a carta do Sr.Weasley



No meio da noite Rony escutou algumas pancadas na janela. Abriu os olhos mas não teve coragem de olhar, um medo o invadiu. As pancadas continuaram, até que Harry também acordasse.
-Mas o que está acontecendo? Levantou-se o garoto.
-Harry, cuidado! O som está vindo da janela.
Harry então empunhou a varinha na direção do som e foi caminhando lentamente. Ao se aproximar da vidraça, soltou um suspiro de alivio.
-É apenas uma coruja!
-Uma coruja? No meio da noite? Por Merlin! Quem mandaria uma coruja uma hora dessas?
Mas Harry não estava mais ouvindo o amigo, estava mais preocupado em abrir a janela para que a pobre coruja pudesse entrar e não congelasse lá fora. Os dois amigos se sentaram na cama e prestavam atenção nela.
-Para quem será? Perguntou Rony.
-Bem, só há uma maneira de descobrir.
Harry começou a desenrolar o fino pergaminho que estava preso na pata da ave.
-Então Harry, o que diz ai?
-Bem..é para você Rony.
-Para mim? Quem me mandou uma carta?
-Seu pai.
Rony tomou a carta das mãos do amigo que estava um pouco pálido. O garoto leu a carta o mais rápido possível. Sua cara foi ficando muito seria e um nó se formou em sua garganta. Ele olhou para o amigo que já tinha lido a carta antes dele e disse ironicamente:
-As coisas estão piorando não é?
-Rony, você não tem que fazer isso..
-Eles precisam de mim.
-E nós também. Eu, você e Hermione somos um trio.
Rony olhou para o chão. Sua cara era de profunda tristeza. Lembrou-se então que agora pouco sua amiga estava com uma carta na mão e dizia o tempo todo que a mandaria para a Bulgária. Seu coração estava quebrado.
-Sabe, Hermione nem faria tanta questão sobre isso.
-Rony! Não confunda as coisas! Nós três somos amigos, independente dela gostar de você ou não, ela continua sendo sua amiga! Harry finalmente tinha explodido. Não suportava ver Rony daquele jeito por causa de Hermione.
-Mas é meu pai que está pedindo Harry..
-Eu sei, mas nós vamos procurar uma outra solução.
-Se eu fizer isso, vai ser melhor para todos. Poderia nos ajudar muito e..
-Não Rony. Conversaremos amanhã sobre isso.
Harry estava visivelmente nervoso, não queria conversar sobre aquela carta agora. Nem ele e nem Rony dormiram bem. Os dois pensavam no que tinham acabado de ler a cada minuto. A coruja, para piorar a situação, não conseguia ficar parada dentro do quarto. Harry achou melhor deixa-la somente amanha junto com as outras corujas, pois estava muito tarde e muito frio.

Rony e Harry se levantaram na mesma hora. Os dois estavam com cara de sono, pois nenhum deles conseguiu pregar os olhos.
-Bom dia. Disseram os dois simultaneamente.
Eles sorriram um para o outro. Rony achou que talvez fosse o momento de tocar no assunto novamente.
-Sabe Harry, sobre ontem..
-Agora não Rony, vou levar essa coruja para junto das outra..ela já fez muito estrago aqui.
Rony ficou em silêncio. Pensou um pouco e achou melhor não continuar, pois Harry não parecia nem um pouco feliz.
-Pode deixar Harry, eu levo essa coruja.
Harry olhou com uma cara desconfiada. Pensou uma, duas vezes e disse:
-Tudo bem. Mas não vá fazer nenhuma besteira.

Rony estava indo para o corujal juntamente com a coruja que tinha lhe entregado a carta de seu pai. Ela estava no ombro do garoto e pela primeira não fazia barulho. O caminho estava vazio, pois ainda era muito cedo. Os raios de sol ainda estavam muito claros e por mais frio que estivesse o sol parecia brilhar mais do que o normal. Ele ia pensando no que o seu pai tinha lhe dito e não percebeu que uma garota estava saindo pela porta do corujal no mesmo instante em que ele tentava entrar. A colisão foi inevitável.
-Me desculpe. Disseram os dois na mesma hora.
-Hermione!?
-Rony!?
Os dois ficaram estáticos. A coruja que antes estava no ombro de Rony voou para junto das outras que estavam nas janelas.
-O que você está fazendo aqui? Começou Hermione.
-O que VOCÊ está fazendo aqui. Respondeu Rony aborrecido, já sabendo a resposta.
-Não, eu perguntei primeiro Ronald Weasley. Você veio me espionar?
-Está maluca? Para que eu faria isso?
Hermione foi ficando corada, parecia segurar as palavras dentro de si.
-Bem..vo-você sabia que eu mandaria uma carta para Víktor.
-Ora Hermione, não me venha com essa. Você sabe muito bem que eu não tenho nada a ver com isso. Você pode mandar cartas para quem quiser, namorar com quem quiser..EU NÃO ME IMPORTO!
-EU TAMBÉM NÃO ME IMPORTO! Você pode correr atrás daquela asquerosa da Lilá, está perdendo seu tempo aqui.
Os dois estavam com as bochechas inchadas de tanta raiva. Trocavam ofensas e comentários mentirosos.
-Não vou mais perder meu tempo aqui. Disse Hermione enfurecida.
-Pode ir, você já mandou a carta para seu namoradinho.
Hermione sentiu que poderia explodir. Estava com raiva de Rony, acabada por ele não sentir ciúmes dela e de Krum. Ela virou-se novamente para ele e disse.
-É, já mandei a carta para o meu NAMORADO.
Rony ficou imóvel. “namorado?” pensou ele. Na verdade, ele só havia dito aquilo para enfezar a amiga, não acreditava que era verdade. A cara dele foi se contraindo e Hermione foi se sentindo vitoriosa, mas antes que ela pudesse comemorar ele se recompôs e disse:
-Parabéns! Finalmente alguém notou você.
Hermione sentiu uma vergonha brotar dentro dela. Rony se odiou por ter dito aquilo, tinha ido longe demais. A garota parecia desolada e ele realmente pensou em pedir desculpas, mas a garota gritou com plenos pulmões.
-RONALD WEASLEY, EU ODEIO VOCÊ!
E saiu correndo e esbarrando nele. A garota ia chorando e soluçando ao mesmo tempo, as lagrimas já tinham tomado parte de todo seu rosto.

