Divagações e Indagações



Capítulo 8: Divagações e Indagações


- Harry... Por Merlin...


- Isso foi fantástico – Disseram os gêmeos em uníssono.


- Brilhante, eu diria. – Completou Rony.


- Muito bom garoto. – Exclamou Moody piscando para ele. – Não esperava nada menos que isso de você.


Na ala de Harry, estavam reunidos, um pequeno grupo de membros da Ordem. Estava lá Remo Lupin, o antigo professor de Defesa Contra a Arte das Trevas. Nymphadora Tonks, uma auror, membro da Ordem da Fênix, um grande achado segundo Moody e que agora era namorada de Lupin. Alastor Moody também estava lá. Ele, que após a morte de Dumbledore tornou-se uma espécie de membro-líder da organização, pois o ex-líder e fundador havia deixado a responsabilidade do cargo para ele antes de sua morte, sendo auxiliado por Shacklebolt, contudo Kinsgley teria uma outra missão para este ano.

Os Weasleys claro, estavam quase todos reunidos ali. Arthur, com os seus usuais óculos de chifres nas bordas, calvo e meio magro estava sentado numa das cadeiras à beira da cama de Harry, com sua esposa Molly, que Harry reparou, continuava baixa e um tanto quanto gorda, ao lado. Fred e Jorge, assim como Gui e Fleur que estava prestes a se tornar uma Weasley também, voltaram pela manhã para ver se Harry já havia melhorado e para ouvir também, sua “aventura”.


- Harry, isso foi pura irresponsabilidade! – Ralhou Hermione, enquanto a caçula Weasley acenava em concordância, assim como sua mãe. – Mesmo depois de tudo que Dumbledore lhe ensinou, mesmo depois de tudo que ele te disse! – Todos pararam abruptamente com a declaração de Hermione e a olharam. “O que Dumbledore havia dito?”.


Harry e Rony olharam para ela com ar de reprovação. Ela notou rapidamente o que havia dito e tentou reparar. – Digo... Por em risco sua vida assim, tornando em vão os sacrifícios de seus pais e de Dumbledore. Isso não foi nada brilhante...


- Mione, o que Dumbledore disse para vocês? – Questionou Gina com uma sobrancelha erguida. – O que Dumbledore disse ao Harry, que eu não possa saber?


- Gina, você sabe que não podemos lhe explicar... É que...


- Bem, vocês poderiam fazer o favor de me deixar só... Eu preciso me arrumar, para sairmos o quanto antes daqui... – Desconversou Harry.


- Mas é claro querido. Vamos! – Disse a Sra. Weasley graciosamente, mas contrariada completou. – Vamos deixá-lo sozinho para que possa se arrumar, mas depois os três... – E mudou sem tom de voz rapidamente, enquanto apontava para Rony, Hermione e Harry. – Vão me dizer, exatamente o que andaram fazendo, ouviram mocinhos?


- Ta, tudo bem... Depois a gente conversa. – Respondeu Rony enquanto ria e piscava para Hermione. – A gente vai contar tudo mãe!


Lupin e Tonks se despediram de Harry, pois não poderiam esperar e leva-lo à Toca, assim como Moody e também estavam voltando para informar ao resto da ordem a situação de Harry. Os gêmeos tinham afazeres e aproveitaram o momento para se retirar, mas não sem antes prometerem passar na toca para uma visita antes do casamento e Gui e Fleur foram acertar os últimos detalhes da festa e do casamento.


- Senhora Weasley? – Chamou Harry antes que ela saísse com Gina.


- Sim, querido?


- O que foi feito dos Dursleys? – Questionou enquanto olhava a ruivinha parada à porta e fazia Gina corar um pouco.


- Eles estão numa ala aqui perto, o seu primo ainda não se recuperou, creio que ele levará um pouco mais de tempo que você. – Respondeu bondosamente. - Quer ir vê-los antes de ir?


- É, creio que sim... Talvez seja a ultima vez que eu os veja... – Murmurou mais para si do que para a senhora Weasley esta última frase.


- Certo querido. Estaremos te esperando aqui fora, tudo bem?


- Tudo bem, só mais uma coisa...


- Pois não?


- Será que eu poderia falar com Gina... A sós?


***


- Rabicho!


O servo de Voldemort abriu a porta lentamente e entrou receoso. Olhou para seu mestre antes de se curvar e fazer sua reverência, ele não parecia estar nervoso. – Sim, mestre?


- Acalme-se Rabicho. – Sibilou vendo que Pedro estava com medo. - Desta vez, quero apenas falar com meu hóspede, traga-o aqui!


- Se assim deseja mi lorde...


Rabicho saiu da pequena sala em que se encontrava Voldemort, e seguiu pela estreita escada de mármore, que dava numa porta de carvalho, que tinha como batente uma serpente. Ele realizou um encantamento que a destravou e entrou pela escuridão.


- Levante-se. – Resmungou, mas o corpo jogado ao chão não se moveu. – Ande logo, meu mestre deseja vê-lo.


O corpo continuou imóvel até que Rabicho abaixou-se e pegou-o pelo braço levantando. Arrastou o homem velho por todo o caminho que dava à sala de Riddle. Chegou, bateu à porta e entrou.


Seu mestre estava sentado à poltrona de costas e ordenou que o deixasse ali e se retirasse...


- Espero que esteja gostando do tratamento que Rabicho está lhe dando... - Sibilou enquanto se levantava e andava em direção ao corpo inerte.


