A árvore em frente ao lago.

A árvore em frente ao lago.



Gina atravessou os gramados e fitou a árvore que havia visto na bola de cristal. Ela deixou sua mochila no chão e se sentou no pé da árvore.
--- Será que alguma coisa vai acontecer nessa árvore? – Se perguntou a menina, imaginando Harry dizendo “Eu te amo” pela primeira vez – Ah...Tomara...Estou lhe esperando Harry Potter... Estou lhe esperando aqui...
Naquele momento, sendo coincidência ou não, Harry apareceu perto dela. A garota sorriu.
--- Harry! – Ela se levantou imediatamente e correu na direção do rapaz, que parecia atordoado.
--- Saia daqui Gina! – Bradou Harry, empurrando-a – Não dá mais tempo...Se esconda atrás da árvore!! Rápido! E não saia daí por nada desse mundo!
Mesmo sem entender nada, a menina o fez. Ao espiar pela lateral do tronco, ela pôde ver que um comensal perseguia Harry e naquele momento duelava com ele pertíssimo da árvore no qual ela estava se escondendo.
--- Vai me pagar Potter!! – Bradou um comensal, irascível. – Vc vai pagar pelo que fez com o lorde há 15 anos atrás!!
--- Expelliarmus! – Gritou Harry.
--- Protego!
--- Obliviate!
--- Finite incantatem!
O comensal conjurou um escudo feito de magia e, com calma e sorrindo ironicamente, apontou a varinha para o garoto.
--- Vc vai pagar! Estupefaça!
Naquele exato momento, Gina, saiu detrás da árvore e correu na direção do feitiço, ficando na frente de Harry, servindo de escudo humano.
--- Gina, não!!!!
O feitiço atingiu a garota, que caiu nos braços de Harry. O comensal desaparatou no gramado. Harry ajoelhou com Gina apoiada em si.
--- Gina...Vc não devia ter feito isso! Não devia! Gina! Gina! Acorda!
O rapaz balançava a garota freneticamente, numa tentativa desesperadora e em vão, de acordá-la. Ela estava desmaiada, suava e não parecia nada bem.
--- Oh Gina...Por que??
Harry levantou-se do gramado e segurou a menina nos braços. Levando-a para a ala hospitalar. Chegando lá, Madame Pomfrey fez um interminável interrogatório. Harry não disse nada alem de que Gina havia sido estuporada e que não podia dizer mais nada antes de falar com Dumbledore. A enfermeira colocou a adolescente numa cama e a examinou.
--- Então?? – Perguntou Harry ansioso.
A enfermeira estava com muita preocupação em sua face. Ela respondeu:
--- Creio que esse estuporamento foi um dos mais fortes que já vi... Temo pela vida dessa menina...
Harry arregalou os olhos verdes. Não, Gina não podia morrer por sua causa...Não, já não bastava a morte de Sirius, a garota que sempre o amou não poderia morrer também!
--- Não, Gina não! – O rapaz correu para a cama onde a menina jazia desmaiada e pegou sua mão fria.
Naquele momento, Rony adentrou na enfermaria correndo, sendo seguido por Hermione e Colin Creevey.
--- Gina!! – Gritou o irmão, da menina, totalmente apavorado. – Meu deus! Madame Pomfrey, ela vai ficar bem, não vai?
--- Ela já passou por coisas piores, Sr. Weasley, mas não posso tirar conclusões precipitadas.
Rony, Hermione e Colin ficaram lá. Harry, sentindo-se culpado por tudo aquilo estar acontecendo, saiu da ala hospitalar e foi até a árvore em frente ao lago.
Ao voltar para o salão Comunal, foi avisado que Rony e Hermione iriam ficar até tarde na enfermaria. Harry resolveu não aparecer por lá. Não queria ter de dar muitas explicações e detalhes do que poderia ter acontecido para que Gina ficasse daquela maneira. Quando estava prestes a subir as escadas para o dormitório masculino, olhou para o local onde havia falado com Gina naquela manhã; Quando olhou para a poltrona na qual a horas atrás estava sentado, viu uma figura loira abaixada, com as mãos no rosto: Colin Creevey.
--- Colin? – Chamou Harry, aproximando-se.
O rapaz levantou o rosto molhado de lágrimas. Harry sentou-se de frente ro aluno, perguntando:
--- Colin...Não pensava que se importava tanto com Gina...
Ao escutar o nome, o rapaz se pôs a chorar mais ainda. O sentimento de culpa estava crescendo cada vez mais dentro de Harry. Já havia explicado tudo a Dumbledore, que disse tudo para quem realmente deveria saber da história. Num intervalo que as lágrimas deram a Colin, ele disse fracamente:
--- Eu me importo muito mesmo... Por que eu amo a Gina...
Harry se jogou para trás, quase fazendo a poltrona cair para trás.
--- Mas sei que ela te ama...Eu escutei tudo essa manhã, estava descendo as escadas e escutei. Também percebi que ela gostava muito de vc por que ela ficou totalmente desligada nas aulas de hoje...Eu não me importo Harry, que vc fique com ela...Eu só quero que ela seja feliz...Não me importa com quem...Só quero que vc nunca a faça chorar...Promete isso para mim?
