Curta estada



Curta Estada (já deu pra notar que a autora é péssima com nomes de capítulos)








-Bom dia! – cumprimentou um enérgico Tiago ao adentrar a cozinha.


-Bom dia, Pontas. – disseram Sirius e Remo ao mesmo tempo.


-Que humor é esse? – disse Sirius, enquanto o amigo cantarolava baixinho enquanto se servia de torradas. O maroto simplesmente dirigiu-lhe um sorriso e continuou a cantarolar.


-Aconteceu alguma coisa, Pontas? – perguntou Remo, já desconfiando que aquele viado deveria ter aprontado alguma.


O moreno pensou seriamente em contar aos amigos, mas preferiu seguir o voto de silencio. Deu de ombro para os amigos. Mas, como bons marotos, não se contentavam com simples “não, nada”.


-Tá, a gente vai ter que adivinhar? – disse Sirius, no que Tiago olhou para ele, divertido; como um enorme “tente”. – Tá, você... Soltou bombas de bosta na sala de telescópio?


-Não, perdeu a graça fazer isso... – respondeu Tiago, enquanto Remo olhava Sirius, reprovando-o.


-Você... Afogou o gato da sua mãe?


-Se eu quisesse ser morto, eu poderia pensar na possibilidade.


-Você quebrou a prataria e destruiu a tapeçaria? – sugeriu Remo, no que os outros dois olharam-no surpresos. – Que foi? Sou um maroto, não sou?


-É... Mas não fiz isso –
riu Tiago. Estava se divertindo. As tentativas ficavam cada vez mais absurdas. Passaram uns bons cinco minutos tentando adivinhar o que Tiago havia feito, mas nem chegavam perto.


-Ai, fala logo o que você fez! – disse Sirius, levantando-se e sacudindo o amigo, no que Remo ria.


-Não adianta, Almofadinhas, ele não vai falar. – disse Remo, depois que ele achou o acesso de Sirius perdeu a graça.


-Tem razão, Aluado! Não falo, só se, com muuuuuuuuuuuuuuita sorte, vocês acertarem.


-Humpt! CHATO! – disse Sirius, quase no exato momento que as meninas entravam a cozinha.


Angie dirigiu a Remo um sorriso discreto, no que ele retribuiu, corando quase imperceptivelmente.


Tiago automaticamente levou a mão aos cabelos, arrepiando-os e desarrumando-os mais ainda, olhando Lily sentar do outro lado da mesa com as amigas. Ele viu que a ruiva mudara de blusa e seus cabelos estavam molhados e presos em um rabo-de-cavalo. Mais bonita que nunca.


-Sirius... – disse Sarah,
colocando a mão no ombro do maroto quando passou – não precisa gritar ao
quatro ventos que o Tiago é chato. Todo mundo já sabe disso!


-Falem... Podem falar... Nada disso me atinge. – disse Tiago, olhando com indiferença para a loura.


-Claro que não. Há uma enorme crosta de ego a sua volta, nada te atinge mesmo. – disse Lily, com a cara fechada.


-Calma, meu lírio, não precisa desse mal-humor todo – disse Tiago, dirigindo-lhe o seu sorriso mais
que charmoso que derretia corações, menos o dela. Ou era isso que parecia...


-Estou calma, Potter. –
disse a ruiva, lançando de volta ao maroto um olhar mortífero. – Calmíssima.


-Pois não parece...


-Se eu pareço estressada, talvez seja porque alguém tenha me estressado mais cedo – disse, sem pensar.


-Fico imaginando quem seria – disse Tiago, na maior cara de pau.


-Pois eu te digo quem foi! – disse, já um tanto alterada demais - Foi...


Suas palavras foram
interrompidas pro uma batidinha leve na porta de vidro da cozinha. Foi quando a ruiva se deu conta de que quase dera com a língua nos dentes. Sentia que os olhares dos amigos estavam em si, podia jurar que ouvia as suplicas silenciosas para que ela continuasse e matasse logo a curiosidade deles. Mas ela apenas encarou o moreno do outro lado da mesa.


Mais batidinhas. Ela se virou e viu sua própria coruja olhando pela janela.


-Adelaide? Mas, o que...?


A ruiva se levantou e foi até a porta, ainda com os olhares dos amigos em si. Pegou a carta que sua coruja parda trazia e esta saiu novamente voando.


-O que é, Lílian? –
perguntou Remo.


