Vampiros



Desculpem a demora, mas capitulo me deu um pouco mais de trabalho e também eu tentei assitir a todos os jogos da copa aí enrolou tudo.
Agradeço a paciência e os comentários das minhas leitoras fieis. Beijo a todas.


Vampiros


Pouco depois do meio dia Tiago foi liberado pela professora. O menino desceu desanimado para o salão principal. Ao chegar à mesa da Grifinória encontrou seus amigos já almoçando. Sentou-se entre Pedro e Remus, de frente para Lílian e Laura.
Todos pararam e falar quando ele se sentou, e ele percebeu que deviam estar falando sobre ele.
Foi Sírus quem cortou o silencio. Ele se aproximou da mesa danto um tapa amigável nas costas de Tiago e dizendo:
“Bela manobra Potter, Teve muita sorte em não quebrar o pescoço, mas só pela coragem já valeu.”
Tiago sorriu enquanto Sírius se debruçava sobre a mesa e roubava um pedaço de bolo de carne do Prato de Pedro.
“Bela manobra? Você vai ficar incentivando ele Black? Olha lá...” Disse Lílian apontando para a ampulheta de Rubis que marcava os pontos da Grifinória “Se continuar assim Potter, Vamos acabar o ano com pontos negativos”.
“Ah Lílian pega leve, foi realmente Incrível a manobra”. Disse Laura, fazendo Tiago estufar o peito orgulhoso. E começar a contar vantagem sobre suas técnicas de vôo.
“Ah, também não exagera Potter, você deu sorte. Duvido que consiga repetir a manobra” desafiou Sírius, interrompendo Tiago.
“A Professora Minerva também parabenizou você pela bela manobra?” Alfinetou Lílian.
Tiago fechou a cara e Sírius deu uma grande gargalhada ao ouvi-lo contar sobre o castigo.
“Espero que de tanto escrever, a frase tenha entrado no seu cérebro, Potter” Caçoou Lílian.
“Deixa ele Lílian, Macgonagal já pegou ele, pra que espezinhar mais?” Disse Laura, demonstrando impaciência com o comportamento da amiga.
“Você precisa aprender a aprontar sem ser pego, cara. Tem que seguir meu exemplo.” Disse Sírius roubando mais um bolo de carne de Pedro. O menino protestou e Sírus respondeu: “Ah, você anda comendo demais. Pettigrew.”
Ao ver Remus se levantar da mesa Tiago perguntou: “Já vai Lupin?”.
“Sim, preciso pegar o material de Poções no dormitório antes de ir para a aula. E ainda tenho que devolver um livro à biblioteca”.
Depois que Remus partiu, Tiago se virou para Sírius e disse num tom baixo para que Lílian e Laura não ouvissem: “Bem que você podia convencer ele a ensinar aquele feitiço escudo para a gente”.
“Boa idéia, vou tentar falar com ele hoje à noite.”
“Hoje, não. Tenho que voltar a sala da professora Minerva depois do jantar.”

