Lual (<i>The Reason</i>)



Lílian estava linda. Claro, ela era linda, mas ela estava mais que nunca. Tiago simplesmente não conseguia desgrudar seus olhos dela. Tão... tão... absolutamente... maravilhosa!
-Tiago... Eu queria lhe dizer uma coisa...
Ele ficou mais atento nela do que nunca.
-ACOOOOORDA!
-Mas, que...?
Tiago acordou no susto, sendo jogado para lá a pra cá por uma criatura que tinha acordado com vontade de morrer.
-Já são oito e meia, dorminhoco! – disse uma voz conhecida. Apertou os olhos para tentar inutilmente que a imagem difusa a sua frente entrasse em foco, não que fosse necessário.
-Eu juro, Aluado, eu te mato ainda nesse minuto! – disse ele, tentando sair do emaranhado de lençóis em que se encontrava. Remo, com a intenção de “ajudar”, puxou uma ponta do lençol com força, fazendo Tiago cair no chão, mais enrolado ainda. Dois segundos depois, ele achou a saída daquela “arapuca”, claro, sob as gargalhadas do futuro defunto a sua frente.
-Quando você chegou? – perguntou o maroto, com a intenção de fazer o outro parar de rir.
-Ahh... – fez Remo, tentando recuperar o fôlego. – Não faz nem cinco minutos. Seus pais tavam saindo quando cheguei.
-Ué, eles saíram? E nem pra me avisar!
-Você tava dormindo, cabeção.
-Ah, é.
-Tava sonhando com quem? Tava cuma cara... – disse Remo, olhando para o outro marotamente maroto.
-Bom... – disse Tiago, com um sorriso.
-Nem fala. – disse, fazendo cara de quem se concentrava muito, ou melhor, fingindo pensar - Lily.
-Cara, você daria um bom professor de Adivinhação!
-Ninguém sabe que você sonha com ela, até acordado.
-Fazer o quê? É impossível não faze-lo...
-Tá. Amante, eu tô indo acordar o Sirius...
-Vai com fé – disse Tiago; acordar Sirius é tão fácil quanto fazer Murta-Que-Geme gostar de ser fantasma.
-Mas eu volto pra ver se você não dormiu de novo.
-Tá, vai logo, Aluado! – disse Tiago, empurrando Remo sem cerimônia para fora do quarto e fechando a porta na cara dele.
-Fica acordado, tá me ouvindo! – disse Remo, socando a porta do lado de fora.
-Tchau, Remo!
Tiago foi para a cama e se esparramou sobre ela, tentando dormir novamente, e retomar aquele sonho...


Remo entrou de fininho no quarto de Sirius. Como acordar um cachorro-urso daqueles? Simples...
Sirius roncava sonoramente em sua cama. Até que quase morreu afogado com o balde de água fria que caiu sobre sua cabeça. Todo ensopado e completamente mal-humorado, ele olhou em volta e viu um Remo com cara de inocente é a mãe.
-São oito e quarenta Sirius. – disse naquela voz tranqüila de dar raiva.
-SEU LOBO DUMA FIGA! QUEM TE DEU O DIREITO DE ME ACORDAR ÀS OITO E QUARENTA DA MADRUGADA?
-Que mane madrugada, Sirius. – disse o outro, abrindo as cortinas. – O sol nasceu faz tempo e o dia tá lindo!
-Só se for pra socar a tua cara!
-Claro, só que mais tarde. – disse Remo, já acostumado com esse tipo de ameaça, ainda mais vindo de Sirius - Agora, levanta, vai.
-A gente está em plenas férias, e nem assim posso dormir até mais tarde?
-Pára de reclamar! Vai, anda, se troca!
-Vou ter que tomar um banho antes, eu tô todo ensopado.
-Então anda logo!
-Ai, pra quê toda essa animação, hein?
-Cala a boca e anda logo, sua cadelinha molhada. – disse Remo, saindo do quarto.
-Ele tá feliz... – murmurou Sirius, não tendo outra alternativa se não ir tomar um banho quente – Hummm, isso é estranho... Remo só fica feliz em época de prova... Deu a louca no lobinho...

Tiago acordou do cochilo com murros na porta.
-TIAGO, VOCÊ NÃO DORMIU NÃO, NÉ!
-Capeta... Inferno... Des...– murmurou.
-TIAGOOOO.
-TÔ ACORDADO, CARAMBA! – gritou de volta. Bom, agora estava. Que lindo, agora vou ter que acordar... pensou, se levantando e indo em direção ao guarda-roupa.

Sua diversão era resumida em acordar os outros dois. Contanto que eles não cumprissem as promessas de morte e socos a qual era sempre prometido Remo se divertia com isso. Podemos dizer que ele tem um humor meio negro quando se trata de acorda-los.
Motivo para estar tão animado, ele tinha. 1º: A lua cheia já passara; 2º Ia curtir as férias na casa do Tiago; 3º o resultado dos N.O.M’s estavam para chegar a qualquer minuto; e por último, mas não menos importante, ele tinha uma chance de ficar perto de Ângela, ou Angie o que dá na mesma. Só tinha um pequenino detalhe que ele esquecera. Data prevista para a chegada de Srta. Andrews: desconhecida.

