O Reveillon de Gadelha



Capítulo 5

O Reveillon de Gadelha
A Primeira Batalha

Ao chegar em casa, Gadelha Galatéia encontrou-a na bagunça habitual e mais, seu marido estava num descontrole com as crianças as quais fizeram ele de gato e sapato o dia inteiro. Agora já de noite ele se via cansado e totalmente sem paciência para cuidar de seus filhos. Haviam roupas espalhadas e brinquedos por toda a casa, o radio mágico ligado e uma enorme sujeira na sala e na cozinha. Wilson gritava com os filhos, mas estes nem lhe davam atenção e continuavam as brincadeiras e os jogos sem se importar com o pai.
Gadelha abriu a porta e ao ver aquela cena deu um grito assombroso que fez todos pararem onde estavam como se estivessem sobre o efeito do feitiço Silêncio ou o Quietus. Prontamente ela começou um sermão:
- Wilson, eu não esperava isso de você. As crianças correndo pela casa como se fosse um campo aberto, a casa uma bagunça como eu nunca vi em toda minha vida e você ao que me parece compactuando com isso.- disse irada a mulher.- Deixe-me dar um jeito nisso. Limpeza! – disse agitando a varinha.
- Querida, não era minha intenção que isso acontecesse, foi uma coisa que fugiu ao meu controle.- respondeu em tom de desculpas o marido.
- Mas aconteceu mesmo contra a sua vontade, e crianças já para tomar banho e se preparar para o jantar, depois eu converso com vocês.- disse em tom sério a mulher, o marido já ia saindo também.- E você Wilson, nossa conversa ainda não está acabada. Não é a primeira vez que você deixa que as coisas fujam do seu controle, tenha pulso mais firme ou você nunca será respeitado.
- Gaga meu bem, eu tento ser bom, mas todo mundo abusa de mim. Te juro que só queria que as crianças se divertissem um pouco.- respondeu desconcertado o marido.
- Está bem vai, mas espero que você pare de ser sangue de barata e seja um pouco mais duro com eles. Agora deixe-me preparar o jantar.- disse a mulher indo para a cozinha e o marido sentou-se ao sofá para ouvir o Campeonato Brasileiro de Quadribol. Era assim toda a vez que Gadelha saía e deixava o marido com as crianças durante algumas horas com o marido, a mesma casa desarrumada, a mesma sujeira, a mesma briga e a mesma solução. Mesmo com esses problemas eram uma família feliz, dois professores-bruxos com um emprego estável, três filhos, um de seis, outro de nove e outro de dez que esse ano entraria em Magfia. Moravam um pouco distante da capital de São Paulo, num lugar tranqüilo com muitas árvores em meio á vida campestre numa casa grande e confortável para cinco pessoas e ainda espaço suficiente para que se morassem mais gente lá. Nesse final de ano como todos os que o antecederam, Gadelha preparava sua festa de ano novo que reunia muitas pessoas da comunidade bruxa brasileira, além dos amigos mais próximos dela e de Wilson. Essa festa era famosa por ter das mais diversas comidas, ser animada e durar a noite inteira e esse ano não seria diferente.
Depois de um jantar calmo e sossegado todos foram descansar. No dia seguinte chegaram uma boa quantidade de bebidas e a comida era preparada por Gadelha e umas amigas, entre elas a professora de Herbologia de Magfia, Efigênia Yalanda que vinha com um vestido na cor verde musgo, “um verde básico” diria ela. Ela era viciada na cor verde na mesma proporção que era viciada em si mesma, tinha uma infinita adoração pelo seu ser, pela sua beleza e por si mesma mais uma vez. Ajudava Gadelha em todo tipo de arrumação que aquele dia pedia e ainda era ante véspera do ano novo, mas mesmo assim estavam atrasados, pois era casa para arrumar, mesas, cadeiras, feitiços e encantamentos dos mais diversos tipos tanto para alegrar os convidados quanto para a proteção da casa e ainda havia comida, muita comida, os mais diversos pratos tanto trouxas quanto mágicos, eram explosivins torrados em travessas ovais, couro de dragão frito, e ovos de dragão que seriam servidos em grandes pedaços, saladas das mais diversas plantas mágicas e ainda outras coisas que eram preparadas como surpresa. Durante esse dia todos estavam muito agitados e Gadelha novamente confiou á responsabilidade do marido a guarda das crianças pentelhas.
Wilson querendo se provar saiu com elas durante todo dia e foram a um parque temático mágico de São Paulo. Lá haviam shows e espetáculos com mágicos verdadeiros e bruxos divertiam as crianças com as mais diversas fantasias. Haviam transfigurações de dragões e de duendes e de leprechauns, e ainda de criaturas do folclore nacional. Ainda via-se cores diversas no lugar que brilhavam e piscavam das mais diversas formas. As crianças estavam se divertindo muito, lançando pequenos feitiços com varinhas artificais que eram dadas na entrada do parque, brincavam com as vassouras infantis e comiam tudo que sentiam vontade, desde balas ácidas até outras que transformavam o rosto em relógio cuco com um passarinho saindo pela boca.