A aula de poções após o almoço foi bastante desinteressante, o professor Slughorn um bruxo barrigudo e careca pareceia muito simpático apesar de ser diretor da Sonserina, mas era extremamente chata a maneira como ele bajulava Narcisa Black, o estranho é que ele não dispensava o mesmo tratamento especial à Sírius, já que evidentemente ele tratava Narcisa de maneira diferente por ela ser da família Black.
Sírius atribuiu isso ao fato dele ser da Grifinória e sua prima da mesma casa que o professor.
Eles passaram toda aula tomando notas sobre ingredientes e ouvindo as estórias de bruxos famosos contadas pelo professor, muitos já estavam quase dormindo quando a aula finalmente acabou.
“Eu imaginava que o professor Slughorn fosse uma pessoa completamente diferente”. Falou Laura.
“Por que?” Lílian indagou.
“Ah, sei lá, achei que ele era mais sério, sombrio”.
“Só porque ele é diretor da Sonserina, não é?”. Disse Lílian sorrindo.
“Ah e isso não é um bom motivo para se desconfiar de alguém?” respondeu Laura e as duas foram caminhando rindo muito animadamente.
Um pouco mais atrás Sírius conversava com Remus:
“Que aula chata, esse Slughorn é muito mala.”
“Até que não foi tão ruim, ele deu dicas importantes sobre os ingredientes, acho que as anotações que fiz podem ser importantes pro resto do ano.”
Sírius abanava a cabeça negativamente em desaprovação ao estilo “CDF” de Remus, quando sentiu um solavanco nas costas. Era Tiago que havia se atirado sobre ambos se pendurando no pescoço dos dois colegas.
“E aí, Engraçado esse professor né?” Disse Ele com Pedro já correndo em seu encalço e se aproximando rápido.
“Acho que apesar do jeito falastrão ele sabe muito da matéria.” Disse Remus.
“Eu achei uma chatice sem fim” resmungou Sírius.
“Engraçado... Achei que você ia gostar, Já que pelo menos uns três bruxos que ele citou eram seus parentes. Tem até um tio seu especialista em venenos...”
“Ah não me enche, Potter!”. Interrompeu Sírius de maneira grosseira, se sacudiu violentamente para se livrar do braço de Tiago em seu pescoço e saiu andando mais apressado na frente.
“Acho que mandei mal de novo” Disse Tiago, olhando sem graça para Remus que simplesmente balançou a cabeça e respondeu: “Com certeza”.
“Ah o Black é muito sensível, não se pode falar na família dele, sem que ele fique todo nervosinho”. Disse Pedro piscando os olhinhos miúdos num gesto muito seu.
“Ele tem seus motivos”. Responeu Remus de maneira mais séria, deixando claro que não achou engraçado o comentário de Pedro.
Os três continuaram caminhando em silêncio.
Mais na frente Sírius passou veloz por Severo Snape e outros alunos da Sonserina.
Crabbe um menino gordo de cabelos castanhos e olhos azuis. Comentou: “Olha aí a vergonha da família Black”.
O menino havia falado baixo, mas Sírius ouviu, e as risadas dos sonserinos, fez o Grifinório se enfurecer. Ele voltou rápido dizendo entre os dentes com o olhar fixo em Crabbe. “Você vai engolir o que disse”.
E no segundo seguinte os dois estavam rolando pelo chão entre socos e arranhões.
Outros três garotos da Sonserina seguraram Sírius. Mas antes que Crabbe conseguisse levantar seu pesado corpo do chão. Remus, Tiago e Pedro alcançaram a confusão que congestionava o corredor.
“Larga ele seus covardes” Berrou Lupin.
Tiago largou seu material no chão e avançou na direção dos sonserinos.
Encostado na parede Severo observava a cena com extrema frieza. Nem mesmo fez menção em se envolver na confusão.
Pedro hesitou se mantendo um pouco afastado, mas ao perceber que os sonserinos recuaram, ele se aproximou ficando ao lado de Tiago encarando os Sonserinos, enquanto Lupin segurava Sírius impedindo-o de avançar novamente sobre Crabbe.
“O professor está vindo!” Gritou Cindy Tonwsend. Realmente Slughorn saia da sala acompanhado de Narcisa e outras duas garotas da Sonserina.
Num instante os sonserinos desapareceram pelo corredor.
Tiago pegou seu material no chão e viu Severo ainda recostado na parede e disse: “O Seboso não vai atrás dos seus amigos não.”
Snape apenas o encarou com raiva, mas não disse nada nem se moveu.
“Deixa ele, nem estava na confusão. É melhor vocês saírem logo do corredor antes que o professor note a confusão” Disse Lílian.
Enquanto se retiravam, Laura falou: “Pô Tiago, duas confusões no mesmo dia, assim você não vai durar nem um mês na escola, torce pra ninguém falar nada para a Macgonagal.”
“Ele não fez nada, nós nem chegamos a brigar, só impedimos que eles pegassem o Sírius na covardia.” Respondeu Remus, já recuperando o jeito calmo.
“Vocês viram como eles correram quando nós chegamos”. Disse Pedro entusiasmado.
“É melhor vocês ficarem ligados nos corredores, pois eles podem aprontar alguma coisa, e a próxima aula também é junto com a Sonserina.” Falou Laura.
“É melhor nos apresarmos para pegarmos bom lugares na aula”. Falou Lílian.
“Sírius quase esqueceu a raiva e sorriu, ao ouvir Tiagos sussurrar: “Quem é que se apressa para conseguir bons lugares numa aula? Se ainda fosse num jogo de quadribol...”