Ai, eu acho que eu preciso de um mapa... Essa casa é enorme! Pensou Lily, enquanto tentava achar as escadas para o terceiro andar, onde ficava o quarto de Sarah. Há uma hora mais ou menos ela acordara e tentara achar o caminho para a cozinha, mas desistiu e voltou. Enrolou um pouco no quarto e depois saiu, andou por todo segundo andar tentando achar as escadas, quando finalmente o fez subiu e ficou pensando qual daquelas portas todas seria o quarto da amiga. Vamos pela intuição. Foi na terceira porta a esquerda. Trancada. Passou para a próxima. Não. Foi para a sua respectiva na direita. Bingo! A loura estava em sua cama, deitada de costas para a porta. Lily foi entrando de fininho.
-Sas? – chamou, ao chegar bem perto. – Sas! – chamou mais alto um pouquinho. Mas nem sinal de vida da outra. Colocou a mão no ombro da amiga e a balançou de leve.
Sarah, que estava dormindo tão gostoso, tão aconchegada, acordou assustada. Olhou pra cima e viu um par de olhos verdes intensos e uma juba de cabelos ruivos.
-Lils... Ai... – ela se sentou na cama e colocou a mão na testa, com a conhecida fraca dor de cabeça matinal. Suspirou – Que horas são?
-Ããh... Pra falar a verdade, eu não faço idéia. – disse Lily, com um sorrisinho. Sas deixou a cabeça pender para trás com os olhos fechados. Depois olhou pela janela.
-Não deve ser muito tarde... O sol tá pálido ainda... – ela bocejou. –Hum... Boa-noite, Lily – e caiu deitada novamente. A ruiva fez uma cara indignada.
-Ah, não, filha! Acorda! – e sacudiu a loura até ela implorar para que parasse.
-Ai, tá, tá! Pára! Já acordei! Feliz agora? – disse, se levantando. – Que te deu pra acordar tão cedo, Lily?
-Você que dormiu até tarde, eu acordei no horário normal. – disse a ruiva, simplesmente.
-Você ainda tá no horário escolar, né? – comentou Sarah, abrindo a mala, que ela não desfizera, e pegando umas roupas.
-Bom... Tá, OK, talvez eu esteja... há algo de errado nisso?
-Pra falar a verdade, tem sim. Você já não dorme direito, acorda cedo... Você não é feita de ferro! Relaxa! – disse a loura com uma voz meio abafada, tentando fazer com que a teimosa da blusa desenrolasse e ficasse de preferência abaixo do pescoço.
-Aff... Tô ouvindo a Angie falando... – disse Lily, revirando os olhos.
-Vou considerar isso como um elogio... – disse a loura, no que a ruiva riu fracamente.
-Deixa ela te ouvir...
-Voltando ao assunto... Humpt!... É sério o que eu disse! – disse Sarah, conseguindo fazer com que a blusa já desenrolada passasse pela cabeça. – Nem eu tô crendo que estou falando isso, mas estamos de férias! Não precisa se matar de estudar agora, muito menos acordar cedo.
-Blábláblá... – disse Lily, com uma careta engraçada, de língua de fora. – Pro seu governo, eu não tava estudando! Ô, mania que vocês tem de falar que eu tô sempre estudando...
-Não estava?
-Não!
-MILAGRE! – disse Sas em voz alta, levantando as mãos para o céu.
-Há-há-há... Como se fosse eu quem não pára de estudar...
-Não sou só eu não, tá! Tem você e o Remo pra dividir esse título comigo... – disse a loura, fechando o zíper da saia. - Como é mesmo que o Black chama a gente?
-“Cê-dê-efes de plantão”.
-Ah, é mesmo... Ai, ai... Aquele lá tem cada idéia... Um doido.
-Com direito a crachá, carteirinha, diploma... Registro em cartório...
-Ai, pára! – disse Sarah, colocando as mãos nos ouvidos - Fala minha língua, menina! – Lily riu.
-Foi mal... Esqueci-me que você não sabe o que essas coisas são...
-E nem quero! Você me explica e eu fico numa situação pior de entendimento.
-Explico tão mal assim?
-Não, é que eu fico pensando quem foi o doido que inventou esse tipo de coisa...
-Hum... Se parar pra pensar... – a ruiva fez uma cara pensativa. – Não faz muito sentido ter essas coisas não – disse lentamente.
-Viu? O que foi que eu disse! Esses caras são uns doidos, mais doidos que os que estão no matrimônio.
-Manicômio!
-Ah, esse trem aí mesmo... Cada nome... Mais maluco foi quem inventou os nomes... Todos parecidos... Eu hein... – disse, chegando perto da porta e a abrindo para saírem. – Remo!
O garoto de cabelos castanhos passava pelo corredor, meio que sonhando. Ao ouvir seu nome, se virou para ver quem era. Piscou varias vezes ao ver uma ruiva de intensos olhos verdes olhando para ele junto com a loura que o chamara.
-Minha nossa, vai cair canivete do céu! Lílian Evans por aqui!
-Milagres acontecem – disse Sarah.
-Significa que...
-NÃO SIGNIFICA NADA, REMO LUPIN! – disse Lily quase gritando, sabendo que ia dizer.
-Então, por que está aqui?
-Por livre e espontânea pressão.
-Sei... – disse Remo, com um sorriso maroto esboçado no rosto.
-Que tal irmos descendo? – sugeriu Sarah, com medo que a amiga gritasse com o coitado do Remo. Os dois assentiram e foram descendo.

Tiago ia saindo do quarto quando se deu conta que estava com uma meia azul e a outra preta. Voltou para colocar o par certo; estava dormindo ainda. Não sabia como colocara o resto das peças de roupas em seus devidos lugares. Era um milagre, já que uma vez, pra variar de ressaca, passara as pernas de uma jeans pelos braços e tentava colocar a cabeça pela costura; Sirius passou uma semana tirando sarro da cara dele por causa desse episodio.
Quando colocou o par certo de meias, saiu do quarto e rumou para a cozinha.
Sirius topou com Tiago na porta da cozinha.
-Xiii... Você também?
-??
-Remo te acordou também?
-É o que parece, não é. – Tiago reprimiu um bocejo. – Só porque eu tava tento um sonho bom...
-Idem. Ô, cara chato, só chega em horários impróprios...
Eles empurraram a porta e encontraram, sem nenhuma surpresa, Lily, Sarah e Remo conversando. Quando se sentaram, foi que Sarah ergueu o olhar.
-Estão se sentindo bem?
-??
-Não são nem nove horas e vocês já estam acordados...
-É que a gente tem um probleminha... – começou Sirius.
-... chamado Remo Lupin – terminou Tiago.
Remo sorriu fracamente quando a loura olhou-o intrigada.
-Força do habito.
-Os queridinhos do Slughorn estavam falando de que? – perguntou Sirius, se servindo de ovos com bacon.
-Quando chegam os N.O.M’s.
-Esse assunto de novo! Não tem outra coisa pra falar não?
-Não – responderam os três a um Tiago com a boca cheia de torrada amanteigada.

