Trasgos



No dia seguinte, logo de manhã, Harry recebeu novamente a visita de Lupin e Tonks que vieram dar parabéns a ele. Era tudo que Harry queria, uma pessoa pra ele conversar sobre seus sentimentos, não queria falar com Rony porque precisava de alguém mais velho e com experiência. E tinha muita confiança no Lupin como se fosse seu pai ou padrinho.

Todos foram recebê-los na sala. Harry desviava-se do olhar de Hermione e também procurava não falar com ela, ele estava mudo, não queria explicar nada antes de conversar com Lupin.

-- E aí Harry, como foi sua festa, parece que foi uma festança. Você merece. – disse Lupin.

-- É, foi. Foi muito bonita e bem animada. O Sr. Granger e a Sra.Granger tiveram uma grande despesa e eu agradeço muito – respondeu ele frio.

-- Realmente eles foram muitos gentis, mais você não parece muito feliz – percebeu Tonks.

-- Não é nada demais não, só estou um pouco cansado – inventou Harry.

Eles ficaram conversando sobre a festa e os detalhes durante um bom tempo, Rony falou que estava namorando Luna. Também falaram que não havia nenhuma novidade da Ordem, só que Voldemort estava fazendo muitos ataques por causa da sua raiva de não encontrar Harry, mas não estava tendo sucesso. Isso deixou Harry feliz, mas continuava preocupado.

-- Vamos indo – anunciou Lupin.

-- Posso falar com você, em particular? – perguntou Harry.

-- Lógico – respondeu Lupin, olhando curioso pra ele.

Eles foram até o quarto de Harry no chalé. Durante o caminho eles não falaram, Harry estava pensando na melhor maneira de dizer isso, estava um pouco nervoso pois nunca tivera nenhuma conversa assim.

Harry sentou na sua cama e Lupin na de Rony, pela expressão de Lupin ele estava preocupado.

-- Pode dizer Harry, o que está te preocupando? – quebrou o silêncio Lupin.

-- Na verdade não é nada de grave – começou Harry sem saber como falar – é só uma dúvida minha.

-- Então fale, acho que poço esclarecer qualquer coisa.

-- Bem, é uma coisa que eu nunca perguntei a ninguém, até porque não tinha sentido nada assim e também não sabia com quem me abrir – tentou enrolar Harry.

-- Já saquei tudo Harry – disse Lupin abrindo um sorriso aliviado – É com uma garota o problema né?

-- Como você sabe? – perguntou Harry surpreso.

-- Se você não sabe, eu também fui adolescente e também tive meus namoros e minhas dúvidas – disse ele – E por cima de tudo eu andava com os dois caras mais namoradores que Hogwarts já teve. Eles conseguiam todas as garotas que q ueriam, e eu tive a sorte de aprender com eles embora não tivesse tanto sucesso – e abriu um sorriso maroto.

-- Pena que eles já morreram – com certeza eles sabiam o que fazer pensou Harry, estava agora triste – Mas, não parece que meu pai conseguiu conquistar minha mãe.

-- Isso é verdade, ele só conseguiu conquistar ela quando parou de se exibir tanto, um pouco só, mas foi o bastante pra sua mãe se derreter. Ela sempre foi apaixonada por ele mas não gostava quando ele se exibia, tinha ciúmes, queria só pra ela, por isso que brigavam e também não conseguia admitir o fato dele ter saído com quase todas as meninas de Hogwarts. Quando ele parou de sair tanto e de se exibir tanto ela foi amaciando até que ele conseguiu.

-- Eu sou bem diferente dele. Sou mais tímido e também não faço tanto sucesso.

-- Pelo contrario, vocês são muito parecidos. Só que você já tem sucesso sem precisar se exibir. Com certeza todas as garotas gostariam de sair com você.

-- Mas eu não sou assim, sair com qualquer uma não.

-- Eu sei, eu sei. Por isso você sofre mais do que seu pai com os sentimentos. Então me conta o que aconteceu com você e a Hermione ontem.

-- Que? Como assim? Como você sabe...quer dizer quem disse que foi com ela? – perguntou Harry incrédulo.

-- Harry, ta na cara, não precisa ficar assustado não, mas eu já sou bem grande pra saber isso, já vi várias vezes seu pai assim. E pelo jeito que vocês dois estavam.

-- Como agente tava?

-- Você não se falavam, nem olhavam. Você estava mudo e ela não parava de olhar pra você nervosa. Agora conta porque eu to curioso.

-- Ta certo, foi com a Mione. O problema é que eu não sei o que eu sinto, tem vezes que parece que me da vontade de beija-la de qualquer jeito, só que não sei se é só porque ela é bonita ou é outra coisa. Ela sempre foi minha amiga, não sei se ela gosta de mim, nem sei se eu gosto dela, ás vezes acho que é só superficial.

-- É bem difícil dizer o que é, mas posso lhe dar algumas dicas. O fato de vocês serem amigos torna difícil dizer o que sentem um pelo outro, você tem que saber se você só se sente atraído por ela ou se a ama também.

-- Eu sei. Ano passado achei que gostasse da Cho, mas percebi que era só atração.

