A Outra



N/A: Baseado em meus momentos de loucura.Hahaha...nunca mais tento fazer aquilo.
Recomendo que depois do primeiro “***”(três primeiras aspas) ouçam a música Íris, banda Goo goo dolls, usei essa musica pra me inspirar.

Cap.8 – A Outra

Naquele dia calmo, muitos alunos pareciam angustiados, a maioria preocupados.Sussurros ecoavam baixinho no enorme refeitório.Dumbledore sabia (de alguma forma) que a escola estava com um ar de insegurança após o sumiço de um aluno querido.
-Com licença!Tenho-lhes, meus alunos, algo a dizer! – começara Dumbledore. – Na verdade, não exatamente eu, quem gostaria de falar por mim é Sr.Potter e Sr.Lupin!
-Ahn?Eu!?Como ele sabia??? – se surpreendeu Tiago. – Bem, que seja! Povão de Hogwarts! – levantou-se para que todos o vissem. – Como devem ter NOTADO, um querido, amado, despregado e odiado aluno desaparecera...
-O quê? – dissera Pedro ao garoto. – Quer assustá-los ainda mais?Alunos de Hogworts, SIRIUS BLACK SUMIU!!! – todos exclamaram assustados. – O PROCURAMOS EM TODOS OS CANTOS, ATÉ NAS PASSAGENS SECRETAS, PODEMOS ASEGURÁ-LOS QUE ELE NÃO ESTÁ EM HOGWORTS, O PROCURAMOS QUASE VINTE E QUATO HORAS!!! DESCULPE DAR-LHES UMA NOTÍCIA TÃO RUIM, MAS SIRIUS BLACK FALECEU. – alguns sonserinos vibraram. – BUÁÁÁÁ!!!!SIRIUS, SEM VOCÊ OS MAROTOS NÃO SÃO NADA!PRECISAMOS DE VOCÊ, VOLTA SIRIUUUUUUS!!!!
O fã-clube de Sirius começara a cair aos prantos.Gritaria ecoava por todo o castelo: “Eu não te disse!?”, “Eu já sabia!”, “Como viverei sem meu Sirius?” “Quem será o próximo?Potter?”, “Black, voltaaaa!!!!!”
-PELO AMOR DE MERLIN, RABICHO! – brigou Remo. – POR FAVOR, ACALMEM-SE!PARA DE CANTAR, SNAPE!VOCÊS ENTENDERAM ERRADO!Nós só esquecemos de avisar pro Sirius que o “esconde-esconde” já acabou!
-A questão é que, Sirius está bem, está VIVO e ele logo voltará! – concluiu Tiago. – Afinal, só foi apenas dois dias!

***
Sua cabeça doía, abrindo devagar os olhos, conseguiu retomar sua consciência.Levantou-se devagar.Notou que ainda estava em forma de cachorro.Farejou o local, no qual nunca havia passado antes.Parecia um lugar escondido da Floresta Proibida.Tinha que admitir que o lugar era lindo: vários eucaliptos davam um aroma envolvente, chão coberto por folhas, brisa suave.Parecia o seu paraíso.Caminhou, olhando para o céu, as árvores derrubavam uma chuva de folhas sem ao menos estar no outono.Escorreu.Recuou a tempo de cair num penhasco. “Que coisa estranha, primeiro as folhas e agora um penhasco!” – pensara.Apesar do susto, logo veio a recompensa, vira o mais lindo pôr-do-sol de sua vida.Era uma mistura de rosa e laranja, um jogo de cores.Tudo tão perfeito.Contemplou aquilo por horas.
Gostaria que seus amigos estivessem ali para também ver.Lembrou-se de que já era tarde e precisava voltar para Hogworts.Na verdade, não queria voltar à escola, não queria ver seu fã-clube, jogos de quadribol, no fundo, nem mesmo queria ver seus amigos.Não queria mais nada.Simplesmente cansou-se de tudo.Resolveu ficar.Talvez viver ali como cachorro pra sempre.Pelo menos ficaria bem longe de tudo que queria estar.
Foi matar sua sede num riacho próximo.
Enquanto conhecia o local, ele vira algo praticamente impossível.Vira um unicórnio bebendo água ao seu lado sem se importar com as mínimas distancias entre os dois.
À noite, deitou-se perto da onde acordou. Estava sério. Estava se sentindo mal.
O lindo bosque transformou-se num lugar úmido, escuro e sombrio.“O que está acontecendo?” Sentia medo, raiva, angústia, preocupação. A brisa se transformara em ventania, árvores balançavam vorazmente derrubando toneladas de folhas secas que atrapalhavam sua visão.Com dificuldade, chegou ver quem menos queria.
Sua mãe estava à sua frente.Mais pálida que nunca, olhos esbugalhados e escuros, usava seu vestido de velório.Tinha um sorriso demente no rosto.Deu um salto. “Ela não! – pensara. - Tudo menos ela!”
Correu em direção ao penhasco.Ela o seguiu.Ficou encurralado.Olhou para a queda funda e para a mãe que entendeu o que ele queria....

