A Doença



Matthew jogou a bola e correu até mim. Quanta emoção senti quando vi meu filho andando pela primeira vez. Ninguém poderia se sentir feliz. Especialmente eu...Tenho muitos problemas, e são por causa de Matthew.
Quando conheci o pai de Matthew, eu era realmente nova. Ele também. Éramos duas crianças. E tivemos um rápido romance. Não sei se posso chamar de romance. Tivemos uma rápida relação. Por uma semana. Eu era uma criança e minha mãe odiaria ver a filha grávida de um cara que ela não conhecia. Nem eu o conhecia bem. Mas não contei a ele sobre a gravidez. Meus amigos diziam que eu era covarde, que ele tinha de saber sobre Matthew. Mas eu não queria contar. Eu poderia ter meu filho sozinha.
Minha mãe começou a me tratar como uma qualquer. Eu era mãe solteira e ela não aceitava isso. Mas eu estava segura. Quando estava no 7º mês, saí de casa. Estava trabalhando perto da casa de uma amiga, Melissa.
Eu era pobre, mas isso não importou para mim. Eu tinha um espírito rico, como dizia um outro amigo chamado Márcio, primo de Melissa.
Desde que Matthew nasceu, descobrimos uma doença que ele tinha. Eu não tinha dinheiro para pagar os tratamentos que ele precisava mas meus amigos sempre me ajudaram.
Essa foi a rotina desde aquela manhã. Eu estava vendo meu filho caminhar, quando ele caiu no chão. Pensei que ele estava cansado de andar, mas ele não estava. Quando me aproximei dele, descobri que ele estava ardendo de febre. Como não pude ver isto? Tudo aconteceu tão rápido! Dei remédios a ele, mas a febre não abaixava. Eu percebi algo errado, quando chamei Melissa.
- O Que está havendo, Lizie? – Melissa disse, chegando rápido em minha casa.
- é Matthew! Está doente! Acho que preciso levá-lo ao hospital...Não sei o que fazer agora...
Resolvemos então, levar Matthew ao médico. Foi difícil encontrar o Dr. Alessandro, que sempre cuidava de Matthew quando ele não estava bem.
Dr. Alessandro o levou para alguns testes...Quando descobrimos que Matthew estava com leucemia.
Senti o chão se abrir a minha volta, e meus pés não podiam tocar o chão. Não chorei naquela hora, somente olhei para o Doutor, desejando que tudo aquilo fosse uma grande brincadeira. Mas não era.
- Qual é o remédio para isso, Doutor? – Erik, meu irmão, perguntou.
- O melhor remédio é um transplante. Ma não acho possível. Matthew não tem irmãos, pai, primos...Não há doador.
- Deve ter algo que eu possa fazer! – Me levantei quando percebi o que acontecia.
Marcio me abraçou e me obrigou a sentar. Eu estava tremendo e nervosa.
- Quem pode ser o doador? – Eu insisti
- Somente o irmão de Matthew – o Doutor me disse.
- Se eu tiver outro filho, poderia salvá-lo? – Eu estava tão desesperada, que pedi a Marcio para me ajudar. Mas não era a solução.
- Lizie...O bebê deve ser realmente irmão de Matthew, mesma mãe, mesmo pai.
Não pude acreditar...Como poderia ser? Eu nunca poderia ter outro filho com aquele homem! Nunca! Comecei a chorar. Nunca tive nada na vida, somente Matthew. Ele era todo meu mundo e em poucas horas, meu mundo estava morrendo em uma cama de hospital.
Não pude dormir aquela noite no hospital, somente tentando achar uma outra solução.
Esquecer meu passado, coisas que deixei para trás, verdades que escondi Poe um bom tempo. Era a minha decisão naquela manhã.
Quando Melissa chegou com o lanche, eu estava acordada.
- Sabe, estive pensando sobre a única coisa que eu poderia fazer nessa situação.
Melissa sentou-se no sofá.
- Do que você está falando?
- De ter outro filho.
- Liz, o médico disse outro filho do mesmo pai...
- Eu sei!
Melissa fingiu não me ouvir. Para ela, eu estava ficando louca, mas eu não estava. Somente estava pensando em uma possibilidade. Tive um brilho nos olhos quando imaginei que poderia resolver isso. Não parecia fácil, mas talvez, eu pensei, talvez, que meus desejos seriam atendidos.
Um mês depois de descobrir a doença de Matthew, as coisas continuavam as mesmas. Ele não melhorava, e não havíamos encontrado doador. Muita gente fez o teste porque era uma criança, e as pessoas eram sensíveis. Mas ninguém era compatível. Nem eu, nem Erick...Minha mãe nem tentou. Ela poderia ter sido útil para algo, mas...Nada!
Estava perdendo minhas esperanças. Nem tratamentos, nem remédios poderia salvar meu filho.
- Então é minha última chance!
Pensei alto e Melissa olhou pra mim, sem acreditar
- Você não vai fazer loucura, vai?
- Por quê não? Não tenho nada a perder...
- Lizie estamos falando de um cara famoso, rico e...Bruxo – ela baixou a voz – Se encontrá-lo, você não vai poder falar com ele, porque vão pensar que você é uma fanática por jogadores desse esporte, er...estranho. Por favor, volte para a realidade.
Eu olhei para minha amiga, estava com um olhar preocupado, depois olhei para Matthew, brincando na cama com alguns brinquedos.
- Sei de tudo isso, Melissa. Mas estou na realidade e não estou gostando do que estou vivendo. Talvez, a única chance de Matthew é a mãe dele enlouquecer por um momento.

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