Aquele na Bulgária - 1

Aquele na Bulgária - 1



FRIENDS
8- Aquele na Bulgária, parte 1

- E então, todos com as malas prontas? - perguntou Gina, arrastando sua mala gigantesca pela sala.
- Sim, senhora - disse Mione, fechando sua bolsa.
- Ótimo, é melhor irmos logo... Não quero perder o vôo.
- Nós não vamos perder o vôo, Gina - Luna guardava várias caixas de incenso e uma bola de cristal. - Ele só sai em três horas.
- Acontece que esse é o único da semana... Oh, meu Deus, Rony deve estar achando que nós não nos importamos com ele! Deixou o celular desligado a semana inteira... Droga de companhias aéreas! Onde já se viu ter só um vôo para a Bulgária por semana!
- Ele vai entender se a gente explicar! O que não pode acontecer e deixar que ele fique lá pensando que não tem amigos.
- Certo, chega de conversa! Luna, vá chamar os meninos.
- Não precisa, estamos aqui! - disse Harry, carregando uma pequena mala na mão. Ele vinha seguido por Neville, que tinha uma mochila nas costas.
- Onde estão suas malas?
- Bem aqui, ué.
- Vocês vão levar só isso!?
- Claro! Ou você acha que vamos nos mudar para lá?
- Não, mas... Não sabemos quanto tempo vai levar para convencer Rony a voltar.
- Eu não penso da mesma maneira. Quer dizer, vai depender de certas atitudes...
- O que?
- Ahn... As coisas que faremos para provar nossa amizade!
- Harry... Estou vendo coisas estranhas na sua áurea... Você está nos escondendo alguma coisa? - disse Luna, observando alguma coisa no acima da cabeça do amigo.
- Se eu estiver, não é da conta de vocês.
- Uh! Parece que alguém está estressado!
- Já podemos ir embora? - Harry saiu do apartamento e foi seguido por todos os seus amigos. Gina trancou a porta e eles seguiram para o aeroporto.
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- Não! A sua poltrona é a D! - repetiu Harry, segurando o cartão de embarque de Neville.
- Mas eu quero ficar na janela! O que custa, Harry, você sempre viaja de avião! Deixa eu ficar na A!
- Nós temos que sentar na poltrona que o cartão de embarque indica!
- Vamos, Harry - disse Gina, sentada entre Neville e Mione. - Troque de lugar com o coitado.
- Gente - Harry se aproximou e começou a cochichar. - Olha quem está na poltrona E.
Eles olharam e viram Luna lendo as instruções de segurança do avião.
- Que é que tem?
- Ela vai ficar a viagem inteira perguntando o que eu estou escondendo!
- Ótimo - disse Mione. - Aí ela descobre e conta pra gente!
Os três riram e Harry resolveu sentar-se na poltrona ao lado de Luna. Mal tinham passado quinze minutos da decolagem e ela começou com as perguntas que Harry temia.
- Não adianta negar, eu posso sentir...
- As vibrações, eu sei. Talvez você devesse entender que isso é problema meu.
- Acho que não... Hoje eu vi nas cartas que está para acontecer uma coisa que vai mudar o destino de todo o nosso grupo e tem a ver com um segredo.
- Você só pode estar brincando!
- Não, estou falando sério. Pode falar, dependendo do que for eu até poderei ajudar.
- Acontece que esse segredo não depende só de mim. Eu não posso contar enquanto a pessoa que está ligada a ele não permitir.
- Obviamente é o Rony, pois nenhum de nós aqui sabe do segredo.
- Droga - Harry deu um tapa na testa. - Como eu posso ser tão burro!?
- O que está havendo com o Rony?
- Certo, você ia acabar descobrindo. Rony está apaixonado pela Mione.
- De novo!? - gritou Luno, fazendo os três amigos do lado olharem para ela e fazerem gestos pedindo para que ela contasse depois.
- Shhhh!!! Era um segredo!
- Por que ele não contou pra ela antes de partir?
- Ele ia contar no aeroporto e ficaria se ela o aceitasse! Mas ele achou que o fato de nós não termos ido significava que ela tinha dito não para ele!
- Oh, isso é terrível! Precisamos fazer alguma coisa!
- Não conte a ela, por favor! Rony vai preferir que ela descubra por ele mesmo.
- É, você tem razão. Mas eu acho que o Rony nunca vai ter coragem de contar.
- Isso já é problema dele.
