Um Weasley



Gina estava num estado lamentável, tinha meio que desistido de Christopher, como se em seu coração senti-se que ele não estava ao seu alcance, não conseguia mais voltar ao mundo real, estava agora permanentemente longe, se sentia irreal, não registrava mais as coisas e seu olhar se encontrava perdido, estava sozinha em casa, ao menos que se lembrasse, parecia que seus irmãos e seu pai tinham ido trabalhar e Molly tinha dito algo como vou ver se o ministério tem alguma noticia, mas não lembrava claramente se era isso mesmo, ou se isso tinha sido ontem, tudo se confundia em sua mente como se estivesse permanentemente dopada. Tudo mudou quando ele chegou.

Gina estava vagando em algum lugar de sua mente quando ele apareceu, o maldito miserável, aquele que parecia impossível aparecer num momento de tamanha dor, ou talvez não, já tinha ouvido falar que a desgraça sempre vem acompanhada, só não sabia que por tão péssima companhia. Por isso demorou tanto tempo para entender o que estava acontecendo, olhou o visitante inesperado, não o reconheceu a principio, seu estado de letargia não o permitiu, mas aos poucos seu cérebro foi captando, ligando essa imagem às de há muito tempo atrás, foi detectando as mudanças que ocorreram no rosto, tinha se tornado mais duro, mais firme, provavelmente de tantas maldades que já fizera, mas nesse ponto seu cérebro se ligou completamente e gritou pela varinha, a mão de Gina voou para a cômoda onde a varinha encontrava-se jogada, Draco estava preparado para isso.

Áccio varinha – disse Draco.

O que faz aqui maldito?- perguntou Gina, apesar de impossibilitada de usar a varinha começou a se preparar para atacar, nem que tivesse de usar as mãos.

Eu vim para conversar – disse Draco.

Não tenho nada para falar com você – disse Gina – vá embora.

Gina... Eu sei de Christopher - disse Draco.

O que? – perguntou Gina, sua voz morreu nesse ponto.

Eu sei do nosso filho – disse Draco.

Ele é meu filho – disse Gina –, não tem nada haver com você e com seu sangue ruim.

Gina, eu não queria... Eu – Draco não consegui falar, um momento de silencio constrangido se seguiu.

Como soube dele? – perguntou Gina, finalmente – A não ser que... Foi você, você o roubou... Devolva-o, devolva-o para mim.

Gina pulou em Draco, os dois acabaram caindo no chão, Gina cravou suas unhas no rosto dele, queria matá-lo, o maldito alem de tudo o que já lhe tinha feito, agora roubara seu filho, eles rolaram no chão Draco tentando imobilizá-la, sentiu o sangue escorrer por seu rosto, a briga durou alguns segundos, apesar da fúria de Gina, Draco era bem mais forte, ele terminou montado em cima dela, segurando suas mãos para que ela não lhe cortasse mais, Gina continuou se contorcendo.

Eu não o peguei – disse Draco -, eu juro não o peguei, nunca o tiraria de você, nunca, eu juro, já sabia dele antes, sabia de sua existência desde que ele nasceu, não o peguei antes Gina, nem o peguei agora, ele não me pertence, ele é seu, eu tenho consciência disso.

As lagrimas começaram a escorrer do rosto de Gina, tentou detê-las, mas não conseguiu, Draco a soltou, ela cobriu o rosto com as mãos, ele se levantou foi para longe dela, sabia que se ficasse perto desejaria abraçá-la, assim como também sabia que ela o rejeitaria, ficou olhando para a janela perdido em pensamentos esperando que ela se recompusesse.

Por que veio se não esta com ele? – perguntou Gina.

Por que eu sei onde ele esta? – disse Draco baixinho.

O que? Você sabe? – perguntou Gina sem acreditar.

Gina ele... Ele esta como meu pai – disse Draco olhando finalmente para ela.

Seu pai... Mas como? Por que? – perguntou Gina – Para que ele o quer? Como ele soube de Christopher?

A enfermeira, Sylvia contou para ele – disse Draco -, ele o quer, por que ele é um Malfoy.