Estava tudo bem durante o passeio ao parque, todos se divertiam e Wilson percebia que nada iria ocorrer de errado, até que pararam perto do salão das colunas, no qual tinha várias colunas dispostas uma ao lado da outra, que trocavam de lugar e se movimentavam de acordo com os movimentos das pessoas que passavam por elas, era ideal para brincar de esconde-esconde, contudo as crianças pegaram a varinha do pai rapidamente.
- Papai,- perguntou o menino de nove.- eu queria saber como se conjura cordas, eu já falei pro Robson que não é com o feitiço Conjuctivictus e a Maria diz que é com o feitiço Accio, mas eu digo que é com o Conjurar Cordas, o que você diz papai?
- Meu filho, esse é simples, e você está certo, eu diria que até mesmo você poderia fazê-lo.- respondeu o pai explicativamente.
- Ah, então é assim? Conjurar Cordas!- indagou o filho lançando as cordas sobre o pai e amarrando-o numa das colunas que começava a se mover.- Filho, o que você fez? Venha me buscar, lance o Desconjurar Cordas sobre mim quando você me ver.
- Sim papai.- disse a criança, mas quanto mais próximo ele chegava do pai, mais as colunas fugiam e distanciavam dele. E eram muitas colunas espalhadas em torno dessa área do parque que se movimentavam ao mínimo movimento de qualquer pessoa. As crianças riam com o desespero do pai, que gritava cada vez mais alto, já em pedidos de socorro aos berros.
-Chamem a segurança do parque, vai você Robson, você é o mais velho, os outros esperem antes do salão das colunas. – gritou desesperado o pai.
Robson saiu correndo apressado para o centro do parque onde havia o balcão de recepção e a central de segurança, além do achados e perdidos. Mesmo brincando muito e aprontando, Robson era um garoto responsável e teve a consciência do que estava acontecendo, sendo assim chegou rapidamente ao balcão.
- Socorro, socorro, meu pai está preso no salão das colunas, conjuraram cordas sobre ele e ele está preso nas colunas, elas não param de se mexer.- disse rapidamente o garoto.
- Se acalme,- disse o agente da segurança.- em primeiro lugar quem fez isso?
- Foi meu irmão mais novo, ele pegou a varinha do meu pai e lançou o feitiço sobre ele, mas vamos logo, não temos tempo pra conversas.- disse o garoto se irritando.
- Mas peraí, o próprio filho atacando o pai? Em que mundo estamos, quantos anos tem seu irmão.- disse o guarda curioso e preocupado.
- Tem nove senhor, mas vamos logo, nesse momento meu pai pode estar a uma distância grande da entrada do salão.- disse o garoto com uma raiva crescente.
- Calma garoto, já vamos, mas antes precisamos fazer uma ficha ocorrência sobre o caso, você tem que preencher os dados na ficha.
“Nome: Endereço: R.G.M.: C.P.M.: Nome da Mãe Completo: Nome do Pai Completo: Tipo de Sangue-Bruxo: Ocorrência: Local da Ocorrência: Hora da Ocorrência:...”
Havia uma quantidade interminável de dados e perguntas sobre a ocorrência e sobre a vida da pessoa, coisas que não interessavam á quem estava consultando, mas que eram perguntados em duas folhas que tinham palavras em letras miúdas e difíceis de ler. O garoto impressionado com a incrível paciência do segurança e a burocracia que existia naquele lugar, olhou com uma cara feia para o guarda, e tomou uma atitude ele mesmo. Foi correndo até o Salão das Colunas, tomou a varinha das mãos do irmão, e correu precipitado por entre as colunas chamando o pai com toda a vontade que lhe cabia, e ao vê-lo lançou um feitiço certeiro sobre a coluna que o pai estava, e as cordas desapareceram rapidamente do corpo de seu pai. O pai abalado e impressionado foi ao encontro do filho.
- O que houve? Porque você não pediu ajuda?- disse rapidamente.- Obrigado meu filho, você foi muito corajoso.
- De nada pai.- disse corando o filho.-É que demoraram pra me atender, parece até que eu estava mentindo.
- É, ás vezes tratam as crianças assim mesmo, mas o importante é que você me salvou, mas vou dar uma bronca nos seus irmãos.- disse o pai.
Por fim o pai foi menos brando do que se esperava que fosse com os filhos, disse que já estava passando da conta, que ele não ia mais suportar isso, que ele ia tomar atitudes drásticas e foi dizendo e dizendo, que ele não era palhaço, e que não era bobo e que era o pai deles, e repetindo algumas vezes algumas coisas e andando de volta pra casa e falando mais um pouco, cada vez mais baixo e calmo, chegando á Rede de Flu ele finalmente disse:
- Ah, pelo menos teve um lado bom...- disse ele finalizando o assunto.- Nós nos divertimos.
