Problemas de Acomodação



CAPITULO 4 – PROBLEMAS DE ACOMODAÇÃO...


_ Tudo bem, tudo bem... – eles se separaram lentamente e, quando perceberam a [falta de] distância entre si, afastaram-se corados – Errr... Então Severo... Posso lhe chamar de Severo?
_ Pode. – a expressão dele estava mais leve.
_ Ah, tudo bem... Então Severo, como eu farei para descer a encosta?
_ Como assim?
_ Como eu vou fazer para descer a encosta da montanha e voltar para a aldeia? Entendeu ou quer que eu desenhe? – ele estreitou os olhos
_ Olha aqui! Você pode ser uma suicida em potencial, querer sair daqui com este lugar repleto de Gigantes sanguinários, mas eu não sou masoquista Srª Ellen Snape! – foi a vez dela estreitar os olhos.
_ Primeiro lugar: pode parecer, mas eu não sou suicida em potencial... – e olhando desdenhosamente para ele – Se bem que me arriscar a passar mais de 10 min com você já é um atestado de insanidade... – ele pareceu inchar de indignação – Segundo: é SENHORITA Ellen Snape! – ignorou o sorriso enviesado dele – E em terceiro lugar: VOCÊ QUER QUE EU FAÇA O QUÊ??? QUE EU DURMA AQUI????? – e diante da expressão, ou melhor da falta de expressão dele – Ahhh não!! Nem vem! Não dá! Não mesmo! Pode ir tirando essa idéia da sua cabecinha!
_ Menina CALMA!!!! Vê se sossega porque se não você tem um colapso nervoso! – quando ela pareceu que ia responder a provocação ele a cortou – E eu não pensei nisso, eu decidi! Você está a fim de sair por aí, desfilar esse lindo corpinho para os gigantes? Esteja à vontade, eles vão adorar apresentá-la aos amigos, sabe, eles adoram uma sobremesa!
Ela pareceu se render diante dos argumentos dele, porque se jogou se costas na cama, cruzou os braços e fechou a cara!
_ E aí?
_ E aí o quê?
_ O que o quê?!
_ Você não pode pelo ao menos fingir que é uma pessoa normal enquanto conversa comigo? – perguntou ele cansado, ela sacudiu os ombros em sinal de desdém.
_ Posso, mas irritá-lo é mais engraçado... Mas, voltando à minha pergunta inicial: Como eu vou trocar de roupa aqui?
_ Ahh.. É isso... – respondeu ele, seu rosto adquirindo um tom rosado – Pode ir para aquela antecâmara ali. – e com um gesto da varinha fez aparecer um biombo dividindo as duas partes da caverna.
Ela pegou sua mochila e direcionou-se para o local que ele apontou. Quando percebeu que estava fora do campo de visão dele, começou à tirar a roupa que estava grudada em seu corpo e trocar por outra limpa e seca, enquanto pensava em sua “adorável” situação.
“Quem ele pensa que é? Prepotente! Arrogante! Só estou aqui porque ainda estou meio desnorteada. É coincidência demais ele ser meu ‘priminho’. Eu pensei que meu pai nunca falasse neles por causa de alguma desavença com o Tio Tobias, mas não imaginei que fosse porque eles eram... Eram... Oras! Não é tão difícil acreditar que ele é um b-br-bruxo, afinal... Ele não é dos piores... Pode não ser flor que se cheire, mas que ele é até aproveitável, ah isso ele é...”
E sorriu maliciosamente ao perceber o que estava pensando.
“Tsc tsc... Que pensamento feio Ellen...”
“Feio nada... De feio ele não tem nada! Mas pena que ele é meu primo...”
“Ué... Mas não dizem que primo não é parente?”
“Ora ora... Estou vendo que minha mente pervertida está raciocinando melhor do que a parte racional da minha mente!”
“Nós já tivemos alguma parte racional?”
“Bom...”
“Se já tivemos eu quero que você me lembre quando...porque o barman daquela boate em Londres tem que conhecer esse nosso lado comportado para que possamos voltar a freqüentar o lugar.”
“Vamos parar com essa discussão maluca entre as partes divergentes da minha mente? Eu vou ficar doida... E não há a mínima possibilidade de ele se envolver comigo.”
“Por que não? Pense nisso como um desafio minha querida... Você... Ele... Caverna... So-zi-nhos...”
“Hummm... A proposta parece tentadora... E além do mais, não tenho nada para passar o tempo”
“É isso aê!!! Vai fundo menina!”
“Ai meu pai... Eu estou recebendo conselhos de minha consciência... Pára de pensar besteira Ellen!”
“Está bem! Está bem! Não está mais aqui quem pensou...”
“Acho bom mesmo!”
Ela mudou a roupa que iria vestir, ajeitou o cabelo e saiu, ele estava sentado numa poltrona perto da fogueira, de costas para ela. Parecia muito concentrado em alguma coisa, pensamento distante...
Ela veio por trás dele, tentando não assusta-lo e falou bem baixinho no ouvido dele:
_ Pensando na vida Severo?
Ele se sobressaltou com isso. “Não exatamente. Na falta de vida, para ser mais exato, Srtª. Snape”. Virou-se rapidamente para responder a ela, mas engoliu em seco. “Essa vai ser uma longa noite...”
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