batalhas vencidas e a vencer



Esta é uma lista de tarefas que eu tenho a mais absoluta certeza de que foi Selena que executou:

· O seqüestro de Arabela Figg;

· A morte sem explicação de todos os pégasus do pelotão Alpha-35 do ministério;

· O programa de espionagem fraudulenta que levou 5 aurores honestos para Azkaban que imediatamente foram substituídos por homens de confiança do Lorde das trevas;

· A morte de...




A lista era tão grande que Remus preferiu fechar o livro e não ler as muitas páginas destinadas aos feitos de Selena.

Ficou pensando consigo se não tinha nada dela naquelas missões, nem um pouco de vontade própria... Era tão determinada. Ficava difícil imagina-la servil como um cão.

Então ele lembrava do tempo em que passeavam de mãos dadas pela madrugada e esperavam o sol nascer e aparecer refletido no lago.

Nunca ouvira Selena falando palavras rudes ou tratando mal ninguém desde que se tornaram amigos. E mesmo quando parecia contrariada, ela agia com paciência e respeito. Não era fria, pelo contrário, era doce. Ela não fingia... Ou fingia...




_ Pedro, o que esta fazendo aqui? - Ela segurou o braço do rapaz que andava apressado pela mansão totalmente coberto pela capa de comensal para que o mínimo de pessoas o reconhecessem.

Selena o puxou para um canto enquanto Voldmort se ocupava com as novidades que os comensais enviados nas missões mais recentes lhe traziam.

O lorde das trevas crescera imensamente em poder naqueles tempos. E não havia quem não duvidasse perante ele dos seus próprios sentimentos.

_ Selena, me largue!

_ O que faz aqui, Pedro! Você não precisa disso... A onde estão seus amigos? É a eles que você deve ser leal - ela estava desesperada, a idéia de que alguém da confiança de Remus estava envolvido com Voldmort a enojava - Fuja daqui! Não há esperança para os que servem Voldmort... Não se iluda com a aura de poder que ele emana... Ele não tem amigos, nem aliados, apenas servos e escravos. Vá para casa antes... oh não, Pedro, você... - Sem querer levantara a túnica e vira a marca negra - Seu traidor... Eu amaldiçôo seus dias!

_ Posso saber o porque? - Lord Voldmort em pessoa, seguindo os pensamentos dela, viera resolver a questão - Este rapaz me será de grande valor.... Talvez me preste serviços mais úteis que os seus, minha cara. Ele me será muito apropriado se é que você me entende... - uma pausa - E você me entende, não é? Eu lhe confio quase tudo quanto uma serva minha pode saber... Você, no entanto, vacila em sua lealdade... - uma grande quantidade de comensais se reunia ao redor do grupo - Tudo por causa de um amor de criança, Selena! Não seja tola! Pense no que você já conquistou ao meu lado... Mesmo assim, continua querendo fugir... Basta! Logo não terá mais porque sofrer, eu mesmo me encarregarei daquele menino...

_ Não! Por favor, meu amo... - ela jogou-se aos seus pés pedindo por clemência - Faço o que quiser...

_ Não duvido que vá fazer o que eu quiser! Você não tem escolha! Mas teima em me desobedecer... Essa oportunidade que me pede eu lhe dei antes e você acabou de demonstrar que não pode esquece-lo... Ordeno que vá para o seu quarto e lá permaneça até que eu assim deseje!

Selena foi.




_ Selena... - uma voz quase murmurando lhe falava.

_ Quem está aí? - ela perguntou ainda olhando para a lua pela janela do quarto. Era crescente e logo seria cheia.

_ Snape...

A casa estava vazia, ou melhor, haviam os empregados, mas ele não estava lá, ela podia sentir. Devia Ter saído para resolver os últimos probleminhas antes de sua ascensão final. Alguns deles, ela mesma estava encarregada de solucionar, mas agora estava de castigo e ali permaneceria até que ele assim desejasse.

Sabia do plano é claro. E agora ficara tudo mais claro. Mataria o herdeiro de Griffyndor. Nada mais o deteria. Maldito seja o traidor! Ela poderia mudar tudo. Mas estava de mãos atadas mais uma vez.

_ Você está bem, Selena?

