Abactu Encantatem Abeditos

Emily acordou vagarosamente, lutando para que as imagens que via entrassem em foco. De súbito, lembrou-se de Lune e de que ela a tinha estuporado. Olhou em volta não encontrando sinal de estar em algum lugar conhecido. Logo avistou Harry ainda desacordado em uma cadeira ao seu lado.
_ Emily?
Ela assustou-se quando Lune apareceu na sua frente com vestes, capa e capuz negros.
_ AH! VOCÊ É UMA COMENSAL! HARRY! _ ela pulou da cadeira e agarrou-se no irmão _ HARRY! ACORDA!
_ Calma Emily! Calma! Eu...
_ NÃO ENCOSTA EM MIM! _ Emily acabou derrubando Harry que acordou desorientado.
_ Emily, eu...
_ HARRY! ELA VAI NOS MATAR! ELA É UMA COMENSAL! _ ela quase estrangulava o irmão _ ACORDA HARRY!
_ E-eu estou aco-cordado!
_ Quietus Sonorus!
_ Lune? _Perguntou Harry assim que os gritos histéricos da irmã cessaram _ O que aconteceu? Onde estamos?
Outra pessoa também estava presente na sala. Usava as mesmas vestes que Lune e parecia estar se comunicando com alguém na lareira.
_ Vocês estão no esconderijo que estava sendo preparado para vocês. Dumbledore planejou isso: Mandar vocês para um intercâmbio forjado e escondê-los em um lugar que o mistério não soubesse. Assim nossa equipe poderia vigiar vocês constantemente.
_ Equipe? _ Harry perguntou não conseguindo absolver tanta informação de uma só vez.
_ Meu pai, Susan, o professor Orange, Will, _ ela apontou para o homem que ainda conversava na lareira _ eu...Todos nós fazemos parte dessa equipe. Somos os Bruxos de Negro! Força especial criada por Hogwarts para proteger seus alunos.
_ E... onde estão os outros alunos? _ ele olhou em volta esperando encontrar mais alguém estuporado.
_ Seguros com Susan e o professor. Mas mesmo assim ainda faltam quatro alunos. Charlotte Malfoy, Fred Weasley, Sara Granger e David Morat não foram encontrados. Nós vasculhamos a casa, as barracas e não os encontramos. Temos como pista somente essa carta que foi encontrada na barraca das meninas.
_ Um cabelo vermelho? Ele pegou o Fred? Quem pegou o Fred?
_ É o único Weasley que falta. Parece que Charlotte quis bancar a heroína e foi atrás dele sozinha. Mas não sabemos onde os menores foram parar... Desculpem-me por ter estuporado vocês. Era para eu ter certeza que vocês não tentariam fazer a mesma idiotice que a Charlotte fez.
_ E o que vamos fazer agora?
_ Vamos para a escola! _ ela indicou o emblema da escola na carta _ É a única pista que temos de onde a Charlotte pode ter ido.
***********
Charlotte sentiu uma pontada na cabeça assim que tentou levantá-la. Abriu os olhos, mas as imagens ainda eram indefinidas. Pestanejou algumas vezes e focou seus pés e joelhos, que estavam amarrados fortemente com cordas e pareciam flutuar a alguns metros do chão.
De súbito, ela voltou totalmente a si e percebeu que estava suspensa no ar, atada por cordas. Havia mais alguém amarrado com ela. Tentando olhar por cima do ombro, ela viu um pedaço de cabelo vermelho e reconheceu Fred. Tentou chamar por ele, mas nenhum som saia de sua boca. Logo percebeu que estava sobre um feitiço do silêncio.
Ela olhou em volta e viu que estava no barracão da quadra esportiva da escola, sem uma única luz acessa. Apenas com a fraca iluminação que vinha de fora. Em uma das extremidades da quadra ela viu Sara, parada como uma sombra imóvel.
“E agora?!” _ ela pensou, sentido seu coração disparar com a idéia de não saber o que fazer._ Ora, ora, ora... Vejam quem acordou!
Uma voz debochada veio da extremidade da saída da quadra.
_ Boa noite Charlotte! Como está a cabeça? Melhor?
