O atraso



1) O atraso

Finalmente aquela reunião acabara, Harry Potter agora caminhava para a estação de trem a fim de voltar para Londres. Fora requisitado naquela cidade para solucionar alguns problemas não muito graves, mas como atual Ministro da Magia, não poderia recusar-se a ir. Caia uma chuva fina naquele momento, mas Harry não se importava, pois tudo que queria naquele momento era voltar para sua casa.

Não que ele tivesse uma esposa e filhos lhe esperando, apesar de ter 26 anos sequer tinha uma namorada. Mulher não era problema, Harry poderia ter qualquer mulher que desejasse... Não, havia uma que ele não podia ter, e por ironia do destino era justamente aquela que queria. Hermione Granger tornou-se a dona de seu coração quando ainda estavam em Hogwarts, no início do sétimo ano. Nunca se perdoou por não ter percebido antes que a amava, e por isso acabou perdendo-a para seu melhor amigo, Rony Weasley.

Foi difícil manter aquele sentimento em sigilo, Hermione era esperta e Harry sempre imaginou que ela não demoraria a descobrir que ele a amava, e temia por isso... Temia perder a amizade dela, temia perder a amizade de Rony, mas isso foi evitado, porque assim que concluíram os estudos, Rony foi chamado para ser goleiro num time de outro país, e Hermione acabou se mudando com ele.

Ron e Hermione moravam em Paris, mas o ruivo vivia sempre viajando e durante algum tempo Harry sempre ia visitá-la para espantar a solidão da amiga. Foram quase dois anos daquele jeito, até que Harry não agüentou ficar ao lado dela e não poder dizer tudo que sentia... Afastou-se, suas visitas ficaram raras, até que se extinguiram; agora fazia quase 3 anos que não a via ou falava com ela. Tinha noticias pelos Weasleys, pois eram como uma família que Harry nunca teve.

Sabia que Hermione tornara-se uma medi-bruxa, e Rony continuava a jogar pelo time francês. Estavam casados há dois anos, mas ainda não tinham filhos. Harry sequer foi ao casamento dos melhores amigos... Recebera uma coruja de Hermione, ela ficara muito triste e magoada com a ausência dele, mas se ela ficou assim imagine ele? Não, não conseguiria assistir aquele casamento, não conseguiria vê-la unir-se definitivamente a outro homem. Preferiu não ir.

_ Desculpe - disse ao trombar com alguém no caminho, vinha de cabeça baixa e pensamentos longe que não prestava muita atenção.

_ Droga - um garoto falou, algo caíra no chão e parecia ter se espatifado. Harry olhou para o relógio, não podia demorar ou perderia o trem.

_ Olha, eu sinto muito - tentou se desculpar, mirava o espelho quebrado em seu pés.

_ Acabei de comprar - o garoto soltou um muxoxo. Harry olhou para ele e depois para os cacos no chão, sentiu-se culpado pelo estrago.

_ Quanto foi? - perguntou.

_ Como?

_ Quanto foi? - repetiu impaciente, não deveria perder tempo.

_ Trinta libras - o garoto respondeu, enquanto Harry retirava a carteira do bolso. “Droga, espero que tenho dinheiro trouxa o suficiente”, pensou.

_ Aqui está - por sorte ainda tinha algum dinheiro trouxa - Compre outro.

_ Obrigado - o garoto sorriu para Harry, que retribuiu.

_ E preste mais atenção da próxima vez - aconselhou.

_ Mas foi o senhor que esbarrou em mim - o menino protestou.

_ Esqueci, ok? - ele passou sobre os cacos do espelho no chão - Compre outro e desculpe-me por esse!

_ Tudo bem - o outro respondeu. Harry caminhou apressado e balançando a cabeça negativamente, precisava correr ou perderia o trem...

_ Era só o que me faltava - resmungou ao ter que parar devido a uma passeata que estava passando numa das ruas. Olhou para o relógio, faltavam três minutos para o embarque, e mesmo não estando muito longe, se não corresse agora perderia o trem. “Ainda não entendo por que não aparatar numa situação dessas”, pensou - Medida de segurança, senhor ministro! Viagens longas são melhores pelo método trouxa! - imitou uma voz que deveria ser de mulher.

Quando encontrou espaço caminhou apressadamente, não olhou mais no relógio, até que minutos depois chegou à estação. Expirou fundo e soltou o ar de vez ao notar o lugar não muito cheio, ou seja, perdera o trem.

