RISCOS



CAPITULO 6 – RISCOS...

Ela estava próxima... “Próxima demais pro meu gosto!!!”
A pulsação de Severo estava disparada, o sangue não circulava em suas veias, e sim voava por todo o seu corpo. Ele podia sentir o perfume que exalava da nuca dela, o calor que emanava daquele corpo branco; estava usando todo seu auto controle para não fazer uma besteira.
“Ela é minha prima... Ela é uma sangue ruim... Ela é minha prima...” Ficou repetindo essa espécie de mantra mentalmente, como que se somente sua racionalidade não desse conta da situação.
Ela pareceu se divertir com a situação, pôde sentir que estava afetando-o. Não queria torturá-lo (N.A.: Nãããããããããoo.. ‘magiiina... ¬¬), mas sim mostrar QUEM tinha maior poder ali. Ele podia ter uma varinha e muitos poderes mágicos, mas ela havia vivido nas noites de Londres, apostando com homens em bares, enchendo a cara sempre que podia (e quando não podia, dava um jeitinho...), sabia muito bem como fazer para assumir o controle de uma situação. O fato de ele ser seu “priminho” só facilitava as coisas.
Ela se afastou bruscamente dele e se jogou novamente na cadeira, deixando-o parado no ar, com o rosto de alguém que acabou de ver um basilisco.
_ Então priminho... – o rosto dele se contraiu ao ouvir como ela o chamara – ...onde vou dormir?
Ele respirou fundo duas vezes, recobrando o bom senso – e com ele o mal humor.
_ Ora, ora... Porque você não tenta tirar uma cama de dentro da sua “mochila fantástica”?
_ Ahhh... Você sabe, não é... Na pressa de sair de casa eu esqueci de encaixá-la no meio das roupas... E além do mais... O “Mágico de Oz” aqui é você e não eu. Sou apenas uma “inocente” garotinha que quer voltar para o Kansas. – ele revirou os olhos.
_ Não existe mais UMA célula inocente na sua pessoa! – ela riu com gosto – E quem é “Oz”?!?
_ Deixa pra lá...
_ E sobre onde você vai durmir... SE VIRE!!!! Não é problema meu! Você apareceu aqui sem eu pedir, não mandei você ser tão tonta!
_ Nossa priminho... Eu já lhe falei que você grita demais? – e mudando sua expressão para uma carinha de cachorro que caiu da mudança – Você é muito mal pra mim... Eu não te fiz naada. – ela cantarolou a última palavra como criança que não admitir nunca que apronta.
Até dava pra acreditar na “inocência” dela, se não fosse o sorrisinho malicioso que teimava em aparecer no canto da boca dela e o brilho maroto que nunca abandonava seus olhos negros.
Snape (Severo) apenas levantou-se e se direcionou para a espaçosa sala que estava em outro salão de pedra menor no outro extremo da caverna. No meio do caminho, parou, sacudiu a cabeça, apontou displicentemente a varinha para um canto da caverna e conjurou uma cama de casal com dosséis de cortina negra, igual à outra que estava no outro lado da caverna. Ela sorriu internamente. “Homens... Tão fáceis de manipular.” Então foi até a ante-câmara com o biombo para trocar de roupa, colocar uma camisola (N.A.: ki diabos uma camisola tava fazendo numa muchila de alpinismo? É, a gnt tbm naum sabemos... o.O) e ir dormir... Afinal, o dia esteve beeem longe da definição de “normal”.
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Ele simplesmente desabou em um das poltronas espaçosas de couro negro.
“Bom, pelo ao menos eu disponho de algum conforto...”
Suspirou pesaroso, olhando em volta a casa improvisada para seu refúgio “temporário”. Sala. Quarto. Uma biblioteca trazida de sua antiga casa. Mas nada de seus materiais de poções, nenhum caldeirão, nada que pudesse ajudá-lo nesse momento. Suspirou novamente.
“Eles devem querer que eu apodreça aqui... Jamais viriam me buscar novamente.”
Voltou a pensar no que ocorrera a quase um mês. Era sempre assim, como uma maldição, um pesadelo, sempre esperando um momento que ele baixasse a guarda, que parasse de pensar nas outras coisas, para seu carrasco voltar, pronto para mais uma sessão angustiante, em que o deixava com ainda menos vontade de continuar. A única coisa que o impedia de tirar a própria vida era a sede de vingança, de Voldemort, de Lucius, de todos que foram contra Dumbledore. Esse era o único motivo que o mantinha vivo dia após dia, pensando, imaginando, tramando um meio, uma forma de realizar seu desejo.
“E Ellen?” disse uma vozinha no fundo de sua cabeça.
“Que é que tem ela?”
“Ela também não é um motivo, um BOM motivo para você continuar vivo?”
Ele instintivamente girou a cabeça para o outro lado da caverna. Cortinas negras fechadas.
“Deixe de ser idiota!”
“Quem é idiota aqui? Eu só pensei o obvio. Você que parece que ainda vai me dar um bocado de trabalho pra admitir alguma coisa.”
“Eu não gosto dela!”
“E quem falou em gostar? Ora, ora... temos algum progresso aqui... Viu só? Quem disse foi você mesmo, eu não pensei nada desta vez.”
“Mérlin me dê forças, minha consciência é louca, maluca, acho que foi o tempo sozinho, sem ver ninguém, me deixou pirado.”
“Nossa, mais um avanço! Você descobriu que tem uma consciência!”
“Do quê você está tentando me convencer sua consciência maluca?”
“Eeeeeu? Naaada...” Severo quase pôde ver na sua frente a cara “quase inocente” de Ellen.
Ellen. Ellen. Esse nome não parava de ecoar em sua mente agora. “Ótimo! Conseguiu o que queria sua consciência maluca: me deixar senil!” Ele voltou a observar a cortina negra que estava fechada em volta da cama de Ellen. Se arrepiou.





















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