O doce néctar da morte




Após a decisão do que deveria ser feito, e como seria feito, a próxima tarefa seria a execução do plano. Obstante a isso havia um pequeno empecilho: o próprio Lucius se encontrava na terrível prisão de Azcaban, por motivos obviamente injustos, e falsos. Logo, lorde Voldemort determinou que o resgate de Lucius fosse executado por sua esposa: a bela Narcisa Malfoy.
Narcisa partiu então para Azcaban, não sem antes agendar uma visita com o diretor da prisão, que prontamente atendeu ao pedido da delicada aristocrata. Ao chegar à fétida prisão, Narcisa foi levada à sala do diretor, que, contrastando com o resto daquele lugar era estranhamente luxuosa. Um aroma de incenso opiáceo flutuava no ar denso da sala, onde atrás de um exótico tapete persa ficava a mesa de mogno em estilo renascentista do diretor. Ao lado da parede aveludada, sob a grande janela alta, havia um pequeno divã de cor carmesim aonde a lady Malfoy se deitou, enquanto o diretor se sentava em sua cadeira.
- Ó senhor diretor, estou tão cansada da longa viagem... Poderia dormir pela eternidade em sua sala, se assim lhe aprouvesse.
- Diga antes de dormir, senhora Malfoy, o que a trás até a minha sala, e depois aceitaria de bom grado tê-la pela eternidade como o mais belo florão de meu humilde escritório... – disse o diretor com desenvoltura, mesmo que corando um pouco.
- Bem sabes a que venho, meu bom senhor, se prestas atenção ao seu oficio. – disse ela, sem deixar de acrescentar, em pensamento: e se não és apenas um velho gordo e néscio, como aparenta..
- Nunca poderia adivinhar os pensamentos de tão sublime criatura. – disse ele, acrescentando depois:
- Mas imagino que se trate de vosso marido, Lucius.
-Estás certo em vossa suposição senhor diretor, como convém aos homens argutos de vossa classe e posição. Mas venho aqui como esposa de Lucius pedir-lhe humildemente algo que é muito mais que uma simples visita...
-O que seria? – perguntou o diretor, enquanto examinava um velho crânio que estava sobre a mesa. Na voz do diretor havia um tom calmo, como se lidasse com a mulher de algum pobre diabo que estivesse a pedir misericórdia do marido...
-Eu lhe peço, senhor diretor, não só a libertação do meu marido, como também o acobertamento da fuga.
-Como!?! – exclamou o diretor, como se houvesse levado um soco no estômago, corando e começando a perder o fôlego subitamente.
-Exatamente isso, meu senhor. Uma vez que ele esteja fora de Azkaban, todo o restante será arranjado por nossos advogados.
-Bem sabes que não posso proceder dessa maneira, senhora Malfoy. Vai contra todas as regras do mundo bruxo, é totalmente impossível. Sinto Muito.
-Mas senhor diretor, eu posso lhe oferecer todas as garantias que uma boa família pode oferecer. Alem é claro das garantias, digamos, monetárias. Posso lhe assegurar que nada acontecerá ao seu cargo ou à sua reputação...
Um pouco mais calmo, o diretor voltou a pensar sobre a questão com a mesma frieza e distanciamento com os quais analisaria um procedimento legal.
Após uma longa pausa de um silêncio modorrento e pesado que se abateu sobre a sala, o diretor saiu de sua cadeira e olhou pela janela de vidro que havia numa extremidade da sala. A chuva fina caia sobre o pátio de pedra da prisão, e já fazia noite alta lá fora. Quebrando o silêncio que dominava o ambiente, o diretor disse, com sua voz normal, calma:
-E qual seria a minha, digamos, compensação se eu desse um final feliz à vossa demanda, senhora Malfoy ?
-Ora, além da eterna gratidão da minha parte e de meu marido, logicamente nós providenciaremos uma humilde recompensa pela sua bondade para conosco.
-Além disso... - disse ela com um tom de voz mais lânguido que o normal enquanto se reclinava um pouco no divã, dando a vista de seu belo decote ao diretor.
-Alem disso essa coragem e lealdade é uma coisa que me atrai muito em um homem..
-Deixe-me, pois, provar desse delicado néctar q flui da vossa beleza, minha senhora, e meu coração se revelará especialmente bondoso para com o pobre Lucius... – disse o diretor, corando novamente, e levantando-se da cadeira, para se aproximar de Narcisa, que se levantou e se deixou envolver pelos braços daquele homem, que a beijou longamente, primeiro no pescoço depois nos lábios, suaves como pétalas de rosas tocadas pela brisa. Narcisa deixou-se cair lentamente no pequeno divã, permitindo que o diretor se deitasse ao seu lado e a possuísse por todo o restante da noite, até o amanhecer, sem nojo ou prazer ou qualquer reação, apenas como objeto.
Assim, na manhã seguinte o diretor conduziu Narcisa até a cela de Lucius. De lá ele levou os dois, incólumes, até a saída da prisão. Apesar dos maus-tratos recebidos na cela, Lucius mantinha sua beleza e majestade, percebidas pelo diretor. Assim, após alguns dias de viagem, Lucius estava de volta à sua casa e as suas atividades normais. Quanto ao diretor, encontro-se com uma morte misteriosa e cruel na volta à Azkaban, por uma febre terrivelmente cruel que se abateu sobre ele. Até hoje não se sabe a causa exata de sua morte, mas alguns bardos vadios dizem que ele foi envenenado pelo doce néctar da morte...

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