-Uma carta da minha mãe... – disse lentamente, sentando-se novamente. Notícias ruins? Péssimas? Boas? Quem morreu? Por que ela estava lhe mandando uma carta? Ela nem sabia usar o correio-coruja direito... Suas mãos já estavam tremendo. Ela olhava o endereço escrito pela letra da mãe, com um frio no estomago.


-Lils? – Sarah chamou-a de volta a Terra. – É só uma carta... Não vai abrir?


-É... – disse a ruiva,
respirando fundo. Do que estava com medo? Afinal, como dissera Sas, era só uma carta...


Ela abriu a carta. Um arrepio passou pela sua espinha; ela fechou os olhos até ele passar. Quando passou, reabriu os olhos e diante de si estava a carta. Enquanto lia, ela queria mais e mais rir de si mesma. Mas que ridículo, não era realmente nada com que se preocupar!


-Que foi? A Petúnia morreu? – perguntou Angie, como sempre, olhando o melhor lado das situações.


-Não, quem me dera... – disse Lily rindo da idéia da amiga. Se bem que a noticia que a carta trazia não daquelas que poderia dar saltos de alegria por aí – Não, o rinoceronte do namorado da Petúnia pediu ela em casamento e vão fazer uma festa por lá... Não sei pra que comemorar um desastre ecológico desses. Onde já se viu? Uma baleia fora d’água casando com uma égua...


Os amigos caíram na
gargalhada. Menos Remo, que, como o único com um pingo de juízo e bom senso, disse:


-Isso é jeito de falar da sua irmã e do seu novo cunhado? – disse, com uma sobrancelha levantada, mas com um indisfarçável tom de riso na voz.


-Novo não, que ela vai casar essa vez e ainda é muito... – os outros riram mais ainda. – E ela não é uma égua... É uma bisbilhoteira eqüina que vive metendo a cara de cavalo dela onde não deve.


-Mas ainda sim, é sua irmã.


-Eu queria mesmo é que ela se explodisse! Pra mim tanto faz! Faria bem ao mundo todo, e a mim principalmente, se ela caísse morta aqui e agora. E não faria falta a ninguém.


-Credo, isso é que é odiar alguém – disse Angie.


-Vem cá, por que você odeia tanto a sua irmã? – perguntou Sirius, com o cenho franzido.


-Aah, é uma longa história... Bom, pra mim, esse ódio todo é inveja, porque eu recebi a carta de Hogwarts e ela não, mas não tenho certeza.


-No meu caso é diferente. – disse Sirius, revirando os olhos. – Acho que o Régulo prefere ser o “caçula perfeito” – disse com uma careta - do que ser um galã, bonito, perfeito, charmoso, corajoso, inteligente... O cara mais lindo do mundo, que tem uma imaginação que nem Merlim tem, esperteza aguçada...


-E modesto também – disse Tiago, rindo.


-Você tá é com inveja do Siriuzinho aqui, tá?


-Eu, hein! Não tenho inveja de um cão sarnento que nem você.


-Mas como vocês são muito convencidos mesmo, hein – disse Sarah, revirando os olhos.


-Nananinanão, senhorita Conrhoy – disse Sirius, balançando o dedo indicador bem próximo ao nariz da garota. – Antigamente eu era convencido. Hoje em dia, sou realista. EU SOU BONITO!


-Hum, muito... – disse a garota, revirando os olhos novamente. – Quase tão bonito quanto uma mandrágora.


-Que isso, falando assim você me ofende – disse o maroto, fazendo aquela cara de cachorro-molhado-sozinho-abandonado-carente,
passando um braço pelo pescoço dela, puxando-a para perto de si.


-Tá,
tá, tá, sai pra lá – disse Sarah, empurrando o maroto pra longe, embora uma
vozinha em seu ouvido dizia para, simplesmente, puxa-lo para mais perto ainda.Sirius aumentou o grau de fofismo e cara de cachorro-molhado-sozinho-abandonado-carente. Quase irresistível. Mas Sarah apenas revirou os olhos, embora aquela vozinha lhe dissesse para agarra-lo e nunca mais soltá-lo.


-Nada
de agarramento por aqui – disse Tiago, já conhecendo muito bem aquela cara do amigo. – Temos gente inocente aqui! – completou, apontando para Remo, que fez cara de entediado.


-Shhhhhhhi – fez Sirius. – Não estraga, Pontas!


-Ai, deixe-os aí... – disse Lily, se levantando. – Vem me ajudar a arrumar a mala.


