Em meio a lembranças



O clima instável, com chuvas e ventos, já durava duas semanas. Muitos eram obrigados a ficarem em suas Salas Comunais, em vez de passar um ótimo sábado em volta do lago observando a Lula Gigante ou de terem um dia em que não precisavam estudar e que podiam conversar sem que nada atrapalhasse, mas infelizmente o tempo estava sendo injusto e mais uma vez no final de semana teriam que ficar presos naquela sala.

Alguns faziam as lições, outros jogavam e o resto que não se sentia bem ficavam presos em seu próprio dormitório. Hermione Granger era um deles.

Hermione não saía mais de seu dormitório, a não ser para as aulas ou para alguma refeição, mas isso era só quando Gina a obrigava, não descia nem mais para a Sala Comunal, tinha medo de o encontrar e ver o que aqueles olhos expressavam. Desde de sua revelação parecia que tudo estava começando a se afastar e era exatamente isso que ela temia. O pior era que parecia que Harry nem se importava com a distância deles .

A promessa de que não choraria, acabou não se compadecendo, por várias e várias horas lembrava-se dele e do que tinham passado, a felicidade acabava virando lágrimas. Suas olheiras estavam pior até de quando teve que presenciar ele se distanciando e sentir medo da batalha que se aproximava da vida dele.

Flashback

Nunca tinha sentido tanto medo em toda minha vida. Desde que ele se despediu de mim com aquele abraço, com aquele beijo em minha testa e com aquelas palavras “Voltarei por você Hermione”, tenho sido sufocada pelo desespero, queria gritar. Tinha feito prometê-lo que mandaria carta, pelo menos assim estaria mais segura de que estaria bem, afinal, eu havia prometido que não participaria dessa guerra.

Nas primeiras semanas Harry me mandava cartas e fotos a cada três dias, depois foram a cada cinco dias, oito, até que ele parou de mandar. Com certeza tinham achado Voldemort e sabia que a batalha final se aproximava.

O clima de medo, de rancor e de exitação começou a encher Hogwarts. A Prof. Mcgonagall, fazia de tudo para acalmar os alunos, muitos desmaiavam e iam parar na enfermaria por mais de uma semana.

Mas como eu podia ter calma se ele estava em algum lugar da Suécia pronto para a pior batalha mortal onde podia sair vivo ou morte? A solução para mim era de chorar todas as noites. Era terrível saber que uma pessoa que amava podia ser morta, mas sentia que não ia perdê-lo, que ainda conseguiria toca-lo e ter meu melhor amigo de volta mais uma vez.

As semanas foram passando e não sabia mais nada. Até que em uma tarde eu finalmente soube pelo profeta que “o Eleito” tinha derrotado Lord Voldemort e que mais uma vez Harry Potter tinha sobrevivido às garras do bruxo das trevas. Depois que soube não sabia se gritava, se mandava milhões de cartas pedindo satisfações, se ficava parada ali mesmo esperando a boa vontade dele dar um sinal de vida, ou se chorava de emoção por saber que meu fiel amigo ainda estava vivo.

Não deu tempo para que eu decidisse, a porta do SalãoPrincipal se abriu e por ela várias pessoas começaram a passar. Muitos alunos, como eu, não acreditavam quando por ela entrou Snape junto com Malfoy. Todos os assassinavam com olhar. Eu já não estava prestando atenção sequer no que eles dois estariam fazendo, meus olhos o procuravam por aquele tumulto. No final acabei encontrando Rony com alguns arranhões, mas assim que encontrei com olhos dele e seu sorriso foi desfeito, percebi, Harry não tinha saido ileso dessa guerra.

Corri até ele e o aguarrei pela gola da camisa.

_Onde ele está? - perguntei num sussuro, tentando manter a calma.

Ele tentava responder, abria a boca, mas não emitia som algum. Talvez meus olhos marejados, avermelhados e as olheiras abaixo deles, o deixavam assustado. Rony pareçia que queria manter minha calma, mas não queria ter calma, não enquanto ouvir da sua boca que tudo estava bem, que Harry estava em algum lugar daquele castelo.