Rony ainda estava no corujal. Não tinha mudado um centímetro da posição que estava. Continuava com a cabeça baixa e os lindos cabelos tampavam-lhe os olhos. “Acho que agora seria uma boa hora de responder a carta do papai, me desculpe Harry” pensou o garoto.

Harry não viu nenhum dos amigos o dia todo. Achou muito estranho isso, pois tudo bem Rony não querer assistir aula, mas Hermione também? Era praticamente impossível a amiga perder uma aula. Algo dentro dele dizia que eles deviam ter tido outra briga, talvez por causa da carta que Rony recebera. Harry tinha certeza que Hermione não reagiria bem.
As aulas já tinham terminado e Harry voltava sozinho para a sala comunal da Grifinória. Foi passando pelo corredor quando viu que em uma das salas uma forte luz estava brilhando. Ele estranhou, pois sabia que uma hora dessas mais ninguém deveria estar lá. Foi se aproximando vagarosamente e abrindo a porta. Dentro da sala estava Hermione sentada de costas para a porta e preparando algum tipo de poção que Harry não conseguira identificar. A garota ainda não tinha notado a presença do amigo de tão concentrada que estava, ele concluiu que devia ser alguma coisa muito importante para a amiga não ter ido as aulas. Ele foi se aproximando da garota e prestando mais atenção na mistura que ela fazia. Harry sabia que conhecia aquilo de algum lugar, mas não conseguia se lembrar.
-Hermione, o que está fazendo?
A garota levou um baita susto e deixou derramar algumas gotas a mais de sangue de cobra.
-HARRY! É você! Queria me matar de susto?
-Desculpe. Só queria saber o que tinha acontecido com você e Rony, não os vi o dia todo.
-Hum..ele deve está se agarrando com Lilá.
-Ora Hermione, você sabe que ele..
-Não me importa Harry. Já está tarde. Vamos.
Hermione tirou todo o liquido que estava preparando de dentro do pequeno caldeirão e colocou em um frasquinho. Ela se levantou e escondeu o pequeno frasco em um dos armários da sala. Harry achou muito estranho e perguntou:
-Mas afinal, o que é isso?
-Nada Harry. Nada.
Ele não quis mais insistir. Mas enquanto caminhavam para a sala comunal, ele ainda tentava se lembrar de onde conhecia aquela poção.
-Harry?
-Sim?
-Você tem certeza que não viu meu livro? Eu realmente preciso dele.
-Desculpe Hermione, mas eu não vi.
-Tudo bem. Eu posso me virar sem ele.
Quando chegaram no salão comunal da Grifinória cada uma foi para o seu dormitório. Ao entrar no seu quarto, Harry deu de cara com Rony.
-Rony! Finalmente! Onde você estava?
O garoto não respondeu nada. Harry então notou que ele tinha uma aparência péssima. Estava com ar cansado, com olhos inchados. Harry foi sentindo uma preocupação subir seu pescoço.
-A carta rony. Você não a respondeu, certo?
Harry ainda tinha uma pontinha de esperança dentro dele. Mas o silêncio de Rony confirmou o que ele não queria.
-Você tinha me prometido Rony!
O rosto do amigo foi ficando cheio e Harry teve a impressão que ele ia explodir. De repente Harry viu uma coisa que não esperava ver. Rony caiu no choro feito uma criança, e gritou no meio de soluços:
-VOCÊ NÃO ENTENDE HARRY!Nada mais me prende aqui. É insuportável estar do lado dela sem poder tocá-la, sentir o perfume dela sem poder abraçá-la, olhar ela mandar cartas para aquele jogador que é muito mais velho que ela. Ela está namorando com ele. NAMORANDO HARRY! Você acredita nisso?
Rony explodiu de uma vez. Harry começou a se comover, o amigo nunca tinha lhe parecido tão frágil.”Ele realmente ama ela” pensou. Rony foi parando de chorar, foi se acalmando e continuou:
-E eu vou poder ajudar você com isso Harry. Você é meu melhor amigo, praticamente um irmão e o que eu poder fazer para ajudá-lo eu farei.
-Mas é muito perigoso.
-Não importa. Não é apenas Harry Potter que tem coragem aqui não é? Brincou o ruivo.
Harry ficou um pouco lisonjeado pelo amigo se arriscar tanto para poder ajudá-lo, mas ainda não estava convencido que isso seria o melhor a fazer.
-Essa é sua decisão Rony?
-É Harry, já mandei minha resposta.
Eles se olharam por um instante e se abraçaram fortemente. Harry e Rony eram realmente melhores amigos e nada que pudesse acontecer destruiria aquela amizade.



[Geeeeeeeente, comentem por favor..isso me dá mais animo para escrever. Vocês gostaram desse capitulo? Eu tentei colocar mais dialogo por que fica mais legal, não é? Eu acho que eu devo terminar ela em mais dois capítulos, espero que estejam gostando]

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