Ela olhou com raiva para David agora com uma aparência diferente. Não era mais criança, mas sim adulto. Era o mesmo Voldemort que havia sido jogado na Ponte de Ligação.
_ Ah, me desculpe. Que tolo eu fui em perguntar. Você não pode me responder, não é mesmo? _ ele riu olhando em volta _ Que bom... Hoje você irá me ouvir! Vai ouvir que por mais talentosa que você seja, nunca via ser igual a mim! E nunca vai conseguir calcular meus passos! Onde eu deveria estar agora, hein? Preso naquela maldita Ponte?! Pois saiba que ela não agüentou me manter preso por muito tempo. A única coisa que ela fez foi me mandar para longe de vocês!... _ ele expirou tentando se conter _ Mas foi melhor assim... Lumus! _ ele acendeu sua varinha _ Garanto que nunca pensou nas conseqüências... _ ele olhou novamente em volta _ Seus amigos estão atrasados, sabia?! Ninguém veio aqui te salvar ainda. Acho que vou ter que começar meu divertimento sem eles... Mas antes acho que ainda temos tempo para mais uma lição... _ ele chegou mais perto da onde ela estava presa, para que o círculo de luz da sua varinha pudesse iluminar os dois. _ Quantas vezes você tentou misturar feitiços e poções e eu te falei que era perigoso? Mas parece que você não prestou muita atenção nessa lição, não é mesmo?... E eu lhe sou muito grato por isso!
Charlotte ainda não tinha entendido onde ele queria chegar com essa conversa, mas não tentaria o impedir. Só assim poderia ganhar tempo para pensar no que fazer.
_ Ao me jogarem na Ponte coberto pela poção redutora, e aplicarem o encantamento da confusão nela, vocês criaram o David. Meu corpo tornou-se setenta anos mais jovem, mas minha mente continuou a mesma. Quando a Ponte abriu-se em uma cidade francesa, não perdi tempo e aprimorei essa mistura. Arranjei ajuda, _ ele apontou para uma extremidade da quadra onde Sara se encontrava ainda estava imóvel como um zumbi _ entrei para Hogwarts com outro nome e pais falsos, tive que enganar o Chapéu Seletor e aqui estou! Tentei de várias maneiras persuadir vocês sem perceberem, mas nada funcionou. Primeiro usei o anel, mas ele só serviu para assustar aquela fedelha... Então resolvi assustar Dumbledore. Usei a Sara e aquelas cartas e todos nós fomos enviados para um lugar teoricamente seguro. _ ele riu mais ainda _ O único inconveniente aqui, foi aquele garoto que me ouviu falando com a menina. Mas você se encarregou dele, não foi Charlotte? E para todos confundirem-se ainda mais ao seu respeito, mandei um presentinho para a aluna que voltou a Hogwarts... Parece que ela não gostou, acabou morrendo no caminho... Que pena!
“Catherine! Então foi...”Voldemort ficou um tempo em silêncio e resmungou impaciente:_ Eles estão demorando demais... Acho que vou ter que adiantar meus planos com você. Desta vez não vou cometer os mesmo erros. Ninguém vai me deter!
Ele baixou Charlotte e Fred até um pouco de um metro do chão e direcionou a varinha na cabeça da garota.
Ela tentava mover-se, e tentava formular qualquer outra coisa que pudesse atrasá-lo. “Eles vão me encontrar... NÃO!... eles não podem vir aqui! Ele vai matá-los! Preciso me soltar! Preciso me soltar!” ela pensava desesperada._ Ora Charlotte, por que está tentando se mexer?! Acha que vai me impedir? Será que depois de tudo você não aprendeu nada? _ ele os trouxe para perto do chão _ Assim nos despedimos então, filha. Ava...
No mesmo instante um estrondo gigantesco, seguido de gritos disformes, e luzes de varinhas inundaram a sala.
*******
_ NÃÃÃO! _ Emily gritou assim que se deparou com a cena, mas não conseguiu continuar.
