Planos, que às vezes, dão cert

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Simplesmente Esquecido – Capítulo 13 – Planos, que às vezes, dão certo

- Então, Harry, como vão as coisas no ministério? – perguntou, mudando completamente o assunto da conversa, a animada mulher de Jorge, Melanie.

- Ah, bom... – o moreno confundiu-se, alias, ele não queria falar sobre o quão desastroso o seu trabalho estava indo, mas com um curto suspiro, tentou não fazer parecer assim tão ruim – Estamos indo, sabe? Ainda há muitos comensais da morte por aí, procurando por confusão, mas... estamos cuidando disso.

- A gente confia em você, Harry! – exclamou sorrindo Jorge.

- Sabemos que irá superar mais essa! – completou o irmão Fred.

- Por Merlin superar, o quê? – perguntou Gina, com desdém, sentada no sofá oposto.

Todos pararam de falar, no mesmo instante, e a fitaram com olhares severos. Rony e Hermione que a acompanhavam no mesmo sofá branco, no canto direito da sala, ficaram estupefatos, e o ruivo segurou-se para não estrangula-la naquele exato momento. Ele sabia o quanto estava sendo difícil para Harry, e igualmente para ele, controlar a fúria daqueles babacas tatuados, e se não fosse por Hermione, ele, com certeza, a teria matado ali mesmo.

- O que foi? – ela continuou com o tom desdenhoso, olhando surpresa para todos – É verdade! Voldemort está morto, o que mais vocês têm que fazer? Controlar meia dúzia de loucos por aí?

- Não é bem assim, Gina... – Rony murmurou furioso, forçando-se a não sacar a varinha do bolso direito – Eles não são apenas loucos. Eles são terríveis, doentes e se organizam em grandes bandos que destroem tudo o que vêem pela frente! Não é fácil pegar todos eles... – e fazendo uma expressão sinistra, continuou – São como fumaça...

- Por Merlin, Rony! – Gina disse quase gritando, levando as mãos para o alto – Eles não são tão terríveis assim! Dávamos conta deles desde nosso tempo em Hogwarts! – sorriu pelo canto dos lábios, enquanto um silêncio de poucos segundos tomou o ambiente.

- Tudo bem, então... – quem disse foi Harry, calmamente; um sorriso maroto brotando em seus finos lábios – Se é tão fácil assim...por que você não passou no teste para aurores, hein? Pra mim não foi nenhuma dificuldade...

Ela corou, e o sorriso vitorioso sumira de sua face em um segundo. Harry podia falar de qualquer coisa, menos daquele terrível acidente. Não fora sua culpa, mas ninguém jamais entenderia...

- Bem, é que... – a ruiva gaguejou, mas ele não deu chances para ela continuar.

- É fácil falar, não é? Você nunca se arriscou de verdade!

- Já, sim! – exclamou, ainda de pé, enquanto Harry recostava-se no amplo sofá a sua frente – Vivi muito perigos em...er...Hogwarts.

Abaixou a cabeça, sem perceber, e fitou o chão, desolada. Várias imagens passavam pela sua mente, num turbilhão rápido e confuso. Lembranças que doíam, de tempos, dos quais ela gostaria de poder esquecer.

Harry bufou sorrindo, não se dando conta de que ainda estava em uma sala cheia de Weasleys.

- Em Hogwarts? Nos meus tempos de Hogwarts eu derrotei Voldemort! E você? Você fez o que para ele atingi-lo? – levantou uma sobrancelha, ironicamente.

Gina sentou-se no sofá sem palavras; suas lembranças a respeito de Voldemort não eram muito felizes, e ela ainda não havia se recuperado inteiramente.

- Hein? Você fez alguma coisa?

- Harry, chega! – Rony sabia que aquilo já era o suficiente.

O moreno aquietou-se por um instante, mas não ia desistir tão facilmente.