Essa era mais uma das coisas que acontecia comumente na família e na vida de Wilson, primeiro ele descarregava totalmente a raiva, depois explicava determinadas coisas, dava uma bela lição de moral, depois ia abrandando, abrandando e finalmente chegava ao ponto do lado bom da história. Os filhos de Wilson já conheciam de cor o enredo da história e todas as implicações e explicações, por isso nem se impressionaram muito, entraram na lareira e voltaram pra casa. Dessa vez voltavam um pouco diferentes, um dos integrantes vinha com um orgulho de si mesmo retraído dentro de si, uma satisfação sem egoísmos, mas que teria que ser ocultada pelo bem do pai.
Ao chegarem já estava anoitecendo e a mãe ainda muito ocupada nem reparou muito bem na chegada da família que se acomodava cada um da forma que bem lhe interessava. O pai ia ouvir mais um jogo do Campeonato Brasileiro de Futebol, os filhos mais novos iam brincar atrapalhando o pai ouvir o jogo o que certamente causaria uma nova discussão mais tarde. Já o mais velho foi para o quarto e como se de súbito um senso de responsabilidade e um sentimento de provação tivessem aparecido nele, ele se sentou na cama e começou a ler um livro que os pais haviam lhe dado há um tempo atrás “O pequeno Merlin: As histórias do pequeno grande mago.”. Apenas uma leitura descompromissada, mas que no futuro geraria grandes coisas...
A noite chegou, Gadelha já preparava o jantar e Yalanda se despedia das colegas desse dia de trabalho, ela iria dormir lá. As duas conversavam animadas na cozinha e se entre-ajudavam na preparação da comida que nessa noite por influência de Efigênia era um tanto vegetariana ( as crianças certamente fariam caras e bocas feias para a mãe), o marido vibrava com o jogo entre o MagicInter contra o Bruxetos, o jogo estava empatado e o pomo de ouro não era capturado por nenhum dois times, o que dava um longo prolongamento ao jogo.
- Venham jantar crianças o jantar está pronto.- disse calmamente Gadelha. As crianças foram rapidamente e logo se desanimaram de ter ido. Wilson nem deu atenção ao chamado da esposa e Robson estava no momento em meio a Idade Média na Europa acompanhando a vida de Merlin, tão distante que o chamado da mãe nem chegou aos seus ouvidos.
- Wilson, você não vem jantar? Eu trabalhei como uma elfa doméstica o dia todo e você nem me dá atenção!- disse Gadelha se irritando.
- Calma querida, acho que o Bruxetos já vai pegar o pomo, peraí.- respondeu sem paciência o marido.
- Calmaí querida uma ova, venha logo quero que todos comam juntos, a Efigênia vai pensar o que de nós?- disse Gadelha olhando para a outra professora.
- Imagine Gadelha, deixe ele, eu não ligo.- disse Efigênia.
- Não Efigênia, o Wilson me faz passar raiva todo dia, desse jeito...
- Já estou indo.- disse irritado Wilson.- Antes que comece a descarregar sobre mim todas as palavras do Compêndio Bruxo. E o Robson, cadê esse menino?
- Deixa eu ir chamá-lo.- disse Gadelha.
- Não, eu vou querida, espere um pouco.
O pai subiu calmamente a escada e deu um toque na porta, o filho não escutou, ele abriu a porta devagar e viu o filho lendo um livro. “Um livro?!! Que coisa estranha.” pensou ele.
- Filho, vamos jantar?- disse o pai.
- Ah, sim pai.- disse o filho guardando rapidamente o livro.- Eu tava lendo um pouco, até que é legal.
- Que bom filho, vamos.
Foram os dois o pai abraçando o filho num gesto de carinho, o maior que já havia acontecido em toda a vida do garoto. Aquele dia havia trazido algo diferente aos dois, algo que era bom, mas que ficou só para os dois.
O jantar novamente foi calmo e tranqüilo, a não ser pela presença da professora Gadelha que não parava de falar e de ser indagada pelas crianças.
- Ah, eu fui eleita Miss Magfia quando estava na nona série, era a garota mais admirada do colégio, aí depois eu fiz teste para Herbologia, combina comigo é claro, as plantas tem toda a beleza assim como eu, mas depois disso eu nunca mais pude me inscrever em concursos...
- Efigênia, eu não me lembro desse concurso da Magfia, quando foi que você ganhou?- perguntou Wilson.
- Ah, Wilson, você saiu um ano antes de mim, mas na época que você estava lá ainda tinha o concurso anual de Miss Magfia, não acredito que você não se lembre, quando nós voltarmos lá eu te mostro o mural com as participantes, aliás eu acho que vou falar com o Zacarias, talvez ele coloque o concurso de novo na escola.
- Tia, será que eu posso participar?- disse a pequena Maria.
- Ah, querida, não, não poderia agora não, você é muito nova, mas é claro quem sabe quando você entrar no colégio, você tem uma beleza, todas nós mulheres temos, é claro.
- A mulher que veio aqui outro dia falar com o papai não tem? Sabe papai, aquela com uma roupa toda estranha, cheia de pano, com uma cara de chão do sertão?- disse o filho do meio.
- Meu filho, não fale isso na mesa.- disse Gadelha.
- Ah, Gadelha, o Marcos até que tem razão, a Elizeuda tem uma cara estranha, parece que vive fazendo careta?