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- Táxi! Ei, táxi!
Um grande táxi parou na frente da calçada e eles colocaram sua bagagem no porta-malas com a ajuda do motorista. Gina sentou-se no banco da frente e os outros quatro espremeram-se atrás.
- Parrrra onde voxês vão, senhorrrra? - perguntou o taxista búlgaro.
- Para a Tumba Trácia de Kazanlak.
- Voxês têm perrrrmissão parrrra entrarrr lá?
- Precisamos?
- Xim, eles xão muito rígidos quanto a visitas.
- Eu tenho um irmão que está trabalhando lá.
- Xó vão deixarrr a senhorrra entrarrr se o dirrretor perrmitir.
- Ele vai ter que permitir. Nós esperamos uma semana de muita angústia para chegar onde estamos.
- Boa sorrrte, voxês vão precisarrr.
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- Eu realmente não posso deixá-los entrar, desculpem - disse o treinador, na porta da Tumba aos olhos dos trouxas, mas que na verdade era o castelo onde ficava a Academia de Quadribol.
- Eu disse que o dirrretorrr Clifforrrd não deixarrria. Xê voxês quiserrrem, posso levá-los para um hotel - o taxista descarregou a última mala, mas não fechou o porta-malas.
- Não, obrigada - Gina deitou sua grande mala e sentou-se sobre ela. - Nós vamos ficar aqui até alguém deixar a gente entrar.
- Voxê é quem sabe. Tchau.
Ele entrou no táxi e desceu o morro até que o carro se perdeu de vista.
- Treinador Clifford - disse Harry, aproximando-se do homem que levara Rony para a Bulgária. - Nós realmente precisamos ver Rony.
- Primeiro: eu não posso permitir visitas aos jogadores que não sejam aos sábados, pois pode atrapalhar a concentração. Segundo: eu não acho que ele queira ver vocês depois da desfeita no aeroporto.
- Não foi nossa culpa! Houve um grande imprevisto que nos atrasou e ele acabou entendendo errado. Mas o que isso importa agora? Nós passamos a semana mais angustiante de nossas vidas, tentamos ligar para o Rony mais de mil vezes, juntamos todas as nossas economias para vir até ele e estamos correndo o risco de perder nossos empregos!
- Desculpem, garotos, mas não há nada que eu possa fazer.
- Nada mesmo? Nem pedir para ele vir até aqui?
- Vamos fazer o seguinte: eu vou falar com ele e, se ele quiser vê-los, vocês podem entrar. Caso contrário, vocês voltam para Londres e deixam meu jogador treinar em paz.
- Certo, pode falar com ele.
Clifford entrou no castelo e a grande porta dele se fechou com um estrondo.
- Mas se a resposta não nos agradar, nós não vamos sair daqui - completou Harry, sentando-se na parte que sobrava da mala de Gina.
Quando todos acomodavam-se como podiam em suas malas, Clifford finalmente reapareceu.
- Nada feito, garotos. Ele disse para vocês irem embora e não voltarem mais.
- Pois o senhor diga a ele - Gina se levantou da mala e ajeitou os cabelos. - Que nós só vamos embora quando falarmos com ele! E que é para ele parar de bancar o bebezão porque ele já está muito velho para isso e nós não vamos tolerar...
- Certo, senhorita, eu já entendi. Vocês vão ficar aí, é!? E posso saber como vão passar a noite no topo desse morro deserto?
- Isso é problema nosso.
- Tudo bem... Talvez ele esteja sendo um pouco inflexível, afinal, vocês fizeram tanto esforço para revê-lo... - Clifford começou a andar em direção ao castelo. - Mas ele terá uma conturbada noite de sono em seu quarto, que por acaso é o mais baixo dessa torre que está na frente de vocês.
Ele entrou no castelo novamente e todos ficaram olhando para Gina.
- Ótimo. Muito bem. Você prefere dormir nas pedras ou na grama? - disse Harry, olhando sua amiga sentar-se na mala de novo.
- Tudo vai dar certo, senhor otimismo.
- Está começando a escurecer, Gina - Luna olhava para o horizonte onde a cidade começava a se iluminar. - Não seria melhor se nós passássemos a noite em um hotel e voltássemos amanhã cedo?
- E nos dar pro vencidos? Sem chance! Vamos, me ajudem a juntar alguns galhos e ascender uma fogueira.
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A escuridão tomava conta da cidade e do morro onde os cinco aventureiros se encontravam. A sorte deles é que já estava no fim do outono, portanto não fazia muito frio.