-Chegamos, senhorita. – disse o condutor do ônibus de três andares roxo berrante, que era um gato!, ao parar em frente a uma conhecida casa, casa não, mansão. Angie pagou ao homem e desceu e arrastou o malão pelo caminho de pedras. Ouviu o ônibus sair cantando pneus dali.
Liberdade enfim. Chega de fraudas, de choro de nenê, chega de ficar balançando o pequenino pra ele dormir, chega disso tudo. Não que ela não gostasse de cuidar de bebês, mas ter que agüentar as reclamações da prima todo dia, dizendo que não sabia como fazê-lo, ou ter que acordar de madrugada pra dar mamadeira e cantar pra peste dormir era demais pra ela. Daqui pra frente, é só curtição! Bom, talvez nem tanto...
Ela arrastou o malão com um pouco de dificuldade até a porta de entrada, onde bateu a campainha e esperou.

-Vocês ouviram alguma coisa? – perguntou Tiago.
-Acho que foi a campainha... – disse Sirius. Tiago se levantou e foi indo a porta da cozinha.
-Me diz, pra que você vai por aí, se pode ir por aqui? – disse Sarah, apontando para a porta de vidro que dava nos jardins – Depois dizem que as louras que não pensam...
-Ih, é mesmo.
Ele deu a volta na mesa, abriu a porta e olhou para o seu lado direito.
-Acho que é a Angie! – no que ele disse isso, os outros se levantaram e quase atropelaram Tiago, que não saíra da porta ainda (N\a: acho que ele perdeu o desconfiômetro... huahuahuahau).

-ANGS!
A morena olhou para os lados e viu que cinco pessoas vinham em sua direção. Ela desceu as escadas e saiu correndo na direção deles. Ao chegar perto o suficiente, ela pulou no pescoço da Lily (N\a: ai, coitada... ), que quase caiu no chão.
-LILY!
-Não, o Papa... – disse a ruiva, meio sem ar.
-Nem acredito que você tá aqui! – disse a morena, numa vozinha aguda que ela fazia quando estava muito feliz.
-Nem eu... – a morena riu fracamente.
-Sarah! – disse ela, se virando para abraça-la também. – Que bom te ver!
-É bom te ver também, Angs. (N\a: Tirei o Angs do “O Espanta de Tubarões” ... apelido do apelido... ^^sem comentários...).
-Eu já tava morrendo de saudades!
-Mas só foram apenas duas semanas separadas!
-Duas semanas na Suíça foram longuíssimas... Parecia muito mais.
Ela abraçou, ou melhor, foi amassada e moída por Tiago e Sirius. Remo não era tão rude assim. Mas, como ficava na frente de quase todas as meninas, ele ficou muito sem jeito.
-Uééé... Cadê o Pedro?
-Tá na Rússia – disse Sarah.
-Ah, é? – disseram Angs, Tiago e Sirius juntos.A morena olhou pra eles.
-Vocês não sabiam?
-Memória de elefante – disse Remo, se referindo aos dois. Eles o olharam feio.
-Sujo falando do mal lavado. Você também disse que não sabia pra onde ele tinha ido! – disse Tiago.
-Eu disse que não lembrava, não que não sabia.
-Não foi não!
-Ai, deixe-os discutindo aí – disse Sarah, puxando a morena pelo braço a um lugar mais afastado para poderem conversar. – Então, conta como foi a viagem!
-Suíça, a terra dos chocolates! – disse Lily.
-Ah, nem me fale em chocolate! Enjoei de tanto que eu comi – disse Angie, fazendo uma cara de nojo.
-Você? Enjoando de chocolate? Conta outra! – disse Sas, rindo.
-Então nós não te conhecemos, Srta. Andrews! – disse Lily.
-Tá, OK, não enjoei. Mas vou passar um bom tempo longe dele! – disse a morena, rindo também. – Não, falando sério...
-Hoje é o dia dos milagres – disse Sarah, cortando Angie. – A Lily acordou e não tocou em um livro sequer. Tiago e Sirius acordaram antes do meio-dia. E a Angie tá falando sério! Se eu fizer algo improvável, me internem no St. Mungus, eu imploro! – ela agarrou a frente da roupa de Lily e ficou sacudindo a ruiva.
-Pára de melodrama, Sas!
-É, cala a boca e deixa-me continuar! – disse Angie, voltando a fazer uma expressão séria que não combinava nem um pouco com ela. – Passei duas semanas lá na Suíça e nem vi a luz do dia. Só fraudas, choro e reclamação!Todo dia eu perguntava para a Mariska...
-Mariska?
-É o nome da minha prima.
-Estranho.
-Eu falo pra ela que minha tia tava grogue quando escolheu o nome dela. Bom, continuando: eu perguntava pra ela se ela não podia chamar uma babá ou uma enfermeira pra ajudar ela. E ela me disse que ficava mais em conta se eu a ajudasse. – ela disse essa última frase revirando os olhos. – Ninguém merece!
-Concordo – disse Sarah. – Ficar limpando a bunda do filho dos outros é furada!
-É cagada! – disse Lily.
-Lílian Evans falando assim?! Cadê minha câmera? – disse Angie. – Ou um gravador!
-Ai, lá vem a outra falar dessas coisas também... – disse Sarah, colocando as mãos nos ouvidos. – Será que dava pra falar numa língua entendível? Pelo amor de Merlim?
-Vou me esforçar... Mas não garanto nada! – disse a morena. – OK, agora, me conta: como foi que você – ela apontou para Lily – veio parar aqui?
-Estava me perguntando a mesma coisa essa manhã. – disse uma voz atrás dela. Pelo visto, os meninos chegaram silenciosamente para ouvir a conversa – uma sorte que não haviam dito nada que comprometesse nenhuma das três.
-Ainda é de manhã, Remo – disse Angie, num tom entediado e dizendo isso como se fosse pra lá de obvio (venhamos e convenhamos, deu pra entender o que ele disse, mas eu acho que a Angie é que nem eu! Tipo, eu também faço isso sempre que alguém se descuida, huahuahuahau).
-Éé... Quis dizer mais cedo.
-Ah, bom, então assim sim. Vai, fala fia! – disse ela, dando um tapinha no braço de Lily. A ruiva fez cara de “dá pra ser depois?”, nem uma palavra sequer.
-Que foi isso? – disse Sarah de súbito. Por um instante, ouviram algo se chocar com alguma coisa que parecia ser vidro.
-Acho que alguém deu de cara com um vidro. – disse Sirius.
-Mas, só tá a gente em casa. Quem... – disse Tiago. Uma expressão estranha perpassou pelo seu rosto. Compreensão misturada com medo.
-Cara, que foi?
-Shh! – fez o maroto. Ele foi andando calma e silenciosamente até perto da porta de vidro da cozinha. Os outros cinco o seguiram, não entendendo nada. De repente, Tiago riu, aliviado. Parecia que uma coruja, que tinha uma aparência de que era velha, dera de cara com a porta fechada. – É só uma coruja. QUE SUSTO!
-Tá, Potter, estávamos todos assustados, num precisa fazer escândalo. – disse Lily, que, por acaso, estava logo atrás dele.
-Não consigo não expressar abertamente minhas emoções, você sabe muito bem, linda.
-Perdeu o amor nos dentes? – a ruiva tava cuma cara de quem não tava brincando.
-Você não vai pegar a carta, Pontas? – disse Remo, antes que Lily pulasse no pescoço do amigo.
Tiago foi até a coruja e tirou do bico dela uma carta de aparência oficial.
-Tó, segura pra mim – disse, estendendo a carta a Sirius.
-Eu sou o quê?
-Só segura!
Tirou a coruja do chão e ia levando a mão livre para a tranca da porta quando parou, olhando com olhos esbugalhados para dentro da casa.
-Que foi?
-Chuva de corujas – disse ele, apontando para dentro da cozinha. Os outros cinco olharam e viram cinco corujas sentadas em cima da mesa, cada uma com uma carta no bico. – E justo a minha tinha que bater com a porta!
-Uma coruja pra cada um... – disse Angie, lentamente.
-Não, jura, Andrews?! – disse Sirius. A morena olhou feio para o maroto.
-Será que é o que eu tô pensando? – disse Lily.
-Se é o mesmo que eu tô pensando, então é – disse Sarah.
-Será que dá pra parar de pensar e dizerem de uma vez por todas o que é esse joça? – disse Sirius.
-São corujas, Black – disse Angie. O moreno olhou feio para a garota.
-Ai, eu cansei de ficar na expectativa! – disse Lily, empurrando Tiago para o lado, ela entrou cozinha adentro. A coruja do meio era a dela.