- Ou que ta com dor toda hora.- disse a filha mais nova.
- De quem vocês estão falando, é da Elizeuda Tonilda do Departamento da Gerência Presidencial?
- É Efigênia, é que ela veio outro dia aqui em casa avisar pro Wilson que ele tava sendo convocado á falar com o Bruxo Procurador da República, algumas coisas que estavam erradas com o cadastro dele no R.G.M.- disse Gadelha.
- Eu já ouvi falar dessas coisas sobre o Registro Mágico estar errado, são coisas estranhas, ouvi falar de gente que foi verificar isso e não voltou, alguns dizem que é interfererência do Rodoberto na Presidência Bruxa.- disse seriamente Efigênia.
- É, eu também ouvi, mas talvez isso não seja para se conversar a mesa com as crianças, vamos mudar de assunto, e vocês crianças não me enganem que eu estou vendo tudo, espero ver o prato de vocês limpo assim que eu terminar.- disse Gadelha.
Assim o jantar terminou e as duas continuaram a conversa com Wilson na cozinha enquanto as crianças foram para a sala e Robson subiu. Ele não tinha prestado atenção em nada da conversa, a não ser no que se falou da mulher da Presidência Bruxa, era algo estranho.
Amanheceu uma véspera de natal com um céu limpo e um sol radiante de verão, os últimos preparativos para a festa de ano novo eram feitos no amplo quintal, com as mesas e o palco de uma banda famosa que tinha sido contratada, eram penduradas magicamente bolas brancas nas árvores e enfeites brancos eram espalhados pelo campo em que seria feita festa. As crianças correram e brincaram o dia inteiro pela casa toda. Maria também tomou lições de etiqueta, moda e beleza com a tia Efigênia. Marcos foi jogar quadribol em tabuleiro com uns amigos na casa do vizinho. Robson ajudou os pais um pouco, brincou com os irmãos, conversou com amigos e estranhamente novamente ficou em casa um pouco, lendo e se distraindo com coisas que ele geralmente não fazia, o pai reparava em cada e em todas as novas atitudes do filho, ora admirando, ora estranhando.
Eis que finalmente anoiteceu e todos foram se preparar para o Reveillon. Gadelha arrumou seus filhos de forma exemplar, como se fossem os objetos de mais alto valor que existiam. Wilson se arrumou calmamente para a noite com um ótimo terno branco e um pequeno chapéu branco também. Efigênia se arrumava com uma combinação em verde e branco que lhe caía muito bem. Aos poucos foram chegando os mais diversos convidados para essa festa que já era tradicional na sociedade bruxa paulista, desde bruxos importantes na presidência, ministros mágicos, bruxos famosos, a elite dos bruxos, até pessoas comuns das redondezas, vizinhos, amigos, parentes distantes, enfim era uma festa enorme. O jornal bruxo A Voz do Bruxo não deixou de comparecer a esse evento anual em que todo mundo gostaria de estar. Para fazer uma festa dessa grandiosidade, Gadelha recorria a uma contribuição que era dada para a realização do Reveillon que no final originava uma ótima festa e sempre com uma surpresa no final. Esse ano não seria diferente, mas de início ela cumprimentou todos que chegavam nos jardins.
- Ah, olá Zacarias, seja bem vindo, como tem passado? – perguntou Gadelha cordialmente.
- Muito bem Gadelha, e você? – perguntou o diretor.
- Bem também, espero que goste da festa. – disse a professora.
- Certamente, os outros professores já chegaram? – perguntou Zacarias.
- Ah, sim, estão ali perto do palco. – respondeu a professora.
Ele foi calmamente com seu longo sobretudo a barba novamente feita, certamente era um novo estilo que ele adquiria, um chapéu clássico de bruxo, muito elegante como sempre. De relance reparou nos convidados que eram muitos e percebeu que haviam alguns que ele não conhecia, mas não deu importância para isso, por fim cumprimentou os professores na mesa e se sentou.
- Wilson, como vai a família? – perguntou o diretor.
- Ah, Zacarias como sempre, a Gadelha como sempre discutindo comigo, eu sempre dando mais liberdade do que desejaria para as crianças, se bem que anteontem o Robson me pregou uma surpresa.
- O que aconteceu? – perguntou o diretor.
- Eu fui até o Magic Park com as crianças e o Marcos me prendeu com cordas na Sala das Colunas, então o Robson foi atrás de ajuda, mas ele mesmo acabou me salvando. – explicou o professor.
- Ele está crescendo Wilson, esse ano ele vai pra Magfia, era de se esperar uma atitude mais madura dele. – disse Zacarias. - E você Juscelino, novidades?
- Zacarias, eu tenho ouvido rumores de que algumas criaturas do Zoológico Mágico na Amazônia foram libertadas, algumas delas muito perigosas. Causaram alguns danos em Manaus, a presidência está investigando, mas com certeza foi obra dos Cinco.
- É claro, Rodoberto não iria se demorar a começar o seu ataque, esse início de ano será turbulento, espero realizar uma reunião com o pessoal da Magna Sofia semana que vem para traçarmos a estratégia, mas creio que antes mesmo tenhamos problemas, quer estejamos preparados ou não.
