A Nova "Cabelos Vermelhos"



Dentro do trem, as crianças foram direto para o compartimento onde tinham alojado suas malas. Hermione, Harry e Rony estavam conversando animadamente dentro do quarto-móvel quando Gina e Luna entraram.

- Ué? Saiu da toca, maninha? - riu Rony.

- Só queria ficar um pouco com meu irmãozinho, ué? Que estão fazendo?

- Nada! Conversando um pouco. Falando bobagem! - Hermione ria para a amiga.

- Eu, hein? Vocês estão me saindo melhor que a encomenda...

- Por falar em encomenda, como sua mãe ai mandar seu vestido, Gina? – perguntou Luna que já estava sentada, com um exemplar de O Pasquim na mão.

- Pelo correio-coruja, eu acho. Por que pergunta?

- É que eu queria mandar uns presentinhos para minha tia. Na verdade, ela não é muito tia. É irmã da minha mãe, mas é quase da minha idade.

- Ah, que legal!

- Pois então, e eu falei para ela dos meninos, e ela quer que eu mande umas fotos.

- Meninos? – Harry se animou, pensando que falavam dele – Que meninos?

- Ora! Meninos! Vejamos: Simas, Lino, Justino...

- Pena que o Oliver Wood não estuda mais com a gente – comentou Gina – Ele é tão lindo!

- Pois é. Tem também o Dino, o Fred, o Jorge – continuou Hermione.

- Ora! Vamos já parando com este “tricô”. Vamos já parando com este “tricô”! Onde já se viu? Fred, Jorge...? E você Gina, que história é essa de Oliver Wood? – Rony reclamou com as meninas

- Malfoy – disse Luna

- MALFOY? - todos se surpreenderam com Luna, mas logo entenderam quando ela apontou para a porta e de lá veio uma voz.

- E de quem você queria que elas falassem, Weasley? De você e de seu amiguinho Potter? – Draco Malfoy entrava no vagão.

- Que faz aqui, Malfoy? Caia fora! – Hermione estava muito brava.

- Ora, ora, ora. Se não é nossa querida amiga trouxa, Hermione. Cale a boca, Granger! Não estou falando com você. Você realmente se achar o máximo, não é, pobretão? Com este cabelo sem graça, sem cor definida... – Quanto mais Draco insultava Rony, mais Luna e Gina se encolhiam num canto. Isto acontecia porque elas estavam com medo do que viam: uma Hermione que ia ficando cada vez mais vermelha, a ponto de explodir a qualquer minuto como uma bomba atômica. – ...estas roupas de segunda mão que já perderam a forma... Sinceramente Weasley, você é uma aber...

- Cala a boca, você, Malfoy! – Hermione berrava a plenos pulmões – Você não chega aos pés do Rony. Você não passa de um riquinho esnobe, metido. Pensa que é bonito? Pois não é! É feio, horrível! Quanto mais as pessoas te conhecem, mais horrível você se torna. Você até poderia ter um rosto bonito, mas para mim? Pra mim você tem verrugas por todo o corpo, manchas horríveis. Seu cabelo é desgrenhado, os olhos são muito juntos e o nariz é muito grande e pontudo. Você é uma mistura de NADA com COISA ALGUMA!

- Olha aqui Granger...

- Agora o Rony? O Rony não! O Rony é lindo! O Rony é bom, atencioso, carinhoso, amigo! O Rony ta sempre lá quando alguém precisa dele. O Rony é tudo que você e muito mais. Quisera você ser um décimo do que é o Rony!

Quando Hermione parou de falar, todos a olhavam muito espantados, principalmente Malfoy. Quando este falou, tinha um som irônico na voz. Uma ironia já conhecida.

- Olha... Granger... Se você quiser se declarar pro Weasley, é problema seu e azar o dele. Agora, por favor, poupe-me dos detalhes sórdidos. Vou me embora daqui, antes que seja obrigado a ser testemunha do casamento deste pobretão com esta... esta... nascida trouxa, por assim dizer. – e Draco deixou o compartimento.

- Sujeitinho nojento. Que foi gente? Que cara é essa?

- Nada! Nada! – Potter e a pequena Weasley tentaram disfarçar.

- Que sorriso besta é esse, Ronald? – perguntou Luna por detrás do Pasquim.

- Sorriso? Que sorriso, menina? – perguntou Rony, sorrindo de orelha a orelha.

Depois disso, a viagem continuou sem mais novidades. Rony olhava de vez em quando para Hermione e sorria. Luna e Gina conversavam animadamente a respeito de uma matéria do Pasquim sobre o tráfico de varinhas falsas que não faziam feitiço algum, a não ser transfigurar tijolos de barro em barras de chocolate meio-amargo, e de tempos em tempos se viravam para Hermione.