Ele não é um Malfoy – disse Gina.

Sei que não é – disse Draco -, mas para ele Christopher é um Malfoy.

Traga-o de volta – disse Gina – eu o quero de volta.

Gina eu não posso fazer isso – disse Draco fitando o chão -, não agora, quero dizer, como algum tempo talvez eu possa convencê-lo, mas eu não sei Gina, eu não sei.

Traga-o de volta nem que seja a força – disse Gina.

Eu não posso, você não entende – disse Draco –, isso poria vocês dois em perigo.

Eu não me importo, quero meu filho de volta – disse Gina –, onde ele esta? Se não pode trazê-lo eu irei buscá-lo.

Gina escute o que eu estou dizendo – disse Draco –, se eu o roubar de Lucio ele vira atrás de vocês, vai quere pegar o menino novamente, vai querer matá-la.

Não me importa – disse Gina –, prefiro a morte a ver meu filho criado por gente da sua laia.

Gina – Draco sentiu um punhal entrando em seu peito -, eu não sou como eles.

No que me diz respeito você é igual a eles – disse Gina.

O que fará se eu o trouxer de volta? – perguntou Draco – O que fará para defendê-lo quando eles vierem atrás de você? Por que caso eu ainda não tenha mencionado, o Lorde das trevas também tem interesse em que o menino seja educado pelo nosso lado.

Depois pensarei nisso – disse Gina.

Sugiro que pense nisso agora – disse Draco –, pois eles não vão demorar nem meio dia para vir atrás de você.

Eu quero meu filho – disse Gina entre dentes.

Quando pensar num bom modo de protegê-lo, e a si mesmo, eu o pegarei para você – disse Draco –, ate lá, eu ficarei de olho nele, sou o seu pai apesar de tudo.

Draco desaparatou.

Onde esta o menino? – perguntou Draco, para Lucio.

Trancado no quarto – disse Lucio.

É para isso que o quer, para prendê-lo? – perguntou Draco.

Sabe muito bem para que o quero - disse Lucio – e se tivesse passado cinco minutos aqui como ele também o prenderia, o menino não para de falar da mãe, acho que puxou do pai esse gosto lamentável.

Então por que não me deixa levá-lo de volta? – perguntou Draco.

Oras, não precisa ser tão dramático – disse Lucio –, uma semana aqui e ele não vai lembrar nem que tem mãe.

Não se puxou ao pai – disse Draco.

Ora, poupe-me dessas baboseiras Draco – disse Lucio –, não vou lhe entregar o menino.

Vou entrar para falar com ele – disse Draco.

Veja se não tenta nenhuma bobagem – ameaçou Lucio.

Encontrou Christopher encolhido num canto tremendo e chorando, lhe veio a mente uma imagem de si próprio fazendo a mesma coisa quando era pequeno, um ódio sem limite queimou em seu coração, Lucio faria Christopher passar por tudo que ele próprio passara, não podia deixar que isso acontecesse, Gina tinha razão, tinha de tirar Christopher o mais rapidamente possível de perto de Lucio, ou ele destruiria o menino.

Quando Christopher viu Draco correu para ele e abraçou suas pernas com toda a força que seu pequeno corpinho possuía, Draco abaixou e abraçou o filho de volta, aos poucos ele foi parando de tremer.

Esta tudo bem Christopher – disse Draco –, eu vou tirá-lo daqui o mais rápido que puder.

Você promete? – perguntou Christopher.

Eu prometo – disse Draco –, vou devolvê-lo a sua mãe.

Draco foi embora, queria procurar por Gina, tinha que contar a idéia que tinha lhe ocorrido.

Gina recebeu um bilhete de Draco, dizendo que queria encontrá-la.

Eu o trarei de volta para você – disse Draco.

O que o fez mudar de idéia – perguntou Gina desconfiada.

Coisas minhas – disse Draco –, agora há uma condição.

Qual? – perguntou Gina.

Gina, aquilo que eu falei de que eles vão querer pegá-lo de volta é serio – disse Draco -, então eu concordo em trazê-lo para você, se tiver certeza de que vocês dois ficaram em segurança.

