Comensal da morte?



Gina acordou assustada, alguma coisa arranhava sua janela, finalmente identificou a origem do barulho, havia uma coruja do lado de fora tentando lhe entregar uma para abrir a janela, a coruja entrou e pousou em sua cama esperando que ela pegasse a carta, quando Gina retirou a carta a coruja levantou vou e foi embora.

Abriu a carta cheia de curiosidade e antes de lê-la seus olhos se dirigiram para o nome de quem a havia enviado Draco Malfoy, seu coração acelerou, estava louca para receber noticias de Draco, passara toda a féria de verão preocupada, a guerra no mundo bruxo havia se intensificado e não tinha noticias de Draco desde que se separaram na plataforma, tinha medo que algo pudesse ter lhe acontecido ou que tivesse aderido ao partido das trevas. Leu ansiosa, o que estava escrito.

Gina
Preciso falar com você, me encontre na orla da floresta que há perto de sua casa amanha, não mande resposta, acho que minha correspondência esta sendo vigiada. Quer você vá ou não eu a esperarei toda à noite, mas se puder, por favor, não deixe de ir, preciso realmente lhe falar.

Saudades Draco Malfoy

Gina ficou ainda mais preocupada, afinal por que alguém ia querer vigiar a correspondência de Draco? Se alguém estava tão preocupado com quem escrevia para ele só podia ser por que ele estava envolvido nessa guerra. Arrepiou-se com esse pensamento, gostava muito de Draco mais do que poderia descrever, mas por nada nesse mundo ficaria com Draco se ele fosse para o lado de Voldemort.

Deitou-se na cama e se cobriu tentando se proteger desse pensamento. Como faria para encontrar Draco era o que deveria pensar, não tinha autorização para sair à noite nos tempos atuais e tão pouco podia sair escondida pela janela de seu quarto, este ficava a muitos metros do chão. Resolveu que pensaria nisso pela manha, já estava cansada demais e não conseguia pensar direito.

Passou quase que toda noite se mexendo sem conseguir dormir direto, quando se levantou de manha estava mais cansada do que antes de dormir. Desceu as escadas de pijama e só encontrou Rony, achou estranho, sua mãe sempre estava em casa de manha, só saia a serviço da ordem à noite. Ficou irritada, não poderia perguntar nada a Rony, ele continuava sem lhe falar e mesmo que fosse importante, sentia que teria que se esforça muito para lhe dirigir a palavra.

Rony não só havia pisado no seu orgulho como quase colocara toda a família contra ela, assim que eles chegaram em casa semanas atrás, ele se encarregou de contar a toda a família de seu namoro com Draco, eles caíram em cima dela com tudo o que podiam, mas Gina não cedeu um passo que fosse e eles acabaram desistindo, isso pareceu deixar Rony ainda mais irritado e ele evitava abertamente sua presença. Gina a muito que havia deixado de se importar com o que Rony pensava dela ou como agia quanto a ela.

Foi preparar seu café da manha e ignorou a presença de Rony, este a despeito do costume que desenvolvera nas últimas semanas não se retirou quando ela chegou, continuou sentado aparentemente escrevendo alguma coisa.

Gina não deu importância, continuou fazendo sua comida e quando terminou sentou-se de frente para ele fingindo que não o tinha visto, Rony se mexeu desconfortavelmente na cadeira, ela sorriu para si mesma Rony não gostava de ser ignorado e agora o papel havia sido invertido.

Começou a comer ainda o ignorando, Rony então passou um papel para Gina por sobre a mesa, ela resolveu irritá-lo um pouco mais e não leu o papel ate terminar de comer fazendo isso bem devagar, podia ate sentir a raiva de Rony aumentando e isso lhe encheu de prazer, era bom fazê-lo pagar pelo que lhe havia feito sofrer. Finalmente leu o que ele lhe havia escrito no bilhete, dizia que sua mãe havia saído numa missão especial para a ordem e que passaria todo o dia fora.

Já ia largar o papel quando viu que tinha algo mais escrito, lá dizia que sua mãe a tinha incumbido de fazer comida para ela e para Rony, pois não tivera tempo de deixar nada preparado, Gina sentiu um prazer enorme em pegar uma pena e lhe escrever uma resposta e ficou ainda mais feliz quando viu a cara de Rony quando leu o que ela havia escrito. “Vire-se sozinho”, não se sentiu nem um pouco culpada em saber que Rony ia comer comida queimada o dia todo, (Rony não sabia nem fritar um ovo) aquilo era menos do que ele merecia.

