A adolescente Frágil

A adolescente Frágil



Eu não acredito! Eu não acredito! EU NÃO ACREDITO!!! Adivinhem: eu, Hermione Granger, sou a nova monitora da Grifinória! Confesso que quando vi aquele broche vermelho, peguei o envelope e fui ler novamente o que estava escrito na parte do destinatário, para ter certeza se aquela carta era realmente endereçada a mim. E mesmo sabendo que o envelope era meu ainda continuava a não acreditar! Estou tão feliz!



Achei uma pena, realmente é uma pena, que Harry não tenha sido escolhido, não que eu ache que Rony não mereça esse cargo, mas é que tudo me levava a crer que Harry seria o monitor! Fiquei envergonhada e surpresa ao ouvir Harry dizer: “Rony é o monitor e não eu.”, quando eu estava comemorando, achando que Harry tinha sido o escolhido para ser monitor; como é que eu iria saber que ele só estava segurando o distintivo?



Já a noite, a Sra. Weasley, organizou uma pequena festa para comemorar o fato de Rony e eu termos sido os escolhidos para serem monitores. A Sra. Weasley até enfeitou o porão: bem no alto havia uma flâmula vermelha com os dizeres:



Parabéns

Rony e Hermione

Os novos monitores



AHHH! Eu quase caio quando vi aquilo! A sra. Weasley é adorável!



Aproveitei que Lupin ficou um tempo só, na festa, e fui falar com ele. Estava querendo “empurrar” Lupin para Tonks. Comecei falando sobre o F.A.L.E. para disfarçar, mas o meu ex-professor, foi me cortando dizendo que os elfos domésticos nunca iriam concordar em serem libertados e, muito menos e receberem salário. Percebi que aquele assunto não ia ter futuro, por isso falei sobre Tonks. É obvio que não falei com ele do mesmo modo que falo com Tonks, pois nós não temos tanta intimidade assim.



- Er... A Tonks está bonita assim ruiva não acha? - perguntei para ele.



- Oh... cof...cof... -Lupin engasgara com o vinho que estava bebendo - Sim - disse Lupin dando uma rápida olhada na bruxa que estava conversando com Gina - Ela é muito bonita... Er... Digo, ela está muito bonita.



- Sabe... eu e Gina, achamos que vocês fariam um belo casal, quero dizer os dois estão sozinhos...



- Hermione, eu acabei de me lembrar - Lupin interrompeu-me parecendo encabulado -, tenho que dar uma palavrinha com o Quim. - E dizendo isso ele foi atrás do Auror.



Não fiquei chocada com a reação dele, pois não esperava que o meu ex-professor, abrisse seu coração justo para sua ex-aluna e amiga da pessoa a quem ele ama. Mas falei com ele mesmo assim, para deixar bem claro que o apoiaríamos caso resolvessem ficarem juntos.



Depois de Lupin, fui direto falar com Tonks. Tinha acabado de me lembrar que no dia da audiência de Harry acontecera algo entre ela e Lupin, pelo menos, fora o que Sirius me dissera. Fazia dias que eu não a via, muito menos Lupin; eles devem estar trabalhando muito na Ordem...



Perguntei a Tonks se ela sabia o que tinha acontecido com o Lupin no dia da audiência de Harry, pois ele ficara - sem trocadilhos - aluado, pelo resto do dia. Não toquei no nome do Sirius pois suponho que a bruxa não imagina que ele sabe o que aconteceu naquele dia.



- Ele foi muito gentil comigo! - me respondeu Tonks - Encontrou-me adormecida na Sala de Visitas, numa das poltronas. E então ele me levou para seu quarto, para que eu pudesse dormir confortavelmente... - Tonks suspirou - Só achei uma lástima, eu ter dormido por tanto tempo... Até hoje fico me perguntando aonde ele passou a noite; eu dormi durante o dia todo na cama dele...



- Viu, Tonks? Essa é a prova de que Lupin além de gostar de você, se preocupa com o seu bem estar! - eu disse dando um sorriso - Mas conte-me o que mais aconteceu?



- Quando acordei Lupin apareceu no quarto. Tentei me levantar da cama só que acabei tropeçando no cobertor que estava usando, mas não cai graças a Remus que me segurou a tempo... Depois disso... bem, depois disso, eu acho que quase nos beijamos, só que...- Tonks se calou.



- Só que? - perguntei.



- Eu estraguei tudo! Justo naquele momento em que estavamos tão próximos, fui me lembrar que tinha faltado ao trabalho no dia anterior. Perguntei a ele que horas eram e quando ele me respondeu percebi que estava atrasadíssima para o trabalho. Então eu lhe dei um beijo no rosto como agradecimento e aparatei para o Ministério da Magia.



- Mas e o Lupin? O que ele fez?



- Ficou com os meus sapatos - disse Tonks sorridente.



Eu ia pedir para que ela me explicasse melhor essa história, só que, neste momento Tonks vira Rony e sua nova vassoura - ela é louca por vassouras, lembro-me que Harry me contara que Tonks ficara encantada por sua Firebolt. Ouvi-a dizer: “Que vassoura maneira, Rony!”, e nos próximos segundos lá estava Rony falando - pela oitava fez naquela noite - das qualidades de sua Comet 290, e Tonks o ouvia atentamente. Como eu não sou viciada por vassouras resolvi deixá-los a sós. Pelo resto da festa não pude falar reservadamente com Tonks novamente.



