A Pena



Noite. Na casa número 4 da Rua dos Alfeneiros todos dormiam tranqüilamente. Todos, exceto um garoto branco, de olhos claros, cabelos castanhos e ligeiramente bagunçados. Harry Potter, este era seu nome, se revirava na cama. Provavelmente estava tendo um pesadelo, algo normal entre crianças normais, mas... Harry poderia ser considerado normal? Provavelmente não. Harry tinha poderes, muitos... Estudava na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, uma das melhores do mundo, mas naquele momento não se encontrava na escola. Estava de férias e por isso era obrigado a passar o tempo com seus familiares trouxas, os Dursley. Enquanto dormia, Harry ia falando coisas, coisas em que pensava, coisas com que sonhava. "Vold-mort...... liados........ Mal-foy.... ássar..... ssaro..... Pássaro...... Não, não!" Neste instante, Harry acordou assustado e viu Hedwig, sua coruja, em cima de seu corpo, batendo as asas em seu rosto.

- Ora Hedwig, era só você? Me assustou, menina. - A coruja olhava curiosa para o menino. Levantou vôo e pousou na escrivaninha no quarto.

Quando Harry olhou, viu alguns embrulhos, e só então reparou que aquele era o dia do seu aniversário. Foi até a escrivaninha. Lá encontrou três presentes. O primeiro, meio amassado, com alguns barbantes atando-o, provavelmente era de Hagrid. Ao abri-lo Harry confirmou a suspeita. Bolinhos de chocolate e coco, algo que Harry poderia comer e se empanturrar, se não tivessem sido feitos por Hagrid, é claro. No cartão os dizeres: "Harry, Feliz Aniversário! Espero que os Dursley não estejam te importunando demais. Hagrid". No segundo pacote, Harry encontrou um livro enorme, intitulado: "As semelhanças e diferenças entre Quadribol e Futebol".

- Uau, desta vez a Hermione acertou em cheio - pensou Harry.

Ao abrir o cartão, Harry pode ler: "Oi Harry, amanhã nós vamos te pegar. Exato, amanhã, nada de avisos prévios desta vez. Arrume suas coisas que estaremos aí as 10 horas. Não vejo a hora de você estar conosco, não agüento ter que ficar o dia todo com o Rony, ele anda me enchendo muito... Bem, isto é tudo. Beijos, Mione".

- Será que ela realmente ainda não entendeu porque o Rony a torra tanto? - pensou Harry rindo da cena que imaginava, Rony e Hermione discutindo, cada vez mais, só pelo prazer de discutir.

No último embrulho, Harry viu um pacote de Snap Explosivos, um saquinho de Incha-Línguas, um cupom de 50% de desconto na "Gemialidades Weasley" e cards bruxos dos Canhões de Chudley. No envelope que vinha junto com o cartão Harry encontrou um papel onde estava escrito:

"Oi Harry, como vai? Espero que bem, apesar de ser quase impossível tendo os Dursley como parentes. Você nem sabe das novidades. Os meninos (Fred e Jorge) abriram uma loja de Logros, legal né? Sabe-se Deus d’aonde eles tiraram dinheiro, mas enfim, o negócio é que a loja tá rendendo tanto, mas tanto, que eles até me compraram um traje de gala novo (e sem babados) e também mandaram reformar a cozinha aqui de casa. Segundo eles, até o fim do ano toda casa será reformada e ampliada. Mamãe está tão orgulhosa, tão feliz. Ela está até gostando deste negócio de "Gemialidades Weasley" e você sabe o que ela pensava sobre isto, não sabe? A única notícia ruim é a Mione. Não vejo a hora de te pegarmos e você vir pra cá. Acredita que ela nem dá mais bola pra mim? Só anda com o mala do Percy pra cima e pra baixo. Ah, ele voltou a morar aqui em casa, agora que se desculpou com papai e mamãe e ninguém toca mais neste assunto. Mas afinal, a Mione é nossa amiga, e não do Percy. Que saco! Ah, e por falar em te pegarmos, a Mione falou com você sobre isto? Bem, duvido, porque ela nem presta mais atenção no que eu falo! Enfim, amanhã iremos te buscar, lá pelas 10. Desta vez vamos dirigindo o carro, à moda dos trouxas, para que seu tio e sua tia não tenham um ataque do coração. Ah, gostou das lembranças? Não repara não, tá? Apesar dos meninos estarem ganhando bem, eu ainda ando meio duro (hehehe). Bem, isto é tudo. Até amanhã, cara. Ass: Rony"