E como seria isso? – perguntou Gina.

Gina embora você ignore que eu saiba, - disse Draco – eu sei que você teve Christopher num hospital trouxa, então eu pensei e tive uma idéia, talvez pudessem se esconder entre os trouxas por algum tempo.

Esta fora de cogitação – disse Gina.

É pela segurança dos dois – disse Draco.

Eu tenho um emprego, você sabia disso? – perguntou Gina – Dei duro, durante anos para me tornar uma auror, não posso simplesmente largar o trabalho.

Gina é pela sua segurança – insistiu Draco.

Eu sei me cuidar sozinha, obrigada – disse Gina.

Ai céus, como você pode ser tão cabeça dura? – perguntou Draco – Ao menos Christopher então, talvez você pudesse deixar Christopher com eles por um tempo.

Esta sugerindo que... Que eu dê o meu filho? – perguntou Gina.

Estou sugerindo que preze pela segurança dele – disse Draco.

Eu... Eu concordo – disse Gina, baixou a cabeça –, vou falar com Dumbledore, ele tem contatos entre os trouxas.

Vou planejar tudo então – disse Draco –, ate a próxima.

Ela concordou – disse Draco para Dumbledore – ao menos em deixar Christopher com os trouxas.

Sei disso, ela veio falar comigo – disse Dumbledore a expressão carregada.

Isso resolve a segurança de Christopher – disse Draco -, mas ela continua correndo perigo, nem cogitou a possibilidade de se esconder junto com Christopher.

Eu compreendo – disse Dumbledore.

Pois eu não – disse Draco frustrado.

Ouça rapaz – disse Dumbledore muito serio –, eu sei que gosta muito dela e que queria poder protegê-la, mas o fato é que esteve longe dela por muito tempo, ela passou por muitas coisas das quais você não tem conhecimento, e isso sem a ajuda de ninguém, agora não pode chegar depois de quatro anos, e pedir que ela fique passiva sobre sua proteção.

Eu só quero o bem dela – disse Draco se defendendo.

E pensa que ela quer o que? Se matar? - perguntou Dumbledore.

É o que parece – disse Draco –, o jeito com se comporta imprudentemente, não sei como esta viva ate agora.

Draco pare de duvidar da capacidade dela – disse Dumbledore cansado –, é como você disse, ela esta viva ate hoje, isso não é sorte, ela é tão boa quanto você, isso se não for melhor.

Draco sabe onde Christopher esta – disse Gina para sua família, não tinha falado para eles que se encontrara com Draco, mas já que ia recuperar seu filho, precisava contar para das represálias que podiam sofrer – Nós vamos pegar ele de volta.

Draco? – perguntou Arthur – Draco Malfoy?

Como...Como falou com ele? – perguntou Molly, atordoada – Onde Christopher esta?

Foi Lucio quem o pegou – disse Gina.

Lucio? – Gina viu os olhos de seu pai brilharem de raiva, quando falou o nome do antigo inimigo.

O que ele quer com meu neto? – perguntou Molly.

Também é neto dele – lembrou Gina a contra gosto –, aparentemente ele não gosta do filho que tem e quer pegar o meu para substituí-lo.

Gina isso não faz nenhum sentido – disse Gui.

Sei que não faz – disse Gina -, mas para ele deve fazer, só sei que vou buscar meu filho de volta.

Como vamos fazer isso?- perguntou Fred.

Vamos tomar o lugar de assalto? – perguntou Jorge.

Vocês não farão nada – disse Gina –, eu vou buscá-lo com Draco.

Querida, não acha que vamos deixá-la fazer isso sozinha, acha?- perguntou Molly.

Eu não vou deixar que se envolvam nisso – disse Gina –, ele vai querer pegar Christopher de volta, vocês já vão correr risco suficiente por estarem no caminho ate mim, Draco e eu resolveremos tudo, não quero que vocês se envolvam e não deixarei que o façam.

Gina é muito arriscado – disse Rony.

Justamente por isso não os quero envolvidos – disse Gina -, eles viram atrás de mim e de Christopher, vou deixá-lo longe do mundo bruxo, Dumbledore já esta providenciando uma família de trouxas.