***

Sentiu o vento bater em seu peito.Abriu os olhos.Via com nitidez uma floresta, não era a mesma que estava há poucos minutos.Reconheceu o local. Era a NORMAL Floresta Proibida. Nenhum eucalipto, nem a brisa refrescante, sem folhas secas no chão.Nada do paraíso. Nada de sua mãe. Sentou-se ainda muito confuso.
-Nossa, ele se mexeu? – disse uma voz atrás de si.
Levara um susto. Tentou ficar de pé mas a dor na coluna o impediu, procurou a varinha que por sinal havia desaparecido.Deu uma olhada em seu peitoral;estava sem camisa, com ervas em suas feridas, um cobertor de tecido fino e quente cobria de sua cintura para baixo.Procurou o autor.Levantou o olhar que se encontrou com olhos curiosos.Não acreditava no que via.Os rumores estavam certos? Será que era aquilo mesmo?
Jovem; cabeça e tronco de um homem se completavam com o corpo de um cavalo baio. Era belo.Tinha cabelos longos loiro-prateado; surpreendentes olhos azuis.Segurava desajeitadamente sua varinha.
-Finalmente acordou! – disse o centauro. – O senhor está pálido, tremendo...Melhor repousar!
-QUEM-É-VOCÊ!? – berrou apavorado.
-Sou Firenze e você? – sorriu simpaticamente.
-Me-meu nome é Sirius Black.
-Prazer! – abriu um sorriso ainda maior. – Vejo que é um bruxo! –Firenze brincava com sua varinha de “escrever no ar”. – Tenho que admitir que vocês bruxos são fascinantes com todas essas engenhocas.Como se chama isso?Vareta?
-Varinha. – puxou o objeto da mão do adolescente. – Não se brinca com isso, é muito perigoso. Quem diria...Existem mesmo centauros na Floresta Proibida (se é que aqui é mesmo a floresta...) ?
-Sim.Há vários.
- Puxa, nunca achei conheceria um de perto.
-Nós não gostamos de nos mostrar muito.
-Ahn...Mudando de assunto, como vim parar aqui?
-Não sei! Na verdade, estava atrás de um cão negro.No final acabei encontrando você desacordado e todo machucado.
Sirius riu nervosamente mas logo parou, pois forçava demais os seus músculos do abdômen fazendo doer.Ao ficar sentado sentiu ainda mais dor.Seus ossos pareciam totalmente quebrados.
-Por favor, fique deitado, seu corpo ainda está se recuperando.As ervas demoram um pouco para fazer efeito.Quero dizer, varia de ser para ser, humanos em contato com essa erva acabam em sono profundo por horas.
-Por quantas horas eu dormi?
-Digamos uns dois dias...
-O QUÊ!?Ai!
Tateou a costela quebrada.Nunca sentira dor igual.Nem quando apanhara de Lupin em forma de lobisomem.Mãos frias tiraram as dele do local machucado no qual ele pressionava para passar a dor.Firenze passou um creme verde-musgo na costela deixando o local machucado extremamente gelado.
-Muito obrigado. – agradeceu Sirius impressionado.
-Agradeça ao cão, que fez nossos caminhos se cruzarem; como estava escrito. Os céus já previam um encontro.O encontro de um jovem centauro e um confuso cão.Engraçado que no final acabei encontrando você ao invés do cachorro.Hahaha!Acho que pela primeira vez que eu previ errado.
Almofadinhas riu novamente.Lembrou-se que havia perdido muito tempo ali.Precisava voltar a Hogwarts.Realmente já havia passado da hora do toque de recolher.Pediu ajuda para se levantar.Firenze deixou-o sentado mas logo colocou deitado novamente ao ouvir seus gemidos.
-Vou pegar mais algumas ervas.Ah, conheço uma flor que é ótima para restauração de ossos quebrados!Eu já volto! – saiu galopando o maroto sozinho.
Já um pouco próximo de sua aldeia, procurando entre os arbustos ele achou.Não a flor e sim, Magoriano.Um centauro alguns anos mais velho que Firenze, pele cor canela e cabelos extremamente longos e negros.
-O que procuras, Firenze?
-Na-nada!Só colhendo algumas ervas!Hehe!E você?Pelo que sei nunca gostou de se afastar da aldeia.
-Huf!É o que tu pensas...Escute bem, sei o que estais fazendo, e não gostei de sua atitude.Deverias tê-lo abandonado naquela noite.Deixasse-o que sua espécie achasse e cuidasse-o.Ele não é digno de sua ajuda.É um humano. E humanos não prestam.São um bando de traíras que não se importam com a terra que vive.Não ligam para nossa mãe.A natureza.Só pensam em dominar nossa espécie.Ter poder.
-Nem todos são assim!!!
-São sim... – deu as costas e murmurou. – Se tu não livrares dele, eu me livro.