- Magna Sofia? – perguntou uma voz infantil que ouvia há um tempo a conversa dos adultos. - O que é isso tio Zacarias? – perguntou Robson.
- Robson, acho que é muito cedo para você conversar sobre essas coisas, mas você saberá o que deve saber no início do ano letivo quando for pra Magfia, lá eu conversarei com você como diretor. E acho que agora vai começar o show dos Bruxos da Selva, acredito que você gosta. Eu particularmente nunca ouvi, mas vou analisar hoje.
- Eles são bons mesmo, vou assistir, tchau, até mais.
- Seu filho cresce vertiginosamente Wilson, creio que será um bom aluno, a curiosidade é um dom que todo aluno deveria ter.
O show da banda os Bruxos da Selva estava começando, as luzes ficaram mais fracas, e um rock leve cheio de efeitos mágicos encantou os convidados, baladas e melodias foram cantadas e outras músicas animaram os bruxos presentes. Era uma ótima festa, com muita comida e bebida ótima, pratos excepcionalmente exóticos e com criaturas mágicas eram servidos pelos elfos encarregados de servir, ainda haviam atrações para as crianças presentes, balas e doces com efeitos diversos que foram comprados em lojas especializadas em artigos de festa mágica e logros.
Nesse momento a presença de um grupo de bruxos foi percebida mais profundamente por Zacarias. Eram bruxos com feições estranhas e se vestiam todos de preto e conversavam animadamente a um canto da festa sem dar muita atenção á música, então um deles se levantou com um gesto brusco e pronunciado sacou sua varinha se aproximou de Gadelha de modo estranho e pronunciou um feitiço. Zacarias olhava sem piscar para a cena com toda atenção, esperando qualquer movimento que indicasse alguma coisa errada e no momento em que o bruxo lançou o feitiço Zacarias se levantou, o que causou olhares dos professores presentes na mesa. Contudo não era nada ameaçador que o bruxo lançava em Gadelha, mas sim um ramo de flores em agradecimento á festa. Todos se acalmaram do susto e Zacarias se sentiu meio desconfortável com aquilo, pois em seu íntimo ele tinha certeza de que o bruxo iria atacar Gadelha.
A festa prosseguiu com muita animação e dança, por volta das dez e meia as bolas brancas de enfeite explodiram e lançaram um brilho branco sobre os convidados, uma verdadeira chuva em prata e branco que deixou-os contentes. Os bruxos não paravam de ir a mesa em que estavam os professores de Magfia para cumprimentar Gadelha pela ótima festa e conhecer o famoso diretor Zacarias, entre essas pessoas estavam alguns dos que estavam no canto escuro.
- Olá diretor Zacarias, é um prazer conhecê-lo. – disse um deles que era muito alto e tinha um tom pálido na pele que contrastava com a cor de sua roupa.
- Olá, creio que nos conhecemos de algum lugar, qual é seu nome? – disse calmamente Zacarias, tentando olhar o olho da pessoa por trás da capa.
- Ah, sim, que falta de respeito, me chamo Dagoberto Morais, já fui aluno a muito tempo em Magfia, o senhor já era diretor na época, mas nunca tinha conhecido o senhor pessoalmente. – disse o compenetrado Dagoberto.
- Prazer em conhecê-lo também, boa festa. – disse por fim o diretor que não se sentia nada prazeroso e nem feliz com aquela conversa, ele estava se sentindo meio estranho, como que sob ação de alguma coisa maléfica, ou que poderia causar um mal futuro. Algo lhe incomodava e só lhe acalmou quando o homem foi se sentar alegre próximo aos seus amigos.
Se aproximava a meia-noite e todos já entravam no clima de contagem regressiva, se preparando para a espetacular queima de fogos que ocorreria, quanto mais se aproximava a hora esperada mais perturbado ficava o diretor com a presença dos estranhos, eles não tinham feito nada para ele, mas uma sensação não lhe saía da alma de que algo de incomum ainda ia acontecer, mesmo assim esperou. Por fim a meia noite estava a menos de um minuto, e todos contaram juntos olhando para o alto prestes a comemorar o ano novo.
- 10 – gritaram todos.
- Que sensação terrível. – pensou o diretor.
- 9.
- Que faço, é um mau presságio.
- 8, 7, 6.
- Que agonia, tomara que não seja nada ruim.
- 5, 4, 3.
- Que acabe logo!