- Onde ele está, Rony, onde? - meu grito ecoou por todo o salão. A atenção daquele lugar foi voltada para nós.

Rony abriu a boca para falar, mas alguém foi mais rápido que ele.

_Ele está em St. Mungus – Larguei finalmente Rony e virei para trás, Snape estava falando comigo, fiquei em espectativa de ouvir mais – em coma, talvez não saia de lá tão...

Não tinha condições de ouvir mais, meu cerebro ia e voltava tentando assimilar o significado da palavra “coma”, meus sentidos foram se perdendo, tinha chegado a hora e eu caí desmaiada no chão, lágrimas ainda escapava dos meus olhos.

Após aquele desmaio, meus sentidos estavam voltando. Meus olhos ardiam, minha respiração era rápida e ao mesmo tempo sigilosa, minha cabeça doía e meu corpo pesava.

Mesmo com kilometros nos distanciando, em meus sonhos conseguia senti-lo, conseguia aspirar seu cheiro, era como se estivesse a metros de mim.

Com muito esforço, abri meus olhos, minha vontade era de gritar quando a luz do sol bateu neles, pareçia que nunca tinha enxergado na vida, tudo estava muito embaçado.

_Ela acordou – disseram, reconheçi a voz sendo como a de Gina.

Pisquei muitas e muitas vezes até conseguir distingüir as imagens. Gina, Rony, Parvati, Dino, Neville, Simas, estavam a minha volta. Madame Pomfrey se aproximava.

- Como está se sentindo Srta. Granger?

Abri a boca para falar, mas era muito esforço e acabou sendo um sussuro

- Com um pouco de tontura.

A enfermeria pediu liçenca aos garotos e começou a me examinar. Enquanto isso, Gina e Parvati, me olhavam aprensivas. Fiquei agitada com elas me olhando daquele jeito, não as entendia, não quando se tinha aquela dor de cabeça. Em um movimento de Rony para o lado, pude ver uma cama com o cortinado em volta, ondas de calor passaram pelo meu corpo.

_Snape pediu para trazê-lo - disse a enfermeira.

Meu olhos se arregalaram e meu coração disparou. Não era a toa que sentia seu cheiro por perto que tanto me fazia ficar entopercida, mas...há quanto tempo ele estava ali? a quanto tempo eu estava ali?

-Há quanto tempo... - fechei meus olhos e mordi meu lábio inferior. A dor era grande.

-Completaria duas semanas se não acordasse hoje – respondeu Pomfrey calmamente continuando a me examinar – Potter teve boas melhoras, acordou três dias atrás - continuou – de alguma forma soube o que aconteçeu com você e pediu para trazê-lo para cá – ela guardou os objetos em uma caixa – parecia tão desesperado, Snape ajudou a trazê-lo, chegou um dia depois que a Srta. desmaiou.

Tentava engolir todas aquelas informações, sentia algo deslizar pelo meu sangue e ir até meu cérebro. Duas semanas era tempo demais sem tocar aqueles cabelos rebeldes, me perder em seus olhos e sem ter os costumes de tremer ao ser tocada por ele.

-Ele queria te ver ontem, mas ainda estava muito fraco, não deixei que saisse da cama – ela se distanciou.

Olhei para todos a minha volta, esperava mais informações, mas deram de ombros. Sabia que não ia conseguir convecê-los, principalmente agora que não conseguia falar. Madame Pomfrey se aproximava de volta trazendo uma de suas poções.

-Isso vai fazê-la se sentir melhor – peguei o conteúdo e tomei rapidamente – não há nada sério com você, apenas deve ter sido o susto ao saber do Sr. Potter. Em alguns minutos vai estar acordando, o efeito da poção deve estar passando e preparesse Srta. Granger. Ele é capaz de fazer uma algazarra novamente só para te ver, mas não deixei apesar de ter ficado revoltado com minha decisão

Consegui dar um sorriso fraco que foi retribuido por ela. Olhando para o lado em que estava Harry, por mais dolorido que seja, alarguei meu sorriso. Lembrei da cara que fazia de revoltado por não conseguir o que queria.