Srta. L. P. Evans
Mansão Potter
Macktreen Village


Atrás da carta o sela e o emblema de Hogwarts confirmou suas suspeitas: em suas mãos estavam o resultados dos N.O.M’s. Suas mãos tremeram, um arrepio conhecido de ansiedade percorreu-lhe a espinha. Ao seu lado, Angie, Sas, Sirius e Remo pegaram cada um sua carta. Tiago adentrou a cozinha, segurando a dele bem firme. Já a abrira e olhava o conteúdo com uma cara estranha.
Lily, Angie e Sas respiraram funda em uníssono e abriram as cartas juntas.

RESULTADOS NOS NÍVEIS ORDINÁRIOS EM MAGIA
Notas de aprovação: Notas de reprovação:
Ótimo (O) Péssimo (P)
Excede Expectativas (E) Deplorável (D)
Aceitável (A) Trasgo (T)

RESULTADOS OBTIDOS POR LÍLIAN EVANS


Adivinhação E
Astronomia E
Defesa Contra as Artes das Trevas E
Feitiços O
Herbologia E
História da Magia A
Poções O
Transfiguração E
Trato das Criaturas Mágicas E


Deveria haver algum engano... Lílian Evans, com aquelas notas? Não... Impossível...
-Quantos nove Os você tirou, Lily? – perguntou Angie. A ruiva ficou calada. – Terra chamando Lílian... – disse a morena, estalando os dedos no pé de sua orelha, pra ver se ela escutava. O barulho fez a ruiva despertar de seu devaneio.
-Que?
-Quantos nove Os você tirou?
-Dois...
-Que? Dois? – disse Sarah – Eu tirei mais que você?
-O que disse? – Lílian tava meio lerda no momento, tentando processar as notas.
-Eu tenho três Os... – disse a loura, verificando novamente sua carta.
-Ah, não, Lily, a Sarah tirou mais que você! – disse Angie, brincalhona.
-Com certeza, trocaram nossas notas... – disse Sarah, lentamente.
-Deixa-me ver, Lily – disse Remo. Ele recebeu a carta e olhou-a longamente. – Nossa!
-Eu sei – disse Lily, um tanto exaltada. – Isso aí tá uma merda! Uma porcaria! É um absurdo! Nunca fui tão mal!
-Não, quero dizer...
-Nunca, em nenhum boletim meu, tinha uma nota tão horrível! – disse ela, já exagerando.
-Deixa-me ver esse troço – disse Sirius, tirando a carta das mãos de Remo “delicadamente”. Os olhos do maroto iam ficando mais esbugalhados à medida que lia as notas da garota. Quando terminou, estava boquiaberto – Sinceramente, não sei do que você tá reclamando, Evans.
-Daqui – disse Tiago, arrancando o pergaminho das mãos do amigo. Este também ficou boquiaberto – Se eu tivesse notas assim, eu estaria pulando a uns tres metro só pra expressar minha felicidade...
-Eu tirei um A! Eu vou me matar!
-Pára de ser dramática! – disse Angie.- Você não é grega pra fazer tanto drama...
-Pensa assim – disse Sarah, como sempre, sendo solidária – tem gente que consegue tirar T! E você não tirou um T... Não tirou nenhuma nota de reprovação...
-Hum – fez Lily, torcendo o nariz.
-É, Evans, você tá fazendo drama à toa... – disse Sirius. – Tem gente que inveja suas notas. O Pedro, por exemplo, nunca na vida tirou um E... Acho que nem um A ele conseguiu...
-Eu aposto dez galeões que o Ranhoso não tirou metade das notas que você tirou, Lily – disse Tiago.
-Nem ele, nem o Malfoy, muito menos o Crabbe, o Goyle então, piorou... – disse Sirius. (falouuu, depois disso tudo ela ainda tá se achando ruim? Aff... Tá pior que a Mione e minha melhor amiga Daniela juntas... sem ofensa, Danii).
-Tá, tá, tá, chega de comparações, eu já entendi o recado – disse Lily, dispensando os comentários com gestos com as mãos.
Tiago começa a sorrir sozinho, do nada.
-Potter, agora deu pra rir das minhas notas?
-Que isso, minha ruivinha... É que eu acabo de ter uma idéia. – Lílian fechou a cara (de novo).
-Lá vem o Pontas, com suas idéias “brilhantes”... – disse Sirius, revirando os olhos. – Que merda será que vai sair daí dessa vez...
-Minha idéias são boas, tá?! – Tiago fez cara de indignado.
-Ah, claro! – disse Sirius. – Dá última vez pegamos uma semana de detenção na sala do Filch... Isso é ter idéia boa?
-Pelo menos, são melhores que as suas...
-Haha, mas não são mesmo...
-Calem a boca! – disse Sarah. – Caramba, será que não conseguem ficar um segundo sem discutir.
-Opa! Calma aí, Srta Conrhoy, quem não vive sem discutir é a Evans e o Pontas... – disse Sirius, apontando para os dois como se acusando.
-Depois morre e não sabe porque – disse Lílian, olhando ameaçadoramente para Sirius.
-Cara feia pra mim é fome, Evans.
-Tá com fome, Black?
-Calem a boca, vocês dois! – estourou Angie. – Tão parecendo dois velhos caducos, um dando bengalada no outro!
-FINALMENTE EU POSSO FALAR! – gritou, ou melhor, berrou Tiago.
-FALA LOGO, INFERNO! – berrou Sirius de volta.
-PÁRA DE GRITAR! – gritou Sarah, que estava com as mãos cobrindo os ouvidos.
-SERÁ QUE DÁ PRA ME EXPLICAR PORQUE TÁ TODO MUNDO GRITANDO? – disse alguém a porta.
