A verdade



Draco acordou com o corpo todo dolorido, devia ter sido acertado por mais de um feitiço, ao menos estava inteiro, olhou ao redor, estava preso numa cela, será que sua traição já tinha chegado aos ouvidos de Voldemort, ou Lucio o salvaria mais uma vez para manter “a honra da família”, ouviu passos, alguém se aproximava, Draco se levantou, olhou quem se aproximava, Dimitri d’Lupon, um carrasco de Voldemort, então não estava sobre os domínios de Lucio, Voldemort já sabia de sua traição, teve pena de sua própria carne nesse momento, e teve razão em ter.

Depois de sofrer os efeitos da maldição Cruciatos vezes sem conta, já não lembrava muito claramente quem era, foi nesse estado que o levaram a presença do Lorde das trevas.

Ola Draco – sibilou Voldemort –, como esta se sentindo? Será que já se arrependeu de ter preferido seu amor a uma traidora do próprio sangue ao amor por seu mestre? Sim, o seu pai fez o favor de me contar toda a sua linda estória de amor, e devo lhe confessar que a acho deplorável, para uma pessoa de sua estirpe, ao menos a estirpe que você deveria ter. Mas sabe como o meu coração é generoso, e depois de muito pensar... Resolvi que devo aceitar sua opção, você já escolheu seu lado Draco, e é a ele que vou lhe entregar, quero que veja como será bem recebido entre os aurores, soube que sua cabeça esta valendo muito entre eles, como ficaram surpresos ao chegar ao trabalho pela manha e encontrá-lo de graça. Levem-no daqui.

Gina acordou, mas não teve coragem de abrir os olhos. Não queria voltar para aquela dor, talvez não mexessem mais com ela se pensassem que dormia, mas então ouviu uma voz familiar.

Ela já esta dormindo há três dias. – disse Molly aflita – Quando vai acordar? Quando nós a trouxemos, vocês me disseram que ela ia acordar no mesmo dia, o que esta havendo?

Senhora, o normal seria isso, mas tende entender que a sua filha passou por um trauma muito grande – disse a enfermeira paciente -, ela não esta com problema nenhum físico, é tudo psicológico, ela acordara em seu próprio tempo, e nós não podemos fazer nada quanto a isso.

Gina considerou seriamente a possibilidade de estar delirando. Como podia ser verdade o que estava ouvindo? Como podia ter saído daquele lugar horrível? Ficou com medo, mas abriu os olhos, tornou a fechá-los rapidamente, a claridade excessiva do quarto machucava sua visão, tentou novamente, não estava delirando, se encontrava realmente num hospital, alguém tinha lhe tirado daquele lugar horrível, começou a chorar de alivio, quando deu por si estava já soluçando, chamou por sua mãe entre as lagrimas. Molly não coube em si de felicidade, depois que se recuperou correu para chamar a família, logo os Weasley estava em seu quarto.

Como vim parar aqui? – perguntou Gina – Como sai daquele lugar?

Ora Gina não esta obvio? –perguntou Jorge.

Seus heróis aqui te salvaram – completou Fred.

E foi um bocado difícil – disse Rony.

Ora Rony – disse Fred – não tem direito de se gabar, seu desempenho foi o pior de todos nos.

É se não fosse pelo Malfoy... – então Jorge parou no meio da frase, tinha falado besteira.

Draco? – perguntou Gina, ficando logo atenta, pensou melhor e viu que se encaixava, como eles poderiam saber onde ela estava sem a ajuda de Draco – Então ele procurou vocês no final das contas?

Gina devia ser mais grata – disse Arthur –, se não fosse por ele, oras eu não quero nem pensar...

Devo admitir que nunca esperei isso dele – disse Gina, estava furiosa por dever sua vida a ele, justo a ele –, gostaria de saber o que vai fazer agora, se ele atacou os comensais junto com vocês deve ter sido expulso do partido das trevas, deve esta fugindo agora, a menos que ele tenha muito prestigio pelos seus belos feitos e tenha sido perdoado.

Gina, na verdade... – Gui ia falar mais não soube como continuar.

Gina os comensais entregaram ele aos aurores – disse Carlinhos tomando o encargo de contar para si –, caso queira saber, ele estava num estado lamentável, será julgado em breve, será condenado e morto.

O que? – perguntou Gina pasma – Como... Como os comensais o pegaram? E porque o entregaram para os aurores?

Gina, não podíamos ter saído todos de lá se levássemos você – disse Rony pesaroso, estava vendo Malfoy com outros olhos –, ele se sacrificou.

Eu... Eu nunca esperei – disse Gina – nunca pensei... Por que fez isso, eu não lhe pedi isso – ou talvez tivesse pedido, não se lembrava, começou a se levantar –, preciso ir vê-lo.

Gina querida precisa ficar, esta se recuperando – disse Molly aflita, após ouvir toda a conversa calada, sabia que não deviam ter dito nada para ela.

Gina não vai conseguir entrar – disse Arthur –, ele esta sendo guardado por aurores, nós já tentamos interceder por ele, contamos que ele a tinha salvado, não serviu de nada, acho que estão tentando usá-lo para elevar a moral dos que lutam do nosso lado, sabe que Draco já causou serias perdas para nós quando entrou para o partido de você – sabe – quem, querem vingança agora.

Eu sou uma auror – disse Gina –, não vão me impedir de entrar.

Bem talvez... – disse Arthur.

Gina estava em frente a Azkaban, tomava coragem para entrar, se deparar com seu passado, e agora seu presente, nunca pensara depois de tanto tempo que viria a Azkaban para falar com ele, sempre pensara que viria para trazê-lo preso, devia a ele sua vida e isso lhe era insuportável. Resolveu parar de bancar a boba e entra logo, seria mais difícil se ficasse adiando.