Ela sentiu que todo o seu corpo não a obedecia mais e ela não conseguia se mover. Ela também não conseguia ouvir sinal algum de Lune ou Harry e, percebendo que eles também deveriam estar na mesma situação, começou a entrar em pânico.
Eles ouviram a risada debochada de Voldemort e olharam com raiva para ele.
_ E então? Gostaram? _ perguntou ele ainda rindo indicando algum ponto aos pés deles _ Não tive oportunidade de usar esse na última vez que nos vimos nessas circunstâncias. Com certeza teria me poupado muito trabalho.
Emily tentou olhar para Charlotte, mas Voldemort fechava toda a sua visão. Pelo menos ele não continuou com a maldição.  
********
Charlotte, ainda amordaçada e flutuando a pouco do chão, entrou novamente em desespero. A surpresa da entrada dos amigos a tinha deixado atordoada, mas agora ela tinha percebido que deveria fazer alguma coisa urgentemente. Ela começou a se debater tentando livrar-se das cordas, mas todo o seu esforço não produzia resultado algum.
De repente ela ouviu alguém sussurrando para ela ficar calma e, para a sua surpresa, suas mãos ficaram livres. Fred não estava mais desacordado. Já tinha conseguido soltar-se e a estava a ajudando.
_ Fred! _ disse ela assim que alcançou a varinha do bolso e livrou-se do feitiço que a impedia de falar. _ Temos que ajudá-los! Temos que fazê-lo parar!
_ Calma e escuta! _ ele olhou para Voldemort para certificar-se de que ele ainda não os tinha percebido _ Consegue mantê-lo ocupado tempo suficiente para eu soltar os outros?
_ Eu... Sim, eu consigo! Mas...
_ Então, quando eu dizer para você ir, você vai e não perca tempo!
_ Certo!
_ Agora!
Rapidamente ele desfez o encanto que os mantinha flutuando e os dois caíram chamando atenção de Voldemort:
_ Mas o quê...?!
_ Damnusare! _ ela gritou e o feitiço jogou Voldemort longe.
Ele não perdeu tempo e antes mesmo de se levantar várias luzes esverdeadas apareceram à sua volta e juntaram-se em uma grande esfera.
_ Fangulis! Fangulis! Fangulis! _ a grande esfera dividiu-se em três e lançaram-se contra Charlotte, que, mesmo conseguindo desviar-se de duas, não conseguiu escapar da terceira e acabou com o braço ferido.
_ Falta de prática, Charlotte? _ riu-se Voldemort.
_ Não tanto quanto você! Excaeco!
Um raio de luz ofuscante acertou Voldemort nos olhos. E entre pragas e gritos ele lançou uma maldição:
_ VOCÊ ME CEGOU! FLAMMIS!
O jato de luz alaranjado passou longe de Charlotte e acabou atingindo um armário onde eram guardados os equipamentos da quadra. Várias bolas em chamas se espalharam pela quadra e uma delas acabou atingindo Fred que tentava libertar os amigos com vários tipos de feitiços.
_ Dejectus! _ Charlotte atingiu novamente Voldemort, que ainda não conseguia ver direito, derrubando-o novamente.
Ela procurou ver se Fred já havia conseguido soltar os amigos, mas Voldemort já conseguia enxergar o suficiente para acertá-la:
_ TINNIENS!
Ela sentiu uma dor aguda na cabeça e um zunido insuportável ecoava em seus ouvidos. Ela não conseguia mais pensar direito. Tentou jogar um feitiço de petrificação temporária, mas suas mãos tremiam muito e ela acabou perdendo a varinha. No mesmo instante Voldemort reagiu já recuperado da cegueira.
_ SUPERILLIGATUS!
As mãos de Charlotte foram atadas novamente e ela caiu de joelhos desorientada pelo zunido e pela dor.
Voldemort começou a rir novamente vendo ela tremer por inteira tentando inutilmente soltar as mãos. Mas seu sorriso desapareceu assim que viu que Fred havia conseguido desfazer o encantamento que paralisava Harry, Emily e Lune.
_ COMO SE ATREVE, ESTÚPIDO! DAMNUSARE!
Fred foi lançado violentamente contra a parede e caiu imóvel no chão com um filete de sangue escorrendo de sua testa.