Depois de deixar o material de poções nos dormitórios, os alunos se dirigiram para a sala de defesa contra as artes das trevas. Lá fora o sol estava se pondo sumindo atrás das copas das árvores da floresta negra.
Eles entraram na sala. Ela era quente e abafada, iluminada por muitas velas, cortinas negras cobriam as janelas. Nas paredes haviam quadros com fotografias de diversas criaturas. E pergaminhos com muitos diagramas estranhos.
Crabbe e seus amigos dirigiam olhares zangados para os meninos Grifinórios, Sírius fazia questão de retribuir o olhar, Remus ignorava, Tiago sorria provocativo e Pedro evitava os olhares, as vezes até se escondendo atrás do livro.
Demorou mais alguns minutos até que a professora entrou na sala. Ela trajava um pesado vestido púrpura e uma grossa capa negra. Trazia um cálice de prata na mão direita. O cabelo estava preso num coque no topo da cabeça, deixando a pele pálida do pescoço a mostra.
Foi como se o ar se tornasse mais pesado. Uma névoa espessa se formou ao redor da mesa depois pareceu desaparecer sob o vestido da professora.
Todos os alunos se calaram, sentiam calafrios diante daquela mulher.
Pareceu uma eternidade até que ela começasse a falar:
“Boa noite, como vocês já sabem meu nome é Nádia Tzara”. A voz dela era estranhamente rouca, soava etérea como se não saísse de sua boca, mas de algum lugar mais distante.
“Eu serei a nova professora do curso de defesa contra as artes das trevas. Pode parecer irônico ou até mesmo insensato que justamente uma criatura das trevas ensine essa matéria.”
Alguns alunos se moveram na cadeira incomodados, percebendo isso a professora continuou:
“Sim, eu admito que sou uma criatura das trevas, uma não-morta ou vampira, como vocês bruxos preferem. E como faço parte desse grupo de almas amaldiçoadas, sou sim uma criatura das trevas.”
Ela parou de falar e levou o cálice de prata até a boca e bebeu um pouco do seu conteúdo.
Os lábios tornaram-se mais vermelhos ressaltando os dentes pontiagudos e brancos.
“Essa poção inibe, o que nós vampiros chamamos de sede. A vontade as vezes incontrolável de beber sangue de outras criaturas, principalmente de humanos.”
Novamente os alunos ficaram apreensivos.
“Mas fiquem tranqüilos que além da poção, muito bem preparada pelo professor Slughorn, existem outras proteções nessa escola, que me impediriam caso eu fosse dominada pela sede e resolvesse atacar algum aluno. O diretor apenas tolera que eu cace algumas noites na floresta da propriedade”.

