Sociedade Mágica Magna Sofia



Capítulo 4

Sociedade Mágica Magna Sofia

Dois dias depois em frente á estação Sé do Metrô, havia a muvuca habitual de sempre, com as ruas repletas de gente indo e vindo, mal reparando no que acontece ao seu redor, somente preocupadas com o seu destino. Zacarias estava à frente da estação, com um terno preto simples, barba cortada baixa e expressão calma. O dia estava claro embora demonstrasse que iria chover mais tarde. Por volta das nove horas da manhã Gadelha e Juscelino chegaram vestidos de trouxa, Gadelha um pouco espalhafatosa com um vestido florido, mas passável como trouxa e Juscelino com um terno comum preto assim como o de Zacarias.
- Prontos? – perguntou Zacarias.- Sigam-me.
- Professor, antes de seguirmos queria lhe fazer uma pergunta, como o senhor vai encontrar um lugar como o que procuramos no centro de uma cidade tão grande quanto essa? – perguntou Gadelha.
- Sua pergunta é pertinente minha querida professora,- começou a responder calmamente o diretor.- mas é de resposta simples, toda magia deixa um rastro e por mais distante que estejamos podemos identificá-la e devo dizer á senhora que sempre tive uma sensibilidade maior para isso. Agora, vamos?
- Sim. – respondeu imperturbável o professor Juscelino.
Por fim apresentou-se bem mais difícil do que poderia se imaginar a princípio, eles percorreram boa parte do centro e a todo o momento Zacarias impunha sua varinha e pedia a direção como no feitiço dos Quatro Pontos, e sorria a cada vez que a direção lhe era indicada. Passaram pelo Pátio do Colégio, pelo Teatro Municipal, pela Estação da Luz, a Praça da República e nada. Já passava do meio dia e eles estavam ainda á procura do local onde uma vez já se instalara a Sociedade, Zacarias se deliciava com os contornos que era preciso fazer, foi então que numa rua meio que deserta longe da balbúrdia dos prédios mais altos e importantes viu-se a fachada de um pequeno prédio, que chamaria-se de sobrado comum não fosse lá inscrito em letras estilizadas SMMS, a sigla da sociedade. Se aproximaram calmamente do local e Zacarias tentou abrir a porta que estava trancada. Gadelha apressadamente tentou o “Alorromorra” que obviamente não funcionou.
- Creio meus caros professores que teremos que utilizar outros meios, deixem-me analisar essa porta.- disse Zacarias. E ele realmente analisou a porta de cabo a rabo de cima a baixo e nada foi encontrado contudo parecia que havia algo preso dentro da porta, uma coisa pequena e fina. Zacarias pegou sua varinha apontou para a porta e gritou, “Libertae!”, havia uma carta lá dentro e nela estava escrito:
“É com muito pesar e sofrimento que fechamos a porta deste local que era um centro de companheirismo e batalhas, conhecimento e sofrimento muito superiores á qualquer coisa. Tenho consciência de que em algum tempo futuro algum ser ou bruxo predestinado o encontrará, mas também pode ser que o mal venha, dessa forma exige-se 4 testes para poder se ter posse e direito sobre a Sociedade Mágica Magna Sofia.
O Primeiro provavelmente está a sua frente e você terá de demonstrar nenhuma habilidade excepcional, mas apenas dizer a palavra daquilo que está mais no FIM e que para alguns não deixa de ser um COMEÇO, nada mais, se você dizê-la com vontade e de forma entendível passará por esse pequeno obstáculo, caso contrário permanecerá com a curiosidade e a vontade de ser líder da nossa sociedade até a morte e os segredos que encerram essas portas ficarão guardados aqui até que alguém mais apto seja capaz de decifrá-los. Lembre-se: Ás vezes a verdade está mais próxima do que imaginamos.”
Olhos e ouvidos dos três prestavam atenção a cada detalhe que Zacarias lia e falava, os três estavam quase de rostos colados prestando atenção em cada letra, contudo o diretor teve a leve intuição de que não haviam somente três naquela rua deserta, sentia a presença de outra pessoa, talvez alheia aos acontecimentos dessa era, ou ainda arquitetora de tudo que acontecia. Mas logo deixou de lado esses pensamentos e se concentrou nas palavras da carta. De início tentou palavras simples do latim e do grego para fim e começo, depois foi tentando palavras fáceis e óbvias:
