Uma bela princesa...



Bem... A fic é uma homenagem a Contos de Fadas... Isso significa que, assim como João e Maria fizeram uma trilha de pão na floresta, eu fiz uma trilha de referências na fic. Conscientemente, eu coloquei João e Maria, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, A Bela e a Fera, A Pequena Sereia, Cinderela, Bela Adormecida, Mamãe Ganso, e a filmes como Irmãos Grimm e Para sempre Cinderella. Além de alguns anagramas com nomes de escritores de contos de fadas. HUAHUAHUAHUA...

Ela foi feita para o challange Remus/Nimphadora do fórum do 3V e recebeu o segundo lugar (vocês encontrarão as outras fics da challange aqui mesmo, no ff). Não vou falar muito mais para não estragar as surpresas da fic, quero ver se vocês encontram as pistas que plantei pelo caminho...

Por último, dedico essa fic especialmente à minha maninha e beta, Meridiana, que é apaixonada por esse casal. Espero que se divirta mais uma vez com essa história, Meri!

Beijos a todos and enjoy my madness...

E, não se esqueçam, façam sua boa ação do dia! Deixem a menina do pirulito feliz! Reviews cheios de tempero para quem passa fome!

Silverghost.


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Capítulo 01: Uma bela princesa...


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Tão logo fechou a porta do escritório atrás de si, ela começou a desabotoar os botões da capa de auror, os dedos ardendo ao sentirem o contato com a malha negra repleta de feitiços escudo. Largando a veste sobre uma cadeira, ela se sentou sobre a mesa, abrindo os dois primeiros botões da camisa enquanto observava os relatórios empilhados ao seu redor.

A assinatura de Dolores Umbridge estava em pelo menos três das pastas que tinham deixado ali. Torcendo o nariz, a jovem auror as separou para ler quando estivesse com o humor um pouco melhor. Não estava disposta, naquele exato instante, a perder seu tempo com as invectivas preconceituosas da maldita mulher, especialmente quando sabia que aquilo acabaria por se refletir, uma vez mais, na vida de Remus Lupin.

Remus... Ela suspirou, fechando os olhos por alguns instantes, reabrindo-os rapidamente ao ouvir pesadas batidas na porta. Antes que ela pudesse se aprumar, o rosto sério de Shackebolt apareceu na fresta que ele acabara de abrir.

- Boa noite, Tonks. Como foi a missão?

Ela finalmente se levantou, passando a mão pelos cabelos agora negros, presos em um rabo de cavalo.

- Passei a tarde tomando sorvete. Nenhum indício de atividade comensal. Eu acho que essas "dicas quentíssimas" que o departamento tem recebido dos seus colaboradores não passam de pistas falsas para nos desviar do que eles realmente estão fazendo.

- Scrimgeour parece estar mais preocupado em manter uma imagem do Ministério do que propriamente fazer alguma coisa. - o bruxo meneou a cabeça, enquanto entrava completamente na saleta, fechando a porta silenciosamente atrás de si e encostando-se nela - Ele continua com aquela idéia absurda de nos associar ao "Escolhido".

O rosto de Tonks tornou-se ligeiramente ansioso.

- Alguma notícia do Harry?

- Nada. O garoto parece ter sumido no ar. Para todos os efeitos, no entanto, ele está trabalhando junto com os nossos melhores aurores, preparando-se adequadamente para...

- Não continue com essa baboseira ou eu vou vomitar. - ela ameaçou, torcendo o nariz, enquanto seus olhos tomavam uma coloração alaranjada.

O auror deixou escapar um pequeno sorriso.

- Você e o Lupin têm um intrigante mau humor uma vez por mês. Eu sei que o problema dele é com a lua, mas você...

- Termine essa frase e vai descobrir que além de mal humorada, eu também sinto intrigantes instintos maníaco assassinos uma vez por mês. - ela resmungou, tomando a capa de sobre a cadeira - Eu vou jantar com a Molly. Você vai ficar de plantão?