- Se Hermione não fosse tão nossa amiga, aposto que andaria para cima e para baixo com essas duas. – pensava Harry, enquanto em meio a conversas e pausas, pensava em quanto sua vida mudara nos últimos cinco anos. Foi assim que chegaram a Hogwarts.

Assim que desceram do trem, formaram suas filas e entraram nas carruagens. Como sempre, foram na mesma carruagem de Neville e Simas. Ainda poderam ver Hermione e Gina entrando juntas numa carruagem junto a Dino e Colin? O que as duas faziam com eles?

- Harry, olha! O que as duas fazem lá?

- E com Creevey e Thomas?

- Creevey? Thomas? Neville estranhava Harry – Por que está chamando-os pelo sobrenome?

- E o que mais estariam fazendo? – perguntou Simas – Estão indo para o castelo, ué! Além do mais, Dino e Gina não são namorados? Nada mais normal que andarem juntos...

Namorados... Harry ainda não tinha entendido esta história, mas agora, quando a via com Dino...

- Namorados! Vou conversar seriamente com ele. Onde já se viu? Namorar a minha irmã... Belo amigo!

- Quando ela gostava do Harry você não dizia nada – disse Neville

- É. Você nunca me disse nada!

- Ora, Harry. É que eu sempre soube que você nunca namoraria com ela.

NUNCA!

As carruagens partiram em direção ao castelo. Do lado de fora fazia uma noite bonita. A lua estava cheia, brilhante, e as estrelas eram muitas, formando desenhos, imagens, fazendo pensar. Em alguns instantes as carruagens atingiram o castelo. Ao sair, Harry avistou seu amigo, Hagrid.

- Olá, Hagrid!

- Olá, Harry. Olá, Rony. Como estão?

- Bem Hagrid! Muito bem!

- Bom, nos vemos lá dentro, Harry. Rony, venha me ajudar – e dirigindo-se para os outros alunos – Primeiro anistas, primeiro anistas. Aqui, por favor.

- Tchau, Harry. O dever me chama. Nos vemos lá dentro. Ei, nanicos, por aqui!!!

Os alunos se dirigiram ao salão principal e se sentaram em suas respectivas mesas. Gina encontrou Harry e Neville e se sentou perto deles com Dino. Logo chegaram Rony e Hermione. Dali em diante tudo correu normalmente. Dumbledore fez seu discurso e então pediu para que McGonagall fizesse a seleção.

- Primeiro ano, façam fila aqui na frente. Assim que eu disser seus nomes, venham aqui na frente. Quando forem escolhidos, dirijam-se às mesas de suas casas.

Um murmurinho foi ouvido, junto ao barulho dos alunos andando, mas em instantes o salão voltou a ficar em silêncio. A seleção, então, começou a ser feita.

- Lindsey, Diana.

A menina de olhos e pele clara e cabelos escuros se dirigiu ao banco.

- Sente-se querida e fique olhando para frente.

- CORVINAL! – gritou o chapéu seletor depois de um tempo.

- Johnson, Patrick.

- GRIFINÓRIA!

- Lockhart, William.

- LUFA-LUFA!

- Lockhart? Será parente daquele maluco? – perguntou Rony

- Marshall, Devon

- SONCERINA!

Depois disso vieram muitos outros como Pámela, Ana – Soncerina; Grow, Macaulay – Grifinória; Texas, Patty – Corvinal; Dias, Fabrízio – Corvinal; August, Mark – Lufa-lufa. Depois que Wallberg, Denise foi para a Grifinória, a Profª McGonagall voltou a falar.

- Bem, espero que todos estejam contentes com suas casas e que façam por merecer estudar em Hogwarts. Agora o diretor tem mais alguns rec...

BLAM! Um barulho ensurdecedor veio da porta e instantaneamente todos se viraram para olhar. Uma figura estranha, usando uma capa preta com capuz estava parada no fim da sala, em frente à porta, que obviamnte acabara de “fechar”.

- Quantas vezes teremos que avisar que atrasos não serão permitidos? 50 pontos menos para... é... qual sua casa? – falou a Profª McGonagall

- Não tenho casa, Profª - disse a pessoa em baixo da capa – Não ainda! Acabei de chegar. Desculpe a demora.

- Como pode ter acabado de chegar? – perguntou Snape – O trem chegou a tempos.

- Acho que se trata de uma transferência, Prof. – disse Dumbledore, que olhava para a capa como se já soubesse quem estava lá.

- Sim. Só cheguei agora porque vim voando.

Por um segundo o barulho do salão foi ensurdecedor. “Voando?” “Como ela pode ter vindo voando?” “Será que ela tem um Ford como vocês, Rony?” “Gostei deste jeito sombrio”.

- Silêncio! Silêncio! – Dumbledore aquietou os alunos – Você dizia...?

- Que vim voando... É... Carro voador. E... não vim de trem porque... os papéis da transferência não tinham chegado a tempo. Eles estão aqui, comigo – e o vulto balançou umas fiolhas de pergaminho.