- Abra-te Sésamo!
- Abracadabra!
- Abra, eu ordeno!
A professora Gadelha olhava para a cena de um professor idoso no meio de uma rua proferindo palavras mágicas, apontando e girando sua varinha freneticamente, com um certo tom de descontrole. Gadelha imaginava o que aconteceria se essa cena fosse vista por um trouxa, talvez a inclusão de um bruxo num sanatório trouxa fosse a opção mais correta. A cena era hilária e ele continuava a insistir, a professora tentava se controlar para não rir e o professor Juscelino olhava pensativo para a folha. Continuavam as palavras:
- ABRA OU EU TE LANÇO UM FEITIÇO!!
- PIRLIMPIMPIM!!
- JÍGUERI PÔQUERI HÓCUS PÓCUS ESQUÍGLI WÍGLI!!!
Gadelha olhava com uma cara com um misto de disfarce e incontrole do riso, que mais parecia uma careta malfeita que ficava muito pior a cada palavra que o professor gritava demonstrando, ela estava demonstrando um grande autocontrole. Juscelino parecia estar entendendo as palavras da carta e nem dava atenção para os atos grotescos do velho diretor.
- Talvez quem sabe feitiços reais hein?- disse o diretor olhando para trás, lívido de suor e procurando apoio nos rostos dos professores. Gadelha fez um aceno com a cabeça que não era possível descobrir se era um sim ou um não, mas Zacarias continuou, num tom mais alto e frenético.- DIFFINDO!!! CISTEM APERIO!!! INCENDIO!!!
- Professor!! – disse Gadelha desesperadamente engolindo o riso. – Professor, acho que o senhor chegou um pouco longe demais, queimar a porta não só queimaria ela, mas também queimaria a casa inteira, nossa sorte é que ela está encantada magicamente e não queimou.
- A senhora tem razão me desesperei, não sei o que há comigo hoje, aliás, estou com um pouco de calor. – disse isso se abanando.
- Oh, meu Deus!! Aqua Eructo! – lançou um feitiço que fez sair um jorro de água nos pés em chama do diretor.- O que há com o senhor hoje?
- Não sei Gadelha, desc....
- Diretor! Acho que encontrei a resposta do enigma. – disse o professor Juscelino rapidamente. – Claro, tão claro quanto água. Morte! – ao dizer essas palavras à porta abriu-se imediatamente.
- Como? Juscelino, como você descobriu? – perguntou o diretor entrando na casa seguido pelos outros dois.
- Bastou ler algumas vezes o texto, pedia uma palavra simples, ou seja, apenas uma palavra com provavelmente poucas letras, pedia que essa palavra que estivesse mais próxima do fim e do começo para algumas pessoas. Só podia ser a morte. – respondeu o professor.
Agora eles se encontravam diante de um enorme saguão de entrada de um enorme casarão com duas escadas que se encontravam acima da recepção. Parecia até um hotel, mas um hotel de uma aparência incrivelmente feia e desarrumada que precisava do trabalho de várias empregadas e ajudantes gerais. Outra coisa que chamava atenção era que parecia que não havia um segundo desafio para eles, eles já estavam lá dentro não? Novamente aquela sensação de estar sendo olhado se abateu em Zacarias, quem será que tanto o perseguia?
Na mesa do balcão onde haveria uma recepcionista havia uma nova carta que dizia:
“Se você está com essa carta em mãos Parabéns! Você acabou de perceber que a Morte não é tão ruim. Mas agora perceberá que para chegar a ela há certas coisas que devemos fazer em Vida que são muito importantes. Todos nós temos várias capacidades, há algumas delas que nos aproximam do bem, são as virtudes, e há outras que nos afastam do bem são as desvirtudes. Enfim ao final dessa carta você terá uma palavra que se disser colocará você em grandes perigos, perigos inimagináveis, eu diria até que não é possível sobreviver a eles, contudo esse é o caminho que leva á sociedade. Se você quiser continuar pense bem. Eu digo: Pare!!! Não faça isso por tudo que é mais sagrado!!! Se mesmo assim quiser continuar diga em alto e bom som: MORCEGA!!!
Os três novamente ficaram calados e sem ação diante das novas palavras da carta. Era meio estranha e conflitante, pois pedia pra fazer algo para chegar ao objetivo, mas implorava que não o fizesse. A palavra era outra coisa que intrigava os três, o que uma morcega teria haver com a maior sociedade mágica brasileira de todos os tempos. Pensativos, olharam para fora e perceberam que uma chuva fina caía lá fora e a tarde já se ia passando lentamente, enquanto eles tentavam decidir o que fazer.