-Deve ter sido lindo o bico que ele fez – comentei rouca.

Todos riram e Madame Pomfrey sorriu mais ainda.

-Ah foi, pena que não estava acordada e me lembro muito bem o que ele disse sobre você – me virei para ela - "você pareçe Hermione, só falta ser mais rancorosa e mandar eu estudar" ele caiu no sono depois – eu ri, tantas vezes recusei coisas a ele, pena que depois de cinco minutos não recusava mais nada.(N/a: O.o sem pretextos por favor) – Durma.Seria melhor guardar energia. Aquele garoto tem força até quando se está todo machucado – era verdade – e vocês seis já podem ir, a Srta. Granger precisa descansar.

Eles sairam resmugando, Rony era o que resmungava mais. Devia querer falar algo comigo. Madame Pomfrey também tinha se retirado e fiquei sozinha.

Me ajeitei na cama, mesmo que o cortinado estivesse em volta queria sentir sua presença perto de mim. Era tão bom saber que tinha saído vivo dessa guerra e estava bem... Depois de ter perdido aqueles que amava e o amavam, agora ele merecia ter uma vida digna que nunca teve.

O sono não demorou a chegar e acabei ardormecendo com um sorriso no rosto. Não choraria mais por medo, talvez por Harry, mas não por medo. Não existia mais Voldemort para isso.

"Voltei por você Hermione"

De manhã acordei e levei um susto ao ver Harry ao meu lado, sorrindo. Não demorou para que meus olhos se enchessem de lágrimas e escorresem pelo meu rosto, Harry as secava com toda calma do mundo, não suportei e me joguei em seus braços.

-Nunca mais se atreva a me abandonar

-Nunca mais

-Promete?

-Prometo

Me distanciei dele sorrindo, sorriso, que foi retribuido.


Fim do FlashBlack


Hermione escondeu o rosto no travesseiro encharcado pela suas lágrimas. Tentava esquece-lo, mas as lembranças eram muitas e não deixavam que ele saísse de sua cabeça.

Alguém bateu na porta. Mais uma vez ela não tinha condição de falar, mas a pessoa entrou. Hermione olhou, era apenas Parvati com uma bandeja em mãos.

_Trouxe para você – disse Parvati

_Parvati não me faça comer algo que não vai ficar cinco minutos em meu estômago – Hermione voltou esconder seu rosto no travesseiro

Parvati não respondeu, mas Hermione ouviu a bandeja ser colocada no chão ao lado de sua cama, logo depois ouviu passos e uma cortina ser aberta.

Apesar do tempo estar fechado a claridade conseguia chegar ao quarto. Hermione voltou a retirar a cabeça do travesseiro pronta para reclamar, mas Gina foi mais rápida.

-Está vendo Hermione? Até o tempo vocês conseguem influenciar – ela voltou a fechar as cortinas – não quero que pense que eu esteja sendo paranóica, mas saibam que estão sendo estúpidos se distanciando desse jeito, não vai haver mais um dia limpo na sua vida se não fizer aquilo que for certo.

-Harry não está sendo estúpido, eu que foi uma idiota com o coração estúpido de me deixar apaixonar por um dos meus melhores amigos – uma lágrima solitaria desceu pelo rosto de Hermione.

Parvati se aproximou e sentou ao seu lado afagando seus cabelos.

-Não acredite em seu coração Hermione, acredite em seu destino. Não é um crime o que está fazendo, apenas está vivendo algo inevitável – Parvati passou os dedos por sua lágrima – Não chore por algo que é certo. - Hermione a fitava em silêncio – Pense no que estou dizendo



Ela se lavantou e sorriu, Hermione não conseguiu dar um sorriso além de um pelo canto de sua boca.

-Coma – e se retirou

Hermione olhou da comida para o travesseiro e vice versa.