-- Então tenta descobrir o que é que você sente, senão você poderá magoá-la e até perder a amizade dela e acho que você não quer.

-- Lógico que não.

-- Então descubra e converse com ela.

-- Pode deixar. Obrigado.

-- Sempre conte comigo quanto quiser. E se cuide.

Eles voltaram pra sala, Harry se sentia melhor e mas ainda não sabia o que sentia. Logo o casal partiu e eles foram almoçar.

Durante o almoço, eles permaneceram calados e Mione não parava de olhar para Harry.

-- Vocês não brigaram de novo? – perguntou Gina.

-- Não – responderam eles.

-- Então porque vocês estão estranhos?

-- Nós só estamos cansados – respondeu Harry – ficamos arrumando a casa até tarde.

-- Então ta – disse ela sem querer se intrometer.

Quando o almoço terminou, os irmãos foram até o quarto mandar uma coruja pra Sra. Weasley como tinham prometido, deixando Harry e Mione sozinhos na sala. Agora não tinha jeito ele tinha que falar com ela.

-- Harry, acho que temos que conversar – disse ela insegura.

-- Mione esquece o que aconteceu ontem .

-- Você está me pedindo uma coisa impossível. Não tem como esquecer, não podemos fugir disso. Não fizemos nada de errado.

-- Mione, eu não quero te magoar, ontem a noite foi um impulso que eu tive, não quer dizer nada – os olhos dela se encheram de lágrimas.

-- Entendi, então ta Harry. Pensei que...deixa pra lá.

-- O que você pensou?

-- Nada não. Esquece. – disse ela triste.

-- Mas vamos continuar amigos né?

-- Vamos, vamos sim. – disse ela com a voz tremendo – Tenho que subir pra ajudar minha mãe na cozinha, da licença.

Harry não sabia se tinha agido certo, não sabia de nada. Queria sumir, aproveitou a ausência dos amigos e foi até o malão pegar a sua capa da invisibilidade. Ia passar o resto do dia pensando, observando.

Foi até o campo vazio, andou nele por muito tempo. Pensou sobre o beijo, antes tinha sentido uma forte atração e durante, estava aproveitando, curtindo, saboreando, sentiu um grande calor de ambas as partes, mas depois se sentiu sujo, como pudera ter beijado sua melhor amiga? Ele foi caminhando lentamente até o rio que era seu lugar preferido. Para sua imensa surpresa, debaixo da árvore que na noite anterior haviam se beijado, estava Hermione sentada chorando tanto como ele nunca havia visto. Estava segurando o rosto e olhava para baixo. Harry se sentiu culpado, se não a tivesse beijado ela não estaria assim. Mas porque ela estava tão triste?

Ele se aproximou tentando fazer o menor barulho possível para ela não perceber sua presença, abaixou-se e sentou-se ao lado dela. Ela ouviu um barulho e olhou para os lados, Harry prendeu a respiração, se ela descobrisse ia ficar pior a situação. Ela voltou para a posição que estava, e murmurou:

-- Porque tem que ser assim? Eu gosto tanto dele, será que ele não sente nada por mim além de amizade? Porque eu tenho que sofrer tanto? Porque eu tenho que me apaixonar por quem não gosta de mim? O Vítor gosta mas eu não gosto dele, só como amigo. Acho que tenho parar de pensar no Harry e tentar gosta de quem gosta de mim. É isso, vou falar com o Vítor que nosso encontro está confirmado. Já esperei muito pelo Harry, desde o primeiro ano, agora cansei.

Harry queria impedi-la, mas não podia, não podia deixar que soubesse que ouvira aquilo. Tinha que impedi-la, precisa ser rápido. Voltou correndo para o chalé, despiu a capa e saiu a procura dela, tinha que pela primeira vez tomar uma iniciativa.

Desceu até os gramados onde Mione se encontrava, com Gina e Rony, eles estavam com a varinha na mão. Harry não estava entendendo nada, quando olhou em volta havia uns trinta trasgos que avançavam para eles com bastões na mão. Como aquilo estava acontecendo? Harry sacou sua varinha e se uniu a eles.

-- Temos que avisar a Ordem! – gritou Hermione.

-- Não da. Primeiro, precisamos vence-los. Já fizemos isso no primeiro ano, vamos conseguir de novo! – berrou Harry.

-- Mas são muitos! – disse Rony apavorado.

-- Eu posso avisar a Ordem, mando uma coruja, só que alguém tem que me da cobertura – disse Gina.

-- Eu dou, agora vai! – disse Harry.

Ela saiu correndo enquanto cinco deles vinham correndo na sua direção. Harry lançava feitiços estuporantes junto com Gina que mostrava ser bem ágil. Dava pra ouvir os feitiços lançados por Rony e Hermione e também gritos, ele precisava ajuda-los. Com a ajuda de Gina eles conseguiram estuporar três mas faltavam muitos. Gina conseguiu chegar ao chalé. Harry viu que um tinha pegado Rony que parecia desacordado.

-- O que aconteceu com ele? – perguntou Harry desesperado.

