Saída Inusitada




"Os milagres acontecem às vezes, mas é preciso trabalhar tremendamente para que aconteçam"
Peter Drucker

Estava perdido, como iriam buscá-lo agora? Tia Petúnia sempre deixava a porta aberta, ela ficava acenando até que sumissem de vista... desta vez ela fez o favor de bater a porta.
Os Dursley voltaram à sala desanimados, Harry colou ouvido na porta, havia alguns murmúrios lá fora.
- Harry?Harry?Cadê você? – Era Hermione.
- Aqui dentro. – Respondeu o garoto em voz baixa.- Fiquei trancado aqui.
- Trancado? – Era Tonks. – A porta está trancada?
- Tia Petúnia trancou com a chave...
A campainha tocou, Harry saiu da frente da porta.
- Voltaram! – Tio Válter e todo seu falso bom-humor foram abrir a porta.
- Eu esqueci o meu chapéu! – Disse Hermione triunfante.
- Estranho, eu podia jurar que não estava de chapéu. – Válter olhou atenciosamente para ela.
- Eu o tirei, posso busca-lo?
- Ah, claro. – Resmungou ele escancarando a porta. A garota passou, e ao mesmo tempo Harry pulava para o lado de fora.
Dois minutos depois, Hermione havia voltado com um grande sombrero que quase não passava pela porta.
- Obrigada. – Agradeceu ela diante o olhar perplexo de Válter, ainda em choque, ele fechou a porta devagar.
- Por que você conjurou um chapéu mexicano desse tamanho? – Perguntou a garota furiosa para Odoy.
- Esses são os únicos chapéus trouxas que eu conheço. – Respondeu ele como se fosse muito normal se andar por aí com vestido cor de pêssego e sombrero.
- Eu acho que este é bonito, não entendo o porquê daquela cara do Sr. Dursley. – Balbuciou Tonks. – Harry, você está aqui?
- Sim. – Sussurrou o garoto.
- Ainda bem, ou íamos ter que conjurar outro chapéu desses e dizer que era meu. – Murmurou Tonks.
- Como vamos embora? – Perguntou Harry, ignorando o fato de que eles poderiam ter lançado um simples feitiço “allorromora” e ter feito aquela porta sem maiores dificuldades, mas com certeza seriam percebidos por qualquer um que os estivesse vigiando.
- De tachi. – Informou Ed.
- É taxi. – Corrigiram os outros três automaticamente.
- Ah, sim,sim...vamos logo. – Eles cruzaram o jardim, andaram pela calçada, foram para a casa ao lado e pararam em frente a porta de entrada.
- Por que estamos aqui? Pensei que íamos pegar um taxi. – Resmungou Harry.
- A pescoçuda da sua tia está nos espiando! – Praguejou Tonks. – Vamos ter que entrar na casa e sair pelos fundos, fora das vistas dela.
Odoy mexeu em algum de seus muitos bolsos, e de lá tirou uma pequena chave prateada, enfiou na fechadura, e logo depois de um sonoro “clac” a porta estava aberta.
Pouco se via na escuridão da sala de estar, somente o contorno de alguns moveis, ainda cobertos por lençóis. A porta dos fundos era discreta e dava para uma pequena plantação de rosas, logo depois uma cerca separava o terreno da outra casa. Pulando por cima do cercado, eles andaram mais um pouco indo para os fundos da casa vizinha, três casas depois avistaram na calçada um taxi parado.
- Você não devia ter subido em cima da calçada Sr. Fletcher. – Comentou Ed calmamente com o motorista.
- Eu não pude evitar. – Mundungo exibiu um grande sorriso. – Eu poderia saber onde esta nosso estimado amigo Potter?
- Aqui. – Murmurou Harry.
- Ah, desculpe, eu não tinha distinguido você da Granger, que está logo atrás... Vão ficar aí parados?
- Na verdade pretendíamos ir embora daqui com o senhor.
- Então entrem. – Disse ele fazendo o motor ligar suavemente.
Podia-se dizer que Mundungo devia estar infligindo uma lei por ir dirigir devagar demais.
- Se formos rápidos vão notar que não somos trouxas, temos que ter controle! E eu tenho certeza que vou acabar levando a culpa! – Praguejou ele enquanto Tonks, que estava no banco do passageiro, tentava colocar o pé no acelerador.
- Se formos tão devagar vão achar que somos um bando de adolescentes que roubou um carro e nunca dirigiu na vida! – Rebateu Odoy.
- E então vão nos parar e pedir documentos, eu não preciso lembrar que não temos documentos trouxas. – Continuou Tonks.
- Vamos fazer algo civilizado. – Retrucou Hermione por baixo do grande chapéu. – Votação!