- Certo... – Harry cruzou os braços, ainda sentindo-se confiante, apesar de todos os olhares cravados ao seu próximo movimento. Se por um momento, Rony pensou que eles pudessem se acertar, bem, ele estava muito enganado – Viu como é fácil reclamar? Enquanto nós corremos perigos diariamente, você fica no bem bom, sentada no seu sofá de couro da sua enorme mansão, mandando em elfos domésticos desgraçados.

- Não é assim. – ela criticou num tom de criança mimada, mas sabia que agora era hora de contra-atacar – E, alias, eu não sei se você notou, mas...eu já estou divorciada, Potter! Eu não tenho mais uma mansão para me distrair.

- Bom, claro que não... – ele riu baixo, consigo mesmo – Agora você gasta a fortuna do seu pai, mesmo.

A ruiva riu desgostosa, pousando as mãos na cintura de forma severa.

- Se me divirto agora, é porque só agora eu posso, Potter. Pelo menos eu não nasci em berço de ouro, como você! – o moreno contorceu-se no sofá, pronto para atacar, mas foi impedido antes que tivesse a chance de proferir alguma coisa.

- Bom, vamos comer! – Fred e Jorge levantaram do sofá e todos seguiram seu exemplo. Rony puxou Harry para um canto, enquanto Hermione acompanhou Gina para o lado oposto.

Seguiram para o jardim, e em instantes todos se acomodaram na extensa mesa, recheada de diversos pratos, todos feitos pela Sra. Weasley. Harry sempre achou difícil a Sra. Weasley deixar a cozinha no comando de um bando de elfos domésticos, e ele estava certo. Os elfos só limpavam a casa, enquanto a cozinha ainda era o lugar da bondosa senhora. E seus pratos continuavam maravilhosos, como sempre foram.

“Nada havia mudado” Harry suspirou pensando, “tem coisas que o dinheiro não muda.”

- O sr. Weasley ainda não chegou? – perguntou Harry, saindo da nuvem de pensamentos em que estava.

- Ah, ainda não, querido. – respondeu amável mulher, apontando-lhe uma cadeira, ao lado da sua. – Ele vai ficar até mais tarde no trabalho, você sabe, não é querido...com todos aqueles problemas... – ela fez um gesto com as mãos para que mudassem de assunto, e logo já se voltou para os gêmeos, sentados a sua frente.

Harry notou que Gina, sentada ao lado da mãe, na ponta da mesa, ouvira o comentário sobre seu pai, e o moreno, fingindo estar se espreguiçando, chamou-lhe a atenção para as costas da Sra. Weasley; e ambos se encararam.

- Se fosse tão fácil assim, seu pai estaria sentado nesta cadeira aqui, - apontou para ela – e não em seu escritório, em pleno domingo! – murmurou, sorrindo maliciosamente.

- Bom, - disse, aceitando a provocação com um sorriso – talvez vocês não sejam tão bons assim, afinal... – e antes que ele pudesse retrucar, a Sra. Weasley puxou Gina para a conversa que começara com os gêmeos.

Harry bufou contrariado e prestou a atenção no prato a sua frente. Todos conversavam alegremente e comiam como uma grande família, o que alias, eles realmente eram, mas isso o deixou um pouco constrangido e além de tudo, perdido. Ele não pertencia ali. Olhou para Rony ao seu lado, que era seguido por Hermione e os dois filhos, com Sirius no último lugar da mesa. Do outro lado, encontravam-se Agatha e Fred, Melanie e Jorge, e ao seu lado, apenas a Sra. Weasley e Gina na ponta da mesa, no lugar que provavelmente seria ocupado pelo Sr. Weasley.

Comeu o mais rápido que pôde, tentando arrumar qualquer desculpa para fugir dali, mas sempre que tentava inventar uma dor de cabeça ou um trabalho de última hora, a alegria daquela família espantava todas as suas expectativas de sair, e deixar algum deles chateado. Por fim, concentrou-se na comida a sua frente, mais uma vez, pensando que talvez nunca mais fosse comer algo tão saboroso.