Harry tentou reagir logo que foi libertado, mas assim que pôs sua varinha em posição foi atingido pelo mesmo feitiço e teve o mesmo destino que o amigo. Voldemort olhou ameaçadoramente para Emily e lançou o feitiço nela também, mas dessa vez Lune foi mais rápida e tirou a amiga do caminho.
_ NÃO PODE MAIS FUGIR DE MIM! DAMNUS...
Voldemort não terminou o feitiço. Parou estático sem ao menos piscar.
Emily o olhou sem entender e Lune apontou para além dele. Charlotte, começando a tremer violentamente, tinha recuperado sua varinha, e logo em seguida desabou para o lado sem forças.
_ Por Merlin! _ Lune apontou a varinha para ela _ Desino!
Charlotte parou de tremer instantaneamente, mas continuou no chão.
_ Cha-Charllote! _ a voz de Fred soou fraca enquanto ele levantava-se com dificuldade e mancava até onde ela estava.
_ Agora é minha vez! _ Lune suspirou determinada _ Enquanto ele está paralisado.
_ Lune, o quê... você... _ Emily tentava perguntar.
Lune posicionou-se em frente a Voldemort e segurou sua varinha firmemente com as duas mãos em posição de ataque, apontado para a cabeça dele. Ela suspirou longamente e fechou os olhos, concentrando-se no que iria fazer. Seus cabelos começaram a flutuar com se uma rajada de vento forte estivesse subindo de seus pés.
Por um momento tudo ficou em silêncio. Harry acordou e olhou abobado em volta. Fred segurava Charlotte que ainda parecia desorientada com os olhos desfocados.
_ Emily... _ Lune murmurou _ O feitiço petrificante é temporário. Cuidado!
Lune mal acabara de avisar a amiga quando Voldemort voltou a si pestanejando. Quando ele viu Lune ficou furioso, e apontou a varinha para ela gritando:
_ O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?! FULMINATIOO!
O raio que Voldemort lançou não chegou a atingi-la. Antes de a acertar, ele ricocheteou em um escudo invisível e desviou-se indo diretamente para um vulto que ainda permanecia imóvel na quadra.
_ SARA! _ Emily se desesperou e correu até a menina que desmoronou logo que foi atingida.
Voldemort tentou impedi-la, mas dessa vez Emily foi mais rápida de defendeu-se:
_ PROTEGO! _ ela gritou e ajoelhou-se do lado da menina _ O que eu faço?! O que eu faço?! _ ela repetia enquanto apagava as chamas na roupa de Sara.
_ OLENUS PAULISPER! _ Charlotte, com muito esforço, paralisou novamente Voldemort atingindo-o pelas costas enquanto ele tentava acertar Emily novamente.
_ Lune! _ gritou Harry tentando se levantar _ Seja lá o que você estiver fazendo, ANDA LOGO!
No mesmo instante Lune abriu os olhos e gritou:
_ ABACTU ENCANTATEM ABEDITOS!
Um raio roxo em espiral saiu lentamente da varinha dela e atingiu Voldemort na cabeça, formando uma linha de ligação entre esses dois pontos. Voldemort não pôde resistir por ainda estar sobre o encantamento de petrificação. Logo a ponta da espiral que estava na cabeça do bruxo das trevas tornou-se prateada. E também em espiral o raio prateado voltou para Lune fazendo-a voar longe com o impacto. Voldemort, por sua vez, caiu no chão desacordado.
_ LUNE! _ Will, a salamandra, entrou no ginásio quase arrebentando a porta e trazendo consigo mais de meia dúzia de WIB´s.
Ele correu até onde a garota batera de lado na parede e seu braço encontrava-se em um ângulo estranho.
_ Lune! Você conseguiu, Lune! A porta se fechou com um encantamento antigo assim que vocês entraram, mas você conseguiu! Lune? Lune?! Enervate!... _ ele tentava reanimá-la mas nada adiantava. _ Ajudem os outros, rápido! _ ele ordenou para os outros WIB´s. _ E obliviem definitivamente Voldemort antes que ele acorde e recupere sua proteção!

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