Visões e Alucinações



Capitulo 13


Os primeiros raios de Sol invadiram o dormitório dos garotos.


Harry fora o primeiro a se levantar e já estava vestido quando o dia clareou.


A noite tinha sido agitada, por causa do que sucedera no dia anterior em Hogsmead. Ele não conseguira esquecer o olhar de Dumbledore perante a explicação dos acontecimentos. Permitindo traduzir através dele que o perigo os rondava a qualquer instante e que as forças de Voldemort estavam apertando o cerco.


Mas não tinham sido só esses motivos, que transtornaram o sono a Harry. As visões embaraçosas continuam a invadir e a visitar seus pensamentos com maior veracidade. Uma delas, muito elucidativa, que o levou a constatar a autenticidade dos seus devaneios. Lhe permitindo fazer a ligação através dum objecto que guardara sem noção, fazia meses.


Entre os objectos que guardava na sua gaveta, se encontrava uma pequena medalha de ouro. Ele não sabia a razão, de como teria surgido ali. Mas seu sonho revelara, quem seria a sua proprietária. Só não conseguia acreditar no motivo que o levara a ficar com ela. Talvez porque temia descobrir algo mais por detrás daquelas revelações figurativas.


Consultou o relógio, era ainda muito cedo. Caminhou decidido para fora do dormitório e só parou quando atingiu o gramado verde dos campos de Hogwarts. Depois olhou em redor e retomou a caminhada até ao campo de Quadribol, aproveitando para relaxar um pouco. Mas não seria por muito tempo que se sentiria descontraído.


Sentada de costas no meio da área de jogo, uma garota de cabelos ruivos esvoaçantes lhe chamou a atenção. Ela parecia concentrada nas argolas, que habitualmente eram disputadas pelo time da Grifinória e das outras Casas de Hogwarts.


Apesar de abrandar o passo, Harry continuou avançando até ela, imprimindo no seu caminhar uma cadência ritmada, que chamou a atenção da garota e a fez voltar assustada.


- Harry! – Murmurou surpresa.


- Que faz aqui tão cedo Gina?


- A noite não foi muito agradável. - Explicou nervosa. – E você?


- O mesmo motivo. – Harry falou ao mesmo tempo que se sentava ao lado dela.


Por alguns segundos nenhum dos dois disse nada e foi Gina quem quebrou o silêncio:


- Sonhei com a Câmara Secreta.- Declarou com angústia.


- Outra vez? Não me diga que Voldemort está…?


- Harry, eu sempre sonhei com isso, mesmo antes do Senhor do Mal tentar invadir minha mente o ano passado.- Ela explicou impetuosa. – E… Eu nunca esqueci isso! - Rematou magoada.


- Eu sei… me desculpe!- pediu abalado.


- Está desculpado. - Ela falou fitando as argolas novamente dum jeito ansioso. – Eu também tenho que pedir desculpa por descarregar em cima de você o meu nervosismo sobre o dia de ontem.


Harry suspirou inquieto.


- Não faz mal.


- Agora começo a entender, as suas reacções perante o perigo e o seu vaticínio - Afirmou sincera. - Tal como Dumbledore nos falou ontem…nossos destinos se cruzam…


- Sim …porque, eu e você somos os únicos garotos do nosso grupo que estiveram perto de Voldemort, que sentiram o seu poder e…que sobreviveram. E porque ele não admite derrotas e muito menos que nós dois, jovens imaturos, ultrapassemos a sua força e a sua supremacia no mundo mágico…


- Entendo…


- Eu faço parte daquela maldita profecia com ele e esse é um motivo muito forte para o Senhor do Mal me odiar…mas você … Eu daria tudo o que tenho na vida, para que não fosse envolvida nessa trama macabra – Ele suspirou abalado. – Porém seu destino está enlaçado injustamente com o meu, quando na verdade eu devia aguentar sozinho com todas as consequências que me estão profetizadas.


- Harry…não diga isso… você também não merecia tal malvadez.


Os dois se fitaram em silêncio. Até que Harry rompeu a surdina.


- E se mudássemos de assunto?


- Óptima ideia – o rosto de Gina se iluminou – E que tal irmos tomar o pequeno-almoço?


- Tenho que confessar que é uma boa decisão! – Harry concordou rindo, ao mesmo tempo que sacudia a poeira das calças e depois ajudava a jovem a se levantar.


Aquele pequeno gesto atrapalhou os dois e ambos tropeçaram um no outro. Gina voltou a sentir a grama, arrastando Harry atrás dela.


- Ó Meu Deus, desculpe!- ele murmurou embaraçado com o rosto bem próximo do dela e se levantou assustado com as reacções do seu corpo.


- Não. A culpa foi minha….eu deveria ter tido mais cuidado. – Gina falou com a respiração acelerada e as faces ruborizadas ajeitando a saia com desassossego.


- É melhor irmos andando


- Sim – ela assentiu inquieta, enquanto Harry percebia o mesmo brilho estranho e afectado do dia anterior.


Os dois caminharam em silêncio até ao Castelo, até que Gina reduziu o passo estacando junto duma arrecadação de vassouras, localizada num dos corredores que davam acesso ao salão nobre.


