Uma Notícia Inesperada



O restante da tarde transcorreu normalmente. Fleur voltou para Paris para experimentar o vestido. A Sra. Weasley nos preparativos do casamento, aprontando os enfeites e tal. O Sr. Weasley, que chegara depois, ficou no seu cantinho preferido, mexendo com aparelhos dos trouxas, particularmente um microondas. Tentando decifrar, com a ajuda de a Gui e Carlinhos, o funcionamento do mesmo. Os gêmeos implicando com Rony, porque ele olhava o relógio de 5 em 5min para saber se já estava na hora de Hermione chegar. Harry e Gina aproveitavam cada minuto para ficarem juntos.


Um pouco longe dali, mais precisamente na Rua do Alfeneiros, a vizinhança ouviu gritos, seguido de clarões. Tudo vinha do nº 4. De repente tudo silenciou. Já acostumados com confusões na casa do Dursley, ninguém se incomodou e mantiveram a vidinha normal.


Lá pelas 19h, Hermione chegou. Os pais a levaram, ficaram um pouco conversando e foram embora. Para espanto de todos, principalmente de Harry e Rony, Hermione chegou carregada de livros.

- Para que são esses livros, Hermione? Hogwarts está fechada e não vamos precisar estudar. – disse Rony – Por enquanto. – acrescentou, embaraçado, vendo a cara feia da mãe.

- Ora, não quero ficar para trás nos estudos, exatamente porque não sabemos o que vai acontecer.

- Meu Deus! Definitivamente acho que ela não combina conosco. – cochichou Rony para Harry.

- Assim é que se fala minha filha. Você deveria dar uns conselhos ao Ron. – disse a Sra. Weasley.

Hermione espiou Rony e suspirou.

- Ah Sra. Weasley, eu já tentei fazer a cabeça desses dois – apontou para Harry e Rony - mas, realmente, está sendo difícil. – Hermione completou, vendo a cara de espanto dos meninos.

Logo depois ela, Rony, Harry e Gina se reuniram no quarto de Gina.

- Hermione, como você entrega a gente assim para minha mãe? – perguntou Rony.

- Eu tinha que falar alguma coisa, né? Ela me viu com aqueles livros todos e sabe o filho que tem. – falou-lhe séria.

- Ah tá, eu sou o preguiçoso que não gosta de estudar e você é a maluca que resolve trazer essa montanha de livros para..., como você disse mesmo? Ah, para não ficar para trás nos estudos.

- Não seja bobo, Ronald. Para que você acha que são esses livros? Nós não decidimos ajudar Harry na busca pelos tais Horcruxes e a acabar com Voldemort e os outros? Você não acha que os livros serão úteis? – e jogou alguns em cima dele.

- “Feitiços Ofensivos e Defensivos”, “O Uso de Poções Indutórias”, “Azarações e Contra-Azarações Modernas”, “Hogwarts, uma História”. – Rony leu alguns dos títulos em voz alta. – É, bem..., talvez você tenha razão, desculpe. Mas, para que “Hogwarts, uma História”? Não sei por que você gosta tanto dele? Esta porcaria não deve servir para nada.

- Eu nunca vou conseguir fazer você ler este livro né? Caramba, como você é cabeça-dura, Ronald.

Harry e Gina disfarçavam para não rir da discussão dos dois, até que Hermione se cansou e virou para Harry. E então? Está pronto?

- Assim que o casamento acabar, vou pôr em prática minha decisão.

- Você já tem algum plano? – Rony perguntou.

- Bem, na verdade não. Achei que a gente poderia traçar algum nesta semana.

- Harry, – começou Hermione – eu não contei aos meus pais o que pretendemos fazer. Na verdade eu falei muito pouco do acontecido para eles. Comentei que o diretor morreu e tal, mas eles pensam que vou retornar a Hogwarts depois das férias. Não sabem que a escola está fechada, por enquanto.

- Eu também não falei nada aos meus pais. Se souberem o que pretendemos, eles vão jogar um feitiço na gente que não vai nos deixar sair da cama o ano todo.