"Não chore por algo que é certo. "

Olhou pela janela. Uma lembrança veio a sua mente, felizmente conseguiu sorrir.


FlashBlack

Estavamos perto do lago. Tinha convencido Harry a estudar comigo, Rony estava ocupado demais com sua namorada e mais uma vez nós dois ficamos a sós, quer dizer, perto de nós havia um grupo de crianças do primeiro ano.

Eu lia um livro de runas, mas Harry, encostados em uma árvore, brincava com a grama. Isso eu sabia porque simplesmente o olhava a cada cinco minutos. Qualquer coisa que ele fazia, chamava minha atenção, especialmente aquela cara que exibia.

Minha paciência se esgotava mais a cada momento que o olhava e via aquela cara cansada e com um pleno tédio.

Abaixei meu livro, não aguentava todo aquele silêncio e todos aqueles movimentos que Harry fazia só para me acordar e ganhar minha atenção.

-Se você ficar com essa cara vou achar que o obrigo a fazer tudo. – disse repentinamente

Os olhos Harry brilharam, é com certeza ele queria minha atenção.

-E não obriga? - replicou ele comigo

Cansada fechei meu livro e novamente o fitei.

-Eu só queria que tomasse um ar – disse calmamente - você acabou de sair de uma guerra e pensei que ia me agradecer por distraí-lo um pouco.

-Me distrair ou devorar livros?

O fuzilei com o olhar, não ia discutir. Abri meu livro e recomeçei a ler. Foi quando Harry se levantou. Olhei para ele com um olhar interrogativo por aquele movimento brusco.

-Onde vai? - perguntei

Harry me respondeu com um sorriso maroto, boa coisa não podia ser. Reparei ele indo em direção as crianças. Ao menos umas dez conversavam com Harry ao mesmo tempo.

Bufei e retomei minha leitura de onde tinha parado. Não conseguia ter mais concentração com aquelas risadas, vi Harry trocar alguma coisas com elas e depois receber um sorriso em troca. Balançei a cabeça negativamente.

Após alguns minutos Harry voltava em minha direção me olhando com o mesmo sorriso maroto. Dessa vez ele retirou o livro de minhas mãos e me fez levantar.

_O que você quer? - perguntei enquanto limpava os ciscos de minha roupa

_Prefere ficar aqui e tomar banho de chuva?

Olhei para o lado que apontava. Uma boa quantidade de nuvens vinham em direção a Hogwarts. Não ia agradeçer. Me abaixei e começei a recolher os livros do chão.

Quando finalmente terminei, me levantei e encontrei Harry com o mesmo sorriso. Aquilo estava começando a me irritar.

Eu não ia ficar esperando que Harry começasse a andar, então tinha dado alguns passos, com ele atrás de mim.
Umas crianças passaram na nossa frente correndo, elas esbarram em mim. Harry veio ao meu lado foi quando lembrei da diferença das nossas alturas, paramos, ele sorriu, arregalei meus olhos, Harry não podia querer fazer aquilo. Abri a boca para proibir, mas...

-Ei crianças acho que esqueçeram de uma aqui.

Tarde demais. Elas voltaram correndo em minha direção e começaram a pular em cima de mim, puxando minhas vestes, baguçando meus cabelos e dizendo “vamos brincar, vamos brincar”. Pelo menos deu para reparar Harry rindo.

-Hermione não vai brincar com seus amiguinhos?

Já tinha passado dos limites, não aguentava mais.

-Chega!!! – gritei

As crianças se afastaram assustada pareçendo que iam chorar por ter gritado. Senti que tinha passado dos limites dessa vez.

-Ah olha o que você fez. – disse Harry se aproximan das crianças com cara de coitadinho – Não liguem crianças, ela é má. – todas concordaram

Harry olhou para mim zombeteiro em troca o olhei séria. O sorriso dele foi morrendo, sim, aquilo teria volta. Voltei a atenção para as crianças sorrindo.