***

-Mona, você não acha uma pouco perigoso matar aula na Floresta Proibida? – disse a oriental olhando para todos os lados com muito medo. – Por que não vamos para Hogsmead?Lá é menos perigoso.
-Querida, o perigo que é emocionante.Deixa de ser boba!Não fique aí toda encolhida!Curta a natureza!Sinta o Sol!Ele me dá a maior energia! – Mona erguia as mãos para o céu tentando receber o máximo possível de calos solar.
-Pois eu acho que....
Anne empalideceu, segurou o pescoço com as duas mãos tentando gritar mas não saía nenhum som de sua boca. Seus olhos giravam órbitas.Ajoelhou-se e agarrou a terra.Sua amiga paralisou-se, só conseguia berrar.Chorava de medo como se soubesse o que aconteceria.
-Por favor!Não me machuque! – a morena soluçava. – Por favor!!!
Passo por passo a japonesa levantara.Tinha o olhar fixo no chão.Veias saltavam de seu corpo e sangue saía de sua boca e escorria na pele clara.Esticou a mão para a menina que tremia.
Devagar mostrou seu rosto que destacava um sorriso demoníaco.Numa velocidade espantosa, avançou no pescoço de Mona.Ela apertava e torcia-o com força rindo de prazer.
A morena tentava se afastar dando passos para trás até que num piso falso, caiu no barranco.Mona se segurou na raiz duma grande árvore e Anne só parou de rolar porque bateu na moita no final da declinação.Parecia desacordada pela impressão de mona que descia devagar o barranco para confirmar sua opinião.Anne tinha o braço e a perna quebrada.Tinha receio se estava realmente desacordada então ficou uma certa distância longe dela.
Sentiu o vento fresco vindo do leste tocar seu rosto trazendo com si o aroma perfeito de eucalipto mas não havia nenhuma árvore aquele tipo.
Deu alguns passos para trás para observar melhor o local maravilhoso que estava.Enquanto estava distraída algo quente segurou sua perna.
-A visão daqui de baixo está ótima!
Mona baixou o olhar e gritou ao ver Sirius com a cabeça entre suas pernas.
-Shhh!Não faça barulho. – sussurrou o menino ainda segurando a perna da menina. – Vai deixa os centauros nervosos.O que é que aconteceu com você e a japinha?
Ela o abraçou aliviada se sentindo segura por não ficar sozinha com Anne num lugar desconhecido.Lágrimas rolavam sobre o rosto sujo de terra.
-Acalme-se.Está tudo bem.- ele a consolava sem entender o choro.
-Eu fiquei com tanto medo!Achei que ia morrer!Não me deixa aqui sozinha com ela!!!Não me deixe!!!
Galopes familiares se aproximavam.Era Firenze com os medicamentos.
-Pela Mãe Natureza!O que houve?
-Nada de mais. – disse Sirius sério. – Trouxe os remédios?