Ele assentiu, saindo da frente da porta para dar passagem a ela.

- Vamos torcer para que nada aconteça hoje. Eu estou suficientemente cansado. Boa noite, Tonks.

- Boa noite para você também, Kingsley.

- A propósito... – ele a interrompeu antes que ela saísse – Seu apartamento ainda está em reforma?

- Sim... Minha mãe quer que eu durma lá em casa, mas aparatar todo dia para Dublin de Londres e vice-versa, não me agrada muito... Eu estou no Caldeirão Furado se ocorrer alguma emergência.

Ele assentiu e Tonks deixou a saleta, seguindo pelas escadas para a área de desaparatação livre. O elevador estava cheio demais e os gritos dos muitos funcionários que trabalhavam até tarde no Ministério - agora que a guerra fora novamente declarada era raro terem algum momento de descanso - deixavam-na tonta.

Ela aparatou na frente da Toca, onde Fleur, com uma barriga já proeminente, caminhava de um lado para o outro atrás da sogra, que, por sua vez, resmungava coisas incompreensíveis.

- Olá, Molly. Fleur.

As duas se voltaram para a recém-chegada e Molly largou alguns ramos de ervas que segurava, aprumando-se para se aproximar da auror. Fleur apenas sorriu, simpática, enquanto apoiava uma mão nas costas.

- Ah, Tonks, até que enfim você chegou. Estávamos ficando preocupadas já. - Molly abraçou-a maternalmente - Vamos, vamos para dentro, a janta já está posta. Depois procuramos as ervas para o chá, Fleur.

As três mulheres voltaram-se para a casa, com Molly matraqueando alegremente sobre a última visita dos gêmeos e as incursões de Charlie nas Ilhas Hébridas. Na cozinha, a mesa estava posta para cinco. Arthur Weasley e Bill já estavam ali, ocupados com uma saca de livros.

- Agora que ele está trabalhando lá, pode nos visitar com mais freqüência... Além disso, ele está sob as ordens de...

- Ah, olá, Tonks. - o mais velho dos Weasley a cumprimentou quando a viu, interrompendo a esposa.

- Problemas, Arthur? - ela perguntou, olhando para o saco, onde alguns livros pareciam olhá-la de volta - Olá, Bill.

Bill fora monitor-chefe no ano em que ela entrara em Hogwarts. Ela se lembrava dele tê-la ajudado a escapar de uma detenção ou duas por conta de suas trapalhadas. Não tivera tanto contato com ele quanto tivera com Charlie – afinal, o segundo filho dos Weasley fora colega de turma dela – mas sentia uma grande admiração pelo rapaz.

- Hei, Tonks. - o rapaz sorriu, fazendo uma cicatriz repuxar, fazendo uma pequena mesura com a cabeça, antes de seguir o olhar dela até a saca - São para o Remus. Papai apreendeu-os hoje num depósito em Londres. Dão a ligeira impressão de que estão lendo você, não?

Ela assentiu, automaticamente, sentindo um pequeno arrepio na espinha ao ouvir o nome de Remus. Acabara de se lembrar que estavam próximos à lua cheia. Bill aparentava certo abatimento. E Remus, como estaria?

Fleur aproximou-se por trás dela, estendendo a mão para o marido, ajudando-o a se levantar ao mesmo tempo em que oferecia a fronte para um beijo. Tonks respirou fundo. Por que Remus tinha que ser tão teimoso? Bill e Fleur não tinham se casado? Por que eles não...

- Tonks, você vai fazer alguma coisa esta noite? - Molly perguntou com um meio sorriso, as bochechas adquirindo uma coloração rosada, arrancando-a assim de seus pensamentos.

Ela estreitou os olhos. A ruiva estava encarando-a com certa ansiedade. Aquilo não era muito típico da mulher.

- Não, Molly, eu...

A outra abriu um sorriso.