-Sai, sai! – disse Sarah, se desvencilhando dos braços de Sirius que estavam mais uma vez em volta de seus ombros.


Foi quando a porta se abriu novamente e por ela entrava Sra Potter.


-Eu ouvi a palavra “mala”? – perguntou ela, olhando
todos ali.


-É. A Lily vai embora – disse Sarah.


-É uma pena – disse Tiago, colocando o cotovelo na mesa e descansando a cabeça na mão, suspirando em seguida.


-Pena mesmo, porque eu consegui os ingressos para o jogo de quadribol de hoje à tarde – disse Sra Potter, com um sorriso divertido
desesperado para sair, mas que ela tentava esconder. Ela olhava para a ruiva, mas vez ou outra olhava para o filho, que conservava uma cara de besta olhando para a garota.


-Quem vai jogar? – perguntou Sirius; Tiago também
“acordara”. Quando se trata de quadribol, esses dois se “ligam”
rapidinho na conversa.


-Tutshil Tornados contra Chudley Cannons.


-UM CLASSICO! – exclamou Sirius; era fã roxo dos
Tornados.


-Você vai, né Lily? – disse Tiago, já esperando um
“sim”, com uma cara de dar dó.


-Não... – disse ela, simplesmente.


-Ora, vamos! – disseram Tiago, Sirius, Angie e Sarah
juntos. Remo apenas acenava com a cabeça, apoiando os amigos.


-É, vamos! – disse Sra Potter, realmente rindo agora. –
Vai ser divertido.


-É... Principalmente a parte que o Sirius estrangula o
Tiago quando os Tornados perderem! – disse Angie, rindo da cara que Sirius
fizera.


-O Tornados não vai perder...


-É o que você fala... Faz tres anos que você fala isso, e
ele sempre perde...


-É, mas esse ano é diferente...


-Por que seria?


-Giuliani Brishop como apanhadora.


-Ela é péssima!


-Como pode ver, todos os anos são animados assim – disse Alana para Lily. – Seria ótimo ter mais uma pra mandar eles calarem a boca.


-Aposto que seria, mas eu tenho que voltar pra casa... Sabe, alguém tem que trancar a Petúnia no quarto dela, pra termos um tempo de sossego. – disse Lily, um tanto alto, pois Sirius e Angie já discutiam em altos brados. – Quem sabe numa próxima vez...


-Isso quer dizer que você vai voltar? – perguntou Tiago,
que estava ao seu lado e nem havia percebido. Ele a olhava esperançoso.


A vontade da ruiva era de soltar um “nem morta!”.
Afinal, só dissera isso por educação... Mas, o que saiu foi: - É bem provável...


O maroto abriu um sorriso. Lily congelou. Dissera mesmo
aquilo? Claro que dissera, por simples educação, afinal, a Sra Potter estava
bem à sua frente... Mas, será mesmo que era educação?


-Eu não acredito que eu disse que eu ia voltar! – disse
Lily, minutos depois, em seu quarto, sentada com as mãos escondendo o rosto.


Angie e Sarah se entreolharam e sorriram.


-Ai, Lily! Pra que esse drama todo? – disse Angie, mas sem conseguir esconder o sorriso. Sorte que a ruiva não a olhava. – Afinal, você mesma disse que foi por pura educação...


-É, mas o Potter não sabe disso!


-Tá se importando demais com o Potter... – provocou Angie.


-Não começa, Angie. Você sabe muito bem que eu me importo com ele sim, quando se trata dele ficar imaginando coisas sobre mim!


-Aham, sei... Admita, Lily, você gosta dele sim!


-Não gosto não! Ele é um panaca...


-Uma panaca que você ama!


-Ah, claro... Eu amo odiar o Potter.


-Sabia que ódio e amor são sentimentos tão parecidos que, muitas
vezes, são confundidos? Isso que você sente pelo Potter pode ser um amor muito forte.


-Há-há... Faz-me rir, Angs.


-Então me esclarece: por que você veio?


-Porque a Sarah me pediu!


-Ela sempre te pede, e você nunca vinha!


-Mas dessa vez, ela não tava tão mal quanto tá agora!


-Ela me parecia muito bem quando eu cheguei aqui.


-Isso é porque você chegou depois. Ela tava com a mesma cara que ela tá
agora!


Angie olhou para o lado. Sarah estava mesmo com uma cara estranha, como se estivesse bem longe dali... Envolta em seus pensamentos.