-Ah, Sim!
-Ótimo!Por favor, poderia passar em mim?
-Remédios? – perguntou Mona confusa.
-É, estou com a costela quebrada.Não se preocupe, vou ficar bem.- pegou a varinha e num raio de luz transformou dois pedaços de madeira em talas enquanto o centauro passava ervas em seu peitoral.Levantou-se devagar com ajuda da muleta e Mona. – Vamos embora.Passei muito tempo te atazanando.Poderia acordar a japinha pra mim, Firenze?
Ele afirmou com a cabeça.A expressão de medo voltou à garota.
-NÃO!POR FAVOR!TUDO MENOS ISSO!
-Então como vamos levá-la conosco?
-Posso carregá-la em minha garupa. – disse Firenze inseguro. – Mas tem que ser rápido!
Aceitaram a proposta e deram à volta na declinação.Firenze ia na frente mostrando o cominho mais seguro e desabitado por criaturas indesejáveis.
Quando se aproximavam do castelo Firenze se despediu deixando Anne no chão.
-Desculpe, terei que deixa-los aqui.Sou proibido de me aproximar da escola.Não se preocupem, já estão seguros.Foi uma honra conhecê-los.E agora, me retiro. – ele os reverenciou elegantemente e se afastou aos poucos dos novos amigos.
Era evidente que estavam sendo seguidos lentamente mas Sirius preferiu não confrontar com o estranho naquelas condições e ignorou o olhar secante nas plantas.
-É...Estamos a poucos metros de Hogwarts mas incapazes de chegar até lá sozinhos. – concluiu o maroto olhando para oriental ainda desacordada.
-Então vamos chamar Firenze novamente.Ele não deve estar muito longe e aposto que ele ajudaria...
-Nem adiantaria.Você ouviu o que ele disse. Firenze é incapaz de ir a Hogwarts.Pelo jeito finalmente poderei usar minha nova técnica suprema dos deuses lendários.
-O quê!?
-Você é surda? Estou dizendo que tenho uma técnica que irá salvar nossas vidas!Ela supera até magia!!!
-Por que eu não consigo acreditar em você? – murmurou. – Aposto que é algo idiota.
-O que disse? – sorriu.
-N-nada! – sorriu falsamente. - Vamos!Faça essa tal técnica.
-Ok.Se quiser sobreviver, se afaste um pouco.Melhor ficar mais longe. – Mona afastara cambaleando. - Mais longe. – obedecera. - Mais longe. – obedecera novamente. - Sente lá naquela pedra.Isso!
Sirius encheu o pulmão de ar, fechou os olhos e começou:
“We’re devils, we’re black sheep!We are really bad eggs!...”
Mona tampava seus ouvidos pois não agüentava mais toda aquela poluição sonora.A voz esganiçada de Sirius cantando entrava como uma faca acertando seu cérebro.
“…Drink up my hearties, YO HO! Yo ho, yo ho!Pirate’s life for me!”
(N/A: Se quiser a tradução da música vá para o terceiro capítulo.)