- Então, você poderia levar esses livros, não é verdade, querida? Para a sede da Ordem? Bill não está muito bem disposto...

- MAMÃE!

-... e Arthur quase não pára em casa. - Molly continuou, como se não tivesse sido interrompida - Você nos faria esse favor?

- Molly, querida, não é realmente necessário... - Arthur começou, mas calou-se ao ver o olhar da esposa.

- Ora, vai ser bom para eles, querido. Ela pode levar os livros, eles vão estar sozinhos, poderão conversar e...

Tonks sentiu-se corar. Repentinamente, seus cabelos mudaram do negro para um vermelho luxuriante, combinando com sua nova tonalidade de pele. Tudo bem que o fato de gostar de Remus fosse conhecido por todos, mas aí a ouvir Molly Weasley planejando encontros amorosos para os dois...

- Eu levo os livros, Molly, mas não vou poder demorar porque, na verdade, eu tenho que dar uma passada no plantão da noite. - ela mentiu rapidamente, antes de se sentar à mesa.

Os outros se entreolharam e Arthur rapidamente mudou de assunto.

- Então, Tonks, falando em plantão, você já ouviu os últimos boatos? Sobre o Escolhido e seus fiéis escudeiros estarem nas profundezas do Departamento de Mistérios?

Molly tornou-se mais séria, enquanto colocava uma baixela de sopa sobre a mesa.

- Hermione os obriga a mandar notícias de tempos em tempos. Mas nunca sabemos como eles realmente estão ou onde estão ou se estão se alimentando bem...

Tonks assentiu.

- De qualquer maneira, é melhor que não ter nenhuma notícia, Molly. Kingsley estava falando sobre isso hoje. - ela observou, enquanto entregava o prato para que Molly a servisse - Scrimgeour tem dado atenção demais a questões menores. Eu acho inclusive que estamos sofrendo alguma espécie de contra-espionagem, porque todos os alvos potenciais dos quais somos avisados nunca rendem nada.

- Só podemos esperrarr que Harry e os outros se saiam bem no que querr que eles estejam fazendo. - Fleur respondeu com seu sotaque carregado, alisando de leve a barriga.

- Sim. – Molly concordou – Mas eles poderiam fazer isso acompanhados, não? Há tantos membros da Ordem que...

- Não há assim tantos membros da Ordem, querida. – Arthur lembrou, enquanto se servia de algumas torradas – Desde que Dumbledore morreu, estamos um tanto quanto engessados. Continuamos a seguir as ordens que ele deixou, mas...

- Estamos todos meio perdidos sem a liderança do professor Dumbledore. – Bill comentou – Alguns dentre nós esperavam que Harry assumisse o lugar do professor. Harry é, afinal, o único que sabe realmente o que ele queria.

- Mas ele é muito novo, é praticamente uma criança! – Molly exclamou – Vocês também estão levando a sério essa história dele ser Escolhido? Pelo amor de Merlin!

Arthur e Bill trocaram um olhar cheio de significados. Tonks suspirou, fixando os olhos no prato de sopa.

- A melhor ajuda que podemos dar a eles é tentar limpar ao máximo o caminho que eles estão percorrendo de comensais. Mas, ao final das contas, será um contra um. Harry irá até o fim agora. Não há nada mais que possamos fazer.

- Mas alguém tem que impedi-los! – a ruiva largou a colher no prato, fazendo um pouco de sopa espirrar, os olhos lacrimejando de leve.

- Nós poderíamos tentar se soubéssemos onde eles estão. – Arthur respondeu, soturno – Mas já conversamos sobre isso, Molly. Eles já são maiores de idade, e já tomaram a decisão deles. Só o que podemos fazer agora é esperar.

Tonks observou a outra morder de leve os lábios, como que procurando mais argumentos. Mas, como Arthur dissera, eles já tinham discutido aquilo milhares de vezes. Não importava se eles achavam toda a situação justa ou não... O fim dela independia da opinião deles.

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