-Sarah? – chamou a morena. – Sarah, você ta aí? Huston para Sarah, Sarah, você está na escuta?


-Acho que ela tá pensando nele... – disse Lily.


Para falar a verdade, Sarah não estava pensando em Logan, por incrível que pareça. Na verdade, ela viajava pelas lembranças que lhe causavam risadas e não lagrimas. Como daquela vez que Lily saíra correndo atrás de Sirius e Tiago, no primeiro ano, quando eles a chamaram de “foguerenta” pela primeira vez. Ou daquela vez que eles colocaram um feitiço de soluço na ruiva e ela não conseguia formular uma frase sem ser interrompida quinhentas vezes por um “hic!”. Ou no terceiro ano, antes de Tiago cismar que queria sair com a ruiva, ela ter levado um balde de uma meleca verde na cabeça. Tá certo que o alvo era Snape Ranhoso, mas a ruiva estava no lugar errado na hora errada. Tá, a garota ficava muito irritada e as outras duas, na época, ficaram com raiva dos marotos, mas, depois de alguns anos, Sarah podia ver que realmente aquilo era muito engraçado.


Aqueles dois não tinham conserto. Eram encrenqueiros e muito, mas muito idiotas. Até os dias de hoje, eles não perderam o jeito. Até quando pediam pra sair com garotas, Sarah podia ver que eles não perdiam a pose de idiotas, muito menos a de encrenqueiros. Naquela manhã, por exemplo, mesmo com aquela cara de que o natal tinha chegado mais cedo, Tiago conservara a maior cara de idiota. Ou, quando Sirius a puxara para si, com aquela cara de cachorro-molhado-sozinho-abandonado-carente, ele ainda tinha uma cara de safado... Sem querer, ela se lembrou novamente dos olhos muito azuis do maroto perto de si e seu um sorriso involuntário.


-SARAH!
– os gritos das amigas fizeram a imagem de Sirius se dissipar e fazer o quarto
de Lily tomar seu lugar.


-Hum?
– fez a loira, olhando para as duas com uma cara levemente interessada e
totalmente perdida. – Alguém me chamou?


-Você
tava longe, hein, filha? – disse Angie, meio que rindo da cara que ela fizera.



-Por
que você diz isso?


-Porque
a gente tá aqui faz uma hora (oooh, exagero) gritando “Sarah,
Sarah!” e você naaaaaaaaaada.


-Em
quem a senhorita tava pensando? – perguntou Lily.


-Por
que você acha que eu estava pensando em alguém?


-Sei
lá, eu chutei.


-Pela
primeira vez, ela se arrisca a chuta alguma coisa! – disse Angie.


-Eu já chutei o Potter muitas vezes.


-Quis
dizer em alternativas e coisas assim.


-Ah,
bom. Nisso foi a primeira vez mesmo...


-E
ainda por cima chutou errado. – disse Sarah. – Tava é lembrando dos
primeiros ataques de raiva da Lily.


-Aaah!
– fez Angie; ela sempre se divertia lembrando deles. Já Lily revirou os
olhos. Tinham que lembrar?- Qual deles? Têm tantos...


-Lembra
o dia do feitiço do soluço?


-
Lembro! – disse Angie, rindo.


-Já
eu quero esquecer aquele dia... Ai, que ódio que me deu do Potter! Passei o dia soluçando!


-Ah,
mas foi engraçado... – disse Angie, parando de rir. – Lembro da parte que
você foi explicar tudo pra McGonagall... “Pro, hic!, fessora, foi o Pot,
hic!, o Potter que, hic!, que me aza, hic!, rou!”. – disse, imitando a
ruiva, no que Sarah gargalhou e Lily corou ligeiramente.


-Quer
parar? Foi ruim uma vez, não precisa reviver aquilo tudo.


-Desculpa
– disseram as duas ao mesmo tempo.


-Engraçado
mesmo foi o dia que o Tiago virou o Ranhoso no ar... – disse Angie.


-Que
vez? – perguntou Sarah; foram tantas vezes que Potter pendurara o Ranhoso no ar que ela perderam a conta.


-Ah,
a última, no dia dos NOM’s de DCAT.


-Não
sei como vocês vêem graça nas criancices do Potter. Isso só faz o ego dele
inflar e faze-lo pensar que está sendo engraçado e fazer isso mais vezes. –
disse Lily, em um tom irritado.


-Ai,
Lily, você fica aí defendendo o Ranhoso...


