disse Sirius virando-se para a direção oposta de
onde viera e andando em passos apressados. Por ser muito mais baixo, Pedro tinha de correr
para acompanhá-lo.

Os dois chegaram até um outro corredor. Lá viram Lílian entrando para uma sala olhando
para os lados. Pedro a observava fixamente. Seus olhos estavam marejados de lágrimas, mas
Sirius não parecia ter percebido quando cutucou sorridente o amigo e apontou para o outro
canto de onde surgia Tiago e entrava com uma expressão curiosa na mesma sala onde Lílian
entrara segundos antes.

Harry reparou que se tratava de uma emboscada para fazer Tiago e Lílian ficarem juntos.
Como se sairiam nisso? Harry sorria observando o princípio da curta, porém feliz união
que se tornaria sua família um dia.

Sirius saiu da esquina escondida do corredor e gritou:

-Imperturbiens! Malahomora!

A porta cedeu a um barulho de trincas se fechando seguida várias batidas, mas logo se
silenciaram por completo. Harry não saberia dizer se sua mãe parara de bater na porta pelo
lado de dentro ou se Sirius havia imperturbado a porta agora pelos dois lados.

Harry foi até a sala quando percebeu que mais duas ou três pessoas estavam chegando.
As duas amigas de Lílian e uma pessoa a mais, uma garota mais ou menos da mesma idade que
eles pelo sétimo ano. Era oriental e tinha longos cabelos negros até as baixas costas.
Harry poderia jurar ser a própria Chô, não fosse o fato de estar assistindo a época de
seus pais e da garota em questão ser um pouco mais alta que Chô e não ter suas covas nas
bochechas ao sorrir.

-E ai Sirius? Deu tudo certo com a Lily e com o Tiago? Perguntou ela.

-Deu sim Elly! Estão lá dentro com todas as coisas, trancados e imperturbáveis.

-Só assim mesmo... Mas vai dar tudo certo. A Lily me disse que sente alguma coisa pelo Tiago.
Ahhh eles vão fazer um casal tão lindo!

Harry seguiu até a porta, conseguiu atravessar a porta da lembrança como
se estivesse aberta e assistiu a uma sala abandonada com algumas coisas
em cima de uma mesa e seus pais se encarando.

-Que truque é esse Potter?

-Truque!? Do que está falando mulher? Sou tão vítima quanto você!

-Não seja tão cara de... Ahh não... Elly!!! Disse Lílian com ar de quem
entendeu algo óbvio.

-Sirius... Disse Tiago que deslizara de costas contra a parede. Acabara
de entender também embora estivesse íntimamente agradecido pelo gesto do
amigo e não se sentisse contrafeito nem infeliz com o ocorrido, mas
disfarçou muito bem quando retomou a fala pois pareceu desapontadíssimo.

-Se eu pegar aquele Sirius....

-Eu o ajudaria Tiago!

O jovem Tiago Potter levantou-se subitamente estarrecido e espantado.

-Me chamou de Tiago!? Foi o que eu ouvi? O que aconteceu com o "Sr. Potter"?

Lílian pareceu sem-graça e muito desconcertada quando voltou a falar.

-Ah... Bem... Errr é que...

-Sim!? Apressou o garoto.

-Ah! Não interessa! A não ser que prefira que eu continue te tratando
como o crianção que sempre tratei.

-Não não, claro que não quero Lílian!

-Lily... Se quiser...

Tiago sorria. Parecia demasiadamente boa a realidade presente para
poder simplismente estar acontecendo.

-Se importa de me dizer...Não que eu não esteja gostando- Acrescentou
ele- Mas, me dizer o motivo de toda essa mudança.

-Bem... No fim das contas eu percebi que estava errada. E sei assumir
e redimir meus erros.

-Me desculpe... Errada?

-É Tiago...- Continuou ela impaciente- Errada. Por duas coisas,
primeira, realmente Snape estava mentindo pra mim aquele dia...
Eu acreditei nele e te julguei mal...

-Mas você já me tratava mal muito antes disso.

-É... Esse foi meu segundo erro... Admitiu Lílian que de repente
assumira um tom mortalmente envergonhado e abaixou a cabeça enquanto
falava. Seu frágil e delicado rosto de olhos tão verdes tinham a
expressão de maior constrangimento que os garotos(Harry e Tiago)
ja haviam visto na vida até então.

-Qual foi o erro?

-Bom.. Vai parecer muito estranho... E concordo que realmente é.
Mas é a verdade Tiago. Eu nunca te tratei bem exatamente porque...
Porque eu gosto de você.

Tiago sorriu ao ouvir aquilo, mas ainda sim estranhou.

-Como assim Lily? Quer dizer que não gosta das outras pessoas?

Harry reparou que seu pai chamara sua mãe de Lily sem ouvir
protestos pela primeira vez na vida.

-Ah Tiago... É complicado. O caso é que eu sempre senti "algo mais"
por você, o exato motivo que me fez te maltratar para que ninguém
percebesse... mas foi um erro já que eu estava enganando apenas a
mim mesma. Eu mesma nunca tinha admitido. Mas ontem a Elly me
fez cair na real de que... Bem... Eu gosto de você.

-Uau.. Não é todos os dias que se recebe uma notícia dessas...
Mas Lily, porque nunca me contou nada antes?

-Ah Tiago... Eu meio que queria afastar você dos meus pensamentos.
Menosprezava tudo que você fazia na esperança de te achar fútil e
tudo mais... Pensei que tendo uma imagem negativa de você eu iria
minar esse sentimento maluco de dentro de mim.

-Ah. Certo. Tiago agora é quem parecia realmente sem-graça.

-E ainda por cima você sempre foi tão popular. Todas as garotas
ficam no seu pé o tempo inteiro.

-Não sou nem seria nada sem os marotos.

-Você é especial Tiago. -Disse Lílian alterando absurdamente o
tom da conversa que ficára séria e envolvente.- Realmente especial.
Me arrependo por nunca ter percebido isso antes.

Tiago corou mas ergueu a cabeça e sorriu.

-Sabe Lily... Eu acho que eu também tenho de me desculpar...
Afinal, na ância de me mostrar pra você esqueci de mostrar quem
realmente sou por dentro... Mesmo sabendo que sendo você como é,
o interior é o que importa. Muito mais importante do que simples
aparências.

-É sim... O interior é o que conta no fim de tudo... Mas tenho de
admitir que ser bonitão como
você é ajuda um pouco!

Tiago sorriu e se aproximou de Lílian. Seus lábios estavam quase se
tocando e seus olhos estavam fechados. O plano de Sirius e Elly tinha
funcionado. Harry se retirou da sala com um sincero sorriso no rosto.

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