Os seis se viraram assustados para ver quem era. Tiago e Sirius suspiraram aliviados; Remo e Lily prenderam a respiração, preocupados; Sarah e Angie se entreolharam, apreensivas. Sra Potter parecia achar graça da situação, pois seus olhos brilhavam. Ela foi andando e ficou atrás do balcão, olhando de um para o outro, esperando.
-Você não tinha saído? – disse Tiago, numa pergunta evasiva.
-Tinha, voltei e já tô saindo. – disse Sra Potter. – Agora, por que estavam gritando?
Os outros olharam para Tiago, como uma exclamação comunitária muda “a mãe é sua”.
-É que... – balbuciou Tiago – Bem, a gente tava tentando entrar num acordo.
-Acordo? – disse Sra Potter, levantando uma sobrancelha. – Parecia mais uma competição de quem grita mais.
-É, isso também.
Sra Potter ficou olhando para o filho, como se tentando adivinhar o que ele estava pensando. Foi quando os olhos azuis claros da mulher notaram uma carta na mão do filho.
-São suas notas, Tiago? – perguntou, saindo de trás do balcão e indo em direção ao filho. Sem esperar resposta, ela pegou a folha de pergaminho da mão do filho e leu a carta. – Não creio no que meus olhos vêem... – ela olhou para o filho – Suas notas estão perfeitas!
-É, só tem um probleminha – disse Tiago, apontando para a folha – esse boletim não é meu.
-Não? – ela olhou no cabeçalho. Soltou uma risadinha fraca – Não é que não é? Tava bom demais pra ser verdade... De quem é isso?
-Da Lílian.
-Você foi muito bem – disse Sra Potter, olhando Lily, com um sorriso no rosto – Eu não consegui tirar nove...
-Obrigada Sra Potter – disse Lily, completamente sem jeito e ficando ligeiramente ruborizada.
-Ah, não, “senhora” não! – disse Sra Potter, fazendo uma cara engraçada. – “Senhora” é a senhora minha mãe! Eu sou apenas Alana. Você – disse ela, ficando falsamente séria e apontando para Tiago – cadê as suas notas?
-Ããh... Elas tão... Ali – disse Tiago, meio com medo, meio apreensivo, apontando para um pergaminho em cima da mesa. Com um suspiro, Sra Potter pegou o pergaminho e leu-o em silencio, com uma sobrancelha levantada.
-Acha que vai sair vivo dessa? – perguntou Sirius, num sussurro quase inaudível.
-Shh! – fez Tiago.
-É... Não era o que eu esperava exatamente, mas dá pro gasto. – disse Sra Potter, com uma cara de enterro. – Só não vou deixar você tomando conta de um animal, já que você conseguiu tirou um P em Trato das Criaturas Mágicas. – ela olhou no relógio da parede – Ih, olha a hora! Se eu não voltar correndo, Moody vai me matar... – ela colocou o pergaminho de volta à mesa e deu um beijo na testa do filho – Tchau, e vê se não bota fogo na casa de novo.
Tiago deu um sorriso culpado.
-Não fui eu, já disse isso.
-Ah, claro, e eu sou uma veela – disse Sra Potter, fazendo cara de descrente. Depois disse, num tom sério – Falando sério, Tiago. Faz isso de novo e eu tranco sua vassoura no sótão.
-Você não faria isso – disse Tiago, mais no mesmo tom descrente da mãe do que em tom de acusação.
-Tente e verá.
Sra Potter deu um aceno geral, e saiu. Lily olhou para Tiago.
-Você colocou fogo na sua casa mesmo? – disse ela, num tom de censura. Tiago encolheu os ombros.
-Bem, não na casa toda...
-Eu lembro desse episodio – riu Sarah – Quase “tchau, tchau terceiro andar”.
-E quase “tchau, tchau, corinho do Tiago” – disse Tiago.
-Peraí! Eu tô boiando nessa história – disse Angie, com cara de confusa.
-Há uns dois anos... – disse Remo.
-Senta que lá vem história - cochichou Sirius.
-... Tiago, nem um pouco encapetado - continuou, como se não tivesse sido interrompido –, conseguiu colocar fogo no quarto dele fazendo uma de suas invenções.
-Eu não era encapetado – disse Tiago.
-Não, era o capeta encarnado, mesmo – disse Sarah.
-Não teve graça – disse Tiago, com uma cara de indiferente.
-Não estava sendo engraçada – disse a loira. Atrás de Tiago, Sirius fez uma cara de dor, muito engraçada.
-Será que vai dar pra eu dizer minha idéia, ou tá difícil?
-Fala, Pontas, se não você não pára de encher o saco... – disse Remo.
-Se for furada, nem precisa falar – disse Sirius.
-Cala a boca, deixa o moleque falar! – disse Angie.
-Isso, calem a boca! – disse Tiago. – Eu vou falar e exijo silencio.
Sirius, Lily, Remo,Angie e Sarah reviraram os olhos. Tiago prosseguiu.
-Temos algo planejado pra hoje à noite?
-Só isso que você ia falar? – disse uma incrédula Sarah – Tento pra dizer e saiu isso?
-Não acabei, vizinha querida. – disse Tiago, fazendo uma cara de simpático e falso.
-Então termina logo, não temos o dia todo! – disse Sirius.
-Eu tava pensando...
-Minha teoria foi concretizada – disse Sarah para Angie e Lily – Hoje realmente é o dia dos milagres. Tiago tá pensando... – até o Remo riu dessa. Tiago fez uma cara feia.