Agora que eu tinha finalmente descoberto o “mistério do primeiro meio passo”, agora teria que descobrir sobre o “mistério dos sapatos”! HUMF!



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“Bem, aqui estou eu”, pensou Tonks. Encontrar-se no porão, com mais alguns membros da Ordem. Estava feliz e envergonhada: feliz por saber que Rony e Hermione tenham sido escolhidos como monitores e envergonhada pelo papelão que fizera no quarto de Lupin há alguns dias atrás; não sabia o que falar com ele, não tinha se perdoado por não ter o beijado e não sabia o que Lupin estava pensando dela agora. Aquela seria a primeira vez que ela o veria depois daquele dia.



Lupin desceu as escadas, acompanhado por Sirius. Cumprimentou todos que estavam ali, e iniciara uma conversa com o Sr. Weasley.



Tonks notara que durante a festa inteira Lupin vinha a evitando. E o ruim era que precisava falar com ele, mesmo sabendo o que ele estava fazendo. Tinha que se desculpar por ter tomado conta de sua cama o deixando dormir sabe-se-lá-onde, e tinha que pedir seus sapatos de volta; a bruxa só sentira a falta deles quando Quim, membro da Ordem e auror assim como ela, lhe perguntara porque ela estava andando descalça.



Enfim Tonks vira Lupin só, na festa, e tomando um gole de vinho para lhe dar coragem, rumou em direção a ele. Acontece que Moody,fora mais rápido: Tonks vira Olho-Tonto chegar perto do bruxo e dizer algo a ele, em seguida os dois subiram as escadas apressados. O que Tonks não sabia, era que Moody acabara de ver, com o seu olho mágico, a Sra. Weasley tentando se livrar do bicho-papão e levando a pior na história.



Esperou, esperou e esperou. Lupin não reaparecera no porão e o Sr. Weasley já estava obrigando aos outros irem dormir, pois estava muito tarde.



Tonks aguardou pacientemente que todos saíssem do porão para ir até o quarto de Lupin. Sabia que era muito insensato da parte dela, ir ao quarto de um homem àquelas horas da noite. Mas ela precisava de seus sapatos! “A quem estou tentando enganar? Não é bem os sapatos que quero...”, pensou.



Cuidadosamente a bruxa subira os degraus das escadas e já se encontrava na frente da porta do quarto. Ficou um tempo encarando a porta, e quando tomou coragem, levantou sua mão direita e bateu.



Lupin aparecera na porta e Tonks agradeceu em silencio por ele ainda estar vestido com suas vestes; não saberia o que faria ou diria se deparasse com um Lupin seminu em sua frente.



- Remus eu queria me desculpar... fui muito inconveniente ao ficar dormindo por tanto tempo em sua cama... eu ajo como uma idio...



- Pssss! - fez Lupin calando a bruxa ao encostar o seu dedo indicador nos lábios dela. - Não precisa se desculpar!



Um silêncio mortal tomou conta do lugar. Por um bom tempo Tonks e Lupin ficaram ali parados em frente à porta admirando-se um ao outro, e, no segundo seguinte... o beijo.


Ela sentira a língua dele explorar sua boca. Já beijara bruxos antes, mas nunca sentira o que estava sentindo. Não conseguia descrever o que estava sentindo, só sabia que queria mais, mais e mais. Ao sentir Lupin abraçá-la seu corpo se estremeceu suavemente, logo veio uma necessidade enorme de tocá-lo também e foi o que fez: colocou as suas mãos por debaixo das vestes dele, acariciava agora o abdômen de Lupin. Tonks notara que o bruxo aos poucos a levava para dentro de seu quarto... E foi aí que fizera uma coisa que nunca imaginara que faria: fugir.



A bruxa se separara dele, vira que já tinha entrado no quarto mas ainda estavam próximos da porta, que tanto ela quanto Lupin já tinham despido um pouco a roupa um do outro, e vira também que ele agora estava a observando curioso, talvez estivesse imaginando o porque dela ter se separado dele tão rispidamente. E foi então que Tonks mordera seus lábios, olhara por uma última vez para Lupin e se odiando por estar agindo como uma adolescente frágil, correu escada abaixo aparatando para a sua casa assim que chegou no hall do número doze.



Lupin assistira Tonks correr. Não entendera o porque dela ter fugido. Não sabia quem tinha começado aquele beijo, se ele... se ela... ou quem sabe os dois... Tudo acontecera tão rápido que não saberia dizer quais dessas alternativas seriam a correta. Mas isso não importava, Lupin agora tinha certeza de que amava verdadeiramente Tonks - notara isso assim que começaram a se beijar - e de que a bruxa também sentia algo por ele, se não ela não teria lhe agradecido daquela maneira dias atrás, não teria o procurado esta noite em seu quarto, não teria correspondido ao beijo, não teria o tocado... Mas se ela realmente sentisse algo por ele, porque fugira?!

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