- Como vocês vão contar aos meus pais? – Gina perguntou.

- Não precisaremos. – respondeu Hermione, deixando os outros três espantados. – Vamos sair de fininho e deixar um bilhete.

- Mas e se eles nos pegarem? – perguntou Rony.

- Eu pensei nisso também. – todos encararam Hermione, aguardando o que ela falaria.

- E? – questionou Harry, diante do silêncio dela.

- É, bem..., eu pensei nisso, mas não consegui imaginar nenhuma outra alternativa.

- E seus pais? – perguntou Gina.

- Meu pai e minha mãe vão fazer para um curso de especialização em prótese odontológica em Dublin. Eles passarão cerca de 8 meses por lá. Eles estão contando que eu esteja em Hogwarts nesse meio tempo. Pensei em fazermos da minha casa, em Londres, um tipo de quartel general. Está seguro. Depois dos últimos acontecimentos, os aurores cercaram minha casa de todo tipo de feitiço de proteção. Nem aparatar pode. A não seu eu, lógico, e quem estiver comigo. Poderemos ficar lá por enquanto e traçar as estratégias com mais calma.

- Ficar em casa de trouxas? – Rony falou sem pensar.

Hermione lançou-lhe um olhar fulminante.

- Se você tiver uma idéia melhor, Won Won, não se acanhe. – disse-lhe.

- Droga! Parem de me chamar de Won Won!

- Você não se incomodava quando a Lilá o chamava assim. – Hermione disse.

Quando Rony ía retrucar, Gina interrompeu.

- Ah, parem de discutir vocês dois! Será que vocês nunca vão parar com isso?

Rony e Hermione olharam espantados para Gina, mas calaram a boca.

O jantar foi tranqüilo. Harry ganhou muitos presentes e a Sra. Weasley fez um enorme bolo. Em um certo momento, para a surpresa de todos, a professora McGonagall apareceu na Toca, junto com Lupin e Tonks.

- Minerva, Remus, Tonks, que surpresa! – disse o Sr. Weasley os cumprimentando.

- Como vão todos? – McGonagall cumprimentou-os e acrescentou – O que nos traz aqui é um assunto delicado. Precisamos falar com você, Potter.

Todos estranharam, mas não falaram nada. Harry, a professora, Lupin e Tonks foram para a sala, enquanto os outros permaneceram na cozinha.

- Harry, desculpe se isto está sendo dito hoje, no dia do seu aniversário, mas sou obrigada a contar. Aconteceu uma coisa e você precisa saber.

- A senhora está me assustando Professora.

- Você sabe que nós deixamos Arabella Figg sempre de olho em você durante sua estada com seus tios, certo?

- Sim, eu só soube que ela era de família bruxa há 2 anos, por causa daqueles dementadores. Mas por quê? Aconteceu algo com ela? Quer dizer, Voldemort fez...

- Não Harry, ela está bem. – disse Lupin – Sempre quando você deixa a casa, ela também aproveita para sair dali, passar um tempo fora do mundo do trouxas, você entende.

- Claro, claro! Então o que houve?

- Mundungo esteve lá hoje à tarde, para pegar umas coisas na casa dela, a pedido da própria e achou a casa dos seus tios muito quieta. Quando ele foi até lá para checar..., Harry..., eles...

- Fala Professora, o que houve com meus tios?

Minerva hesitou por um momento. Olhou para Tonks e esta disse com a voz trêmula:

- Estão mortos, Harry.

- Mortos? Tio Válter, tia Petúnia? Mortos? E Duda, meu primo? – Harry já estava com a voz alterada, o que acabou atraindo os outros à sala - Fala! Meu primo Duda está morto também?

A Professora McGonagal fez que sim com a cabeça.

- Sinto muito Potter. – disse-lhe triste.

Nesse momento Hermione soltou um grito e levou as mãos à boca. Rony olhava abobalhado de Harry para a Professora, e os outros estavam boquiabertos.

- Foi ele, não foi? Voldemort? O que ele usou, Avada Kedavra? Foi rápido ou ele torturou com a Cruciatus antes? Fala professora! – Harry estava possesso.