- 2, ... 1.- todos juntos disseram e fogos de artifício magicamente produzidos e importados especialmente da China explodiram e foram para o céu causando brilho e olhares interessados no show de luzes e cores no céu, contudo os fogos que explodiam iam muito mais alto que qualquer outro já visto, a uma altura incomensurável e se espalhavam de forma inesperada e estranha ao mesmo tempo, uma coisa que causava choque e diversão ao público. Entretanto e porém ficava cada vez mais estranho e o céu se cobria em cores e brilho como um teto sufocante, e os projéteis dos fogos voltavam do céu á uma incrível velocidade das alturas que tinham ido e se lançavam contra os espectadores como uma chuva ameaçadora que queimava o chão, as árvores e todos os enfeites da festa. Causou-se um pânico e um pandemônio geral e tudo pareceria apenas um acidente comum se não surgissem de um canto da festa pessoas com varinhas apontadas para os outros e com rostos felizes e risadas abertas, de início eram cinco, mas depois apareceram mais e mais, uma legião que aparecia entre a fumaça que era espalhada dos fogos que encobria uma parte da visão de quem estava lá. Mas não haviam somente bruxos nos campos circundantes ao jardim de Gadelha, haviam também criaturas que estavam na lista dos desaparecidos do zoológico amazonense, que eram da maior periculosidade quando cuidados de forma inadequada. Haviam dríades de duas cabeças, bichos com folhas nos rostos, que mais pareciam parte de uma floresta do que propriamente animais mágicos, e aves noturnas que capturavam os viajantes na selva amazônica pretas e brilhantes com olhos de fogo que emitiam uma luz forte que atraía para o seu olhar quem o visse, havia um verdadeiro batalhão e impressionantemente á frente vinha o famoso líder dos Cinco, Rodoberto Mourinho Salón, com os trajes que Dagoberto usava, contudo era mais forte e preparado fisicamente, e sua entrada somente foi possível com um truque muito simples e ao mesmo tempo muito ardiloso que Zacarias logo percebeu.
- Zacarias Salomão, quem diria, um grande bruxo como você, sendo enganado por um aluno num truque infantil e barato como a poção polissuco. – proferiu essas palavras em alto e bom som e deu uma forte e sincera gargalhada que se prolongou e ecoou pelo grande jardim.
- Rodoberto, não imagine que eu estivesse despreparado para a sua presença nessa nossa confraternização do ano que se inicia, é obvio que eu já imaginava que você comparecesse e me preveni, creio que estejamos em mesmo número não? – perguntou o diretor com uma expressão tranqüila no rosto, mesmo tendo se preocupado antes do que aconteceu.
- Como? Como podemos estar em mesmo número seu velho tolo, eu tenho aqui alguns dos meus melhores seguidores e mais da metade do zoológico mágico da Amazônia, que foram treinados brevemente nesse período em que me ausentei para essa nossa ação, certamente você se impressionará como eles serão eficientes a meu favor. Mas deixemos de lado as preliminares e vamos ao que interessa.
- Concordo, meu aluno, mas antes deixe-me fazer algo. – disse o diretor com paciência. E do seu lado surgiram criaturas tão brancas quanto a neve montadas em enormes cavalos que irromperam do chão ao mínimo balançar da varinha, e não pareciam mais do que fantasmas, mas também mais sólidos do que um fantasma e com expressões aterrorizantes que quando conjurados causavam medo naqueles que serviam á propósitos injustos, poderia-se chamá-los de Cavaleiros da Luz, que não serviam nem ao bem nem ao mal, mas sim á justiça, de forma que da mesma forma que eram de grande valia, eram perigosos áqueles que não tinham a justiça como fim de seus atos e eram poderosíssimos, emanavam uma aura branca em volta de si e em certas ocasiões eram confundidos com o Patrono, contudo estes derivavam á partir do sentimento de justiça, enquanto o Patrono vinha da alegria, da felicidade da pessoa que o conjurava. Ainda mais uma vez o diretor balançou a varinha e conjurou aves acima de si, com uma aura em azul matinal, de uma paz e uma beleza incrível, eram conhecidas como as Águias de Júpiter, que levavam a ordem natural aos eventos que ocorriam em guerras e holocaustos, eram capazes de consertar novamente aquilo que tinha sido desfeito, provinham delas curas milagrosas e suplantavam a dor batalhando sempre ao lado daqueles que certamente refariam a paz na Terra. Por fim chamou com sua varinha uma ave muito valiosa e muito rara, presente de seu mais caro amigo, Alvo Dumbledore, uma fênix, irmã de Fawkes que continha grande lealdade ao seu mestre e havia passado muitas décadas com Zacarias, tempo suficientemente grande para lutar ao lado dele, o nome dela era Montauban e jazia sobre ela um prenuncio de grandes feitos como fora profetizado há muito tempo atrás. – Agora sim Rodoberto, acho que temos um grupo capaz de rechaçá-lo para onde nunca deveria ter saído. Nós, aurores, os Cavaleiros da Luz, as Águias de Júpiter e Montauban faremos com que perceba os males que você causou e que pretende causar e o que deve ser consertado.
- Então vejamos o quão forte você e suas criaturas são. Todos vocês herdeiros da pureza, meus seguidores, se reúnam e avancem, ataquem-lhes, não deixem ninguém vivo, mas deixem o velhote comigo. – ordenou Rodoberto.