- Que horas são? - perguntou Neville, bocejando.
- Onze e meia - respondeu Harry, olhando seu relógio de pulso. - E acho que não sou o único com sono.
- Nós vamos dormir aqui... No nada?
- Pergunte para Virgínia Jones, a caçadora do irmão perdido e aventureira super corajosa.
- A resposta é não - Gina levantou-se de sua mala e empurrou Harry. - Como vocês poderão ver, essa mala não é grande por acaso.
Ela abriu a mala e tirou duas bolas de borracha de dentro dela, uma azul e uma amarela.
- Como eu não pensei nisso!? - Harry tentava tirar a terra de suas calças. - Por que não brincar de bola numa hora dessas!?
Gina ignorou o comentário e lançou um feitiço nas duas bolas, que imediatamente se inflaram e tornaram-se duas barracas de camping.
- Oh! - exclamou Harry. - São aquelas do seu pai?
- Não, na verdade elas são meio trouxas... Então são desse tamanho mesmo, tanto por dentro quanto por fora.
- Beleza, dá pra dormir - disse Neville, entrando na barraca amarela.
- Ei! Essa aí é a das meninas! A azul é a dos rapazes!
- Grande diferença - gritou Neville de dentro da barraca. - Vocês dormem na azul porque eu vou apagar.
- Vocês vão mesmo dormir? - perguntou Mione, que estava muito quieta até agora. - E desistir de fazer Rony nos deixar entrar?
- Tem algum outro jeito? - respondeu Gina. - Passar a noite em claro não vai ajudar.
- Ninguém ouviu o que o treinador Clifford falou?
- Sim, ele disse que Rony não ia deixar a gente...
- Não essa parte. A outra parte, em que ele mencionava o quarto de Rony. Gente, aquela janela é o quarto dele!
Mione apontou para uma janela poucos metros acima deles, onde o quarto estava aparentemente iluminado apenas por uma vela.
- O que você pretende? - Harry saiu da barraca de Neville e juntou-se a Gina e Mione. - Que ele jogue suas tranças para nós escalarmos?
- Ele pode até querer nos ignorar enquanto estamos apenas acampando silenciosamente... Mas a partir do momento que fizermos barulho e acordamos todos os jogadores, ele será obrigado a fazer alguma coisa!
- Você está sugerindo... - começou Gina.
- Que nós façamos uma barulheira? - completou Harry.
- Isso mesmo! Peguem todas as coisas que produzam sons de suas malas, façam um gargarejo e vamos gritar!
Eles acordaram Neville e Luna, que também tinha se recolhido, pegaram algumas panelas que Gina havia trazido, arranjaram pedras compridas e prepararam-se para bater nas panelas com elas.
- No três, pessoal! - gritou Mione. - É um! Dois! Três!
Os cinco encheram os pulmões e começaram a cantar uma música acompanhados pela percussão das panelas:
“Passamos a semana inteira
Pensando em te reencontrar
Você veio pra Bulgária
E nem pra nos avisar!
Não te culpamos, pois sabemos
Que você tinha seus motivos
Mas, enquanto não nos receber,
Vai ter que ouvir os nossos gritos!”
E repetiram a canção mais três vezes, até que todo o castelo estava iluminado e olhando para eles pelas janelas dos quartos. Só pararam quando Rony surgiu na janela de seu quarto.
- O QUE VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO AGORA? - perguntou o treinador Clifford, atravessando os portões do castelo de pijama.
- Tentando me convencer a deixá-los entrar, eu presumo - respondeu Rony.
- Por favor, Rony! - gritou Mione. - Esse mico todo já não é o bastante?
Rony olhou para ela, depois para todos os seus amigos e acenou para o treinador.
- Está bem, entrem! - disse Clifford, muito irritado. - Mas só vão falar com Weasley amanhã! Ele precisa descansar. E eu creio que vocês também.
Os cinco sorriram satisfeitos, socaram as coisas nas malas e seguiram o treinador para dentro do castelo.



->Ah, eu queria dizer que essa Tumba Trácia de Kazanlak realmente existe e fica na Bulgária, mas eu não sei em que cidade fica e do que se trata... Desculpem, me deu preguiça de pesquisar mais sobre isso :)

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