-Snape
– corrigiu Lily.


-...
Ranhoso e o Malfoy como se eles fossem santinhos, mas eles fazem por
merecer as azarações do Tiago e do Sirius. – disse Sarah.


-Eu
não defendo o Snape nem o Malfoy. Só não acho que ninguém deve azarar alguém
nos intervalos das aulas simplesmente porque eles existem.


-Ai, vocês não vão discutir isso de novo, né?! – disse Angie. Ela
estava cansada das amigas ficarem discutindo as razões de Potter e Black para
azarar os outros pelos corredores. Em média, era uma discussão dessas por dia.
– Já tá todo mundo sabendo que o Ranhoso e o aguado do seu primo não são
flor que se cheirem e que são uns FDP’s... Também já tá todo mundo
informado de que Tiago e o Sirius poderiam ser menos cabeças quentes e deixarem
os sonserinos falando e irritando o ar. Fim de história. Dá pra conversarmos
sobre outro assunto?


-Não precisava me lembrar que eu tenho qualquer tipo de parentesco com
aquele verme – disse Sarah num tom desapontado. Esse era um dos segredos que
ela guardava a sete chaves.


-Okay, me desculpa por ter te lembrado disso.


-Tudo bem.


Lily se levantou e começou a juntar suas coisas, sob o olhar de Sarah.


-Lil?


-Eu.


-O que você tá fazendo?


-O que acha que eu to fazendo, Sarah? – disse, se virando para encarar
a amiga. – Arrumando minha mala, ou esqueceu que eu vou embora?


-Não, Lily, eu não esqueci. – disse a loura, revirando os olhos. –
Mas porque você insiste em fazer a mala com as próprias mãos se você tem uma
varinha?


-Por um acaso você se esqueceu que não podemos usar magia fora da
escola?


-Ah, deixa de frescura, Lílian Evans – disse a loura, pegando a própria
varinha e fazendo um aceno que abrangia todo o quarto. Todos os pertences da
ruiva voaram para dentro da mala, muito bem organizados.


-Depois você me conta como foi a audiência no Ministério – disse
Angie, olhando as roupas da garota se dobrarem e depois se enrolarem e entrarem
no malão.


-Sarah! – foi a única coisa que Lily conseguiu dizer. Não acreditara
no que a amiga acabara de fazer.


-Ai, relaxa, não tem nada demais. – disse a loura, guardando a
varinha no bolso da jeans e cruzando as pernas despreocupadamente, colocando o
cotovelo no joelho e apoiando o queixo na mão.


-Você é louca – disse Lily, olhando para o malão, pasma. Ela ouviu
uma gargalhada e se virou. Sarah estava quase caindo no chão de tanto rir. –
Não tem nada engraçado nisso! Você tem quinze anos, acabou de fazer magia e
fica aí, rindo?


-Ai... Ai... Lily, essa sua cara é muito, muito engraçada! – disse a
loura, tentando recuperar o fôlego.


Lily olhou para Angie, que deu de ombros. Elas esperaram a loura parar
de rir.


-Espero que te levem logo pra Azkaban – disse Angie.


-Não vou tão cedo... – disse a loura, fazendo um rabo-de-cavalo
improvisado no cabelo.


-Eu dou cinco minutos antes de uma coruja do Ministério aparecer aqui
te trazendo uma intimação para comparecer lá. E se nos chamarem pra
testemunhas, diremos que foi totalmente intencional e que você merece uma
temporada de recuperação no St Mungus e depois um loooooooooooooongo período
em Azkaban. – disse Angie, com uma cara séria.


-Não vai aparecer nenhuma coruja do Ministério aqui. – disse a
loura.


-Como não? – perguntou Lily.


-Ora, Lily, dentre todas as pessoas no mundo, pensei que você soubesse!


-E o que exatamente eu deveria saber?


-O Ministério não sabe quem faz magia. – Lily levantou as
sobrancelhas num gesto de “não acredito”. – É sério! Eles não sabem quem
fez a magia, só onde a fizeram. Na sua casa eles sabem que foi você
quem fez a magia, já que é a única bruxa em um raio de quilômetros. Aqui são
outros quinhentos. É uma propriedade bruxa e tem magia por todos so cantos.
Eles nunca vão saber se foi eu quem fez a magia, ou se foi um dos elfos ou se
foi Alana ou Allan Potter. Surpreende-me que você não saiba disso, Lils.