Depois de um obvio quatro contra um, Tonks estava no controle do carro. O único som além do motor era a respiração exageradamente forte de um Mundungo muito bravo, que casualmente murmurava algo como “Eu sempre disse que se você seguir as leis não vai se dar bem, olha o que aconteceu comigo...” ou “Molly Weasley vai ficar sabendo disso e de algum modo e eu vou levar a culpa...”
- Pare de resmungar. – Pediu Tonks pela vigésima vez.
- Vocês sabem que se eu cometesse um deslize,como ir rápido demais, poderia acontecer um acidente, e aí se eu não morresse ficaria surdo!
- Surdo? – Hermione parecia confusa.
- Obviamente! A Sra. Weasley iria gritar tanto que...
- Esse seu medo pela Molly chega a ser estranho. – Comentou Tonks sorrindo.
- Isso é porque não foi você quem vivenciou aquela experiência horrível
- Ah, pobre Mundungo traumatizado! – Odoy tinha um sorriso maior do que o de Tonks.
- Se ela fizer todo aquele alarido de novo , não vai ter uma alma viva ou morta dentro da Ordem que confie em mim!!!
- Então é isso... – Sussurrou Tonks misticamente. – Nós tomamos conta de você, seu ladrãozinho de meia pompa.
- Eu não sou um ladrão, só faço negócios. – Protestou ele voltando a olhar para fora da janela emburrado.
- Bem, já que você insiste tanto. – Respondeu ela entrando na rua a direita e em seguida estacionando.
- Chegamos? – Perguntou Harry ansioso.
- Quase. – Odoy saiu do carro seguido de Hermione, Harry e Tonks que cedeu seu lugar de motorista pra Mundungo.
- Ele não vem? – Perguntou Hermione vendo o carro tomar partida e começar a se distanciar.
- Claro que não querida, ele é o motorista! – Tonks voltara a ter o mesmo tom falso que usava na casa dos Dursley.
- Haha, você tem cada ideia... – Continuou Ed.
- Desculpe.
Os três se dirigiram para a lanchonete do outro lado da rua. Harry tinha certeza que aquela era a tão mau falada “ Renid Lanche’s”. Seus tios diziam que aquele era um belo exemplo do porquê o mundo é como é. Não era tão horrível assim, mas em uma cidade onde desleixamento é crime, aquele lugar deveria ser severamente multado.
Um grande letreiro rosa-choque piscava incessantemente no telhado, exatamente acima da porta dupla de vidro fosco. Era um lugar amplo de teto baixo que exalava um forte cheiro de fritura e estava sempre às moscas, literalmente.
Entrando lá Harry notou que o estabelecimento estava totalmente vazio a não ser por um homem gordo que fritava alguma coisa parecida com um bife em uma grande chapa de ferro, logo atrás do balcão. Ele vestia um avental por cima da jeans surrada e da camisa branca que mais parecia um pano de chão, tinha também um chapéu de cozinheiro colocado de qualquer jeito sobre sua cabeça rapada. Haviam mesinhas redondas com desenhos ridículos por toda a parte, tiveram que desviar delas e das cadeiras, igualmente cômicas, para chegar ao homem.
- Hem... boa noite. – Balbuciou Hermione.
- Bem-vindos ao “Renid Lanche’s”, por favor, sentem-se e aguardem uma de nossas queridas garçonetes vir atendê-los. – Respondeu ele monotonamente sem nem levantar os olhos da chapa.
- Nós queremos batatas fritas. – Disse Tonks sob o olhar indignado de Hermione. – Quatro porções, para longas distâncias.
Em resposta o homem parou de virar o bife, que já estava muito passado do ponto ideal do que se pode chamar de “comestível”, e jogou na lata de lixo. Logo em seguida concentrou-se em colocar punhados de oleosas batatas em sacos de papel, que tinham escandalosas estampas de listras rosas, foi empilhando os pacotes em cima do balcão enquanto Odoy procurava alguma coisa dentro de sua própria capa.
- Obrigado. – Resmungou ele empurrando alguns dólares ao homem gordo, que voltara a fritar bifes, e depois pegando todos os pacotes de uma só vez.
- Com todo o respeito, nós vamos comer isso? – Murmurou Hermione enquanto eles se afastavam do balcão, em direção a uma escada que levava ao andar inferior.
- Sei lá. – Respondeu Harry dando os ombros.
O andar inferior era composto por banheiros, muitos banheiros, mas não havia identificação de feminino ou masculino nas portas. Porém Tonks e Odoy não pareciam nem um pouco preocupados com a aparente desorganização do estabelecimento, entraram em uma das portas sem sequer olhar as outras. Se amontoaram em uma das cabines, puxaram os confusos Harry e Hermione para dentro e trancaram a porta.