-- Ele levou uma pancada mas acho que está bem. Eles são fortes apesar de bobos. Precisamos atacar junto para conseguir derruba-los. Um feitiço sozinho não dá conta – disse Mione.

-- Quando eu contar até três – um, dois e três – os dois lançaram e o trasgo que segurava Rony cambaleou e caiu duro. Rony sangrava mas parecia estar bem.

-- Pegue ele, que eu cuido do resto – mandou Harry.

-- Não mesmo, eu não vou deixar você sozinho nessa – respondeu Mione.

Eles continuaram lutando, o bastão veio na sua direção e ele abaixou, o bastão raspou o seu cabelo e acertou em cheio o corpo de Mione. Nesse momento os membros da Ordem chegaram e Harry deixou a luta com eles enquanto ia socorrer Mione que estava imóvel no chão. Ele deitou a cabeça dela na sua perna e tentava reanima-la. Os membros da Ordem conseguiram acabar com os trasgos.

-- Harry, vo... – Lupin parou e olhou para Harry segurando Mione e piscou o olho.

-- Para com isso, vem cá, acho que ela está mal – ele falou desesperado

-- Deixa-me ver, é ela precisa de atendimento mas vai ficar boa. Não sei como esses trasgos entraram aqui. – disse Lupin sério – Só sei que temos que ir pra o Largo Grimmauld, lá vocês ficaram mais seguros. Temos que descobrir o que realmente houve e nem tente sair de lá.

Harry concordou. Será que Voldemort descobriu o nosso esconderijo? Será que Rony e Hermione vão ficar bem?

-- Vá buscar suas coisas e a do Rony também, ele ainda não está em condições de fazer nada. E a Hermione também não está bem, a Gina vai arrumar as coisas dela, ela ta um pouco nervosa e preocupada mas é forte vai ficar bem. Nós vamos leva-los pra Ordem, me espere junto com a Gina na sala, os Granger estão lá e vão cuidar de vocês.

Harry caminhou até o quarto meio confuso, tinham acontecido tantas coisas, mas precisava agir, arrumar logo tudo. Estava tudo desarrumado, principalmente a parte do Rony. Arrumou bem rápido tudo e foi chamar a Gina que estava em seu quarto triste, estava chorando e Harry se aproximou dela. Ela levantou a cabeça para olha-lo.

-- Harry, to com medo. A Tonks disse que o Gui foi agredido por uns Comensais da Morte. Porque ele tem que fazer parte da Ordem? To com medo que aconteça algo de grave com ele. Ano passado foi o papai e agora ele, também teve o Percy que fez tudo aquilo ano passado. Quando isso vai acabar?

Harry sentiu um peso sobre o corpo, se sentia culpado por aquilo, aquela guerra era dele, ninguém tinha que se meter. Não queria prejudicar ninguém, principalmente os Weasley que sempre foram como uma família pra ele.

-- Não fica assim não, não aconteceu nada demais. Tudo isso vai acabar logo ta bem, eu prometo – sabia que não era verdade – Mas você sabe porque o atacaram?

-- Não, ela não quis me dizer nada, estava com muita pressa – uma lágrima caía sobre seu rosto.

-- Calma, não fica assim, precisamos estar bem – disse ele sentando-se ao lado dela – Vamos indo, devem estar esperando agente.

-- Vamos então, já arrumei tudo.

Eles desceram com quatro malões pesados, com grande dificuldade eles chegaram na sala. Os Granger pareciam estar bem aflitos, com certeza nunca tinham visto nada parecido com a confusão desta noite e ainda mais sua filha tinha sido atingida e estava ferida.

-- Harry, você está bem? – perguntou a Sra. Granger.

-- To sim. Fica tranqüila que está tudo sob controle e logo a Mione estará bem, não tem nada sério com ela. E me desculpe por toda confusão criada aqui.

-- Que isso, não foi nada, adoramos a presença de vocês, voltem sempre – disse o Sr. Granger – Vocês são bem vindos sempre. A Mione sempre falou bem de vocês e tivemos a oportunidade de conhece-los.

-- Harry, venha cá, me de um abraço – pediu a Sra. Granger. O garoto foi meio constrangido, ela lhe deu um abraço e disse – Se cuide e cuide da minha filha por favor, sei que você duela bem. Ela tem um grande carinho por você.

-- Ela é muito inteligente, ela sempre me ajuda bastante, é uma grande amiga. E também nos livra de muitos perigos com seu raciocínio mas pode deixar que vou cuidar dela.

-- Obrigada meu filho, sei disso. Ela é bem sensível, precisa de você – e lhe deu um beijo.

-- Gina, por favor peça pra ela me mandar uma coruja dizendo como vão as coisas, não esqueça – pediu o Sr. Granger.

-- Pode deixar e muito obrigado pela hospedagem – respondeu a ruivinha.

Nisso, Lupin e Moody aparataram na sala, cansados. E eles foram de volta para a sede da Ordem.

N/A: mais um cap e agora começou a açao...a partir de agora vai ter cada vez + momento de açao...brigada pelos comentarios...ate a proxima...mas naum eskeça de comentar

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