Subiu para seu quarto, já tinha em mente como faria para se encontrar com Draco, e com apenas Rony em casa ficaria ainda mais fácil. Esperou ate ouvir Rony subir as escadas e quando ouviu a porta do quarto dele se fechando se encaminhou para a porta de seu quarto, abriu a porta com cuidado e desceu as escadas sem fazer barulho, quando chegou à cozinha um cheiro desagradável de queimado invadiu suas narinas, um sorriso apareceu em seus lábios, parecia que Rony não comera muito bem. Saiu de casa e foi ate o quintal, arrombou o armário de vassouras e pegou uma que ela sabia, ninguém sentiria falta, voltou para seu quarto sem fazer barulho.

Depois de esconder a vassoura desceu para arrumar a bagunça que Rony havia feito na cozinha, sentia que essa sexta demoraria a passar, então se ocuparia do máximo de coisas que pudesse. Passou o dia todo arrumando a casa, quando terminou ainda nem era hora do jantar, foi tomar banho, fez seu jantar e novamente deixou Rony se virar para fazer sua comida, subiu para seu quarto e pegou os livros que usaria este ano em Hogwarts, começou a lê-los, pensou que pelo menos estava fazendo algo de útil com seu tempo, quando chegasse à escola já teria alguma parte do assunto adiantado.

Depois de algum tempo estudando os olhos de Gina começaram a pesar, ela lutou contra o sono, mas havia trabalhado tanto o dia inteiro, estava cansada demais. Acabou dormindo e sonhou com coisas estranhas das quais não se lembrou depois, só se acordou às três horas da manha, quando viu que horas eram estava tão sonolenta que nem se lembrou do encontro com Draco. Sentiu fome e ia descer para comer alguma coisa quando se lembrou dele, seu coração apertou com medo de que Draco pudesse já ter ido embora, trocou de roupa o mais depressa possível, apanhou a vassoura e a fez flutuar em seu quarto para que pudesse montá-la, saiu o mais devagar que pode flutuando pela janela e só então ganhou velocidade em direção a floresta.

Sentiu maravilhada quando o ventou bateu em seu rosto terminando de acordá-la, estava frio era verdade, mas maravilhosamente agradável. Voou rapidamente, torcendo para que Draco ainda a estivesse esperando. Finalmente começou a ver a floresta, desceu um pouco de altura foi se aproximando procurando com os olhos quem tanto desejava ver, finalmente o achou, ele parecia já tê-la visto há algum tempo, pois acenava tentando chamar-lhe a atenção. Gina apontou a vassoura para baixo e começou a descer, alcançou o chão e quando deu por si já estava abraçando Draco com força tentando eliminar toda a saudade que sentira de uma só vez.

Draco a espremeu com tanta força entre seus braços, que chegou a doer, mas ela estava alheia à dor, só o que pensava era na maravilhosa sensação de estar nos braços dele e sentir seu cheiro, aquele cheiro que a fazia sair do ar, que a fazia perder os sentidos e a consciência de si mesma. Quando depois de muito tempo se soltaram, começaram a se olhar como que para averiguar se tudo estava como haviam deixado.

Draco voltou rapidamente ao seu jeito normal de ser, voltando a adquirir aquela velha postura de superioridade. Gina não se importou, os breves instantes em que ele se mostrava como realmente era valiam por todo o tempo em que era esnobe e desagradável.

Pensei que você não vinha mais, já estava quase indo embora – disse com sua voz arrastada, parecia irritado – Por que me deixou esperando por tanto tempo?

Eu acabei cochilando e só acordei agora a pouco – disse Gina, mesmo sabendo que essa verdade o irritaria – me desculpe.

Não tem problema, eu não seria o prejudicado se desistisse de esperar e fosse embora – disse Draco com indiferença, tentando disfarçar a sua raiva – na verdade seria irrelevante para mim se você viesse ou não, não é minha família que esta em risco.

O que você esta dizendo? – perguntou Gina assustada – O que há com minha família?

Draco se arrependeu logo em seguida da forma como tinha dito aquilo, passara quase que todo o dia planejando como seria a melhor forma de tocar no assunto, mas quando ela disse que se atrasou porque dormiu e esqueceu dele, ficara tão furioso que quis fazê-la sofrer de algum jeito, agora estava furioso consigo mesmo pele sua idiotice, querer magoá-la por causa de um momento de descontrole não era digno dele. Como faria agora para tirar aquela aflição que havia se alojado nos olhos de Gina?

Não há nada com seus pais – disse tentando concertar a besteira que havia feito – eles estão bem.

Como não há nada com eles, você acabou de dizer... – um medo ainda maior apareceu nos olhos dela -... Eu nem sei se eles estão em casa...