***

Com as mãos sagrando de tanto roer a unha, Tiago tentava pensar num modo de fugir da aula de Transfiguração. Uma das coisas mais difíceis para ele, já que a professora Minerva conseguira imaginar todas as formas de fugas que algum dos marotos tivessem idéia de usar.Seu instinto animal lhe dizia que algo ruim aconteceu com Almofadinhas.Precisava fazer algo mas não sabia como.
-Como vocês podem ver, esse feitiço é um pouco complexo. – disse a professora. – O segredo é deixar a mão leve e formar delicadamente o circulo no ar.Requer um pouco de paciência mas nada que um pouco de prática....Potter? - o garoto dera um salto.Estava distraído olhando para a janela. – O senhor está bem?
Pelo que todos notaram, ele não estava no seu normal. Pálido, nervoso, com um tique- nervoso na perna e principalmente calado. -Eu?Bem? – Tiago sorrira, era sua chance. – Não estou NADA bem. Dor de cabeça, sabe? Poderia ir a enfermaria?
-Não. – respondeu secamente.A professora notara que só mais um dos truques do aluno.
Mensou chorar.Cruzou os braços na carteira, e pôs a cabeça entre elas escondendo o rosto.Estava sem idéias.Virou o devagar a cabeça para sua esquerda onde encontrava-se a carteira de Aluado.Se comunicaram por leitura labial.Desanimou ao saber que Remo, um de seus amigos mais inteligentes também não tinha nenhuma idéia.Bateu sua cabeça na mesa cinco vezes para ver se surgia algo sua mente.E nada. Debruçado na carteira, ouvia a voz da professora cada vez mais longe. Perdera as esperanças.Uma voz doce e aconchegante chamara pelo seu nome.Quis ignorar.Só pensara no amigo desaparecido.Novamente a voz perturbou-o.
-Não fique assim... – disse uma voz feminina. – Nunca te vi desse jeito, você está bem?
-Me deixa em paz... – resmungou.
Abriu um dos olhos. Mãos delicadas tiraram os cabelos rebeldes do rosto dele.As acaricias que recebia o deixava mais relaxado.Ele não podia se deixar levar, devia estar a procura de seu amigo.Mas aquilo era tão bom.Fazia-lhe lembrar de sua infância no qual sua mãe passava horas acariciando-o deitado no colo dela. Se assustou ao ver quem era.
“Não, não posso me deixar levar!!!Pense num plano!”. Segurou as duas mãos da garota, de modo que os rostos se aproximassem cada vez mais a cada segundo.
-Por favor, não brigue comigo. – sussurrou no ouvido dela. - Juro não lhe fazer mal.
Puxou-a pra si.Segurou uma mão em sua cintura e outra em seu pescoço.A ruiva cora como nunca.Estavam tão próximos que conseguia ver cada detalhe do rosto do casal.Pela primeira vez notara o quão Tiago era belo, com seus olhos profundos, boca perfeita.Não resistiu.Quis beija-lo assim como ele também queria. Remo observava a cena quieto.Quando tocaram os lábios, Minerva voltara a atenção novamente para a classe, após ter escrito na lousa teve uma crise.
-O QUE QUE ISSO??? – berrava. – QUE POUCA VERGONHA É ESSA NA MINHA SALA!?COMO OUSAM????PODEM OS DOIS IREM PRA DIRETORIAAAAA!!!!!
Antes que Lílian pudesse pensar, Tiago já havia a levado para fora da classe. Constrangida, a ruiva abria um pequeno sorriso no canto da boca, diferente dele, que estava mais sério que nunca.
-Me desculpe.Sei que você não gosta que faça essas coisas mas foi pelo bem do Sirius, que você também sabe...
-...Ele está desaparecido! – disse aborrecida por ele só pensar no amigo.
-Eu vou atrás do Sirius. – dizia indo em direção contrária da diretoria. - Vá até a sala do Dumbledore e explique pra ele o que houve.
-Tá brincando, né? – ficara abismada.
-Se ele nunca brigou com o Almofadinhas, por que ele iria brigar com você? – riu Tiago desaparecendo no final do corredor.
