Não admitindo sentimentos.



Cap. 4 – Não admitindo sentimentos.


Hermione ainda estava de frente ao espelho do banheiro, admirando suas formas adultas, quando um Harry sem fôlego adentrou o local. Ele correu em sua direção, preocupado, e abraçou-a.

- Você está bem, amor? – ela balançou a cabeça afirmativamente, era tão estranho ouvir um de seus melhores amigo chamá-la daquele jeito – É que o Malfoy disse que você saiu correndo, parecendo assustada.

- O que Malfoy está fazendo aqui? – não se conteve, pois assim como o pai, Draco Malfoy tinha horror a qualquer coisa relacionada aos Potter, mesmo tendo ajudado ao lado da luz durante A Guerra.

- Ele só veio pegar uns livros, e aproveitou pra nos fazer uma visita...Você está mesmo se sentindo bem? – perguntou ao notar a palidez dela.

Ela não respondeu, se virou abruptamente e correu em direção ao vaso sanitário. Vomitando tudo o que podia e não podia.

Harry ajudou-a a limpar-se depois de um tempo, e enquanto ela escovava os dentes falou:

- Eu fico tão mal quando você tem esses enjôos! – agora abraçando a mulher pelas costas – Sinto como se fosse culpa minha.

- Por que? Se eu passo-mal não e sua culpa. – respondeu sem entender e com a boca cheia de creme dental. Se ela AINDA não havia descoberto como sair dali, então teria que entrar no jogo também.

- Tanto faz. – ele disse enquanto Hermione secava o rosto em uma toalha – Agora vamos descer, que eles estão nos esperando lá embaixo.

Hermione não o questionou. Harry a segurou pela mão e desceram para encontrar com Draco (e quem estivesse com ele). Mas chegando no jardim, a mulher presenciou uma cena que nem em seus pensamentos mais insanos seria cogitada.

Draco Malfoy beijava apaixonadamente Virgínia Wesley! Ou seria Virgínia Malfoy? Mas ao notar que o outro casal se aproximava se afastaram, enquanto sorriam cúmplices.

Depois dessa Hermione nunca mais diria que não acreditava em algo. Quem sabe até se conseguisse mesmo aparatar em Hogwarts?

- Amiga! – a ruiva dirigiu-lhe a palavra, enquanto corria pra abraçá-la – Harry nos contou! Você deve está radiante! – praticamente gritou, enquanto quase matava Hermione sem ar com mais um daqueles famosos abraços Wesley.

Ela olhou pra Harry, que já estava conversando animadamente com Malfoy (“desde quando eles são tão chegados?”, ainda pensou), como se estivesse pedindo ajuda. Ao que ele lhe respondeu com mais um daqueles sorrisos marotos, fazendo-a estremecer até a alma.

“Perae... Desde quando eu me sinto intimidada com alguma atitude do Harry?”, pensou antes de se voltar pra Gina, que, por um acaso, estava usando um perfume que a deixava extremamente enjoada.

- O que ele te contou? – perguntou tentando parecer divertida.

- Deixe de travessuras Hermione. – a outra também entrou na brincadeira, e passando a mão no ventre da mulher disse – Ele nos contou sobre o bebê!

“Ah não! Só me faltava mais essa!”.Ela já estava se perguntando se mais alguém na face da Terra já teria passado por um dia tão ruim e estranho como aquele quando Gina lhe perguntou:

- E então? Você prefere menino ou menina? – “Eh... não falta mais”.

- Hum...não sei. Por mim tanto faz. – ao dizer isso Harry lhe lançou um olhar muito estranho.

O resto do dia pra garota foi bem mais estranho. Ela ficava jogando ‘verdes’ para a ruiva, e tentando colher informações. Enquanto Harry e Malfoy conversavam animadamente, passando boa parte do dia na biblioteca.

O almoço foi bem divertido. E, ao contrário do que ela esperava, Malfoy tratou-a bem durante todo o dia. Parecia até que eles eram conhecidos de época. Chegaram a rir falando sobre o passado e de como Draco se comportava. E quase na hora de ir embora ele começou a contar como foi quando Gina estava grávida.

- Você tem muita sorte Potter! – ainda se chamavam pelo sobrenome – Sua esposa está perfeita. Quando a Virgínia engravidou engordou uns 20 kg logo nos dois primeiros meses. Ela nem parecia mais uma mulher, e sim um planeta inteiro. Fora o mau humor.

- Nem vem doninha! Você dizia que eu era a grávida mais linda do mundo.