-Você tá gozadina hoje, né, Sarah. – a loira encolheu os ombros, ainda rindo. – Bom, se as hienas já acabaram de rir... – suspirou, teatralmente. – Tava pensando que a gente poderia comemorar nossas notas com uma festinha.
-Uma festa? – disse Lily, com as sobrancelhas erguidas. Olhou para as amigas; os olhos cinza claros de Angie brilhava. Já Sarah parecia ligeiramente desapontada; ela não era muito festeira.
-Que tipo de festa, Pontas? – perguntou Sirius, que já estava completamente animado.
-Eu ainda não sei exatamente o tema, mas tem que ser algo realmente divertido, já que a gente tá muito necessitado de diversão.
-Não sei realmente se eu vou a essa festa – disse Sarah, meia hora depois, quando ela Lily e Angie estavam nos jardins; os Marotos tinham ficado dentro da casa, tentando pensar num tema pra festa.
-Por que? – perguntaram juntas.
-Ah, sei lá... – disse simplesmente, encolhendo os ombros. – Não tô muito afim.
-Ah, não senhorita! Você vai sim! – disse Angie, agarrando a amiga pelos ombros e sacudindo-a.
-Angie! Larga a coitada! – disse Lily, puxando Angie para trás. Quando a garota largou a outra, Lily perguntou:
-Por que você não quer ir, Sas?
-Ah... – a garota nada disse, apenas abaixou os olhos e suspirou. Isso era mais que significativo para Lily.
-Você não tá pensando em quem eu tô pensando, tá? – o silencio da outra deu a resposta.
-É quem eu to pensando? – quis saber Angie, olhando para Lily, que acenou com a cabeça.
-Sas, você tinha dito que já tinha superado isso! – disse Lily, olhando a amiga com pena. Sabia que deveria ser difícil, mas ela tinha que deixar de pensar nele, se não ia enlouquecer.
-Ai, isso é drama demais pra um dia só – disse Angie, já um tanto impaciente. – Olha aqui, Srta Conrhoy, você vai a festa sim senhora! E sem direito a reclamação ou argumentos – completou Angie, quando Sarah abriu a boca para falar. A loira soltou um suspiro cansado, seguido de um sorriso torto.
-Tá bem, eu vou.
-EI! – gritou alguém. As três levaram um susto e se viraram pra ver quem gritara. Saindo da cozinha, vinham os três marotos, cada um carregando algo parecido com tochas. – VOCÊS NÃO TÃO A FIM DE AJUDAR? – gritou Sirius.
Elas se entreolharam e correram para junto deles.
-O que ser isso? – perguntou Angie, pegando uma tocha.
-Isso – disse Sirius – é a nossa iluminação.
-Já escolheram o tema, pelo jeito – disse Lily.
-Já sim – disse Remo.
-E pra onde devemos levar isso, exatamente? – perguntou Sarah.
-Apenas me siga, vizinha – disse Tiago, indo na frente do grupo e entrando na floresta.
-Ele tá brincando, né – disse Lily, boquiaberta, olhando na direção onde Tiago sumira.
-Que foi, tá com medo, Evans? – provocou Sirius. – Não é a floresta de Hogwarts...
Lily olhou de esguelha para Sarah, que ria fracamente. Logo que parou, disse.
-Não tem do que ter medo, Lilyzinha. No máximo encontraremos um coelhinho fofo.
Durante uma hora, ou foi o que lhes pareceu, eles entraram e saíram da floresta varias vezes, carregando mais tochas, umas almofadas, uma mesa de jardim (ela era bem pesada então Sirius, Tiago e Remo a carregaram; uma ou duas vezes, a mesa não passou entre as arvores e que caiu em cima dos pés deles, causando gostosas gargalhadas das garotas) e umas velas coloridas, que foram idéia de Angie.
Eles passaram a tarde decorando uma clareira que encontraram, onde seria a festa. Eles circularam uma área grande com as tochas; mas ou menos no meio, eles empilharam um pouco de madeira, onde eles acenderiam uma fogueira. Eles colocaram tigelas e mais tigelas na mesa com uma vela no intervalo entre elas. Espalharam as almofadas na grama, e, num canto perto da mesa, colocaram umas cobertas. Sarah colocou um radio do outro lado da mesa. Ela disse que, para trocar de música, era só fazer um aceno com a varinha, pensando numa música.
-Mas nada de porcaria – disse, já de olho em Sirius, que era dono de colocar música ruim em festas.
Lá pelas quatro da tarde, eles voltaram para a mansão para tomarem um bom banho relaxante, colocarem uma roupa legal e voltarem para a clareira. Pouco antes do crepúsculo, as seis e tanto da tarde, Sarah e Angie já estavam prontas. Elas esperavam, um tanto impacientes (Ei Sarah... pra quem num queria ir... huahuahua) pela demora de Lily.
-Lily, você tá demorando muito! - reclamou Angie – Só os Marotos tão aí, num precisa caprichar tanto assim!
-Angs, você não tá vendo que ela tá se arrumando pra alguém que está aqui? – disse Sarah, olhando marotamente para a morena. Angie pareceu confusa, a principio, depois seu rosto se iluminou num sorriso malicioso.
-Cala a boca, Sarah! – gritou Lily, lá do banheiro.