- Peguem. – Odoy distribuindo os pacotes de batata frita.
- O que nós vamos fazer? – Perguntou Harry quanto Tonks tocou com a varinha em sua cabeça fazendo com que o Feitiço de Desilusão acabasse.
- Vamos fazer uma viagem segura até a Ordem. – Respondeu Tonks erguendo o tampo do vaso sanitário e depois subindo em cima, ficando de pé e consideravelmente mais alta que todos.
- Esse é um dos modos que encontramos para transportar coisas e pessoas que não podem aparatar. – Explicou Odoy. – É uma lareira disfarçada, e as batatas são Pó de Flú.
- Isso não é um pouco perigoso? Trouxas poderiam entrar aqui e viajar... – Murmurou Hermione.
- Nunca vai acontecer, a porta é a prova de pessoas que desconhecem o mundo mágico. E além disso não é possível rastrear, ela funciona sem o conhecimento do Ministério da Magia.
- O que peço para vocês é que não gritem, isso não dá certo. – Tonks abriu o pacote de fritas e despejou o conteúdo no vaso sanitário. – Joguem o “Pó de Flú” na “lareira” , puxem a descarga e falem baixo, mas claro o lugar onde querem ir.
Dito isso ela puxou a descarga e murmurou um “ Morada das Fênix”. A água ficou em um tom roxo e Tonks foi, ralo abaixo, engolida por inteiro.
- Tem certeza que é seguro? – Murmurou Hermione olhando desconfiada para o ralo.
- É, agora vai o Harry e depois você, por último eu.
Harry subiu em cima do vaso ficando em pé, como Tonks, um pouco mais desequilibrado ele despejou as batatas e desejou com todas as suas forças que não fosse parar na Travessa do Tranco.
- Morada das Fênix. – Sentiu-se envolvido por alguma coisa gelada e logo depois estava escorregando por um túnel enorme, que mais parecia um tobogã, junto com a água de cor roxa. Bateu inúmeras vezes nas paredes, mas para sua felicidade isso não doía, pareciam ser feitas de um tipo de elástico que somente o jogava para o lado contrario, fazendo com que ficasse ainda mais encharcado. Repentinamente grandes ventiladores de ar quente surgiram do teto, o vento que formaram acabou por secar a água e as vestes de Harry também, embora ele achasse que ia ficar com uma gripe daquelas depois disso. O fim do túnel se aproximava, uma luz inundou o lugar e Harry foi arremessado para fora.
Quando abriu os olhos deu de cara com uma Tonks muito sorridente, com seus habituais cabelos rosa chiclete espetados.
- É legal! – Falou ela.
- Parecia um parque aquático... – Respondeu ele se sentando, estava há uns dois metros da lareira. – Eu fui jogado longe!
- Foi cara! – Rony vinha correndo na direção dos dois. – Eu vi, foi incrivel!
- Menos, menos... – Resmungou Tonks.
- Eu sempre quis viajar num desses! Hermione tem muita sorte, ela foi escolhida para ser “a filha”...Olá Harry!
- Bom dia Rony, tudo bem? – Os dois apertaram as mãos rapidamente.
- É, está. Eu queria ter ido junto te resgatar, mas mamãe não me deixou nem chegar perto da lareira...
- Eu imaginei. – Respondeu ele descontraído. – Estão aqui a muito tempo?
- Não, viemos da Toca há uns dias.
Ouviram um grande baque, Hermione estava sentada dentro da lareira. O chapéu mexicano caiu suavemente sobre a sua cabeça.
- Belo “acessório”. – Ironizou Rony com um sorriso que ia de orelha a orelha.
- Muito engraçado Sr. Weasley. – Retrucou ela no mesmo tom.
- É melhor você sair daí. – Avisou Tonks.
Três segundos depois de Hermione seguir o conselho, Odoy desabou na lareira seguido do malão e a vassoura de Harry, de volta ao seus tamanhos originais, que cairam em cima dele.
- Você ainda se mata sozinho homem... – Resmungou Tonks indo até a lareira, mas ela tropeçou na barra do tapete e caiu de cara no chão.
- Não antes de você. – Respondeu ele tentando tirar o malão de cima de si. – Dava pra me ajudar? Está doendo!
- Eu acho que ele quebrou algum osso. – Fred surgiu na escada dramaticamente.
- Oh não, e agora ? – Jorge correu escadaria abaixo escandalosamente. – Hei, olhem, o Harry chegou!
Odoy pigarreou para chamar atenção
- Eu estou ferido! Alguém chame alguém!
- Não faça dramas! – Resmungou Tonks atirando o malão em cima de uma poltrona com um feitiço simples. – Você nem se machucou tanto assim, nada que uns chás da Molly não possam curar...