- Alguém tem visto o Draco ultimamente? – a Sra. Weasley perguntou, deixando todos na mesa num silêncio profundo. Não foi uma boa hora para uma pergunta como aquela, ela soube, mas tinha que manter o ex-genro vivo dentro daquela família, ou talvez, nunca mais houvesse uma chance. Ela tinha que tentar.

- Bom, - Rony começou, já que ninguém havia se manifestado, com a voz um pouco rouca, planejando o que dizer em seguida – eu o vi no ministério semana passada.

- E como ele estava?

- Hum...bem...ah – ele tossiu de leve, procurando por sua voz – Ele parecia bem. – forçou um sorriso.

- Que bom, não é? – Jorge procurou algo feliz para ser dito – Pelo menos ele está bem...

Mas antes que alguém pudesse dizer mais alguma coisa, Gina se levantou da mesa, e sem nem olhar para qualquer um deles, seguiu para dentro de casa.

- Ao contrário de outras pessoas... – completou Fred, observando Hermione seguir a amiga, com semblante fechado, enquanto todos fitavam seus pratos, silenciosos.


***

Não podia mostrar a eles! Não, não podia!

“Mas que idiotice! Agora eles devem estar pensando: Oh, tadinha da Gina, olha como ela está sofrendo!” a ruiva pensou consigo mesma, bufando, ao se largar no sofá à frente da lareira. Apanhou a primeira coisa que avistou – uma almofada branca – e a arremessou para o buraco em frente, desejando que tudo o que sentia naquele momento, ardesse em chamas, como a pequena almofada de algodão. Cruzou os braços e esticou as pernas, de forma que ocupou, facilmente, os três lugares do espaçoso sofá.

“Estava tudo tão bem, tudo ótimo! Por que tinham que lembrar dele bem agora? Para que lembrar dele? Ele é passado...não vai mais voltar...”

Ela ouviu passos atrás de si, e pela lentidão daquele salto alto batendo fortemente no assoalho de madeira, ela logo soube quem era e nem se deu o trabalho de se virar.

Hermione sentou-se no braço do sofá e olhou divertida para a amiga irada.

- Não comente, Hermione.

- Não ia dizer nada. – a morena sorriu, proferindo as palavras tranquilamente, como se nada no mundo estivesse errado – A não ser que...você deveria admitir que ainda o ama.

- Eu-não-o-amo! – ela enfatizou demoradamente as palavras não e amo, lançando um olhar severo à morena que ainda sorria. - Eu tenho raiva dele!

Hermione riu, divertida, levantando-se e se acomodando no sofá, fazendo com que Gina também se sentasse e a encarasse.

- Eu o odeio! – afirmou, balançando a cabeça firmemente.

- Não...você não o odeia, Gina.

- Mione, - a ruiva a fitou, sentindo sua face tornar-se avermelhada com a sua fúria – você não está ajudando muito.

- Eu tenho que fazer isso? – a morena a olhou confusa, mas não conteve o sorriso.

- Não vou discutir suas obrigações com você, Hermione. Agora, realmente, não é momento. – a ruiva apanhou uma almofada próxima e a abraçou, sentindo uma imensa vontade de arremessá-la, como fizera com a outra.

- Tudo bem, desculpe. – permaneceram quietas por um tempo; Gina fitando o chão sob a almofada e Hermione procurando algo de útil para confortá-la – Certo, - recomeçou depois de alguns minutos – mas antes de qualquer coisa, você tem que se acalmar, está bem?

- Eu estou calma... – ela retrucou lentamente. Hermione deixou o queixo tombar e a fitou seriamente. – Agora, eu estou...

- Seja sincera, Gina. – a morena procurava as palavras exatas – O que você ainda sente pelo Draco?

- Não seja ridícula, Hermione! – a ruiva bufou furiosa – Eu não sinto nada por ele!

- Não minta para mim. – Hermione cruzou as pernas, aproximando-se da amiga – Não estou dizendo que você ainda o ama! Mas quero saber o que exatamente você sente por ele...sendo bom ou ruim...