E com o primeiro lance de Rodoberto, todos que participavam do Grupo dos Cinco correram em direção aos que eram da Magna Sofia, lançando feitiços em cima dos defensores, os monstros e criaturas mágicas investiam contra as aves e os cavaleiros numa luta aberta de raios das Aves de Júpiter contra as Aves Negras com seus olhos flamejantes que lançavam fogo, enquanto isso os que não podiam lutar eram levados para dentro da casa, principalmente as crianças que viam e ouviam tudo com muito desespero e agonia. Robson havia visto tudo e se aproximou duma mesa distante para ver tudo que acontecia, ora admirando, ora estremecendo com a batalha. Ouvia-se gritos e palavras sendo proferidas na escuridão da noite, na qual já não havia mais a luz de nenhum fogo de artifício enfeitiçado nem o brilho da lua e as estrelas, pois nuvens negras se aproximavam e formavam o que parecia ser uma enorme tempestade de raios e trovões com proporções devastadoras, as únicas luzes que se via eram as dos feitiços lançados e dentre eles estava a tão pouco conhecida por aqui, a Marca Negra, que brilhava verde no céu com o crânio do qual saía uma enorme cobra. A disputa tornou-se sangrenta e difícil para os que estavam do lado de Zacarias, as criaturas que Rodoberto trouxera eram realmente fortes e impulsionadas por um poder muito grande que suplantava apenas o treino que lhes foi dado, havia uma voracidade sombria, um desejo macabro de morte á tudo e á todos naqueles seres vivos, uma magia que talvez tivesse sido plantada a muito tempo e havia se perpetuado através das eras. E alguns dos bruxos que lutavam caíram sob o pesado jugo das varinhas e dos poderes dos Cinco, das terríveis maldições proferidas, algumas provenientes do latim, mas outros feitiços e encantos desconhecidos, talvez indígenas, ou ainda quem sabe de outra raça desconhecida, o que se sabe é que foi difícil o embate.
O cenário de tal luta se tornava cada vez mais estranho, raios e trovões perpetuavam na escuridão, chamas advindas de um local desconhecido incendiavam o terreno campestre, e ainda via-se a convulsão da terra, choques e impactos violentos que eram criados pelos inimigos da Magna Sofia. Era a visão de uma batalha jamais vista em nosso solo desde a última batalha de uma guerra ocorrida a cem anos antes.
Rodoberto corria para o centro da disputa matando alguns que estavam pelo caminho e pisoteando outros que apareciam no chão até que ele e Zacarias se encontraram num vão que havia na batalha. Os dois se olharam profundamente nos olhos, analisando calmamente a mente do adversário e pensando em que feitiço lançar, por fim o aluno foi mais impaciente que o professor.
- CRUCIO!!! – vociferou Rodoberto a maldição que de pronto foi rechaçada por Zacarias, que por um breve momento antes do feitiço ainda parecia em dúvida quanto a quantidade de poder que tal homem havia adquirido nos últimos tempos, mas que logo depois foi esvanecida por um curto sorriso em seu rosto o que indicava que ele já estava certo que Rodoberto não havia ficado forte a tal ponto de destruí-lo.
- Rodoberto, acho melhor você desistir, olhe a sua volta e perceba que não há escapatória, seus monstros, coitados estão sofrendo diante do poder da justiça e da ordem das criaturas que invoquei, como você pode ser capaz de sacrificar criaturas inocentes por uma causa tão desumana? – falou tranqüilamente o diretor.
- Não me importa, eu quero que você morra e todos os sangues-ruins também. INCENDIO!! – gritou ele lançando um círculo de fogo reluzente em volta dos dois.- Acho que você sabe que eu passei uma temporada com os índios e estudei também a nobre e antiga arte mágica inca mais profundamente do que na sua escola. Então veja o que eu aprendi. ATIAIA ATAUÚBA!! – e uma enorme flecha de fogo saiu da varinha de Rodoberto indo para o céu, muito alto e voltando em direção ao diretor que se protegeu gritando: ASSOIABA ASANGA!!! – em volta dele se formou uma casca enorme e rija que o protegeu da flecha de fogo.
- Eu também conheço as artes indígenas em fogo e água, e também sei como me defender Rodoberto, e seu grupo continua perdendo, se você não fugir irá ser derrotado aqui e irá ser levado para a Garganta do Diabo, até mesmo você tem medo de lá, eu sei disso.
- Não serei derrotado tão facilmente! – retrucou Rodoberto.
Mas mesmo que não tivesse dito isso e olhado em volta perceberia que a situação mudara e mais da metade do batalhão que havia levado estava caindo. Por um lado Gadelha e um grupo de professores lutava contra uns seis bruxos das trevas, do outro um pessoal da presidência e de outros professores lutavam contra outros dez, e ainda haviam poucos bruxos e criaturas das trevas ao norte e sul da batalha, que eram bravamente rechaçados pela Espada da Justiça dos cavaleiros e pelos Raios Divinos das aves jupiterianas.