- Harry! – Gina quis acalmá-lo, sem resultado.

Harry permaneceu, vermelho de raiva, no centro da sala, encarando a Professora McGonagal, Lupin e Tonks. Juntamente com Rony, branco feito neve, Hermione e Gina, que choravam, e o restante dos Weasley.

- Minerva – perguntou o Sr. Weasley – o que aconteceu?

A Professora, gentilmente, pediu a Lupin e Tonks que contassem a ele, enquanto ela terminava de falar com Harry. Os dois levaram os. Weasley para um canto e começaram a contar o acontecido.

- Potter... - começou a Professora, indecisa se deveria dar os detalhes.

- Fala tudo! – Harry gritava – Eu não sou mais aquele garotinho que ganhou esta maldita cicatriz, ou aquele bobinho que chegou a Hogwarts sem saber nada. Já tenho 17 anos e depois de tudo pelo que eu passei, que presenciei, acho que tenho direito de saber tudo, com detalhes.

A Professora olhou para Rony, Hermione e Gina, que também aguardavam.

- Pode falar na frente deles! São meus melhores amigos e não há segredos entre a gente.

- Ok. – suspirou ela – Como eu disse, Mundungo achou tudo muito silencioso e foi verificar. Seu primo estava na cozinha, caído sob a mesa. Ele achou seu tio na sala, de bruços sobre o tapete e sua tia nos degraus da escada. Mundungo chamou logo um Curandeiro, de nossa confiança, que constatou a morte.

- Por Merlin! Eu saí de lá e vim para cá hoje pela manhã!

- Você não viu nada, Harry?

- Não!

- Bem, continuando, Britt, o Curandeiro, levou os corpos ao St. Mungus, para checar com certeza. Existe um método bruxo que diz exatamente a hora de uma morte, assim como a causa dela, sem precisar desta autópsia dos trouxas. Aplicou a poção necessária e soube o que houve. Seu primo morreu primeiro, em torno das 9:30h. Seu tio Válter às 14:50h e sua tia Petúnia às 14:52h. Todos pela maldição Avada Kedavra. Não deu para saber se foi aplicada alguma outra maldição ou feitiço antes.

- Tinha mais alguém lá? Digo, havia mais alguém morto na casa?

- Não, Harry. Só acharam os corpos dos três. Por que a pergunta?

Mas Harry não respondeu. Sua cabeça girava num turbilhão. A notícia o pegara completamente desprevenido. Nunca imaginaria que seus tios pudessem ser atacados, nunca mesmo. Para seu próprio espanto, lágrimas brotaram de seus olhos. Estava sentindo uma coisa estranha. Odiava os tios e o primo, por tudo que sempre fizeram com ele, mas sentia-se extremamente triste. Deu uma última encarada na Professora e correu subindo as escadas. Hermione, Rony e Gina subiram atrás dele.

- Meninos! – gritou o Sr. Weasley, já ciente de tudo.

- Deixe eles, Arthur. – disse a Professora. – Ele precisa dos amigos agora.

Dentro do quarto de Rony, Harry enxugou as lágrimas, que teimavam em retornar aos seus olhos.

- Tudo bem cara, pode chorar. Eles eram sua família. – Rony disse.

- Pois é, minha única família, ou o que eu entendia de família. Vocês sabem o que eles representavam para mim. Vocês sabem que eu os desprezava, os detestava, mas eram a única ligação que eu ainda tinha com a minha família, minha mãe para ser mais exato. Ele levou todos eles, Ron, todos. Minha mãe, meu pai, Sirius, meus tios, meu primo...

- Harry – arriscou Gina, chegando perto dele – nós estamos aqui. Nós somos a sua família agora. – e deu-lhe um abraço.

Rony e Hermione chegaram mais perto e também abraçaram os dois. Ficaram ali, os quatro, sentindo o laço forte de amizade que tinham, representado apenas por um abraço fraterno. Logo depois, Harry sentou na cama e ficou pensativo. Ninguém teve coragem de falar mais nada e só sentaram ao lado do amigo.