Gina ajeitou uma mecha teimosa de seu cabelo ruivo atrás de sua orelha, enquanto pensava seriamente na pergunta de Hermione. Por incrível que parecesse ela não conseguia encontrar uma resposta simples para isso. Não conseguia simplesmente dizer o que sentia por ele...se era bom ou ruim, ela não sabia. Ela só tinha certeza de que ainda havia algo dentro dela, que ela não poderia explicar tão facilmente.

Sentiu o rosto ruborizar sem que pudesse evitar, então tentou desviar a atenção para o outro lado do cômodo, onde a amiga não poderia visualizar sua expressão confusa.

Hermione ainda esperava pela resposta, calmamente. Ela sabia que não era fácil responder uma pergunta daquele calibre, e por isso, esperou pacientemente. A morena queria provar a todo custo que a sua teoria estava correta, mesmo que fosse contra todas as palavras de Gina e os atos de Harry e Draco.

- Eu não sei... - Gina respondeu, por fim, lentamente.

- E o Harry?

- O que tem o Harry? – perguntou confusa.

- O que você sente por ele?

Hermione fixou seu olhar nos olhos amêndoas dela, procurando por um indício de surpresa ou confissão, mas não soube decifrar a reação contrária a que os olhos dela indicavam.

- O que? Harry? – Gina riu alto, enquanto a morena continuava séria – Eu não sinto nada pelo Harry!

- Tem certeza? – insistiu, fazendo o sorriso da ruiva sumir de seu semblante.

- Sim... – respondeu depois de alguns instantes de meditação. – Eu...não sinto mais nada por ele... – ela notou sua voz sumir aos poucos, tornando-se quase inaudível ao fim da frase, calando-se sem que pudesse dizer mais nada. Por algum motivo ela tinha dúvidas sobre seus sentimentos, mas não podia deixar Hermione desconfiar, de jeito nenhum.

- Bom...se você tem certeza... – a morena levantou-se, sem se sentir satisfeita por completo. – Vou lá fora ver como estão os meninos, – a ruiva concordou, enquanto ela seguia para a porta – do jeito que conheço o Rony, e sei como ele é pouco atrapalhado, me pergunto se as crianças vão estar vermelhas por causa do molho ou verdes por causa da salada.

Gina sorriu e observou a amiga sair pela porta central, indo em direção ao jardim. Deixou sua cabeça tombar para frente, sentindo os olhos pesando, e sem força para abri-los novamente. Uma leve dor foi surgindo em sua têmpora, mas ela sabia que não estava doente. Do mesmo jeito que também sabia que aquela dorsinha incomoda não iria desaparecer tão rapidamente.

***

Hermione aproximou-se da mesa ao jardim, e surpreendeu-se ao ver que Sirius e Liz não estavam verdes e amarelos como imaginara, mas somente salpicados de várias cores, dependendo do que comiam.

- Ela está bem? - o marido perguntou-lhe, enquanto ela limpava as crianças com um enorme guardanapo que conjurara. Sentiu o olhar de Harry se aproximar, procurando o seu, mas fingiu não notar. Ela deveria estar enganada, com certeza.

- Oh, ela está bem sim. Foi só um mal estar. Não se preocupe. – lançou um olhar para Harry, que repentinamente pareceu muito interessado pelas nuvens do céu claro.

O almoço foi chegando ao fim, sem mais traumas ou qualquer outra cena que não fizesse parte de um almoço de domingo comum. Harry deixou a mesa, junto com os outros, e seguiu novamente para a sala, enquanto os elfos levavam os pratos para a cozinha. Ele sentou-se na ponta do sofá e foi logo seguido por Hermione, que o fitou divertidamente.

- O que foi, Hermione? – ele reclamou, formando um sorriso ainda maior nos lábios da amiga.

- Você ficou preocupado com a Gina. – ela disse lentamente, completando em seguida, não o deixando retrucar – Eu sei disso, então não minta!

Ele bufou contrariado, e um sorriso maroto surgiu em seus finos lábios. Se não podia negar, então ele podia modificar...