Ela só não conseguia entender o que fazia Severo Snape na porta do seu quarto. O que seu colega de classe em Hogwarts poderia estar fazendo ali? Devia ser alucinação, alguma alucinação que Voldmort plantara em sua mente para deixa-la consternada, ele não podia estar lá, fazia quase dez anos que ela havia deixado Hogwarts.

_ Sou eu mesmo, Selena, Severo Snape. Preciso de sua ajuda....

Ela pensou por um tempo se devia abrir ou não. Estava cansada dos testes de Voldmort e aprendera que não se pode confiar em ninguém. Mas não havia mais o que temer, o pior já estava acontecendo e ela não podia mais fazer nada.

Severo entrou no quarto muito temeroso de que alguém o visse.

_ O que quer, Severo?

_ Sair disso - ele mostrou a marca negra e seus olhos tinham uma esperança que não encontraram resposta nos olhos dela - Ouvi o você falou a Pedro... Quero sair daqui!

_ Você escolheu seu caminho... - ela baixou a cabeça.

Ficaram em silêncio, um mórbido silêncio. O fim se aproximava.

_ Não me importa o que diga, Selena... Pensei que poderia me ajudar... Não posso perder a esperança pois é somente o que me resta...

_ Sinto muito, mas acho que você veio pedir ajuda a pessoa menos indicada... Esperança não é o meu forte! Tenho visto atrocidades demais para acreditar que o mundo possa mudar de uma hora para outra...

_ Eu também...

_ Mas pelo menos, você tem a sua vida própria... Veio por espontânea vontade. Eu sairia daqui para a morte, se eu pudesse...

_ Ele pode te controlar, não é?

_ Como a um fantoche...

_ Mas não se iluda, Selena, ele nos manipula a todos nós... Ou você acha que eu tive muitas escolhas a fazer diante da plenitude dele? Eu era apenas um garoto... - Severo se afastou dela com vergonha pelos atos imundos que andara cometendo - Mas agora não sou mais! E quero me libertar, vingar a todos a quem eu prejudiquei... Nem que para isso eu pague com a minha vida. Você deveria fazer o mesmo!

_ Como? Se ele me chamar, meu corpo irá ao seu encontro...

_ Mas o meu não...

Uma chama iluminou o coração de Selena, teria de confiar em Snape, não era seguro confiar em um comensal. Ela sabia que podia ser apenas mais um plano para tortura-la, mas sentiu que Snape estava sendo sincero. Ela precisava acreditar em alguma coisa. Não havia mais tempo.

_ Me escute, Severo, você precisará de todo seu sangue frio para esta missão pois logo será lua cheia e tudo estará perdido... - sentou e colocou Severo a sua frente privando-lhe de qualquer outra visão que não fosse os seus olhos - Quero que atraia o casal Lestrange até o meu quarto amanhã a tarde antes do sol se pôr, diga-lhes que seu mestre quer que eu lhe passe instruções para etapa final, eles já esperam por este sinal. Quando eles estiverem no meu quarto, não importa o que ouvir, aparate em Londres próximo ao quadrado central da praça 13 ao lado do esquerdo do rio. Lá ao nascer da primeira estrela haverá uma reunião de guerra, Voldmort descobriu e mandou seus melhores comensais para acabar com a festa e manter alguns bruxos poderosos ocupados... Eu mesma deveria ir para lá!

_ Eu devo ir no lugar dos Lestrange?

_ Exatamente, no caso de haver ainda outro comensal, diga-lhe que os Lestrange tiveram um problema e que o próprio senhor das trevas o mandou... Seja convincente!

_ Confie em mim! E o que devo fazer depois?

_ Entregar-se, mas não sem luta... Não deixe que o outro comensal perceba que se entregou... Provavelmente ele fugirá se estiver sozinho e você for capturado, não existe amizade aqui!

_ Mas se eles me estuporarem de pouco adiantará e...

_ Teremos de contar com a sorte, Severo. Até porque não temos outro aliado... - ela disse tristemente mas ainda com esperança - Você precisa ser entregue a Alvo Dumbledore...

_ Dumbledore? Ela jamais acreditará em mim... Ele sabe em tudo que estou metido...

_ Ele é o único que pode nos ajudar agora, o único que ainda poderá acreditar na nossa história... Peça que lhe dêem Veritasserum!