- Ótimo. Outro lerdo! Será que eles só vão notar o que sentem na porta da igreja? - Harry se deitou, mas feliz agora, e antes de fechar os olhos viu Pichitinho entrando pela janela. Nem se levantou da cama. Só estendeu a mão e Pichitinho, a coruja de Rony, deixou um pequeno envelope nela. Dentro, Harry encontrou uma foto e um cartão. Um desenho bonito no cartão, um menino e uma menina, que Harry não conseguia distinguir se eram amigos ou namorados. Dentro do cartão estava escrito. "Caro Harry, Feliz Aniversário! Estou te mandando esta foto da família. Até amanhã, Gina". Quando viu a foto, Harry a adorou, mas algo estava errado naquilo. Na foto ele via o Sr. Weasley sorrindo amigavelmente ao lado da Sra. Weasley, que acenava sem parar. Lendo os lábios da imagem, podia-se ver que ela dizia: "Olá Harry querido". Também podia-se ver Fred e Jorge rindo muito e acenando para Harry. Via-se também Carlinhos e Gui, os mais velhos irmãos Weasley. Quase no meio da foto estavam Percy e Hermione que conversavam amigavelmente. Mais ao lado estava Rony, que não sabia se acenava para o amigo ou fazia cara de reprovação para o irmão e a amiga. Riu muito da situação em que seu amigo se encontrava, mas ainda não sabia o que havia de errado, até que percebeu...

- Gina. Gina, onde está? Que estranho! Por que será que a Gina não apareceu na foto? Provavelmente deve ter ficado tímida, porque sabia que a foto viria para mim... Mas, mesmo assim. Queria tê-la visto.

Guardou a foto embaixo do travesseiro e adormeceu. Afinal, pra que tanta ansiedade para ver Gina? Amanhã ele a veria mesmo...

O outro dia chegou rápido e às 8:30 Harry já estava preparado. Desceu de malas prontas e foi falar com seu tio.

- Tio Valter? Eu poderia ir passar o resto das férias com meu amigo Rony?

- Está pensando que isto aqui é uma pensão, menino? Que você entra e sai quando quer? Você anda muito mal acostumado. É claro que não pode ir.

- Valter querido, reconsidere. Vai que este pestinha inventa algum jeito de nos ameaçar com suas maluquices... Além do mais, se mandássemos esta coisinha embora agora poderíamos tirar uns dias de descanso na praia, ou talvez no campo. - disse sua tia Petúnia, olhando de cara fechada para o menino.

- Tem razão. E quando é que estes teus amigos vêm te buscar? Amanhã? - disse tio Valter para Harry

- Não. Eles virão hoje mesmo. Às 10.

- Hoje? Vê Petúnia, vê? Este menino está muito mal acostumado. Já tinha tudo programado, só veio pedir permissão agora. - reclamou Valter com a esposa. - Sabe garoto? Só vou deixar você ir embora por causa de Petúnia, do contrário você ficaria aqui até o último dia de férias. Só sairia daqui para voltar para aquele manicômio que você freqüenta e chama de escola.

- Mas eu vou poder ir ou não? - perguntou Harry, que não agüentava mais tanta enrolação.

- Onde ele está indo papai? - questionou Duda, o filho dos Dursley. - Quero ir também!

- Quer ir comigo para a casa dos Weasley? Por mim tudo bem. Lembra do caramelo Incha-Língua de uns anos atrás? Tem muito mais d’aonde veio aquele.

- Credo garoto! Cai fora!

- Você não é nem louco de dar mais um daqueles para o seu primo, menino! Vai embora anda. Vai logo. Vê se não volta tão cedo! - falou tio Valter

- Com prazer - sussurrou Harry, virando de costas, pegando suas coisas e saindo pela porta.

Harry sentou na soleira da casa e aguardou. O tempo nunca passou tão devagar quanto naquele dia. Mas, às 10 horas, um carro, um Ford 56 vermelho, parou na frente da casa dos Dursley. Lá dentro Harry podia ver várias pessoas, todas com o cabelo tão vermelho quanto a cor do 56.