Era um lugar pestilento, devia ser resquícios dos dementadores, ficou enjoada, forçou-se a continuar, encontrou a primeira barreira, mostrou a autorização que tinha conseguido para entrar, um auror a acompanhou ate a cela de Draco. Preferia ter morrido nas mãos do pai dele, a vê-lo como estava, não havia um décimo do Draco que conhecia naquele ser encolhido em sua frente.

Talvez não consiga entender o que ele diz – preveniu o auror –, ele foi torturado muitas vez, não sei como não ficou como os Longbotom, ele se recuperaria completamente se tivesse tempo, mas será morto em breve, não sei o que pode falar com ele, mas tem o tempo que quiser, pode me chamar quando terminar, mas enquanto fala, tende ficar trancada com ele.

Draco? – chamou insegura quando foi deixada sozinha – Draco esta me ouvindo? – ele estava jogado num canto com a cabeça baixa parecia não ter percebido a sua presença, olhava para a parede o olhar perdido, perecia ver mais do que estava em sua frente, agachou-se junto dele. Tocou seu rosto, ele finalmente a olhou, seu olhar estava meio vidrado e ele demorou a reconhecê-la. Gina odiou a si mesma, mas não pode impedir que uma lagrima solitária rolasse sue rosto, droga o que estava acontecendo com ela, Draco não tinha recebido nada mais do que merecia por tudo o que já fizera a mando de Voldemort, mas...

O que esta fazendo aqui? – perguntou Draco lentamente.

Eu vim vê-lo – disse limpando o rosto – agradecer pelo que fez, não tinha por que me salvar...

Claro que tinha - disse Draco, pareceu ficar mais lúcido naquele momento, talvez já estivesse ficando melhor.

Não, não tinha – disse Gina –, estragou sua vida, será morto agora e por minha causa.

Não me arrependo de nada que fiz – disse Draco balançando a cabeça –, de nada, tudo teve um motivo.

De nada? – perguntou Gina, tinha desviado o olhar.

Foi necessário me tornar comensal – disse Draco –, se é a isso que se refere. Fiz isso por você, embora não saiba.

Como pode dizer que foi por mim? – perguntou Gina irritada – Você me destruiu.

Mas ficou viva – disse Draco tranqüilo, queria a muito se livrar do peso que carregava.

Do que esta falando? – perguntou Gina, não estava mais entendendo nada.

Lucio nos descobriu Gina – disse Draco dando de ombros –, fiz um pacto com ele, sua vida, para que eu entrasse no partido do lorde das trevas.

O que? Eu não posso acreditar. –disse Gina, seu mundo estava despencando, tudo no que acreditara... – Você teria me contando, não seria idiota a ponto de me esconder isso.

Não foi idiota – disse Draco –, você esta viva ate hoje não esta?

Mas a que preço? – disse Gina – Ao preço de nós dois, porque não falou para mim, porque não perguntou a minha opinião, eu nunca aceitaria o seu sacrifício.

Por isso mesmo não lhe contei – disse Draco.

Havia outros meios – disse Gina, tudo o que acreditava todos esses anos era mentira, tudo o seu ódio por Draco não tinha fundamento, tudo caia por terra com uma facilidade assustadora.

Não havia – disse Draco –, assim como não havia outro meio agora.

Sacrificou-se por mim duas vezes – disse Gina –, tem idéia do quanto isso é idiota, e do quanto é enorme a minha raiva por você.

Mais ou menos – disse Draco, um leve ensaio de sorriso apareceu em seus lábios.

O que farei agora? – perguntou desolada, tudo o sentia por Draco e reprimira todos esses anos aflorou com aquele sorriso, maldito sorriso, demorava a aparecer, mas quando vinha, fazia um estrago enorme.

Posso opinar? – perguntou Draco, ainda tinha o sorriso bobo nos lábios, não esperou por resposta – Me dê um beijo de despedida.

Gina olhou para ele triste, Merlim como sofreria se ele morresse, repousou a mão em seu rosto e selou a boca dele com a sua, como tinha podido ficar tanto tempo sem isso? Como pudera ficar tanto tempo sem ele? Droga, não podia deixar que ele morresse, precisava dele como não precisava de muita coisa em sua vida, estivera morta por todo o tempo em que ficaram afastados, só vivera realmente enquanto estava com ele. Afastou-se e o olhou longamente.

Não será o ultimo – disse Gina, abraçando-o com força e se levantando –, não deixarei que morra.

Não pode fazer nada – disse Draco.

Tentarei – disse determinada.

Não vai conseguir – disse Draco –, não há como me salvar por meio da força. Mas se quer mesmo ter uma chance, procure por Dumbledore.

Dumbledore? – perguntou Gina, ficou surpresa com essa indicação – O que ele pode fazer por você?

Ele é minha única chance – disse Draco –, esta fora do país, não deve saber o que esta acontecendo, se achá-lo saberá de tudo e poderá me ajudar.

Onde ele esta? – perguntou Gina.

Eu não sei – disse Draco, balançando a cabeça -, mas tende se apressar, o julgamento será amanha, se for condenado serei morto amanha mesmo.

O que? Do que esta falando? – perguntou Gina espantada – Seu julgamento não foi marcado ainda.

Sim, ele já foi marcado – disse Draco –, eles deram um jeito de me encaixar, acho que sou o bode expiatório da vez.

Nota da autora: E então? Ira o nosso Draquinho de salvar, ou morrera ele sem conhecer a paz ao lado de seu grande amor e de seu filho? Hauhauhauhaua, o que eu posso fazer? A personagem da disney com que mais me indentifico é a Malévola. Bjos...

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