- É claro! A garota dá um ataque na frente de todo mundo! – exclamou divertido – Estava apenas pensando se ela já teria voltado ao normal...

Hermione não se convenceu, e cravou seus olhos nos verdes dele, à procura da resposta. Ficaram assim por alguns instantes, até que todos começaram a se posicionar nos sofás frente deles, e eles não estavam mais sozinhos.

- Ela não deu ataque algum! E você sabe bem disso...

- Hermione, - não tinha mais paciência para brincadeiras – você quer que eu lhe responda o quê? Que eu amo a Gina e estou louco por ela? É isso? – ele cochichou de modo que só ela ouvisse.

- Exatamente. – ela sorriu vitoriosa, e ele bufou levantando-se.

- Aonde você vai? – Rony perguntou, notando que o amigo se afastava.

- Eu vou... – ele começara, sem saber como explicar ao ruivo que Hermione esgotara todo o seu estoque pessoal de paciência que trouxera consigo.

- Ele vai até o quarto. – a morena completou para ele.

- O que você vai fazer lá? – perguntou confuso, arrumando os cabelos cor de fogo para trás.

- Ele vai pegar uma blusa para a Liz. – Hermione respondeu olhando para o moreno, que apenas assentiu. – Eu deixei minha bolsa lá em cima, e está ventando agora, acho melhor ela se agasalhar.

Hermione sentiu uma pontada no coração ao dizer aquilo. Sabia que sua filha não merecia morrer derretida num domingo quente como aquele, mas foi a primeira idéia que lhe veio a cabeça. Alias, Harry também não desceria com bolsa, aquilo era só uma desculpa, então, ela parou de se culpar.

- Tudo bem, então. – Rony concordou, não querendo contrariar.

Harry afastou-se em seguida, subindo os degraus da escada de dois em dois, e em instantes ele se encontrava no segundo andar. O moreno sabia que Hermione só o mandara subir na esperança dele não ir embora, já que provavelmente, ela ainda tinha muitas teorias a seu respeito para lhe contar.

O corredor já não era o mesmo, depois de todas as reformas, mas mesmo assim, ele sentia-se em casa ali. Avistara a porta do quarto de Rony, o qual já passara diversas noites, quando o dividia com o amigo nas férias. Por um momento, sentiu-se tentado em ir embora de uma vez, mas alguma coisa o chamou em direção àquela porta, e sem notar ele se aproximou. Girou a fria maçaneta de ferro, e percebeu, no segundo seguinte, que não estava mais sozinho.

Observou Gina mexer nas miniaturas de diversos jogadores de quadribol espalhados pela cômoda. Os raios de Sol refletiam uma luz laranja ao redor dos cabelos vermelhos, criando uma aréola divina, dando-lhe a aparência angelical.

Fechou a porta atrás de si, com um baque surdo, sem tirar os olhos da beldade a sua frente, mas o estalo do trinco chamou a atenção dela.

Por um momento, Gina pensou em dizer todas as coisas horríveis que vinham a sua cabeça para aquele homem desprezível a sua frente, mas só conseguiu fita-lo com ódio.

Harry retribuiu o olhar, mas não com o mesmo sentimento. Ele não sabia o que estava se passando por sua mente, mas sabia que não odiava aquela ruivinha mimada.

- O que você veio fazer aqui? – ela perguntou ríspida, cruzando os braços firmemente – Jogar na minha cara que eu sou uma rica metida que não consegue fazer mais nada além de gastar o dinheiro alheio? – levantou uma sobrancelha, sem desviar seus olhos dos verdes dele, por um segundo sequer.

- Ah, não... – ele disse com simplicidade – Na verdade eu vim aqui para buscar uma blusa para a Liz, mas se estou incomodando de alguma forma...

- Oh... – ela ruborizou, envergonhada – Er...certo.

Harry forçou-se a não sorrir, já que piorar a situação era a última coisa que ele tinha em mente, e seguiu até a antiga cama de Rony, à procura da bolsa de Hermione.