- Oi Harry, entra aí. - Harry não podia acreditar, mas quem lhe dizia isto era um menino alto, olhos azuis, cabelos de fogo. Rony era seu nome e ele era o melhor amigo de Harry.

- Oi pessoal! Vamos, vamos logo. Não agüento olhar pra esta casa nem mais um minuto.

Dentro do carro estavam Fred, Jorge e Rony.

- Como vai Harry? - perguntou Jorge

- Pronto para o melhor fim de férias da sua vida? - questionou Fred

- Vou bem. E estou prontíssimo. Na verdade, desde que desembarquei do Expresso de Hogwarts estou pronto.

- Oras, então vamos! - falou Rony - Pois então Harry, foi o que eu disse. Mione não fala mais comigo direito, então se prepare, pois aposto que ela será chata contigo também.

- O Rony já está falando da Hermione? - perguntou Jorge

- Ele não para de falar dela. É o dia inteiro, ou pior, a noite inteira. Quando está com ela, de dia, fica dando uma de machão, mas quando dá de noite e fica com a gente no quarto antes de ir dormir, fica só reclamando sobre a Mione. - disse Fred

- É um tal de Mione pra lá, Mione pra cá... Você precisa ver Harry. Você precisa ver.

- Aposto que sim. - falou Harry achando aquilo muito engraçado.

- Como assim "aposto que sim"? E o que vocês querem dizer com "Mione pra cá, Mione pra lá? Não estou entendendo. - Rony estava realmente bravo.

Harry estava achando aquilo realmente engraçado. Era tudo que ele sempre quis, e que sempre conseguia. Passar as férias com sua "família" predileta, os Weasley, era mais que um sonho, era a melhor realidade que acontecia na vida de Harry. Começou a pensar que passaria suas férias inteiras com Rony e Hermione. Com Fred, Jorge, Carlinhos, até o chato do Percy era muito bem vindo. Gui, Sr. Weasley, Sra. Weasley, Gina, Gina, Gi... Por que pensava tanto em Gina? De repente sentiu-se muito ansioso, com o peito apertado. Mas por que seria? Que estranho!

Ao chegarem na casa dos Weasley todos desceram do carro e foram correndo para dentro da Toca, como era chamada a morada dos ruivos. Lá dentro eles encontraram a Sra. Weasley, que veio toda nervosa falar com os meninos.

- Harry querido, como vai? Tudo bem!

- Sim Sra. Weasley, tudo ótimo.

- Meninos! Vocês não foram com o carro do pai de vocês pegar o Harry, foram? Não acredito que fizeram mais uma vez este tipo de estupidez.

- Mas mãe…

- Nada de "mas mãe", Ronald. Não sei o que faço com vocês três. Frederic, Jorge, Ronald, terei que colocá-los de castigo. Não acredito! Há três anos vocês já cometeram o mesmo erro, colocaram em risco a vida de vocês e de Harry. Agora vocês fazem tudo de novo e…

- Mãe, deixe-os em paz. Esqueceu que o pai ainda não conseguiu fazer este carro novo voar? Eles devem ter ido dirigindo…

Quando Harry olhou para ver quem tinha defendido ele e os amigos, ficou deslumbrado. Como descrever? Bonita, não, linda, ruiva, com o cabelo comprido, quase na cintura. Os olhos azuis, claros como água. A pele macia, algumas sardas sobre o nariz. Os lábios, tão vermelhos, tão sedutores e ao mesmo tempo tão ingênuos. Tão linda! Tão linda! Tão… Gina?

- O-o-oi Gina! - disse um Harry deslumbrado com tanta beleza.

- Hã? Ah, oi Harry. Deixa os meninos, mãe.

- Tem razão Gina. Meninos, desculpa. Mas sabe como é, vocês vivem aprontando, uma atrás da outra. Eu já tenho que ficar prevenida para brigar com vocês. Se vocês fossem um pouco mais educados, mas não, estão sempre...

- Mãe, deixa eles. - disse Carlinhos entrando na sala. - E aí Harry, como vai?

- Muito bem Carlinhos. E você?

- Muito bem também.

- Como vai Gui?