-Olha, – falei, mas elas se afastaram ainda mais – não precisam ter medo. – as crianças se entreolharam – Não vou brincar, mas que tal se eu ajudasse vocês com a lição? – começaram a sorrir e então correram na direção dos materiais delas, sorri satisfeita e olhei para Harry, mas não o encontrei. Não adiantava mais fugir, o estrago já estava feito.

Senti um puxão na manga da minha vestes, as crianças estavam de volta. Retribui os sorrisos e começei ajudá-las. Passei a tarde toda revendo e escrevendo as coisas, mas infelzmente a chuva tinha chegado e até recolher todos o meu material já estava ensopada. Definitivamente esse não era meu dia.

Cheguei no salão comunal pingando e com o mau humor além da flora. Minha situação não melhorou quando vi a cara de poucos amigos de Harry. Ele estava sentado na mesa com vários livros abertos e com pergaminhos em volta de si. Me aproximei e Harry me olhou.

-Eu avisei sobre a chuva

-A culpa é sua. – joguei os livros em cima da mesa e me sentei – Nunca mais quero ver uma criança na minha vida!

Harry riu.

-Então seria melhor não se olhar mais no espelho.

-Pena que você não vive sem “essa criança”– murmurei entre dentes. Harry ficou sério

-Achei que quissesse se divertir. – disse ele

-Claro você viu como me diverti? - falei sarcátisca

-Pelo menos fez algo que gosta muito . É, adorei...– outra vez fui sarcátisca

Levantei da mesa cá-lo

-Pensei que fosse me ajudar.

Dessa vez foi minha fez de sorrir marota

-Não Harry. – me aproximei de seu ouvido – E isso está só começando...

Me distanciei e Harry me olhava assustado.

-Pensei que não ia pensar em dar o troco depois que me visse aqui lutando para fazer a lição – ele me olhou com aquela cara.

-Não adianta fazer essa cara – fiquei de costas, aquela pessoa ia acabar me influenciando -e se fosse você ficaria preparado, nunca se sabe quando uma pessoa pode ser travessa Harry– fiquei de frente para ele. Nunca pensei que fosse ver tamanha fúria em seus olhos.

-Tudo bem! Eu me viro – disse Harry. Acabou retornando a fazer sua lição, por um momento fiquei parada lá observando todos seus movimentos, apesar de amá-lo, idolotrá-lo, não ia conseguir minha ajuda dessa vez.

-Boa noite! – ele não me respondeu, suspirei. Acabei subindo para meu dormitório.

Uma semana depois, dez meninas tinham começado a persegui-lo, entre elas Meg. Tinha inventado um fã clube, minha vingaça já estava em ação.

Fim do FlashBlack

Hermione se lembrava que depois daquele dia Harry não ia para lugar nenhum sem sua companhia, principalmente quando tinha conseguido ficar com Meg. Harry mereçia algo melhor, assim pensava Hermione.


Após essa lembrança, seu estômago abriu uma sessão de apetite, finalmente estava comendo sem ter o medo de se enjoar.

“Não vou correr atrás dele”

Sinceramente Hermione achava que se fosse correspondida não seria ela quem batalharia por algo que a faria feliz.


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_Qual é a dela? - perguntou Harry pensativo, sem ao menos se importar com Rony ao seu lado se matando de comer.

-Ea sótá umouco na feiss hoíe – disse o ruivo com sua “pequena” boca cheia, isso mais que tudo fez Harry sentir o estômago embrulhando.

-Já vou indo – Harry jogou a mochila pelo ombro, completamente irritado. Rony só balançou a cabeça, concordando.

Ele andava pelo salão olhando para Hermione. Um garoto, talvez monitor, cochichava em seu ouvido enquanto ela sorria por algo que gostaria muito de saber.

Hermione, de repente, tornou-se séria. Ela estava correspondendo ao olhar de Harry. Pareçia que a xingava mentalmente, ele fez questão de desviar o olhar. Hermione baixou a cabeça, as coisas não podiam piorar mais.


FlashBlack


Estava na Sala Ccomunal fazendo minhas tarefas completamente concentrada quando um par de olhos verdes entraram em minha frente arrancando qualquer concentração que existia em mim. Harry desviou o olhar e se afastou.