O Sr. Olivaras estava jogado ao chão, com seus braços e mãos atados ao corpo e seus olhos grandes que usualmente brilhavam como uma lua cheia, estavam vermelhos e um tanto quanto machucados.


- Vejo que está bem acomodado. – Ironizou Voldemort. – Agora me diga velho. Como devo fazer para evitar que o Priori Incantatem ocorra novamente? Você apenas disse que o cenho de nossas varinhas são as mesmas, mas e daí? Como eu posso evitar aquele fenômeno, anda, me diga!


Sr. Olivaras apenas continuavam com o olhar vago e distante, olhando para o nada.


- Diga-me velho idiota. Crucio!


Logo o corpo do Sr. Olivaras se debatia ao chão e mais uma vez ele estava sendo torturado. Ele já quase não sentia seu corpo quando Voldemort parou de amaldiçoá-lo, deixando-o no chão machucado, cansado e imóvel. – Não ouse morrer agora Olivaras, você ainda irá me prestar mais alguns serviços, afinal, sua especialidade são varinhas, não é mesmo? - Seus olhos vermelhos brilharam malignamente nesse momento.


***

Enquanto Gina fechava a porta do quarto e se dirigia a uma cadeira, Harry lembrava do desfecho da noite passada....


- Lumus... – Murmurou enquanto encostava a porta da ala. - Sr. Potter, desculpe o incomodo, mas está na hora do senhor tomar as suas... Sr. Potter?


- Sim?!? – Murmurou estatelado no chão.


- O que faz ai no chão, precisa de ajuda? É que eu vim lhe avisar que é hora de tomar suas poções.


- Bem é que... – Tentou pensar em algo para dizer, mas nada havia para ser dito. Ele e Gina estavam em apuros, pois passaram dos limites e se deixaram levar pelo momento. E agora, ele estava ali no chão, pois Gina o havia empurrado da cama, assim que a medi-bruxa, que Harry notou que estava estampado seu nome no seu uniforme, Srta. Price, entrou na ala.


- Ele está limpando a sujeira que eu fiz, não é mesmo Harry? – Com sua voz quase como um sussurro, Gina se pronunciou pela primeira vez, mesmo cabisbaixa.


Harry anotou mentalmente que teria que recompensar ela de alguma forma, por sua brilhante desculpa... - Sim e já terminei...


A srta. Price ficou olhando de Harry a Gina, com uma cara de dúvida. – Afinal, o que tinha acontecido ali? – Pensou ela.


Como se Harry tivesse lido os pensamentos dela, completou. – Nada aconteceu aqui, nada mesmo, agora será que você poderia me dizer quais são as poções?


Percebendo que estava sendo um incomodo, a medi-bruxa disse rapidamente. – Vejamos... – Enquanto olhava o pergaminho que estava sobre a mesinha de madeira, distribuía “discretíssimas” olhadelas aos dois. – Você deve tomar um frasco da vermelha, uma da verde e uma dessa rosa. – E apontava para uma caixa à frente de Harry.


- Tudo bem... Obrigado. – Vendo que ela não iria se retirar, completou. – Pode ir, já vou tomá-las e “obrigado” novamente.


- Por nada. Se me dão licença. – Finalizou e murmurou – Nox. – Desfazendo o feitiço que usou para iluminar a ala.


A ala ficou escura por um momento até que Harry iluminou-o com o mesmo feitiço que ela havia usado. – Lumus. – Ele pegou a caixa que continha as poções, abriu-a e retirou as que teria que tomar. Abriu uma a uma e cheirou-as. Suas experiências com poções não eram, digamos, as melhores. Pegou os frascos e virou-os em sua garganta, um a um.


A rosa tinha um leve gosto amargo, enquanto a verde tinha um suave toque de menta e por fim a vermelha, tinha um leve aroma adocicado. A melhor, para ele, pois já havia tomado uma dessa em algum lugar...


Gina estava à cama, não mais vermelha e esperava pacientemente Harry tomar suas poções.


Ele, por sua vez, guardou os frasquinhos de volta na caixa e decidiu encarar a menina, respirou fundo e tomou coragem. – É agora, pensou ele. – Virou-se e olhou Gina, ela estava calma e parecia tranqüila.


- Gina...


- Harry... Me escute, primeiro, sente-se aqui... – Falou em tom calmo e doce. – Sente-se aqui primeiro, depois nós conversaremos.


Ele dirigiu-se à cama e sentou-se ao lado de Gina, mas antes que dissesse algo, Gina segurou sua mão e tomou a palavra.


- Deite-se Harry. – Agora sim estava tudo muito estranho. A reação de Gina era como se nada tivesse ocorrido, sendo que os desejos mais íntimos dos dois, quase haviam sido realizados.


- Gina, sabe é que eu acho que nós... Mas o que? – De repente, tudo foi ficando nublado à sua frente e ele apenas sentia a mão de Gina apertando a sua. Seus olhos pareciam que iam se fechando, mesmo que ele tentasse mantê-los aberto. Uma moleza foi tomando conta de seu corpo, seus pés, sua perna, seu tronco, não sentia mais nada.


- Poção para dormir sem sonhar Harry, a medi-bruxa achou melhor dar a partir de agora, então apenas durma, amanha conversaremos meu amor...



- Harry... - Chamou-lhe a menina tirando de seus devaneios.


- Oh, sim. Bem, sente-se Gina, pois teremos uma longa conversa. - Disse enquanto segurava calmamente a mão dela. - É sobre nosso futuro, meu amor.


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