- Estou ótimo. - respondeu o outro Weasley que vinha em seguida.

- E onde está Hermione? - perguntou Rony - Não digam que ela ainda está com o Percy. Que saco! Ela já tá chata, se continuar andando com ele vai piorar.

- Será que você não acha que ela está chata exatamente porque ela está andando com o Percy? - Harry provocou o amigo.

- Que? Como assim? Não entendi, Harry!

- Deixa pra lá Rony, deixa. Vamos, me ajude com minhas malas que vamos jogar quadribol depois, tá?

- Tá bom, mas que você não anda falando coisa com coisa, isto você não pode negar.

Depois de terem arrumado todas as coisas de Harry no quarto de Rony os meninos sentaram para conversar um pouco. Colocar os assuntos em dia.

- Pois então, depois de tudo isso, foi como lhe disse na carta, estamos melhorando de vida. - disse Rony

- Que bom que o dinheiro está ajudando vocês.

- Que dinheiro?

- Ora, o dinheiro, ué? Você não disse que os gêmeos abriram a loja com sabe-se Deus que dinheiro? Pois então, este dinheiro.

- Ah, por um momento pensei que você sabia d’aonde tinha vindo a grana.

- Não eu não. Mas e então, vamos jogar um pouco?

- Claro, vamos logo antes do jantar.

Saíram pela casa procurando todos os irmãos. Quanto mais pessoas jogassem, mais divertido seria. Chamaram todos, Fred, Jorge, Carlinhos, Gui. Até o Senhor Weasley veio jogar, mas mesmo assim os meninos estavam com poucas pessoas. Tinham apenas um time de três e um time de quatro.

- E se chamássemos o Percy? Poderia completar um dos times. - disse o Sr. Weasley.

- Certo! Vamos atrás dele, Rony! - Harry chamava o amigo.

Quando encontraram Percy, viram que ele estava acompanhado. E muito bem acompanhado, pensou Harry. Hermione tinha crescido, ganhado formas, curvas, se tornado uma linda garota em seus 16 anos. Ainda de longe comentou com o amigo:

- Mione está bonita, não está?

- Você acha, é? - disse Rony com um tom de voz que Harry podia perceber que havia feito um comentário infeliz.

- Não! - arrumou Harry, tarde demais.

- Pois então porque disse?

- Ora Rony, só pra puxar assunto! - e virando-se para os outros dois, gritou - Percy, Mione

O "casal" olhou em direção do menino. Percy, apenas acenou com a mão e retornou o rosto para Hermione. Hermione esta que não estava mais lá.Havia levantado e saído correndo em direção de Harry. Quando chegou perto do amigo deu-lhe um abraço forte e enquanto rodavam sussurrou ao ouvido de Harry:

- Ainda bem que você chegou. Não agüento mais o Rony me enchendo a paciência.

- Talvez ele ache que você passa tempo demais com o Percy. - insinuou Harry para a amiga.

- Mas se ele tem problemas com o irmão, é problema dele, não meu.

- Realmente ela é tão desligada quanto Rony - pensou Harry - Como podem?

- Ô Percy, vem cá - gritou Rony. - Quer ir jogar Quadribol conosco?

- Quadribol? Mas eu estava conversando com a Mione e...

- Seria ótimo! Também quero jogar - disse Hermione, muito entusiasmada.

- Ô Hermione, será que dá pra você largar a mão do meu irmão. Agora só porque ele vai jogar você quer jogar também? - replicou Rony

- Credo Rony, é assim que você fala comigo, é? Pois agora é que eu quero jogar mesmo.

- Pois fique sabendo que não dá. Se você entrar vamos ficar com um time de cinco e um time de quatro. Viu? Você vai atrapalhar.

- Seu chato! Não jogo então. - disse Hermione, muito chateada

- Mas se a Hermione não vai jogar eu também não vou. Prefiro ficar conversando com ela. - falou Percy

- Era tudo o que me faltava. Querem parar com esta frescura toda? - Rony estava furioso.

- Ora Rony, você é que tá com frescura. - retrucou Hermione - Está as férias inteiras com frescura e...

- Calma gente. Olha. Por que não fazemos assim? Eu e a Hermione vamos jogar e convidamos a Gina pra jogar também. Assim teremos dois times de cinco. Ficará melhor com mais gente. - resolveu Percy - Harry, vá chamar a Gina por favor. Nós iremos para o campo.