- Eu sou a favor de dizer a palavra logo duma vez e sofrer as conseqüências. – disse o Juscelino.
- Eu sou contra Juscelino, ninguém sabe o que pode acontecer, vale a pena se arriscar por isso. – disse Gadelha preocupada. – O que o senhor acha diretor?
- Que design moderno, cores arrojadas dessa parede né? Muito bom esse prédio, dá pra usar pra muitas coisas, principalmente se for um hotel né?
- Deixa, hoje ele tá estranho mesmo, mas Juscelino pense nas possibilidades do que pode acontecer aqui, estamos numa casa centenária, da época em que esse país vivia em turbulência e que se invadissem isso aqui se ia embora todo um projeto de reestruturação da comunidade bruxa brasileira e a guerra também estava perdida, ou seja, eles seriam capazes de tudo para salvar esta casa que era a sede do movimento. Você sabe no que isso pode acarretar, né?
- E o piso então, maravilhoso, parece italiano, não sei, acho que vou mudar, mas porque estamos aqui hein?
- Gadelha é para isso mesmo que o desafio nos diz para não falarmos, - disse Juscelino sem prestar atenção á Zacarias. – Acho que é pra incitar em nós a coragem de enfrentar o perigo por uma causa maior do que as nossas vidas, e não é nessa situação em que estamos? Numa situação em que a qualquer momento a comunidade bruxa e a comunidade trouxa podem ser eliminadas restando apenas os “puros”. Temos que fazer isso por um bem maior do que nós mesmos. Pensando bem há um significado por trás da palavra, se nós trocarmos a ordem das letras da palavra encontraremos outra palavra: Coragem Gadelha, coragem!
- Mas que teto fabuloso esse hein? Qualquer dia desses eu ainda coloco um desses na minha casa.- novamente fala sem sentido Zacarias.
-Você está certo, - falou novamente sem dar atenção ao diretor.- estamos aqui por uma causa maior do que nós e é isso que pede o enigma. Digamos juntos então.
- MORCEGA!!!
Por alguns segundos nada se ouviu a não ser o som do vento lá fora e pareceu que por alguns segundos o tempo havia parado e só haviam eles em toda imensidão do Universo. Pela primeira vez eles perceberam todo poder que aquela casa emanava e ele era muito forte. Foi então que algo aconteceu: O teto e as paredes começaram a se desprender e se aproximar deles como se fossem imãs, logo agarraram Zacarias para bem perto deles e se aproximaram tentando lançar feitiços para impedir a compressão deles, contudo nada impedia a chegada dos grandes projéteis volumosos. Ao mesmo tempo em que isso acontecia um gás branco saía de cada fresta que aparecia nas paredes, um liquido branco começava a sair do chão em jatos como gêiseres potentes e por fim tudo se envolveu num branco intenso e penetrante que era cegante, sufocante, perturbador e de um brilho tão forte que os fez desmaiarem e quando acordaram se viram no Nada!
O Nada era totalmente branco, de uma pureza incrível e continha apenas uma coisa. Uma carta! Os três novamente se prenderam ás informações da carta, ansiosos para sair daquele lugar estranhamente perturbador e calmo ao mesmo tempo. Na carta vinham escritas as seguintes palavras:
“Antes de mais nada, bem vindo ao NADA! Parabéns novamente para você que desbrava em busca dos segredos e do conhecimento que pode revelar a Magna Sofia! Certamente agora você sabe o valor da coragem, ela é valiosíssima. Agora temos o terceiro desafio que exigirá mais de você do que raciocínio e escolhas, você terá que demonstrar o seu VALOR, tudo tem seu valor e para participar e ser líder dessa sociedade mágica é necessário ter valor. Sendo assim 5 perguntas como teste serão feitas á você, se você disser a reposta correta o ambiente que contém nada onde você está se preencherá com algumas coisas, caso você erre ficará preso aí até que alguém venha em seu socorro.
1.Qual dos objetos abaixo listados poderia te livrar da situação atual:
Uma Bússola/ Um Sextante/ Um Mapa/ Um Relógio/ Um Viratempo