- Não é meia dúzia de bruxos e uma pequena quantidade de bichos que vai me assustar, eu ainda tenho muito mais guardado para você, porque uma vez eu ouvi “como se domina uma pessoa? Você tem que enfiar o medo nela.” . E é isso que eu vou fazer com você, te aterrorizar! – deu uma alta, longa e sonora gargalhada apavorante. – Veja isto: YUUM ICH TAAT!!! – gritou ele na escuridão e seu rosto, seu corpo e todo ele cresceu e se tornou impossível de olhar por tamanha grandeza assustadora, cada dedo do pé era do tamanho de uma pessoa adulta e sua voz era amplificada milhares de vezes num som impossível de suportar. Era possível que ele a um mínimo movimento esmagasse todos, contudo o feitiço era direcionado a Zacarias e ele era o único que poderia ver aquilo, espantado e contemplativo. Contudo, tranqüilamente chamou Montauban para ajudá-lo e a ave veio de pronto, ele lançou-a ao ar e pediu que o acertasse em meio ao rosto que era uma incomensurável máscara maia de inspirar um enorme terror naquele que o visse de forma que a ave hesitou ao se aproximar do rosto, que mais parecia uma parece escarpada numa enorme montanha tenebrosa do que o rosto de um ser humano, mesmo assim a coragem não lhe faltou e ao mesmo tempo que a montanhosa perna de Rodoberto se movia para pisar sobre Zacarias e esmagá-lo como uma mosca morta de medo a ave voava por ente as fendas do rosto-mascara do bruxo e acertou o ponto exato entre os dois olhos, onde segundo algumas religiões fica o terceiro olho. Isso foi mais do que suficiente para o pico da montanha desmontar e cair formando uma enorme avalanche sobre Zacarias que começou a correr desabalado para longe daquilo, e fênix o acompanhava rapidamente em seu percurso fugindo das pedras que voavam ao redor e ao barulho aterrador que parecia um grito de dor ou de desespero de algum gigante. Por fim toda a volta retornou ao normal, com um agravante caía uma chuva terrível, um verdadeiro dilúvio, com raios de uma luz intensa e um céu de uma escuridão apavorante que auxiliava os que estavam do lado de Rodoberto.
- O terror não é tudo quando se tem sabedoria, você deveria saber isso Rodoberto.- disse Zacarias.
- Como, como isso pôde acontecer, eu estava a um palmo de esmagá-lo, eu era o monstro mais aterrorizante que eu pude criar para te destruir finalmente.- falou rapidamente e furiosamente Rodoberto.
- Ás vezes o seu melhor não é o suficiente e vejo que seus guerreiros também não são suficientes.- disse calmamente Zacarias.
Por fim Rodoberto percebeu que havia se precipitado e agido antes do possível, e que certamente iria perder, mesmo assim não se entregaria facilmente, os dois estavam presos na rodela de fogo que ele criara e ele ainda tinha uma carta na manga.
- Eu me vou, tão cedo não Zacarias? Mas aguarde e você verá que ainda não está terminado, esse foi o seu primeiro teste de vários, e eu tenho paciência, por fim os dois perdemos e você mais, perdeu mais porque não queria perder, já eu tenho uma reserva enorme e um contingente de soldados inesgotáveis somente esperando o momento certo. Todos retornem de onde vieram! Bater em retirada! UMA! – gritou ele um feitiço em aimará, uma língua sul-americana antiga, água jorrou de sua varinha e encobriu todos e eles desapareceram dali por muito tempo, até que uma nova batalha ocorresse. O Campo de Batalha estava totalmente desolado, pessoas e criaturas caídas mortas, fogo e cinzas por toda a parte, pois por mais que Rodoberto tivesse perdido ele causou danos terríveis á propriedade e aos bruxos que lutaram. Uns ajudavam os outros numa cena que só é vista ao final de uma batalha real com sobreviventes, contudo e por fim foi-se recuperando dos males causados, os convidados foram aparatando e os feridos foram levados prontamente pelo Serviço Ambulatorial Bruxo da Presidência para o hospital mágico Santa Clara Barbecue, na capital. Por fim sobraram os professores e o diretor na arrumação do que sobrou da festa, executando feitiços de conserto e de recuperação. As crianças foram para a cama, e Robson depois de ver tudo aquilo ficou curioso em conhecer mais sobre magias avançadas e isso lhe despertou um sentimento aventuresco, sonhou naquela noite que era um grande herói que salvava a Nação.
- Professores, era essa minha grande preocupação, de que ele nos atacasse de surpresa e nos causasse vários danos, mas ainda bem que eu estava preparado.- disse Zacarias.
- E agora o que faremos Zacarias? – disse Gadelha preocupadamente.
- Está aberta a temporada de ataques e terror, preparem-se, espero que semana que vem compareçam a reunião que será realizada na nossa sede, convidei outros bruxos para a nossa primeira conferência, para traçar os primeiros passos sobre o que devemos fazer.- respondeu o diretor.
Não havia muito o que dizer naquela noite tempestuosa de um início de ano de nenhum bom agouro, todos fizeram o que tinham que fazer calados, sem vontade de falar, cada um com seu pensamento secreto e obscuro. Ao terminarem se despediram e foram cada um para a sua própria casa e em outro extremo do estado estariam outras pessoas, entre elas Rodoberto se parabenizando pelo sucesso, o motivo de tanta felicidade só se saberia num olhar mais próximo da cena, o que, contudo não era permitido a qualquer um ver.

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