- Tá bem. - Harry não sabia mais o que fazer mesmo, achou que esta seria a única solução.

Ao chegar em casa Harry perguntou para Sra. Weasley se ela tinha visto a Gina. A mãe da menina disse que a garota tinha passado o dia inteiro dentro do quarto e que provavelmente ainda estaria lá. Harry subiu as escadas e se dirigiu ao quarto de Gina. Ao bater na porta não obteve resposta. Insistiu, mas nada. Só então percebeu a voz de Gina, como se conversasse com alguém. Tentou pensar em quem poderia estar lá dentro com ela e chegou a seguinte conclusão: ninguém! Resolveu então abrir a porta do quarto e espiar de levezinho. Ao primeiro instante Harry não achou nada de mais no que via, mas rapidamente um misto de ódio e medo atingiu seu peito. Abriu a porta com violência, sacou sua varinha e gritou: "Incendio", depois pulou em cima de Gina e a abraçou forte. Ficaram face a face, deitados no chão.

- Harry! Que você está fazendo?

- Gina! Quantas vezes vamos ter que lhe dizer que não pode conversar com objetos? - Harry estava nervoso, com medo. Explicava para Gina o que acontecera.

- Mas quem disse que eu estava falando com um objeto? E sai de cima de mim, por favor.

- Ah, desculpe. - O menino levantou e ajudou Gina a ficar de pé. Depois voltou a reclamar. - Acha que não vi? Estava conversando com aquela pena. Ainda bem que eu vi, porque do contrário você teria sua energia sugada novamente. Não se lembra do que aconteceu no seu 1º ano de Hogwarts?

- Naquela época eu era uma tola! - parecia que Gina tinha ficado brava pela menção de seu erro de quatro anos. - Além do mais, aquela pena não me responde sozinha! Em algum lugar do mundo minha prima está conversando comigo utilizando uma pena igualzinha.

- Como?

- Minha sorte é que a pena é de Fênix, assim seu feitiço do fogo no pôde fazer mal a ela. Do contrário teria perdido minha fonte de comunicação com minha prima.

- Puxa, desculpa Gina. É que eu me desesperei. Pensei que você estava sendo atac...

Neste momento entrou uma grande coruja preta por dentro da janela. Deixou cair em cima de Harry uma carta que ele já conhecia o conteúdo.

- Não acredito!

Dentro da carta havia uma mensagem do Ministério de Magia alertando-o que seus poderes não poderiam ser usados fora dos limites de Hogwarts e que ele já deveria ter consciência disso, devido a fatos anteriores. Se aquilo ocorresse novamente, antes que ele pisasse em Hogwarts, teria seus poderes cancelados por tempo indeterminado e talvez responderia a outra audiência.

- Droga! Outra intimação.

- Vê Harry? Eu não cometo o mesmo erro duas vezes. Você também não deveria cometer. - disse Gina.

Antes que Harry pudesse respondê-la, Rony apareceu no quarto.

- E então Gina? Vamos ou não vamos jogar Quadribol? - questionou Rony.

- Claro, vamos lá. - disse a menina saindo do quarto.

- Você não vem, cara?

- Já vou Rony, já vou.

Rony saiu do quarto deixando nele um Harry muito confuso. Por que Gina tinha sido tão grossa com ele? Por que não ficara tímida como sempre? Como conseguira enfrentá-lo tão facilmente? E, mais importante, por que Harry se importava tanto com estas mudanças na pequena Weasley? Estas eram perguntas que o menino que sobreviveu ainda não podia responder.

Antes de sair do quarto, Harry viu a tal pena de Fênix se recompor e escrever uma mensagem no ar, com letras brilhantes, de várias cores, que iam se apagando a medida que eram lidas. A mensagem dizia: "Não pergunte coisas que não serão respondidas agora, Potter. Viva um dia de cada vez! Anda, vá jogar com seus amigos. Um dia tudo ficará claro pra você. Diferente, esquisito, inesperado, mas claro!". Subitamente Harry teve a impressão de que sabia sobre o que a pena falava, mas antes de perguntar qualquer coisa, ela voltou a escrever. "Vai". E Harry foi.

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