_ Ia pegar o que vai para Londres? - uma voz perguntou, virou-se e viu um senhor.

_ Sim - ele respondeu.

_ Saiu há cinco minutos, senhor - Harry olhou para o relógio, eram duas e cinco da tarde - Agora terá que esperar o das três!

_ Obrigado - ele falou. Não havia nada que pudesse fazer, a não ser esperar. Resolveu então comprar a passagem para o próximo trem, e aguardar ali mesmo, para não correr o risco de perdê-lo novamente.

Aquela deve ter sido uma das mais longas horas de sua vida, o tempo parecia não querer passar... “Malditos cinco minutos!”, resmungou para si mesmo. Quando faltava apenas cinco minutos para o trem chegar, ficou de pé, pronto para embarcar a qualquer momento. Assim que chegou foi o primeiro a entrar no transporte. Caminhou mais tranqüilo agora, afinal já estava no trem, procurava um lugar para sentar.

_ Harry - uma voz o chamou, virou para trás sorrindo.

_ Katya - ele a abraçou - Então está voltando para Londres?

_ Sim, aposto que gostou da noticia - ela piscou, há alguns meses conheceram-se numa festa tradicional do Ministério, Katya era filha de um dos bruxos mais ricos de Londres. Era alta, tinha olhos azuis e cabelos dourados caídos nos ombros. Tiveram um curto relacionamento, a mulher mudou-se para outra cidade e o romance teve fim.

_ Adorei - Harry falou - Tenho saudades dos nossos encontros.

_ Eu também - ela aproximou seu rosto do dele, mas o beijou na bochecha, depois sussurrou em seu ouvido - Espero ter muitos encontros frequentemente - então mordiscou a orelha dele, as pessoas estavam entrando no trem, e passavam constrangidos diante aquela cena... Mas eles não pareciam se importar.

_ Seu desejo é uma ordem para mim, querida - ele sorriu de maneira extremamente sexy. Aquele era o Harry de hoje, um homem que apenas se divertia, não tinha relacionamentos sérios com ninguém... Não queria correr o risco de se apaixonar novamente.

_ Potter - uma voz grave falou, Harry e Katya se afastaram, era o pai dela - Vejo que encontrou minha pequena Katya.

_ Ah sim, acabamos de nos reencontrar - ele disse.

_ Minha filha voltou, dessa vez para ficar, não é querida? - o homem abraçou a filha, Harry sorriu percebendo o que o homem estava insinuando. O caso com Katya não era segredo, e sempre soube que seu pai apoiaria um namoro entre eles, Harry era o genro que qualquer pai poderia querer. O trem já estava em movimento, Harry queria viajar sossegado, seria ótimo passar aquele tempo com Katya, mas com o pai dela junto...

_ Peço licença a vocês, mas irei sentar-me agora - Harry falou.

_ Não quer sentar conosco? - o homem perguntou, Katya sorriu.

_ Adoraria, mas preciso encontrar alguém - mentiu, não havia ninguém a sua espera, mas não podia dizer a verdade.

_ Bom... Tudo bem - o homem disse - Mas não esqueça de ir lá em casa qualquer dia desses.

_ Irei com prazer - Harry falou, apertou a mão do homem, e beijou Katya na face - É muito bom tê-la de volta. Com licença - saiu deixando pai e filha sorridentes.

Passou para o outro compartimento do trem, pedia a Merlim que Katya ou seu pai não o procurasse e descobrisse que não tinha ninguém o esperando. Na parte traseira do trem havia mais gente, caminhou até as ultimas poltronas, havia alguém sentada lá, nos últimos lugares do trem, um livro cobrindo seu rosto. Harry sentou-se no lugar vazio ao seu lado, olhou para a pessoa, mas esta continuou com o livro cobrindo a face. Suspirou e sorriu, “Estou indo para casa”, disse baixinho, mas pelo visto a pessoa ouvira, ela então baixou livro, quando olhou para seu lado, alguém a olhou tão surpreso quanto ela.

_ Hermione? - disse finalmente.

N/A: Bom... Resolvi postar essa fic aqui tb, espero vcs gostem!! :D Ela não é muito grande não... Breve eu posto o segundo cap!! Bjus!! Pink_Potter : )

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