2.Se você tivesse que se transfigurar agora no que você se transfiguraria:
Num Mapa/ Em espaço/ Num Relógio/ Num Viratempo/ Numa Bússola

3.Volte-se para casa e descubra olhando o infinito o que lhe levaria ao lar:
Cruzeiro do Sul/ Um Mapa/ Uma Bússola/ Um Sextante/ Um Marinheiro

4.Se preso estás precisa se libertar, mas antes com algo precisas se preocupar:
Inocência/ Força de Vontade/ Liberdade/ Esperança/ Amor

5.Por fim, o Nada á sua volta é Tudo e o Tudo á sua volta é Nada, de que precisas:
Liberdade/ Qualquer coisa/ Nada/ Tudo/ Sair Daqui.

Responda as questões corretamente, não seja rápido, mas seja como o verso livre e fiel!”

- Que carta mais estranha e esse lugar é mais estranho ainda. – disse o diretor.- Mas devemos responder né?
- Juscelino, eu acho que devemos cuidar do professor antes de continuar, temos todo o tempo e todo o espaço para sairmos daqui, mas sem ele são não compensa.- disse sabiamente Gadelha.
- É verdade Gadelha, - retorquiu Juscelino.- me estranha muito esse comportamento do professor, eu não havia reparado muito bem, mas parece que ele ficou senil de uma hora para a outra.
- Será algum sinal de velhice ou coisas das artes das trevas?
- Duvido Gadelha, acredito que seja algum tipo de poção ou feitiço de confusão que foi aplicado ao nosso diretor. Talvez ele tenha tomado inconscientemente ao fazer uma poção, duvido que tão cedo já se atrevam a atacar Zacarias Salomão. Professor? – inquiriu Juscelino ao devaneado diretor.- Professor, o senhor poderia falar comigo?
- A sim meu jovem eu sou capaz sim de dizer comigo. O que você gostaria de saber? Aliás, que lugar é esse? – disse o diretor alegremente.
- Esse segundo nosso correspondente é o Nada, mas eu gostaria que o senhor conversasse comigo. O senhor se lembra o que fez antes de esperar-nos de manhã?
- A sim, é claro, eu fui á minha antiga casa no centro da cidade, preparei uma poção matinal, aliás, ela é ótima, a Poção Animadora, conhece? Depois fui caminhando até a estação Sé do Metrô. Acho que foi só. – disse isso com a cara mais inocente e infantil do mundo.
- Viu Gadelha? Provavelmente foi a poção errada que ocasionou isso.- deu por encerrado Juscelino.
- Mas Juscelino, só para não haver nenhuma dúvida pergunte a ele se ninguém o parou ou conversou com ele antes da nossa chegada. – replicou Gadelha.
- Senhor, ninguém conversou com o senhor antes da nossa chegada?
- Ah, deixe-me pensar, ah sim, claro, um homem muito distinto, com uma roupa meio estranha, isso é verdade, mas com um certo tom imponente conversou comigo por um breve período de tempo e depois foi embora, só isso. – deu também por encerrado o diretor.
- Então temos duas opções para a reação adversa, creio que posso resolver o problema com um feitiço simples, mas acho que ele vai ter que ser examinado depois, o feitiço que lhe aplicarei é temporário, talvez ele mesmo depois possa resolver o problema.- e apontando a varinha em direção ao professor ele disse.- Finite Evanesco Incantatem Potionem! Ela serve para qualquer um dos dois casos, contudo por não se saber qual que o afetou nos dá uma ou duas horas de melhoria.
- Professor?- perguntou Gadelha.
- Sim querida Gadelha, - respondeu o professor.- Se despreocupe e vamos resolver o nosso enigma depois, no momento devido falaremos sobre o que aconteceu. Então quer dizer que temos uma seqüência de cinco palavras que deverão ser ditas ou organizadas de forma que nos livre desse “Nada”.
- Sim, senhor. – afirmou Juscelino.
- Creio que as respostas sejam Viratempo, Espaço, Cruzeiro do Sul, Força de Vontade e Qualquer coisa. Estou correto?
- Acho que sim.- disse Juscelino
- Eu também. – confirmou Gadelha.
- Gadelha, você se arriscaria a fazer algumas frases com essas palavras da forma que você sentir que deve e dizê-las em alto e bom som.
- Sim.- aceitou Gadelha e disse: Peço um Viratempo. Cadê meu Espaço? Guia-me meu Cruzeiro do Sul. Pela Força de Vontade eu seja libertado. Que eu vire qualquer coisa!
- Obrigado Gadelha, belas palavras. – agradeceu o diretor.
- Mas não aconteceu nada. – disse Gadelha.
- Concordo. – disse Juscelino.
- Calma e paciência, acho que é agora. – afirmou o diretor.
E nesse momento percebeu-se que toda aquela claridade e brancura era apenas uma ilusão, no nada não poderia haver coisa alguma e como esse era o pedido de Gadelha, que se transformassem em alguma coisa, eles se transformaram no que eles realmente eram e cada coisa no que elas eram antes. Tudo tomou forma e o tempo voltou ao normal estando eles novamente no velho saguão.
- É isso, agora só falta a última carta.- disse Zacarias.- Abra-a por favor Juscelino.
E abrindo a ultima carta leu-se:
“Parabéns novamente, quer dizer que você percebeu que o nada era afinal de contas, nada mesmo. Cada um de nós tem um valor, mas ele tem que ser dado por nós mesmos, mesmo que pareçamos aos outros qualquer coisa, nosso tempo é só nosso, nosso espaço é só nosso. Olhe para o céu de vez em quando e perceba que por menores que pareçam as estrelas aos nossos mortais olhos, cada uma delas tem seu próprio valor e tamanho incomensurável. Agora chega de frases e vamos ao último desafio que decidirá o seu merecimento ou não, a dica é apenas uma frase:
‘Ás vezes perdendo é que se ganha’ ”