Harry, diante daquela situação, não conseguiu dizer uma resposta negativa.
--- Ok...
Colin sorriu.
* * * *
--- Como ela está Madame? – Perguntou Harry, duas semanas depois, na ala hospitalar.
--- Ah...Mr.Potter... Não tem tido uma recuperação satisfatória não... Isso me preocupa...Fale com ela...Ela pode escutá-lo e, se tiver sorte, ela pode falar com vc...
Harry aproximou-se da cama de Gina, tirou as flores secas do jarro ao seu lado e colocou novas, recém-tiradas do jardim de Hogwarts. Depois, sentou-se ao lado da menina.
--- Gina? Vc está me ouvindo?
Os olhos amendoados surgiram, devido à dilatação dos cílios da garota. As amêndoas fitaram as esmeraldas por alguns segundos. Um pequenino sorriso formou-se na face de Virginia Weasley.
--- Harry...Vc está bem?
--- Mas é claro que sim Gina...- Respondeu o garoto, segurando firmemente a mão da ruiva. – Gina, eu estou aqui para lhe pedir uma coisa e essa coisa vc promete para mim, que não vai negar?
Ela assentiu com um gesto de cabeça.
--- Quero que vc tenha forças Gina, e que se levante dessa cama o mais rápido possível. Vc tem que ficar melhor!
A mão que estava livre tocou o branco rosto de Harry. Ela amava aquele garoto há anos, mas ele nunca sentiu nada além de admiração por ela...Mas nunca iria desistir.
--- Eu te amo Harry...- rapidamente o dedo indicador da garota tocou os lábios do rapaz, impedindo-o de dizer algo – Sei que vc vai dizer que me adora, não precisa dizer...Não se preocupe Harry, não irei morrer, por que só morrerei em paz quando ouvir de seus lábios a frase que tanto quero ouvir.
Gina apertou o dedo indicador contra os lábios de Harry e, logo depois, tocou no seu.
Dois dias depois...
--- Vamos Gina...Um, dois, pisa, um, dois, pisa...
Todos sorriram ao ver a recuperação da garota, ao entrar, com o auxilio do irmão no Salão Principal. Os alunos levantaram-se, batendo palmas. Ela sentou-se, ao lado de Hermione. Imediatamente, perguntou:
--- Onde está Harry?
Hermione olhou preocupada para a mesa da Grifinoria.
--- Sinceramente, eu não sei Gina... Ele sumiu.
A ruiva começou a ficar preocupada. Comeu rapidamente e tentou levantar-se sozinha, com sucesso. Para ajudá-la, Hermione conjurou uma muleta.
--- Que isso?
A garota sorriu e respondeu:
--- Isso se chama muleta e vai lhe ajudar a andar sem a ajuda de seu irmão. Olhe...
Hermione levantou-se e ensinou Gina como usar o objeto. Como aprendia rápido, em menos de dez minutos, já andava tranqüilamente.
--- Obrigada! – Agradeceu a irmã mais nova de Rony, enquanto saía do salão com a muleta.
Ela procurou Harry por todo o castelo, foi na casa de Hagrid, no Salão comunal, mas não o encontrava. Entretanto, quando foi até o campo de Quadribol, pôde ver que ele estava voando com sua Firebolt.
Ela admirou-o. Mesmo estando a uma distância consideravelmente grande, Gina pôde ver como o vento balançava e bagunçava, os já rebeldes cabelos negros de Harry, fazendo-o ficar com uma aparência mais charmosa do que nunca. O herdeiro da família Potter, depois de um certo tempo, percebeu a presença de Virgínia e pousou sua vassoura, andando em sua direção.
--- Hey Gina! Vejo que está melhor. – Falou.
--- É, estou... Nada que você não consiga fazer não é? – Respondeu a ruiva, ficando com a face mais vermelha que seus cabelos.
Harry deu um sorriso amarelo. Num gesto de vergonha, levou as mãos ao topo da cabeça e coçou seu couro cabeludo. Gina por pouco não faz o mesmo, já que o silêncio estava ficando extremamente constrangedor.
--- Bom Harry...Eu já vou...
No momento no qual Gina ia tomar impulso com sua muleta para ir embora, a mesma tropeçou, caindo sobre a grama do campo de Quadribol, bem em cima de Harry.
Os cabelos cor de fogo espalhavam-se sobre o rosto do rapaz. Gina tentou se levantar, mas sua mão escorregou no gramado. Os narizes de ambos estavam encostados um no outro, seus olhos se admiravam, a respiração quente dos dois jovens se encontravam. Seus lábios estavam a centímetros de distância, o cotovelo que Virgínia mantinha precariamente no chão, para mantê-la o mínimo suspensa sobre Harry cedeu. Os olhos amendoados se fecharam quando seus lábios tocaram nos do rapaz. Segundos depois, um longo beijo aconteceu.
Tudo parecia perfeito. Pela primeira vez Gina pensou que Harry estava correspondendo ao seu beijo, ainda não à suas declarações, mas ao beijo sim.
--- Gina? Harry? O que aconteceu?

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