- Então, venha! – disse a Profª McGonagall

O vulto começou a andar em direção a mesa dos professores. Todos os alunos tentavam ver quem era a tal pessoa, mas ninguém conseguia ver o seu rosto. Ela foi andando observada por todos. Todos, menos Gina, reparou Harry.

- Rony, olha! Rony!

- Quê, cara?

- Olha sua irmã. Ela ta quieta, triste. Que ela tem?

- Ela ta triste porque não trouxe aquela pena. Sabe, não se pode trazer comunicadores permanentes pra Hogwarts. Assim, ela vai ficar sem falar com a nossa prima.

- Ah! Que bom! – pensou Harry.

- Aqui estão os papéis Profª - disse a pessoa de capuz.

- Muito bem. Então quando eu disser o seu nome, suba no banco. Vejamos... onde está...

O vulto olhou para trás enquanto a Profª procurava seu nome nos papéis. Neste instante, a cicatriz de Harry doeu. Ardia tanto que ele até pensou que fosse o Lord das Trevas que tinha entrado no castelo. Mas não, Voldemort não entraria assim. E Dumbledore sabia quem era o vulto, ou pelo menos, era o que parecia.

Quando a cicatriz parou de doer, Harry percebeu que tudo tinha ocorrido em poucos segundos, que a capa já virara de costas para ele e que a Profª McGonagall já estava dizendo seu nome.

- Weasley, Phalcon.

Quando o vulto tirou o capuz, todos puderam ver uma menina de uns 16 anos, com cabelos mesclados de negro e vermelho. Gina subtamente ficou em pé, junto com Rony.

- O que ela tá fazendo aqui?

- Então esta era a surpresa! – Gina sorria muito.

A garota de cabelos rubro-negros se dirigiu à cadeira. Antes de colocar o Chapéu Seletor, o mesmo já reclamou:

- Outra Weasley? Pensei que tinham acabado. E afinal, para que me usar? Todos sabem que os Weasley vão para...

Mas parou de falar quando encostou na cabeça da garota. Esperou um pouco e então disse:

- SONCERINA!

- O quê? Como assim? – a menina estava incrédula.

- SONCERINA! – gritou o chapéu.

Todos começaram a falar. Como poderia uma Weasley ir para a Soncerina?

- Deve haver algum engano, Profª - disse a Weasley

- Nunca houve um erro feito pelo Chapéu Seletor, menina.

- Profª, por favor. Eu... eu sou uma Weasley!

- E desde quando sobrenome diz em que casa se fica? Deveria estar honrada em cair na Soncerina – disse Snape.

- Profª, por favor, me deixa tentar de novo.

- Hum... Sente-se. Rápido!

Mas não foi preciso nem colocar o Chapéu. Só de se ver em cima da cabeça de Phalcon, ele já berrou a plenos pulmões:

- SONCERINA, SONCERINA, SONCERINA, SONCE...

- Ahhh!!! Chega! Chega!

Quando olhou, percebeu Phalcon que todos a olhavam sérios. Toda a mesa da Grifinória menos... menos Gina. Gina ainda sorria.

- Vá para sua mesa Srta. Weasley. Não há mais nada que possa fazer. Você é uma Soncerina.

Antes de descer, Phalcon ainda olhou para sua prima e disse baixinho: “me desculpe”. Pode ler um “desculpar de quê, sua boba?” nos lábios sorridentes de Gina e foi se sentar. Sentou-se entre um menino baixo e gordo e um outro com cabelos tão claros que poderiam ser considerados brancos. Olhou em direção à mesa da Grifinória e viu o rosto de Gina, chateado, mas feliz. Ao seu lado estava um outro rosto muito sério, quase frio, mas que mostrava tristeza nos olhos. Era Rony.

- Será que ele está bravo por eu estar na Soncerina ou será que ainda pensa em...

- Não queria estar na Soncerina, é? Que absurdo! Tantas pessoas querem vir pra cá, e você não..Deveria ter mais cuidado com o que diz, garota, do contrário você pode...

- Cabelos brancos, olhos azuis sem profundidade nenhuma, tom ameaçador pensando que mete medo em alguém... Você é um Malfoy.

- Sim, e como você sabe, nós Malf...

- Se você não reparou ainda, eu sou uma Weasley. E como Weasley, a minha maior vergonha é ter me transformado numa Soncerina. Mas é claro, você não entende isso. Vocês Malfoys adoram ser Soncerinos... Não têm senso do ridículo.

Draco queria responder a afronta da garota, mas não conseguia encontrar palavras.

Dumbledore voltou a falar e o banquete teve início. Dali, os alunos foram cada um para seus aposentos e Harry e os meninos ficaram sem poder falar com a nova Weasley. A menos, até o outro dia.

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