A ruiva olhava a sua imagem refletida no espelho. Conseguira, por um milagre, fazer com que seus cabelos ficassem menos armados que o normal. A blusa verde-esmeralda entrava em contraste com os cabelos flamejantes, mas combinavam muito bem com seus olhos. Não sabia porque, mas estava ruborizada. É por causa do sol, tentou se convencer. Passei muito tempo no sol... Passou um pouco de base nas maçãs do rosto para ficar mais ou menos no mesmo tom de que costumava ser. Passou o delineador nos olhos bem de leve, só para dar destaque (não que precisassem). Suspirou e saiu do banheiro.
-Noooossa – admirou-se Angie – tudo isso é pro Potter? – Lily pegou uma almofada do pufe e atirou na morena.
-Não é pro Potter, é pra mim mesma. Sinto-me à vontade assim.
-Sei... – disse revirando os olhos.
Elas voltaram para a clareira. Quando chegaram lá, viram as tochas acesas, assim como a figueira e as velas na mesa. Viram que as tigelas estavam cheias de amendoins, castanhas de caju, varinhas de alcaçuz, feijõezinhos de todos os sabores, uns bolos diferenciados e uns salgados, e várias garrafas de cerveja amanteigada. Viram também que os marotos já estavam lá. Tiago estava sentado numa das almofadas, segurando algo que parecia um violão. Sirius e Remo estavam cada um de um lado dele, fazendo comentários em sussurros que elas não ouviam.
Sirius levantou a cabeça e soltou uma exclamação. Os outros dois olharam para cima também, esbugalhando os olhos. As garotas se entreolharam; não tinham caprichado tanto assim!
-Ããh... Posso colocar uma música de bom gosto pra tocar? – perguntou Sarah, quebrado o silencio incomodo.
-Por favor – disse Sirius, apontando para o rádio.
Sarah tirou a varinha do bolso da saia jeans e fez um aceno com ela. Do radio, começou a tocar Crazy (SIMPLE PLAN). Lily olhou para a amiga. Esta olhou de volta.
-Que foi?
-Isso é música boa?
-Bom, pra mim, é... – a ruiva ainda a olhava com uma sobrancelha levantada. – Ah, Lily, isso é (ou era pra ser) uma festa! Não importa que música tá tocando.
-Você não gosta de festa! – disse Lily. Sarah suspirou.
-Poupe-me dos detalhes sórdidos...
-Ai, parem se discutir! – disse Angie, puxando as duas pelas mãos. – Vem, soltem a franga! Vocês também! – disse ela, pegando na mão de Remo e Sirius e puxando-os com força (fazendo-os cair no chão). Ela se virou para Tiago, tirou o violão de sua mão, nem um pouco delicadamente, e colocou-o num canto e puxou-o também.
-Ah, nem, Angs... Eu não vou dançar não... – reclamou Sarah. Ela viu a cara de desapontada da amiga e completou – Agora não... Eu tô com fome...
-Eu também – disse Tiago.
-Vamos comer de uma vez... – disse Sirius, avançando na comida.
Depois de detonarem os salgadinhos e os doces, bebido várias garrafas de cerveja amanteigada, conversado besteira e ouvirem músicas variadas, Angie carregou-os para dançar; e dessa vez, não tiveram outra alternativa.
A festa começara cedo, e nem tinha dado onze horas e eles já estavam moídos. Sem energia para dançar, eles devoraram o que restou na mesa. O que durou menos foi à cerveja amanteigada (cachaceiros!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!). Já era quase meia-noite quando eles sentaram-se perto da fogueira, com os cobertores.
-Qual de vocês duas é a Lily? – perguntou Angie lentamente, apontando para a direita e para a esquerda. Lily riu fracamente; como ela ficava ruim fácil...
-Aqui... – disse a ruiva, segurando a mão da amiga. A garota soltou uma exclamação e depois deitou no colo da amiga.
-Tá tudo rodando – disse a morena, com a voz um tanto embargada. Ela levou a mão à testa e disse num murmúrio – Ai, num bebo nunca mais... – do outro lado de Lily, Sarah riu pelo nariz.
-Tenho a impressão que já ouvi isso antes... – disse a loira.
Não muito longe das garotas, Tiago tocava notas variadas no violão, ajustando-o.
-Angie? – disse Lily, sacudindo a amiga, que cochilara. Ela acordou, parecendo não saber onde estava. – Angs, levanta, eu vou sair daqui.
A morena sentou-se; um segundo depois, caiu para o outro lado, no colo de Remo, que se assustou.
-Lily – chamou Sarah. –, aonde você vai?
-Eu vou dormir...
-Quê? – disseram Sas e Tiago juntos.
-Ah, não, Lily, güenta as pontas aí... – pediu Sarah, com aquela cara de dar dó – Fica mais um pouquinho.
-É, não custa nada – disse Tiago. – Ainda tá cedo...
Lily fez uma cara desanimada. Sarah implorou com o olhar; aí ela cedeu. Voltou ao seu lugar, pingando de sono. Encostou a cabeça na mão, colocando o cotovelo no joelho. Começou a arrepender-se profundamente de ter voltado quando Tiago começou a tocar notas mais rítmicas. Ela levantou o olhar, curiosa. Sirius acordou de um devaneio. Sarah franziu o cenho. Remo olhou-o de esguelha. Angie continuou dormindo.