Decepcionada, caminhou em direção oposta.Escutou ecoar passos, viu novamente Tiago.
-E MAIS UMA COISA! – berrava no final do corredor. – VOCÊ NÃO ME ESCAPA, LILIAN EVANS!AINDA VOU TERMINAR O QUE COMECEI!!! - e novamente sumiu do corredor.
A garota fora para a diretoria rindo.Correndo em direção ao seu dormitório abriu um pergaminho velho.
-Eu juro solenemente não fazer nada de bom. - o pergaminho se revelou ser um mapa. – Vamos lá, “Si-si”!Cadê você!?
Parou de correr para observar mais atentamente seu mapa e se assustou.Ouviu (e viu) passos.Aproximou-se da parede, contou cinco largos passos e afundou com o calcanhar um taco solto no chão.O muro se abriu e fechou automaticamente quando Tiago passou por ela.
Mesmo dentro do túnel, conseguira ouvir a voz de Filch e seus passos, resmungando ter visto um aluno naquele exato lugar.
Tiago correu para a saída mais próxima.Por onde passava tochas acenderam para sua melhor visão do mapa.Empurrou uma porta de pedra.Estava fora do castelo.De acordo com seu guia, se encontrava na área leste do castelo, próximo a Floresta Proibida no qual, ele conseguia ouvir os berros de Sirius que assemelhavam uma cantiga pirata.
-SI-RI-UUUUUUS!!! – gritou com raiva (e preocupação) enquanto ia ao encontro do amigo. – SEU IDIOTAAAA!!!!!
Empurrando a relva para os lados tentando enxergar, viu algo grande próximo.Sacou a varinha, mirou e quando estava prestes a dizer as palavras mágicas:
-Não, Pontas!!!
Anne se encontrava nos braços de um enorme bruxo, literalmente.Também estava Mona apoiada, para que sua perna machucada não a fizesse cair; E o Maroto desaparecido tentava se levantar com ajuda de uma pedra e um pequeno filhote de cachorro que puxava suas vestes.Tiago ficara abismado com o tamanho do jovem rapaz, que equivalia dois de si e meio (sempre foi de baixa estatura).Baixara a varinha devagar ainda de boca aberta.
-O que é você???
-Eu sou aquele que você zoou dias atrás e que está te ajudando. – o gigante amarrara a cara.
-Ah claro...
-Bem, já que terminaram de se apresentarem, que tal nos levar para a Ala Hospitalar??? – disse Mona.
-E-eu não quero ir pra Hogwarts....
-Tá maluco, Sirius!?Você PRECISA de cuidados médicos!!! – dizia Tiago aumentando a voz.
-Mas não precisa ser obrigatoriamente na Ala Hospitalar.Posso ficar um tempo na cabana do Hagrid e você me trás os medicamentos. – também elevando.
-Epa!Minha casa? – disse Hagrid que fora completamente incluido no maio da conversa.
-Eu não sei quais poções ou ervas que precisa!Aliás, nem sei o que você tem!!!
-Se Aluado me examinar ele saberá quais e onde estão.
-O Remo não é médico!É só um “nerd”!!! – berrou Pontas.
-Ai ai... – resmungou o gigante. – Eles sempre brigam desse jeito?
-Desde que eu os conheço... – respondeu Mona.
Tiago que já tinha todas as veias da testa expostas e Sirius já estava praticamente pulando em cima do amigo(?).
-NÃO TÁ VENDO QUE EU SÓ QUERO TE AJUDAR!? – gritara Tiago.
-AÉ?POIS EU NÃO PRECISO DE SUA AJUDA!!!
-BELEZA!ENTÃO TE VIRA!!!
Pontas pegou a morena e a pôs em suas costas, arrastou Anne pelo colarinho da roupa e desapareceu de vista dos dois restantes que se entreolharam.
-Que coisa feia.... – disse Hagrid enrugando a cara de modo superior. – Pensei que isso não fosse coisa de um maroto descente!
-Coisa feia é aquele quatro-olhos!Não respeita a opinião dos outros!
-Mas veja o lado dele. – caminhava até sua cabana ajudando Sirius a acompanha-lo. – Potter só estava preocupado!Ele se importa muito com você e não quer que se machuque.
-Mesmo assim, me sinto impossibilitado de voltar à escola neste momento....