- Mas eu não disse que não era a mais gorda e mau-humorada! – e se dirigindo ao casal novamente – Às vezes eu tinha medo dela quebrar nossa cama no meio da noite, de tão pesada.

- Aff. – Gina bufava, dando pequenos socos nas costas do marido. Enquanto ele ria de sua atitude infantil.

Eles realmente pareciam ser um casal feliz!

Ao final de tudo, Hermione conseguiu saber que tinha um afilhado chamado Matheus, filho de Gina e Draco, com seis anos; Rony estava na Dinamarca, para a temporada de Quadribol, e havia casado com Luna (“Então foi isso que ele quis dizer sobre também não está preparado para aceitar os próprios sentimentos?”, pensou, segurando o riso.), tinham também uma garotinha linda chamada Raquel, que em breve entraria em Hogwarts. Ah! Hermione soube também que ela e Harry haviam sido eleitos ‘o casal do ano’ três anos consecutivos pela sociedade bruxa.

Após se despedirem dos Malfoy, já quase de noite, Hermione seguiu para a biblioteca, querendo passar um tempo a sós com seus próprios pensamentos. “Grávida! Grávida! Eu estou grávida!”, ficou repetindo mentalmente pra si mesma, como tivesse medo de se esquecer daquilo a qualquer momento. Mas foi impedida de terminar seu caminho por dois braços que a enlaçaram pela frente.

- Que história foi aquela de ‘tanto faz’? Pra mim você preferia ter um garotinho primeiro. – disse Harry, com uma voz extremamente sexy em seu ouvido.Ao que fez ela estremecer até seu último fio de cabelo.

- E por que eu preferiria ter um menino? – tentou parecer o mais normal possível. Mas sem sucesso, já que sentia o corpo dele colado as suas costas.

- Pra ser tão bonito quanto o pai?

- Prepotente...

- Sou porque posso ser! – rebateu sorridente. “E que sorriso!”, ela se pegou pensando.

- Como assim ‘posso ser’, hein?!

- Oras, que pergunta tola! Pensei que fosse óbvio, não? – e roçou-lhe a ponta do nariz no pescoço, fazendo-a estremecer novamente (impressionante o quanto àquilo vinha acontecendo repetidamente naquele dia!) – Eu tenho a mulher mais linda, perfeita e inteligente do planeta em meus braços. Ela é, por um acaso, a mulher que eu mais amo no mundo. E ainda ta esperando um filho meu no ventre. – virou-a de frente para ele – Ainda quer que eu diga mais?

- Não! – respondeu embalada pelo olhar dele e a energia que o mesmo lhe passava.

Ele puxou-a pra um beijo gostoso, cheio de amor. Aquele cheiro que ele tinha, parecia enfeitiçar-lhe os sentidos. Ela o correspondia, sem resistência, em módulo e intensidade, até se lembrar de quem estava beijando.

Afastou-se. E o olhou nos olhos. Que olhos, que lábios, que cheiro. Tudo nele parecia perfeito demais pra ser real. Parecia um sonho. Mas mesmo assim tudo lhe parecia muito errado, como se não devessem estar ali.

- Eu não posso fazer isso! – disse baixando os olhos e acabando com o contato visual.

- O que está havendo, meu amor? – sua voz agora parecia extremamente preocupada – Não me diga que não esteve, porque eu notei sua preocupação desde de manhã.

- Eu só estou com medo, ok? – respondeu. O que era uma meia verdade, dependendo do ponto de vista.

- Eu sei como é...

- Sabe? – perguntou assustada, sem nem deixá-lo terminar a frase.

- Claro. Esse negócio de ter um filho, tanta responsabilidade. Às vezes não me sinto preparado.

- Eh... – ela disse sem nem prestar atenção à voz de Harry.

- Então... – pegou-a nos braços – A futura mamãe tem que descansar!

- Hei! Coloque-me no chão!

- Me obrigue!

Deu um soco no ombro dele enquanto dizia: - Covarde! – Ao que Harry nem se importou, e subiu pro mesmo quarto onde ela acordara.

Ele deitou-a na mesma cama branca, só que agora estava arrumada, tirou seus sapatos, deitando-se ao seu lado, e colocando a cabeça de Hermione em seu peito, afagava seus cabelos carinhosamente até ela finalmente dormir. Era impressionante como ele conseguia entender o que ela queria!

Ela não questionou nenhum ato de Harry. Apenas dormiu sentido as mãos dele em seus cabelos, enquanto seu cheiro se impregnava no corpo da mulher.


Continua...

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