Ao citar Dumbledore e a palavra proteção na mesma frase, ela fez com que muitos alunos se sentissem mais calmos.
“Como fiz com as turmas mais adiantadas, deixarei as primeiras aulas para que vocês tirem todas as suas dúvidas sobre os vampiros, assim talvez vocês venham a sentir mais a vontade na minha presença. Muito bem, alguém quer fazer a primeira pergunta?”
Os alunos não se mexeram, Tiago ia levantar o braço. Mas Lílian foi mais rápida a curiosidade da menina era maior do que o receio.
“Sim, minha jovem, como é o seu nome?”
“Lílian Evans”
“Pode perguntar Senhorita Evans”
“Bem, pode parecer idiota, mas eu gostaria de saber como alguém se torna um vampiro.”
Severo deixou escapar um muxoxo de desaprovação, como se achasse que a dúvida de Lílian fosse tola. A professora percebeu, apesar da distancia que severo estava da mesa dela.
“Você, sabe a resposta, jovem?”.
Severo sentiu um arrepio percorrer toda a sua espinha, a professora não havia olhado para ele, mas o garoto percebeu claramente que ela se dirigia a ele.
“Vamos, levante-se e nos diga seu nome”.
“Severo Snape”.
“Sr. Snape, por favor, responda a pergunta da sua colega”.
Severo não encarou a professora, um silêncio gelado cortava a sala, Ele engoliu em seco, sua voz saiu estranhamente fina no começo, mas depois ele recuperou a confiança e falou: “É óbvio que para se tornar um vampiro é preciso se mordido por um”.
“Pode se sentar” Disse a professora Tzara. “Sim é obvio, mas o que maioria das pessoas não sabe é que não basta ser mordido ou ter parte do sangue sugado. Para se tornar um não-morto é preciso ter o sangue sugado até a morte ou morrer em decorrência da mordida.”
“Alguns vampiros podem apenas sugar um pouco do sangue da pessoa sem condena-la a maldição. O próprio Drácula, séculos atrás, sugava o sangue de belas donzelas durante meses, antes de elas sequer começassem a temer o sol. Visitando-as todas as noites, enquanto elas ofereciam seus pescoços, dominadas pelo grande poder de sedução do vampiro. Admito porém que é muito difícil para um não-morto, evitar o instinto da sede e deixar a vítima antes que a última gota de sangue deixe seu corpo.”
“É no momento em que o sangue termina sugado por um vampiro que a maldição se transmite tornando a vítima igual ao algoz. Passam-se três noites como um defunto comum, até que o corpo desperte para a não-morte.”
“Existem meios de se evitar a maldição, porém não de recuperar a alma, apenas de liberta-la para a morte. Pode-se para isso durante o período de três dias arrancar-se o coração do condenado, assim ele morrerá normalmente, Ou ainda um antigo ritual envolvendo encantamentos antigos que selem o caixão do condenado... Viu Senhor Snape, como haviam muitas coisas que o senhor ignorava sobre como uma pessoa se torna um vampiro?”
Severo respondeu com outra pergunta: “A senhora fala como se vampiros fossem condenados ou amaldiçoados. Mas eles tem muitas vantagens: além de todos os poderem eles vivem para sempre e permanecem jovens todo o tempo.”
“Sim, essa é uma crença muito comum, mas na verdade os não-mortos têm uma eternidade de sofrimento, uma não-morte, significa também uma não-vida. Perdem-se quase todos os sentimentos, a alma se torna fria quase mecânica, a principal perda é a capacidade de amar. Dos poucos sentimentos que restam o mais forte é o rancor, por isso evitem ao máximo ofender um vampiro, pois ele guardará a mágoa por toda eternidade, cultivando-a pois é um dos poucos sentimentos que ele pode ter. E no fim ele se vingará, pois é na vingança que ele encontra grande prazer, numa eternidade de sofrimentos. Lembrem-se disso: Vampiros não perdoam nunca.”
“Além dos sentimentos, vampiros não são almas livres, eles são presos ao local onde vivem e mudar-se de lá envolve rituais muito complicados. E ainda são escravos do seu mestre, do vampiro que transmitiu a maldição, assim se formam os clãs. No começo o vampiro não tem livre arbítrio nenhum, seu mestre sabe tudo o que se passa na mente do servo. Controla-o como se ele fosse parte do seu próprio corpo. Apenas com o passar dos anos o vampiro vai adquirindo mais poder e se libertando aos poucos, mesmo assim a ligação permanece, se torna apenas mais fraca. Assim se cria a hierarquia da clã. Os mais antigos comandam os mais novos. O clã é parte do vampiro, quando um membro é destruído todos os outros sentem a dor. Quando o mestre chama todos se reúnem, sem escolha. O vampiro simplesmente obedece”.
"Perto do seu local de origem o vampiro e mais forte, mas existem muitas limitações a sua liberdade, é importante conhecer uma regra simples: Um vampiro jamais pode entrar em um local sem ser convidado. Por isso o local mais seguro quando se foge de um vampiro é sua própria casa. Evidente que o não-morto sendo impedido de entrar, vai tentar persuadir a vítima a sair."
“Quanto à morte nada sabemos. Quando se teme a morte se teme o desconhecido. Existem artefatos muito antigos, que acredita-se serem passagens para o mundo dos mortos. Muitos pesquisam estes artefatos, conseguem ouvir o murmúrio das almas, mas ninguém que atravessou essas passagens voltou. Então não se sabe nada da morte. Quase todas as maneiras de tentar escapar dela, Estão entre as artes das trevas, e acabam resultando numa semi-viva. Se tornar-se um não-morto fosse melhor do que a morte, acho que todos já teriam escolhido se tornar vampiros”.
A Mão de Tiago subiu lá no fundo da sala, mas a professora falou: “A aula acabou, continuarei a tirar suas dúvidas sobre vampiros na próxima aula.”
Realmente o tempo havia passado muito rápido, pois apesar do clima tenso, a aula havia sido interessantíssima. Tanto que os alunos estavam indecisos se haviam ficados aliviados ou frustrados porque a aula havia acabado.
Se retiraram ainda em silêncio e apenas quando chegaram no fim do corredor começaram os comentários e todos se deram conta que estavam mortos de fome e partiram direto para o jantar.
O dia fora cansativo e todos se retiraram para a sala comunal de suas casas, menos Tiago que retornou à sala da professora Minerva para a segunda etapa da detenção.

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