***

O sinal tocara anunciando sua rotineira troca de aulas.Todos os alunos saíram exaustos das salas incluindo Remo que fora até o sanitário masculino ainda pensando no fato de Lílian e Tiago estarem se apaixonando.Apesar da grande intimidade entre os dois marotos, nunca suportava ouvir um de seus melhores amigos falar melosamente sobre a garota que ele sentia também algum afeto.Aquilo era mais exaustivo do que ir à aula depois de suas transformações em lobisomem.Não só exaustivo mas também deprimente.Sentia que cada palavra que saía de Tiago sobre Lílian corroia suas esperanças com sua amada.Afinal, Tiago é inteligente, bonito, habilidoso, bom nos esportes;E ele?Essa pergunta martelava em sua mente naquele momento.Olhando no espelho do banheiro.
-E eu? – disse ao próprio reflexo. – O que tenho de especial?Primeiramente, o que sou eu?
Pôs a mão na suposta mão do reflexo, observando cada detalhe de seu rosto com leves cicatrizes e profundos olhos cor-de-mel.
-Eu sou...
BUM!!!
A porta explodira e Pontas entrara batendo forte os pés.Resmungava coisas sem sentido, apoiou as costas na pia perto da que Remo apoiava uma das mãos.
-O sinal já bateu!Vamos para a aula! – falou grossamente Tiago cruzando os braços.
-Deixe-me analisar: vandalismo no banheiro, marchando de raiva, dizendo coisas sem nexo e vontade de estudar...É, você está sofrendo de Briguinha Infantil.Encontrou o Sirius, né?
-Nem sonhe em analisar ninguém!!!Principalmente o galinha do Sirius! – apontou para o nariz de Remo que estava calmo ignorando totalmente os seus pensamentos anteriores e não entendendo Tiago.
Pôs as mãos no rosto e se acalmou.Contou todo o ocorrido tentando lembrar de todos os detalhes.Remo não entendeu quase nada pois falara muito rápido mas já tinha uma noção da situação.

***

Abrindo a porta devagar, Hagrid espiou com seus grandes olhos negros quem era.Ao reconhecer o indivíduo, logo alargou um jovial sorriso e chamou Lupin para entrar.Ele entrou educadamente e cumprimentou Sirius.Sentou na cama onde o maroto estava.
-A quanto tempo!Que bom que está bem.O que é isso na tigela? – perguntou Remo enojado.
-Só sei que é algo incomestível...
-Não falem assim da canjica da vovó.É aquelas sopas do tipo cura tudo!
-Acho que Almofadinhas ficaria mais curado se não comesse isso... – Aluado tirou depressa a tigela do colo do amigo que aparentava pálido com o vapor que subia em suas narinas. – Tiag...A Mona me contou que gostaria de um exame médico feito por mim, certo?
-É que Firenze, um centauro que conheci falou que estou com a costela quebrada mas acho que tem mais coisas no meu corpo quebradas....
-Existem centauros na floresta??? – o maroto pasmou.
-É, com crina bonita e tudo mais...
O amigo pediu que Sirius abrisse a boca.Expôs a língua para que Remo tivesse melhor visão de sua garganta.Sirius quase engasgou com o talher que fora enfiado.Aluado expressou profunda tristeza, enxugou as lágrimas e disse com a voz tremula:
-Meu caro Almofadinhas, sinto em dizer que não terá muito tempo.
-Como assim?
-Você tem minutos de vida.
-Ahn?
-Você sabe, bater as botas!
-Mas eu to usando sapatos.
-Não é isso!É partir dessa pra melhor.
-“Dessa” qual?Dar um fora na Letícia e ficar com a Ashley?
-SEU BURRO, ‘CÊ VAI MORRER!!!
-Ah ta ... – compreendeu Sirius que demorou um tempo para se desesperar. – SOU MUITO BONITO PRA MORRER!!!Só pode estar errado esse exame.Remo, você é um péssimo curandeiro!
-Me prove! – Aluado sorriu marotamente.
-Vamos falar com a Madame....’Péra aí...Aluado sua p***!!!Você queria me enganar, né?Pois eu não vou pra Ala Hospitalar nem morto!
-É...vou ter que apelar pro plano “B”... Hagrid?
-Sim? – respondeu após assistir tudo calado sentado perto da pia da “cozinha”.
-Me passa a sopa da vovó. – olhava sério para o seu paciente pegando a tigela e novamente a colher.Sirius se sentira ameaçado com aquela gosma verde que provavelmente seria a conhecida sopa, contudo, ele fora forte: cruzou os braços doloridos e fechara a cara.
-Não-vou-comer-isso!
-Então vá logo pra Ala!!!
-Não quero!
-Hagrid, faça-o abrir a boca.
-Pode deixar! – estralou os dedos e sorriu demoniacamente.
-Wow!Vamos fazer um acordo!
-Não estou disposto a ouvir! Lá lá lá, lá, lá lááá!!! – cantarolou.
-Quanto você quer?
-Não estou interessado em grana.
-E que tal mulheres?
-Não sou você...
-Ah!Tá bom!!!Ah bost*!Eu vou....
-Controle mais essa boca.
Ele respondeu mostrando a língua e Remo o ajudou a caminhar até a porta que foi aberta pelo dono da cabana.
-Muito obrigado por cuidar dele! – sorriu serenamente Remo.
-Eu que agradeço de tirar esse doido da minha casa. – retribuiu o sorriso.