Larguei minha pena, rapidamente me levantei e fui em sua em direção.

-Harry você está bem? - ele voltou a me olhar – você está vermelho

Ele sorriu envergonhado, coçou a cabeça e continuou calado

-É a meg?

Harry balançou a cabeça posivitivamente. Murmurei um “ah” e voltei aos meus afazeres.

-Ela me corresponde – disse ele finalmente. Levantei meus olhos.

-Isso é bom... – disse soltando novamente a pena

O tom do rosto de Harry foi se tornando roxo e cheguei a achar que ele ia desmair. Me levantei mais uma vez e fui em sua direção.

-Quer me dizer mais alguma coisa? - perguntei pegando em sua mão

O problema dele, era sua timidez. Harry não conseguia falar algo relacionado sobre garotas sem que ficasse assim.

-Olhe para mim – levantei seu queixo e olhei em seus olhos.

Sentia que escondia mais alguma coisa de mim e queria tirar aqueles sentimentos que me afligiam. Passamos vários minutos nos olhando, mas não adiantava, ele evitava com que descobrisse.

-Pare de usar oclumência – disse

-Não estou usando – replicou Harry

Desviamos o olhar e nos sentamos no sofá.

-Não consigo mais te entender Harry acho que finalmente a leitura possessiva afetou meu cérebro– comentei amargurada, Harry riu

-Quer o meu? Nunca usei na vida – olhei para ele com um sorriso triste

-Muito engraçado – disse cansada e me levantando ao mesmo tempo – mas se for para trocar o meu cérebro com o seu, preferia ficar com o meu mesmo.

Começei a recolher o material. Olhei para trás e engoli a risada ao ver a cara de Harry. Uma mistura de raiva com confusão.

-Você me chamou de burro – disse Harry se levantando

-Chamei?! - perguntei fingindo não estar prestando muita atenção, escondia um sorriso cínico enquanto continuei a recolher o material

-Meu cérebro não está a sua altura Srta. Granger ? - Harry estava atrás de mim com os braços cruzados

Quando terminei me virei ainda com aquele sorriso. Harry descruzou os braços.

-Talvez eu só fui um pouco precipitada. – respondi com simplicidade – Você não aguentaria a auto-capacidade do meu cérebro

-Vvocê está sendo muito orgulhosa e acabou de me chamar de burro de novo.

Alarguei meu sorriso

-Sério?! Estou tão desligada hoje... Nem sei mais o que falo.- falei cinicamente, já subindo as escadas do dormitório com Harry atrás.

-Qual é o seu problema?

Parei e me virei para ele.

-O meu problema é que ter que aguentar você se denominando burro se nem ao menos fiz isso diretamente – continuei meu caminho

-O que você acha? Faça isso diretamente.

-Você não é burro, só é preguiçoso e se não fosse por mim você nunca estudaria.

Harry passou por mim, parecia furioso, e entrou em seu dormitório. Dei de ombros, sem me importar. Quando cheguei ao meu dormitório explodi em risadas, as meninas reclamavam. Esse dia ficou marcado, não por perceber que Harry estava sendo conrrespondido por Meg, isso era uma outra história, mas por conseguir chatear Harry pela primeira vez, acho que foi a única maneira de soltar meu cíume.


Fim do FlashBlack

-É pareçe que alguém saiu daqui morrendo de cíumes – comentou Lilá sem se importar com as outras pessoas que podiam ouvir.

Hermione não queria ficar mais ali, ouviria apenas os comentários maldosos de seus amigos, ela preferia resolver aquilo definitivamente com Harry, mesmo que fosse um pouco difícil. Jogou a bolsa pelo ombro e também saiu do Salão Principal.

Caminhava pelo corredor procurando por ele, não demorou muito para o encontrar próximo da sala de aula de Transfiguração.

-Harry!

Harry se virou para Hermione com uma certa frieza em seus olhos.

-Já desistiu do seu novo amigo?