Família trouxa – disse Molly perplexa -, esta pegando Christopher de volta para dá-lo a trouxas.

Isso não será permanente – disse Gina.

Certo, certo – disse Molly –, não será permanente, será só ate matarem-na, ai então poderemos buscar nosso neto.

Molly não diga isso – disse Arthur.

Mas é a verdade Arthur – disse Molly –, não esta vendo? Ela esta indo para morte, e no meu do caminho vai deixar nosso neto par viver com trouxas.

É o único meio que tenho para salvá-lo –disse Gina.

Não vejo salvação alguma nisso – disse Molly –, ele estaria melhor com Lucio Malfoy.

Para crescer e virar um servidor de Voldemort? – perguntou Gina – Não acredito que esta falando serio.

Ao menos você e ele estariam bem – disse Molly.

Alguém mais pensa isso? – perguntou Gina, todos ficaram calados como que concordando – Eu não credito em vocês, eu não acredito.

Gina foi embora.

Eles não querem que eu o pegue de volta – disse Gina para Draco –, disseram que preferiam que Christopher ficasse com seu pai, a que eu o pegasse e o deixasse para viver com os trouxas.

Eu entendo o lado deles – disse Draco.

Pois eu não – disse Gina –, ate você disse que preferia vê-lo com os trouxas que com seu pai.

Disse isso porque não tenho exatamente muitas opções – disse Draco –, se não ajudar a trazer Christopher de volta você o fará sozinha e provavelmente morrera tentando, prefiro ajudar, mesmo pensando que não é certo e garantir ao menos a segurança dele. Já que a sua não esta ao meu alcance.

Pensei que não quisesse que Christopher ficasse com seu pai – disse Gina.

E não quero – disse Draco -, mas preferiria deixá-lo com meu pai e ficar de olho nele, a que ele tivesse que ficar com os trouxas. E você fosse morta, o que provavelmente será.

Eu não o quero junto do seu pai – disse Gina.

Eu sei, mas isso é por que você não esta vendo pelo lado de sua família – disse Draco -, eles preferindo isso, mostram que confiam em mim, como pai de Christopher, é como se fosse ruim por Christopher estar longe deles, mas ao menos o pai dele estaria de olho nele, você não consegue ver isso por que não confia em mim.

Acha que tenho alguma razão para confiar meu filho a você? – perguntou Gina – Você já me traiu no passado.

Eu tive motivos para fazê-lo – disse Draco.

O que? – perguntou Gina irônica – Servir a seu mestre?

Os motivos não importam mais. – disse Draco – Eles não vão mudar o que aconteceu.

Tem razão, – disse Gina – não temos que falar nisso, você me chamou aqui por que teve uma idéia de como pegar Christopher, me diga qual é.

Poção polissuco. – disse Draco – Vou dar um jeito de tirar Lucio de lá, você tomara a poção, e vai pegar o menino de volta.

Poção polissuco? – perguntou Gina pasma – Isso demorara semanas.

Eu já tenho a poção – disse Draco -, sobrou de uma missão que...

Não precisa dizer mais nada – disse Gina –, eu não quero saber. Se já tem a poção esta tudo bem, quando será feito?

Quando quiser – disse Draco.

Amanha? – perguntou Gina.

Eu providenciarei – disse Draco –, fique com a poção, e com o cabelo dela.

Quem é ela? – perguntou Gina.

A mulher que o tomou de você – disse Draco e desaparatou.

Tudo esta se encaixando perfeitamente - disse Draco -, levarei Lucio nessa suposta missão, isso fará com que Gina possa recuperar Christopher, prenderemos os comensais e Lucio ira para Azkaban, não poderá se vingar de Gina.

Realmente – disse Dumbledore, embora parecesse um pouco desconfiado –, também não esperei que esse problema pudesse se resolver com tanta facilidade.

Tenho certeza que o Lorde das trevas não sabe quem é a mãe de Christopher – disse Draco -, não saberá a quem perseguir, o único problema é Sylvia, mas farei com que ela se cale.

Nota da autora: Reviews... por favor... Bjão

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