- Não foi Voldemort pessoalmente quem os matou. – Harry quebrou o silêncio.

- Como assim? Como você sabe? – perguntou Hermione

Mais calmo, Harry falou o que estava pensando:

- Voldemort não matou meus tios. Quero dizer, não diretamente. Ele mandou alguém fazer o servicinho sujo.

- Como você tem tanta certeza, cara? – perguntou Rony.

- A Professora disse que meu primo foi morto às 09:30h de hoje e não há como enganar esta poção que diz a hora da morte, certo? – e continuou – Às 09:20h foi a hora que eu desaparatei do meu quarto para vir para cá, portanto quem matou meu primo chegou neste meio tempo, 10min apenas, ou já estava lá.

- Será que havia alguém escondido na casa e você não viu? – arriscou Hermione.

- Aí que está! Eu acho que a pessoa já estava com meu primo nessa hora.

- Com seu primo? Como assim, Harry? – quis saber Gina.

- Eu não contei isso a vocês antes, por não achar relevante, mas agora, depois de tudo, acho que eles tentaram arquitetar uma coisa, mas não conseguiram o que planejaram. Eles queriam me pegar também e não só meus parentes.

- Como você sabe? Harry, conta logo! O que houve? – impacientou-se Hermione.

- Lembram que eu perguntei a McGonagall se havia mais algum corpo? Por isso eu deduzi. Hoje de manhã, depois que eu acordei, desci para tomar um café e encontrei meu primo na cozinha com uma garota. Ele disse que a tinha conhecido há poucos dias. Eu nunca a havia visto por lá, mas também eu nunca dei muita bola para quem freqüentava a casa ou fazia companhia ao meu primo. O fato é que ele disse que estavam namorando. Se ele morreu logo depois da hora em que vim para cá, consequentemente a garota seria a próxima, eles não a deixariam viva, mas parece que nada aconteceu a ela, nenhum outro corpo foi encontrado.

- E daí? Você acha que uma trouxa estava a serviço de Você-Sabe-Quem?

- Talvez ela não fosse trouxa, Ron. – adiantou-se Hermione.

- É o que eu tenho certeza agora. – Harry continuou – quando eu a vi, achei que a conhecia de algum lugar, mas depois deixei isso para lá, afinal ela poderia ser parecida com qualquer uma, então ignorei os dois. Quando saí da cozinha me pareceu que ela me olhava, mas achei que fosse só impressão. Acho que ela estava lá para me pegar e levar até Voldemort, mas como eu vim para cá antes, ela simplesmente matou meu primo e aguardou até meus tios voltarem para acabar com eles também. – silenciou um momento e depois disse – Merlin! Talvez se eu ficasse mais um pouco, poderia ter salvado meu primo e meus tios.

- Ou morrido! – Gina falou – Isso a gente não iria agüentar – e abraçou-lhe.

- Isso! Ainda bem que você veio logo! – Rony acrescentou.

- Harry, você a achou parecida com alguém, mas com quem? – Hermione perguntou.

- Não tenho certeza. Talvez com algum aluno de Hogwarts, sei lá.

- Com certeza é parente de algum Comensal. Malfoy talvez. – Rony disse.

- Desta vez não foram os Malfoy, Ron. Eu lembro que ela tinha cabelos negros e era bem gordinha.

- Belatrix e Narcisa têm cabelos negros. – arriscou Gina.

Harry refletiu por um momento.

- Não sei, pode ser parente de qualquer um ou alguém usando a poção polissuco. Depois eu pensarei melhor nisso.

Após um tempinho sem ninguém dizer nada, Rony perguntou:

- O que você pretende fazer?

- Vamos descer. Apesar de tudo, quero pagar um funeral decente para meus tios. – disse.

Harry enterrou os tios e o primo em um cemitério trouxa, acompanhado de Gina, Hermione, Rony, mais Lupin e Moody que foram para dar proteção. No caminho de volta, ele pensava “Mal sabe aquele peçonhento que tudo o que ele faz só me dá mais força para eu acabar com ele.”

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