As coisas com certeza estavam piorando, seria dificil manter calma no que podia virar briga.

-Pare com isso. Sabe que Jack não é meu novo amigo, apenas... - ela viu Harry virar os olhos – Quer saber? Esqueça, não devia ter vindo atrás de vocês, é só perda de tempo.

Ela tinha dado as costas pronta para se afastar, mas não conseguiu.

-Claro! Você sempre é assim, engana as pessoas para depois fugir só porque tem medo, seria mais fácil nunca ter começado uma coisa que você mesma não entende.

Hermione não acreditou naquelas palavras ao ser pronunciadas, Harry não podia ter sido frio assim com ela. Voltou a se virar para ele.

-Eu engano as pessoas Harry? É isso o que você pensa de mim? - ela se aproximou – poderia ser mais sensato e ter me chamado logo de falsa e que não me importo com elas, mas infelizmente não é assim, eu me importo muito, mesmo que não retribuam o que faço por elas. - ela continuou a falar antes que Harry a atrapalhasse – Eu não tenho medo do que sinto e não fujo desse sentimento, ao contrário de algumas pessoas que não o admitem e não fui eu quem começou essa história, foi você que pediu para que ela aconteçesse.

-Mais sensato? Por favor Hermione, quem ficou trancada em um dormitório por duas semanas foi você e não eu. – Harry se aproximou mais – Se importasse mesmo com as pessoas por que ficou fugindo do que elas podiam te dizer? Por que simplesmente não fica aqui e ouve o que cada uma delas tem a dizer?

-Por que Harry? Você sabe o que significa “eu te amo”? Por acaso você não pensou por um momento o que poderia aconteçer com a nossa amizade? - Harry não disse nada – Claro que não, devia saber, você nunca se importou com a nossa amizade, pra você sou apenas uma garota que te ajuda com seus deveres e que te dá conselhos. Sinto dizer, mas o falso aqui é você e não a pessoa que largaria tudo só para te ver feliz. Até seus sentimentos, mesmo que isso fosse impossível e não quero que corresponda só por piedade. – os olhos de Hermione não suportavam as lágrimas que os enchiam

-Não coloque hipocrisia nessas palavras, não finja que está sofrendo com essa distância, você só está aqui dizendo isso porque tem medo de ferir o seu orgulho, com o que as pessoas venham pensar de você por ter enganado uma delas e essa de “não me importar com nossa amizade” é pura mentira, nunca faria nada com que acabasse com ela e nada com que te machucasse , nada que a fizesse chorar, mas quer saber, não me importo mais, faça o que quiser com ela, destrua-a, esqueça-a. Não aguentaria que me enganasse mais e mais, não aguentaria você sendo cínica fazendo acreditar que me ama de verdade, mas pode deixar, não me importo, se fira o tanto que quiser, você não vai ter mais esse tolo de amigo para ser enganado.


Hermione não aguentava mais todas aquelas palavras a torturando, ferindo, destruindo, a queimando e consumindo toda sua paciência. Todas suas fibras se juntaram em um só movimento que explodiu na cara do que seria seu amigo. Não ligava que sua mão ardia, não ligava que estava vermelha, não ligava para a marca no rosto de Harry, apenas ligava para a lágrima que saiu do rosto que a xingou, que destruiu toda a ligação que tinham criado juntos.


-Não me importo com o que pensa de mim Harry, mas apenas esqueça toda nossa amizade, dos sete anos, de tudo. - Hermione passou seus dedos sobre suas lágrimas - "Eu realmente o amo e não me importo com o que eu sinto, para mim ficar ao seu lado já basta, mesmo que for apenas como uma amiga, mas esqueça. Tola fui eu de criar algo tão lindo para alguém tão frio."


Hermione deu as costas e desapareçeu pelos corredores. Harry ficou parado, ele não ia correr atrás de algo que foi destruído e ferido pronfundamente. Sim havia acabado, mesmo que isso fosse para ter acabado e não resolvido. A vida continua, mesmo que não se tenha mais felicidade nela.





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