***

-Eu não vou tomar essa droga!
Disse a garota sentada na maca coberta por um fino lençol branco usando um rosado pijama.À sua direita, havia a presença de sua amiga também numa maca.Ela tinha o rosto abatido enquanto ejetava um soro de cor escura.
-Por favor, essa poção fará bem a senhorita! - disse a enfermeira.
-Não, não e não!Esse troço me parece muito duvidoso!
-Mas é claro que não!
-Não tomarei nada que é marrom-coco!!!
Um garoto de baixa estatura que sentara recentemente na maca da garota deu risada, puxou o copo da mão moça e fez a morena engolir tudo a força.Quando conseguiu tirar o copo de seus lábios já era tarde demais.
-Bleah!Podíamos fazer um acordo... – ela reclamou. – Potter, seu mal dito!
-Sou mesmo!Aliás, todos falam de mim! – sorriu marotamente. – Bem ou mal, sempre acabam no mínimo insinuando meu nome.Já me acostumei.
As portas da sala se abriram.Entraram Sirius e Remo.Madame Carmem ajudou a por o aluno machucado na cama mais próxima.Começou a analisá-lo imediatamente preocupadíssima.Tiago saltou da maca chamou Aluado para uma conversa particular.Anne os observava conversando animadamente.Não tinha ânimo para nada, somente se cobriu com o lençol tampando todo seu corpo e se deitou de lado.Aparentava excessivamente cansada.Fechou de leve os olhos e imediatamente caiu no sono profundo.
Logo os marotos, Tiago e Remo, foram expulsos da Ala Hospitalar por fazerem vozearia.Como já era hora do almoço, caminharam juntos ao refeitório dialogando.
-Nem acredito que perdi aula por causa de uma besteira dessas...
-Remo, você é incrível!Ainda não acredito que conseguiu trazer aquele cão sarnento para a escola!
Ele não respondeu.Ruborizou e sorriu como uma criança elogiada. Sentiu-se muito importante.O amigo levantou o olhar como se tentasse lembrar de algo importante.
-Por pouco não me esqueço!Terei que passar num lugar antes.Me espera no refeitório, beleza?
-Onde vai?
-Não se preocupe, mamãe!Vou somente dar uma visitada a um conhecido meu.
Virou direção contraria, pegou o Mapa do Maroto e desapareceu numa das passagens secretas.

***

Tiago estava sentado frente a frente com o professor Dumbledore.Os dois comendo feijõezinhos de Todos os Sabores.Um fitando os olhos do outro.
-O senhor sabe por que vim aqui.
-Para fitar meus olhos brilhantes e azuis?
-Você sabe muito bem!!! – jogou um feijão rosa no professor.
-Hehe, gosto da sua coragem Potter, porém, é melhor que me trate com mais respeito.Temos visitas na porta.Creio que nossa reunião de negócios será adiada por alguns segundos, tudo bem?
-Não.
-Por favor, meu jovem, tenha paciência.
-Aff, ta ta!Espero lá fora!
Ao sair da sala, McGonagal entrou.Logicamente, como qualquer maroto descente, grudara o ouvido na porta.
-...embora senhor Black parecer não se importar com a opinião alheia ou muito menos com seus pais, - professou disse severamente. – ele é apenas uma criança, sente-se ofendido quando o xingam, e principalmente sente falta do carinho dos pais,...
-Mas ainda acho que não devíamos esconder isto de Sirius!
-Ele não está preparado para ler a carta.
-Não podemos esconder a verdade sobre os...
-Por enquanto não.Ele ainda está muito abatido com a primeira carta...
-Ele sente muita falta dos pais, não é?
-Com certeza.Mas, ele tem grandes amigos e uma prima e tio muito bondosos.
Bum!!!
Como sempre, Tiago arrombou a porta.
-Me passe essa carta pra cá AGORA!

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