-Nunca li isso em lugar nenhum – disse a ruiva, tentando puxar alguma
citação do tipo em um livro qualquer que tivesse lido, mas não se lembrava.


-Acho que tem uma boa razão para o Ministério não colocar isso em
livros. – disse Angie, como se fosse meio que óbvio. – Quero dizer, se
todos os adolescentes filhos de bruxos por aí soubessem disso, ficariam meio
que descontrolados fazendo magia e colocando o sigilo em risco.


-O Ministério espera que os pais respeitem essa lei e que não deixem
seus filhos fazendo arruaça em casa. Só esperam, né. – disse Sarah.


-Como você soube dessa brecha na lei, Sarah? – perguntou Lily.


-Bom, meu querido cunhado Charles – a loura enfiou o dedo indicador na
boca com a língua pra fora, num gesto “odeio esse cara” -, o namorado da
Mara tem uma irmã na Seção de Detecção de Magia Efetuada Por Menores. Ela
contou pro irmão, que contou pra minha maninha querida que contou pra mim e eu
tô contando pra vocês!


-Quanta consideração! – disse Angie, juntando as mãos à altura dos
ombros, sorrindo com uma cara besta.


-Vou fazer bom proveito dessa informação – disse Lily.


-Sabia que ela ia dizer isso – murmurou Sarah, mas alto o suficiente
para se fazer ouvir em todo o cômodo.


-Eu não entendi! – disse Angie, olhando de Sarah para Lily, meio que
confusa. – O que você quis dizer com isso, Lily?


-Dá próxima vez que eu vier, SE eu vier – disse, enfatizando bem o
“se”, olhando para Sarah, que tinha cara de que ia dizer alguma coisa – eu
vou poder estuporar o Potter sem me preocupar.


Angs soltou uma exclamação de entendimento bem alto, no que as outras
duas riram. No segundo seguinte, Sra Potter adentrou o quarto carregando vários
pacotes pardos.


-O que é tão engraçado? – perguntou sorrindo, já que entrara em
meio a uma onda de risadas.


-Nada, não, Alana! – disse Sarah, meio que ainda rindo, enxugando os
olhos que se encheram de água.


-Hum, só porque eu gosto de piadas... – disse num murmúrio alto,
fazendo uma ligeira cara de desapontada. Mas se recuperando logo em seguida, e
entregando os pacotes a uma Lily curiosa. – Aqui querida.


-Pra mim? – perguntou, com as sobrancelhas levantadas, olhando da Sra
Potter para os pacotes em suas mãos.


-Tomei a liberdade de comprar seus materiais. E já que está indo
embora, faz sentido eu entrega-los a você, certo? – disse, num sorriso.


-Ah, Sra Potter...


-Fico seriamente preocupada quando você me chama de “senhora”. Já
estou tão velha assim?


-Não, é...


-Então, deixe a Senhora no Céu e me chame só de Alana.


-Certo. Alana, realmente não precisava ter se incomodado, eu ia sem
problema algum compra-los eu mesma ainda amanhã.


-Ah, que isso! Não foi incomodo nenhum. – disse, e, antes que Lily
pudesse dizer mais alguma coisa, deu um sorriso, piscou para a ruiva e saiu,
batendo a porta de leve. E a ruiva ficou ali, com os pacotes, olhando, sem
entender, a porta. Uma risada ligeiramente abafada a fez despertar. Ela olhou
para as amigas; Angie era a que tentava abafar as risadas e Sarah olhava a ruiva
divertidamente.


-Já conquistou a sogrinha! – disse com um sorriso maroto no rosto,
piscando para a amiga.


Lily largou os pacotes na escrivaninha e pegou uma almofada no pufe ao
seu lado e jogou na loura. Essa, por sua vez, jogou-o de volta em Lily. A ruiva
jogou a almofada em Angie, que ainda ria. A morena fez uma cara de assustada
muito engraçada, no que as outras duas riram.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


-Você não vai mesmo falar o que te faz tão alegre, né, Pontas? –
insistiu Sirius, agora usando psicologia reversa no amigo. No que Tiago riu.


-Não, Almofadinhas, eu não vou falar. – disse o moreno, revirando os
olhos. – Porque que você não enche o saco do Aluado? Que, pelo visto, tá
mais Aluado do que costuma ser...


Ambos olharam para o outro. Remo estava sentado no chão do jardim,
assim como os outros dois, mas ele tinha o olhar fixamente na grama, com a boca
ligeiramente contraída, com o cotovelo encostado em um joelho e a cabeça
apoiada na mão.