Nada mais havia na carta, a noite já se transparecia pela janela do casarão, a chuva continuava inclemente, apenas gotas transpareciam nas janelas do antigo sobrado, só ouvia-se novamente o som de lá de fora e o diretor pela terceira vez sentia uma presença estranha, uma expectativa ansiosa e secreta. Mas também deixou isso para depois pela terceira vez, dessa forma voltou a sua atenção para a carta e num lapso descobriu o segredo, que era meio tortuoso e triste, mas precisava ser feito, era a única salvação.
- Professores, será necessária uma atitude contraditória e muito difícil, e eu a tomarei, - disse o professor, calmamente.- olhem aquela vitrine no canto direito ao lado da escada, creio que exista vidros com poções dentro deles, um deles provavelmente contém uma poção não muito famosa, mas letal, quero que vocês busquem para mim.
- Mas Zacarias. – disse Gadelha.
- Sem mas, Gadelha minha querida.- disse o diretor.- Você leu a carta, diz claramente, ás vezes perdendo se ganha, eu tenho que perder a minha vida que não é lá grande coisa para ganhar um bem maior. Não faço isso para ser herói, e como sempre desaprovo essas demonstrações inúteis de apreço e considerações públicas sendo que poderíamos estar fazendo coisas melhores e maiores pelo bem da coletividade. Minha lucidez não vai durar muito tempo, então peço Juscelino que você assuma a Sociedade depois da minha morte, lance um Fidelius sobre a casa e reforce as defesas que já são grandes, mas todo cuidado é pouco nos tempos que virão. Peço a você Gadelha que assuma a Academia e proteja os alunos acima de tudo, não se esqueça “tempos difíceis virão e teremos que fazer o que é necessário ou todos morreremos”. Por fim, Juscelino busque o frasco, ele contém caracteres chineses. Ah, é, fale com Dumbledore e avise sobre o que aconteceu, ele vai saber como ajudar. É isso meus amigos, meu abraço e cumprimentos e boa sorte á vocês. Adeus.
- Zacarias...- diz Gadelha.
- Que houve, ah, novamente a sala dos pisos modernos, que ótimo, adorei essa sala, acho que vou ficar com ela pra mim, quanto custa minha adorada?
- Gadelha, segure-o para mim poder colocar o veneno na boca dele. – disse com pesar o professor de Defesa contra as Artes das Trevas.- É pena que percamos assim o maior bruxo brasileiro de todos os tempos.
- Ah, remédio não, eu não gosto de remédio, é ruim? – pergunta como uma criança e se debate o desvairado Zacarias.
Ele dá o veneno na boca de Zacarias e seu corpo desfalece, apenas uma massa corpórea num piso italiano, nada mais. Ao mesmo tempo em que seu corpo cai inerte no chão a sala que era pura poeira e pó, teias de aranha e monocromática transforma-se num salão repleto de luzes e totalmente limpo, em cores diversas, atraente sem ser brega e espalhafatoso, conservador, sem deixar de ser moderno, e abriga diversas salas, tanto de estratégias quanto de estudo do inimigo, tanto de iniciação e treinamento de novos membros quanto para análise tática e alimentação, quartos e ainda biblioteca com assunto especializado, isso sem, tudo isso num sobrado de dois andares, pelo menos no que isso parecia, bem protegido e bem localizado a sede ideal para a Sociedade Mágica Magna Sofia.

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