- O que se passa Gina?


- Você se lembra quando nos escondemos aqui o ano passado, por causa do Pirraça?


- Sim… mas porque está lembrando isso?


- Desde a minha recuperação que este lugar me dá uma sensação esquisita.


- Esquisita como?


- Há um lapso nas minhas lembranças sobre este lugar – ela meneou a cabeça ansiosa – mas…deixe para lá deve ser loucura minha…


- Não por favor continue! – Harry solicitou abalado.


- Me lembro de sua cicatriz ter doído e você cair de joelhos no fundo do armário…depois só me lembro da enfermeira vir ao nosso encontro no corredor e você me olhar angustiado.


- Saiba que eu também não me lembro de como viemos parar ao corredor. Sei que deve ter acontecido alguma coisa, porque você tinha lágrimas nos olhos e me olhava magoada.


- Verdade? – Ela escancarou os olhos de pasmo.


- Sim…até agora eu próprio pensei estar ficando demente. – Ele olhou desvairado - mas agora tenho a certeza que algo se passou e apagou essa memória da nossa cabeça.


- Estou começando a ficar assustada. – Ela estremeceu.


Harry mordeu os lábios dum jeito nervoso, a fitando com ar indeciso. Tentando ganhar coragem para perguntar o que lhe ia na alma.


- Me diga uma coisa Gina…


- Sim?


- Você nunca teve sonhos…bom…não são sonhos…são uma espécie de visões e alucinações em que tudo parece demasiado real. Como se você já tivesse vivido aquilo…mas depois acorda para a realidade e…e…


- Você está querendo saber se eu me deparo como o facto e a impressão de que aquilo realmente se passou, mas não sei como nem quando?


- Exactamente…- ele anuiu surpreso com a capacidade de entendimento da jovem a esse respeito – Você já alguma vez passou por isso?


- Sim…- assentiu pouco à vontade – faz meses que as minhas noites são devastadas por esse fenómeno embaraçoso.


- Então já somos dois… - ele falou com voz embargada – e o pior é que você entra neles… Mas eu não tenho coragem para lhe revelar de que forma…


Gina corou violentamente.


- E você também entra nos meus…e…eu… também não… sou capaz…de falar sobre isso…


- Será que as nossas alucinações se coincidem? Porque se elas forem iguais… Eu não consigo sequer acreditar que isso possa ter acontecido… porque na nossa idade isso é demasiado vexativo…


- Harry você acha… que há possibilidade de nós… – ela quase engasgou - …disso ter acontecido?


- Não sei… – Ele olhou desnorteado -… a julgar pelos nossos lapsos de memória semelhantes…


- Isso é… – a jovem escondeu o rosto entre as mãos – … é demasiado ultrajante.


- Meu Deus…- Harry levou a mão ao peito respirando com dificuldade.


Alguns passos ecoaram no soalho do corredor e os dois se voltaram consternados.


- Porque desceram sem nos chamar? – Rony perguntou avançado com Mione com um sorriso irónico nos lábios.


- Gina desceu primeiro… eu a encontrei no campo de Quadribol. – Explicou atordoado.


- É verdade. – A jovem confirmou com o rosto tenso.


- Parece perturbada. – Constatou Mione – O dia de ontem deixou você abalada não é?


- Sim… – Assentiu inquieta.


- É melhor acabarmos a conversa pelo caminho. Está na hora do pequeno-almoço. – Rony falou consultando o relógio.


- Tem razão, está mesmo na hora. – Harry falou em concordância de forma a aliviar o constrangimento da sua conversa com Gina.


Depois da primeira refeição do dia, o trio de amigos se apartou dos restantes colegas e seguiu para a biblioteca com o intuito de acabar alguns trabalhos, para as aulas do dia seguinte.


Mas se Harry já estava tenso, a chegada de Gina, Colin e Luna agravaram a situação. A jovem Weasley corou quando seus olhos encontraram os de Harry. Ambos se fitaram conturbados, até prestarem atenção, ao que os tinha levado ali.


Porém a concentração era algo que naquele momento deixou de existir. Harry abanou a cabeça inquieto. E depois de várias tentativas em focalizar o que estava a fazer, ele fechou os livros e se levantou do lugar decidido. Deixando prostrados de curiosidade todos os alunos, incluindo Rony e Mione , que o viram atravessar a sala da biblioteca até ao pé de Gina.


A jovem olhou surpresa, traduzindo uma ansiedade e um nervosismo pungente. Que era revelado através da sua palidez.


- Precisamos conversar…- Harry falou com desassossego, perante a perplexidade de todos.


- Sim… – ela assentiu com as faces tingidas de vermelho.


Harry esperou que ela se levantasse e depois saíram juntos…


(continua…) E COMENTEM PLEASE!!! - sei que foi desconcertante para algumas pessoas eu não ter escrito logo aquela parte entre Harry e Gina…mas vão ter que ter mais um pouquinho de paciência…não esqueçam que o nome da Fic é “Esqueci mas o coração lembrou…” … eu prometo que vocês vão entender porque fiz dessa forma ;)

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