-ALUADO! Ô ALUADO! – gritou Sirius, sobressaltando Remo.


-Quer me matar do coração, Sirius? – ofegou Aluado, com a mão no
peito, enquanto Sirius e Tiago riam.


-Onde estavas, Aluado Lupin? – perguntou Tiago, olhando o amigo, ainda
rindo. Depois, disse piscando – Pensando em alguém em especial?


-Não – disse Remo, mas ele corou ligeiramente.


-Não, em ninguém em especial – disse Sirius, ironicamente. –
Apenas em uma morena de cabelos cacheados com quem ele tava no maior clima mais
cedo! Não pense que eu não percebi, eu não sou tão tapado quanto pareço!
– completou o moreno, dando uma piscadela e um sorriso maroto na direção de
Aluado.


Remo corou furiosamente.


-Você tá me saindo muuuuito saidinho pro meu gosto, Aluado. Cadê o
monitor cê-dê-efe tímido que a gente conhecia? – disse Tiago, irônico, com
um sorriso de soslaio e um olhar maroto para o amigo.


-Ah, vão dormir vocês dois. – disse Aluado, de cara fechada, no que
os outros dois riram.


-O lobinho ta apaixonado! Que fofo – disse Sirius, numa voz fina, com
as mãos unidas logo abaixo do queixo, se balançando para lá e para cá,
fazendo cara de apaixonado mais besta do mundo. Depois baixou as mãos e fechou
a cara, numa expressão séria. – Mais um desgosto para os Marotos.


-Você fala como se fosse uma coisa muito ruim se apaixonar – disse
Remo, olhando-o com censura.


-E não é? – disse Sirius, mas não esperou por respostas. – Ora,
na minha opinião, é besteira; amor é para tolos, sem ofensa, Pontas.


-O que quer dizer com isso? – quis saber o outro. Mas nenhum dos
outros dois o ouviu, já que estavam meio que discutindo.


-Tolos, Sirius? Pessoas no mundo todo estão a procura dele e você os
chama de tolos?


-Ah, tenha dó! Viver a vida atrás de algo tão fútil é totalmente
idiota.


-O amor não é fútil, Sirius. As pessoas no mundo todo passam a vida
procurando seu semelhante e compartilhar com ele um sentimento forte capaz de
quebrar barreiras e...


-Um monte de baboseira, se quer saber. Pessoas apaixonadas fazem e dizem
besteiras. Olha o Tiago – “Tinham que me meter no meio” murmurou o maroto.
– Ele passou os últimos dois anos correndo atrás da ruiva dos sonhos dele e
ela nem dá bola pra ele. Isso é amor?


-É, mas...


-E a Sarah? Nos últimos três anos ela namorou um cara aí. Ambos se
diziam apaixonados. Daí, num dia, sem mais nem menos, o cara trai ela e a
menina quase morre desidratada de tanto chorar. Isso é amar alguém?


-Sirius, o Tiago corre atrás da Lily faz um ano e meio, agora, se quer
saber o que ele sente, pergunta pra ele. E a Sarah passou os últimos três anos
junto com um cara que ela realmente amava. Mas ele não a amava, pelo visto. Não
sei, pergunte ao Strathmore quando chegarmos a Hogwarts.


-Ta, mas...


-Ai, chega vocês dois! – disse Tiago, meio que entediado, meio que
irritado. Uma vez por semana, no mínimo, eles tinham que discutir sobre alguma
coisa.


-Mas que eu acho que é burrice, eu acho. – disse Sirius, meio que só
pra irritar Tiago e Remo. Aluado pendeu a cabeça para trás, com uma expressão
“Merlim, dai-me paciência!”, e Tiago revirou os olhos.


-Mas, afinal, Aluado – disse Tiago, olhando o maroto marotamente, e
com um sorriso mais maroto ainda. – você ta ou não ta apaixonado pela Angie?


Remo corou ligeiramente. Mas logo em seguida agradeceu a Merlim por não
ter que responder essa pergunta, uma vez que as garotas iam vindo para os
jardins, carregando as coisas de Lily.


-Ai, que pena que você vai embora, Lil. – disse Angs, pela enésima
vez desde que a luta de almofadas cessara. – Vai ficar tudo tão sem graça
sem você por perto!