I’m not a perfect person
Não sou uma pessoa perfeita
There’s many things I wish I didn’t do
Há muitas coisas que eu queria fazer e não fiz
But I continue learning
Mas eu continuo aprendendo
I never meant to do those things to do
Nunca pretendi fazer aquelas coisas contigo
And so I have to say before I go
E eu tenho que dizer antes de ir

Era mesmo o Potter cantando? Era ele mesmo que estava tocando? Não é play-back? Cadê a câmera? É pegadinha, só podia ser... Um grosso, idiota, metido a inteligente, galinha, estúpido, egoísta, entre outras “qualidades” que são impróprias para o horário, está cantando uma musica acústica, ainda por cima, ao vivo?!
Lily só não estava de queixo caído porque este estava apoiado na mão. Mas seus olhos estavam esbugalhados, surpresos. Ele não cantava tão ruim assim, afinal. Alias, a voz dele até que era bem bonita... Além, é claro, de estar cantando uma de suas músicas preferidas... E estava incrivelmente fofo com aquele violão... Fofo? Lílian Evans acorda! É o Patético Potter, ele só tá fazendo graça...

I've found a reason for me

Eu achei uma razão para mim
To change who I used to be
Para mudar quem eu costumava ser
A reason to start over new
Uma razão para começar tudo de novo
And the reason is you
E essa razão é você

O truque que haviam lhe falado para a conquista de Lily Evans era simples e clara: não dê na cara o que está fazendo. Bom, parecia simples, mas para um maroto, ainda mais sendo Tiago Potter, era meio difícil demais da conta. Ele não era como Sirius, mas ser discreto no que fazia não era uma das características mais presentes nele. Para o moreno, a regra era: ser direto e reto; sem floreios. Se você usar essa sua regra disse seu informante é bem capaz dela enfiar seu violão pela sua outra extremidade... Não seja maroto, seja você mesmo! Fácil falar!
Tiago desviou seu olhar do violão e olhou diretamente nos olhos incrivelmente verdes de seu anjo vermelho. Logo em seguida, correu o olhar pelos outros, para não dar muito na cara. Assim tá bom, né?

I'm sorry that I hurt you

Desculpe-me por ter te machucado
It's something I must live with everyday
É algo que eu tenho que aturar todo dia
And all the pain I put you through
E toda essa dor que eu fiz você passar
I wish that I could take it all away
Queria poder fazer isso passar
And be the one who catches all your tears
E ser aquele que enxuga todas as suas lágrimas
That's why I need you to hear
É por isso que eu preciso que você ouça

Sarah arriscou um olhar para Lily. Esta estava com uma cara muito estranha, o que lhe causou uma enorme vontade de rir. Não pise na bola agora, Tiago pensou, voltando-se para o “cantor”. Concentração!

I've found a reason for me

Eu achei uma razão para mim
To change who I used to be
Para mudar quem eu costumava ser
A reason to start over new
Uma razão para começar tudo de novo
And the reason is you
E essa razão é você
And the reason is you
E essa razão é você
And the reason is you
E essa razão é você
And the reason is you
E essa razão é você

Quem diria... pensou Sirius. Ele olhou para a ruiva; ela estava estática. Sem ação. Hipnotizada completamente. Soltou uma risadinha da cara dela. Alguém tire uma foto desse momento!

I'm not a perfect person

Eu não sou uma pessoa perfeita
I never meant to do those things to you
Nunca pretendi fazer aquelas coisas contigo
And so I have to say before I go
E tenho que dizer antes de ir
That I just want you to know
Que eu só queria que você soubesse

Tiago olhava Lily, sem nem disfarçar. Não sabia como continuava a cantar, mas simplesmente sua voz continuava saindo. O que ele queria mesmo era mergulhar nos tão sonhados olhos verdes esmeralda...

I've found a reason for me
Eu achei uma razão para mim
To change who I used to be
Para mudar quem eu costumava ser
A reason to start over new
Uma razão para começar tudo de novo
And the reason is you
E essa razão é você

Não faça isso, sua anta! Pensou desesperadamente Sarah. Você vai estragar tudo! Sarah chegou a acreditar que o moreno virou o olhar para ela por ela estar secando-o tanto. Ela olhou-o significantemente, balançou a cabeça e indicou quase imperceptivelmente com a cabeça para a direção de Lily. Ainda bem que ele entendeu o recado e voltou a olhar o violão.

I've found a reason to show
Eu achei uma razão para mim
A side of me you didn’t know
Um lado meu que você não conhece
A reason for all that I do
A razão para tudo isso que faço
And the reason is you
E essa razão é você




















Oi!!! Gente queria pedir desculpas por ter demorado tanto a postar... é que primeiro veio a falta de criatividade, depois meu pc quebrou... passei DOIS meses sem internet... depois eu e a Cá passamos dias e mais dias discutindo que rumo a fic ia tomar... Aí saiu esse cap louco que vocês acabaram de ler... Só espero que tenham gostado, porque você não fazem idéia de como foi difícil fazer esse troço sair de acordo com que a gente queira... Sorry se os comentários agradecidos abaixo estejam meio antigos, mas, ah, vocês já sabem as explicações...Ai ai... vamos aos agradecimentos, sim?

Almofadinhas Black: Até que enfim você conseguiu fazer o cap abrir, fia!!! ^^ Então, queria fazer ela bem descolada mesmo, estilo Gilmore Girls... acho que consegui!!!! Huahuahuahua

Elena P. Krun: Eh, bom, taí uma coisa que eu tava doida pra mudar. Essa “receita de bolo”... Na minha fic, serão os marotos que correram atrás das meninas... Por... Bem, descubra você mesma porque :P

Nanda Evans Potter: Ai, ufaa! Que bom que você gostou! Eu e a Cá colocamos corpo, alma, dedos, paciência, dor de cabeça e tardes e noites nessa fic! Espero que gostee desse tbm...

Amanda Delacourt Black: Sirius? Interessando na Sarah? Não, magina *sarcástica*!! Só que, tadinho, vai levar cada toco... Bom, vcs vaum ver, neah!! Espere para ver!! Huahuahauhauahu eu sou máá!!!

Pamela _Wesley_Potter_Evans: Que bom que você gostou... Como já falei (até + do que pretendia) tô gastando muito tempo com minhas fics... Vc achou engraçada? Que bom... Pensei que só eu ria das minhas piadas... huahauhauhauhau

Fe Black: Nossa, dentre tantas fics T/L vc escolheu a minha!? Que honra!! Pode deixar, Fé, quando a fic terminar eu te aviso... Olha, eu vou ler a sua fic se: minha mãe não arrancar meu couro pelas notas procarias que eu tenho certeza que eu vou tirar na semana que vem; se meu computador não der defeito DE NOVO; se eu conseguir fazer essa merda funcionar sem ficar dando tanto pau, etc...

Ana Lívia: Sorry!! Os motivos da demora da volta da fic foram explicados muitas vezes acima... naum precisa explicar de novo, neah?

Andressa Mirach: Ai, que lindoo!! Tá gostando? Espere para ver os próximos capítulos... a volta a hogwarts... etc etc... aí que você vai gostar!!!!

Lara_Evans: Já tô atualizandooo!!! (naum, besta, estás aqui de bicão... *revirando os olhos*)

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