Avistou a dela, entre todas as outras, das respectivas visitas; a abriu, e sem demora apanhou um leve casaquinho de lã branco.

- Harry... – ela o chamou, no momento em que ele se levantava – eu não quis dizer tudo aquilo a você... – murmurou as palavras com sinceridade, e ele sorriu levemente.

- Eu também não quis... – Harry a observou por um instante, e notou um pequeno sorriso, que logo desapareceu, dando lugar a uma expressão envergonhada.

Ele, também sem jeito, seguiu em direção a porta, enquanto ela lhe deu as costas, fitando algo além da janela entreaberta.

Ele ficou indeciso, por um momento, parando a frente da fina porta de madeira, procurando coragem para abri-la. Não sabia o que estava fazendo; decididamente, não sabia o que poderia acontecer em seguida, só sabia que algo o atraía e talvez, ele não pudesse evitar por mais tempo.

Deu meia volta e fitou Gina, que também viera em sua direção, e sem pensar duas vezes Harry a puxou para perto de si, colando seus lábios nos dela.

A envolveu com paixão, e movimentos rápidos, como se o mundo fosse acabar naquele segundo, mas de uma forma perfeita. Ela seguia todos os seus passos, completando seus movimentos, como se fossem apenas um.

Passou sua mão pelos cabelos sedosos dela, os despenteando, enquanto a puxava para mais perto com outra. Seus corpos estavam colados, e ele podia sentir o pequeno coração dela pulsar próximo ao seu, num batimento muito mais rápido que o normal.

Gina sabia que estava fazendo algo errado, totalmente errado só para constar, mas ela simplesmente não podia parar. Não queria parar. Ao contrário, ela queria que aquele momento durasse para sempre, e que eles pudessem permanecer por ali, sem que ela pudesse pensar em mais nada. Esquecer Draco, esquecer as brigas, esquecer todas as dores confusas que sentia; apenas esquecer de tudo e permanecer ali, amando inutilmente o moreno que a enlouquecia com suas carícias.

Sentiu a mão dele descer por suas costas e subir por dentro de sua blusa, a acariciando com a ponta dos dedos, de modo maravilhoso. Ela passou suas unhas em sua nuca e o sentiu estremecer. E sem que percebessem, eles não estavam mais no centro do quarto, mas caminhando em direção a cama, sem descolar os lábios um do outro.

Gina tateou até a ponta da cama, sentando-se e trazendo Harry para mais perto, enquanto ambos empurravam as bolsas e outras coisas soltas para o chão. Eles poderiam jurar que ouviram alguma das bolsas se abrir e deixar que todo o seu conteúdo se espalhasse pelo chão, mas isso não era importante agora. O essencial era que continuassem, sem que perdessem um único milésimo de segundo.

Harry deixou os lábios dela de lado, e começou a beijar seu pescoço, descendo até sua nuca, enquanto ela puxava a blusa dele para cima, e logo a jogou ao chão junto com as outras coisas espalhadas. Ela passou as mãos pelo tórax escultural dele, mas o moreno já estava voltando e beijou seu pescoço de volta, fazendo um caminho até o decote do vestido que ela usava, e quando ela estava prestes a desamarrar o nó do tecido em suas costas eles ouviram a última coisa que desejariam ouvir naquele momento.

- Harry, cadê...O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Rony gritou assustado com a cena que via.

N/A:
EU SEI! EU SEI! EU DEMOREI MUITO PRA ATUALIZAR! Mas eu prometo (de verdade) tentar ser mais rápida! ;)
Espero que gostem! Gostei dessa cap., achei que ficou mais ou menos o que eu esperava...e agora, sim, estamos indo para o final...acho que temos mais uns 5 caps. Pela frente...e muita coisa ainda pode mudar! =)
Ou não...hehe...vocês vão ver!
De qualquer forma vou me aposentar depois dessa fic! ;)
Vou escrever um livro de verdade! ^^
Mas antes... Quem tiver orkut me add, aí !
“Desireé Belle” sou eu! ^^
Beijos...

Mione Malfoy







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