-Vai é ficar silencioso – disse Sarah, com um sorriso divertido. Mas,
ao ver o olhar assassino da ruiva, disse – Calma, brincadeirinha. Vamos sentir
muito a sua falta por aqui, Lil.


-Também vou sentir muito sua falta, Lily! – disse Tiago, chegando
perto delas junto aos outros dois. Lily suspirou. Bem fundo.


-Também vou sentir saudades de vocês – disse a ruiva, logo em
seguida abraçando Angs e Sas.


-Incluindo a mim? – perguntou Tiago com os olhos brilhando.


-Pode-se dizer que sim, Potter. Uma vez que eu prefiro te aturar a
aturar minha irmã me chamando de delinqüente. – disse a ruiva, com o cenho
franzido. O maroto abriu um sorriso.


-Isso é um avanço?


-Ai, porque que eu fui falar? – murmurou Lily, no que somente Angs e
Sas ouviram e riram. – Não, Potter, é ir de mal á pior.


-Mas, pelo menos, você me preferia me ver a ver a sua irmã, e isso já
é alguma coisa! – Lily bufou e revirou os olhos, provocando mais risadas das
amigas.


-Merlim, dai-me paciência. Ou melhor, um cérebro pra essa coisa! –
exclamou, olhando para o céu e apontando para Tiago. – Será que alguma coisa
entra nessa sua cabeça de pedra?


-Você está nela, minha Lily!


-Ai, vai ver se eu to na esquina, Potter!


-Sinto te informar, querida e amada Lily, que não temos esquina por
aqui.


-Então, porque não me procura no estomago de um dragão?


-Dragões não comem gente, Lilyzinha, pensei que você soubesse disso!


Lily bufou de raiva, seguida de risadas dos presentes.


-Eu vou embora antes que eu faça alguma coisa que não deva! – disse,
erguendo a mão da varinha, e, ao longe, pode-se ouvir o cantar de pneus. Quando
o Noitebus parou em frente a eles, Lily despediu-se deles mais uma vez, dando um
abraço em cada um, e um breve aceno para Tiago.


-Deixa que eu te ajude com a mala. – disse ele, quando ela se virava
carregando o malão.


-Não, Potter, deixa que eu... – mas o maroto literalmente tomou a
mala de sua mão e já tentava erguer a mala para coloca-la dentro do ônibus de
três andares. – Francamente! – disse a garota, bufando,  ouvindo mais risadas dos amigos às suas costas. Ela encolheu
os ombros e seguiu o maroto para dentro do ônibus. Ele colocou sua mala atrás
de uma poltrona aparentemente confortável desocupada que havia ali, que parecia
ligeiramente fora de lugar, já que os outros lugares para se sentar eram
cadeiras de madeira de diversas formas, tamanhos e cores. Ele se virou para ela,
que estava com os braços cruzados logo às suas costas.


-Lil – disse ele, se aproximando, no que ela deu um passo para trás,
recuando. Ele segurou suas mãos entre as dele, olhando em seus olhos, no que
ela o olhava desconfiada. – obrigado por vir. Significou muito pra mim. –
disse, e nisso, se inclinou e deu-lhe um beijo na face e saiu. Lily ficou com
uma cara incrédula, parada. Ela olhou para trás, e surpreendeu Tiago na escada
do ônibus dando um ligeiro sorriso em sua direção. Ela fechou a cara logo
depois que ele acabou de sair. Em seguida, ela foi até a janela, abriu-a e se
debruçou no parapeito para se despedir mais uma vez dos amigos. Logo, o
Noitebus começava a andar e ganhar velocidade, e ela perdeu os amigos de vista.
Assim, ela voltou a se sentar na poltrona e ficou acompanhando o movimento do ônibus.
Sem perceber, um sorriso tomou conta de seu rosto.


-Srta? – a voz do condutor do Noitebus a fez voltar para o mundo real.
– Para onde?


mso-fareast-font-family:"Times New Roman";mso-ansi-language:PT-BR;mso-fareast-language:
PT-BR;mso-bidi-language:AR-SA">-Surrey. Rua dos Alfeneiros, por favor. –
informou a garota. Pagou ao condutor e voltou mais uma vez o olhar para a
paisagem que passava pela janela ainda aberta.







Gente, desculpa a bagunça, depois eu passo aqui e corrijo a aproveito e agradeço os coments direitinho, é que tá meio tarde, sabe, e eu tenho aula pela manhã. Enquanto isso, obrigada a todos que comentaram!!!

By Tê

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