Ouviram um barulho. Seriam os vigilantes da noite que circundavam a mansão. Tinham de se separar rápido.

_ Vá, Severo, você é a minha única esperança de um amanhã melhor... Muito embora eu não acredite que vá poder vê-lo - ela abriu a porta mas o segurou antes que ele saísse - Não esqueça de dizer o mais importante quando estiver de frente com Dumbledore: Cuidado com Pedro!

Severo Snape saiu andando tranqüilamente pelo corredor pensando no plano, viu as sentinelas, as cumprimentou com o tradicional “salve Lorde Voldmort” e seguiu em frente.




Arrumava suas coisas ainda sem acreditar por tudo que passara nos últimos dias. Sua vida virara do avesso. Descobrira que Pedro era o traidor e não Sirius.

Pensava tanto no próprio sofrimento que nem imaginava que o amigo, o irmão, estivesse na cadeia sendo humilhado, destruído. Sirius fora um forte.
Apesar de toda a dor ele ainda achava que saber que Sirius era inocente um alívio, pelo menos tinha mais um aliado para os dias negros que voltavam a se aproximar.

Harry Potter se mostrou tão bom e corajoso quanto o pai, teve orgulho dele.
Agora teria de ir embora, mas não para longe, deveria se organizar para os próximos combates. Seu segredo não mais fazia sentido e não perderia mais batalhas por causa dessa maldição.

No fundo, achou bom que Snape houvesse dito em alto e bom som que ele era um lobisomem, não precisaria mais esconder. Remus sentiu que sua dívida para com Snape estava paga, pois uma revelação como aquela também era um atentado a vida.

Despedir-se foi com certeza a parte mais difícil, seria por pouco tempo, ele sabia, mas ainda assim, estaria sozinho outra vez.

Foi neste espírito que entrou no expresso de Hogwarts naquela tarde.




_ Acredito em cada palavra que este rapaz disse, Minerva! Precisamos ser rápidos se quisermos salvar o que nos resta de esperança. A onde estão Sirius e Remus?

_ Sirius está em Londres, eu o localizarei... Mas Remus...

_ É lua cheia! O que fazer? Perdemos um grande aliado! Venham todos comigo, temos algumas batalhas pela frente! - seguiram em frente - Madame Pomfrey, confio este rapaz aos seus cuidados, cuide dele como se fosse eu mesmo que estivesse neste estado, sim? Ele é um bravo como poucos ainda são!




_ Dumbledore, eu lhe imploro, vamos buscar Selena!

_ Não precisa implorar, Severo. Assim que eu souber que Harry está bem eu mesmo irei buscar a moça... Mas não tenha tanta esperança de que esteja viva, pelo que me contou ela deve ter tido muito trabalho com os Lestrange... Talvez...

_ Preciso acreditar que ela esteja bem, Dumbledore... Ela salvou minha vida.

_ Ela salvou mais vidas que a sua... Incluindo a minha e a de muitos bruxos que estavam naquela reunião... - Dumbledore seguiu pela porta ao chamado de Minerva Macgonal - Mas você está certo. Não perca mais tempo, vá busca-la. Se precisar de ajuda chame quem quiser e se não o acompanharem eu mesmo resolverei este problema!



Severo Snape acabou indo sozinho a mansão dos Marvolo. Quando chegou lá, percebeu que os sentinelas iam e vinham sem Ter muita noção do que faziam exatamente. Cobriu-se com a capa e seguiu em direção ao quarto.
Selena não estava, mas os Lestrange caídos no chão estuporados estavam. Pensou mil coisas, não perdeu a esperança, aonde ela poderia Ter ido, aonde poderiam tê-la levado.

Caminhou pela casa até ver o vulto de mulher indo em direção as bibliotecas proibidas.

_ Selena! - ele chamou - Venha!

Ela continuava se arrastando e o sangue pingava de suas vestes. Severo a alcançou antes que chegasse a porta. Ele precisou de força para agarra-la e coloca-la no braço, estava quase morta, fria, perdendo sangue mas ainda queria ir a biblioteca. Vencida, ela desmaiou dizendo:

_ Os livros do meu pai...

Snape olhou para as tais bibliotecas proibidas e viu Lúcio Malfoy e outros comensais saqueando tudo que podiam carregar. Fugiu dali com Selena nos braços.


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