Virou-se para ir embora, mas Draco a deteve segurando seu braço.

Gina, eles estão bem! – falou Draco com urgência – Eu vou lhe explicar tudo.

Gina não fez mais menção de ir embora, então Draco lhe contou tudo o que sabia, sobre como a família dela estava atraindo a atenção de Voldemort, pela grande participação que tinha no grupo de defesa organizado por Dumbledore, que Voldemort já estava começando a se irritar com as interferências excessivas deles, que em breve se eles continuassem com isso Voldemort ia acabar querendo se vingar.

Draco falou tudo da melhor maneira que pode, mas não fez diferença alguma, quando ele terminou de falar, Gina estava pálida, sem conseguir falar, Draco percebeu isso e a abraçou, isso a ajudou a se sentir melhor.

O que...Que devo fazer? – perguntou gaguejando – Você - sabe - quem vai acabar matando-os todos.

Gina, fale com sua família – disse Draco –, faça com que eles pararem um pouco com toda essa atividade, mesmo que seja por pouco tempo, ate que a atenção do Lorde das trevas se volte para outro lado.

Eu não sei se posso convencê-los – disse Gina, preocupada – estão envolvidos demais nisso tudo.

Eles não precisam parar por completo, é só diminuir a atividade um pouco, para não chamar tanta atenção – disse Draco –, é como eu disse, sua família esta interferindo demais nos planos do Lorde das trevas, mas se eles pararem um pouco...

Draco parou de falar, Gina havia se afastado dele repentinamente, Draco olhou para ela achando seu afastamento estranho e constatou que Gina tinha ficado ainda mais pálida.

O que foi Gina? – perguntou Draco.

Como você sabe de tudo isso Draco? – perguntou Gina desconfiada – Como você sabe que minha família esta desagradando tanto você - sabe - quem? Draco você...Você esta participando dessa guerra?Você virou comensal?

Que? Gina é claro que não – disse Draco – eu prometi a você que não ia tomar partido nessa guerra, não foi?

Então como você sabe de tudo isso? – pergunta Gina sem acreditar – Como pode saber ate o que você - sabe - quem pensa?

Gina, meu pai fugiu de azkaban – falou Draco – bem ele...Ele é um comensal como você sabe, e eu me encontro com ele de vez em quando, ele me disse tudo o que acabei de lhe contar.

Draco você esta falando a verdade? – perguntou Gina, desconfiada.

Que? Gina claro que estou, que droga por que não acredita em mim? – pergunta Draco com raiva.

Se for verdade o que diz me mostre seu braço – disse Gina.

O que? – perguntou Draco agora furioso.

Quero ver se você tem ou não a marca negra em seu braço – falou Gina determinada.

Tem certeza que quer realmente ver? – perguntou Draco, a voz não mais que um sussurro, por causa da fúria contida.

Tenho – falou Gina.

Draco levantou a manga da camisa e mostra o braço, a pele branca como leite estava intocada sem marca alguma, Gina suspirou aliviada, Draco escondeu logo o braço se virou, foi caminhado ate sua vassoura para ir embora.

Espere aonde vai? – perguntou Gina.

Vou embora – falou Draco num sussurro – já não esta satisfeita, viu que não havia marca alguma, não viu?

Draco me desculpe, mas eu precisava ver – falou Gina.

Eu sei que precisava, afinal por que deveria confiar em mim? – falou furioso.

Draco o que esperava que eu pensasse, você chega aqui sabendo de tudo isso, como quer que eu não desconfie? – perguntou Gina.

Queria que confiasse, pelo fato de eu ter vindo ate aqui contar tudo o que sei – falou Draco agora gritando - quando poderia ter ficado calado e deixar toda a sua família maldita explodir bem longe de mim.

Gina se encolheu quando ele gritou aquilo, parou de segui-lo, sabia que não adiantaria tentar impedi-lo, o havia magoado desconfiando dele, mas também sabia que não podia deixar de comprovar com seus próprios olhos, se Draco era ou não um comensal, resolveu deixá-lo ir e esperar que sua raiva acabasse.

Ficou observando Draco ir embora ate que ele sumiu completamente de vista, montou sua vassoura e foi voando lentamente de volta para casa. Agora sentia que tinha alguma coisa comprimindo seu coração, sabia que não era só por causa de sua família, estava preocupada com Draco também, no meio dos acontecimentos daquela noite, esquecera completamente de perguntar sobre o que ele havia escrito na carta, sobre estarem vigiando sua correspondência, sabia agora que não era por ele ser um comensal, mas isso não a deixava mais tranqüila, não conseguia imaginar que outros motivos teriam para querer saber dos assuntos dele...

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