- Chegaram! Ah, eu estava tão preocupada. – A Sra. Weasley surgiu envolvendo Harry em seus braços. – Você está bem querido? Não aconteceu nada de ruim na viagem? Era tão perigoso...
- Estou bem! – Respondeu Harry quase sufocado no abraço apertado dela.
- Graças a Merlin! – Disse ela soltando o garoto e correndo para Odoy. – Você se machucou! De novo!
- Da outra vez foi um acidente! Bem... desta também... mas eu não preciso de chás!
- Precisa sim senhor! – Ela puxou Ed para a cozinha. – Os chás podem não ter um gosto muito agradável, mas curam!
- Podem não ter um gosto muito agradável... ele são horripilantemente terríveis! – Exclamou Jorge tomando cuidado para que sua mão não os ouvisse.
- É... pobre homem... – Disse Fred vagamente para o irmão. – E nosso caro amigo Harry está de volta! Olhem só, você cresceu! Oh, por Merlin! Estou parecendo a mamãe!!
- Nós realmente não precisamos de outra Sra.Weasley por aqui. – A porta se abriu e Mundungo entrou por ela, estava cheio de fuligem. – Eu vim de lareira...
- Ah...
- Eu pensei que vocês dois iam ficar na loja.
- Resolvemos voltar. – Disseram os gêmeos.
- Na verdade, não foi bem nós, mamãe ia acabar tendo uma crise. – Resmungou Jorge.
- Ela diz que todos estão abandonando a família, que agora só tem eu e a Gina em casa... – Murmurou Rony.
- É melhor que eu vá tomar um banho antes que comece a sujar a casa. – Mundungo subiu as escadas cansado.
- Ah... eu esqueci a Edwiges trancada na gaiola! – Gritou Harry de repente.
- Eu peguei ela. – Falou Hermione calmamente tirando o chapéu, a coruja dormia tranqüilamente em sua cabeça.
- Você estava o tempo todo com ela? – Perguntou Tonks descrente.
- Sim, esqueci de falar. – Respondeu a garota vagamente.
- Ok, eu vou ignorar isso. – Falou Tonks indo em direção dos quartos, eles ouviram claramente ela derrubar alguma coisa bastante pesada no caminho e em seguida murmurar um audível “maldita mesinha de canto...”
- Sem querer parecer demasiadamente curioso, mas vocês vão ter que me contar cada passo da fuga. – Disse Rony empolgado.
- A curiosidade matou o gato, Rony... – Hermione colocou o sombrero na cabeça do garoto e saiu do aposento.
- Hermione está estranha. – Comentou Harry.
- Eu sei, acho que é por causa de Fleur. – Disse Rony com um grande sorriso, ele mexia distraidamente nas penas de Edwiges que agora repousava no braço do sofá.
- Fleur? Que Fleur?
- Fleur Delacour, aquela quase veela do Torneio Tribuxo.
- O que tem ela? Eu pensei que estivesse em Gringotes com Gui.
- E ainda está. Há algum tempo ela entrou na Ordem, foi recomendada por Gui. Dumbledore diz que é ótimo ter estrangeiros fazendo parte da Ordem, afinal a causa é bem nobre...
- E o que isso tem haver com a Hermione?
- Sei lá, acho que ela não confia totalmente em Fleur... – Rony deu os ombros. – Mas não tem motivos, você sabe que não é qualquer um que pode entrar na Ordem...
- Fazem algum tipo de teste?
- Não, não... existe uma espécie de tempo de experiência em que a pessoa é inspecionada, pra ver se não tem nada com as artes das trevas e coisa parecida. Assim qualquer um pode se recrutar, mas tem que fazer alguma coisa pela causa. Fleur foi recomendada por um membro da Ordem, Gui, e passou por essa inspeção. Dumbledore disse que ela poderia até trabalhar em Hogwarts se quisesse.
- Talvez ela possa ser nossa nova professora.
- Pra isso ela teria que ser experiente em Defesa Contra as Artes das Trevas, mas seria bom não é? Teríamos uma professora jovem e bonita, pra variar...
- Obrigada Sr. Weasley. – Fleur Delacour saia da lareira com um pequeno sorriso nos lábios. – Pelos sinceros elogios.
- De nada... – Rony ficou tão vermelho quanto um pimentão e imediatamente baixou a cabeça, se escondendo por trás do grande chapéu, como se houvesse cometido o pior dos sacrilégios.
- Bem vindo Sr. Potter. – Disse ela simpaticamente. – Estou aliviada em ver que está em sua saúde perfeita.
- Agradeço a preocupação. – Respondeu ele um pouco constrangido. – Seu inglês está impecável.
- Modéstia à parte, eu sei. – Depois de um último sorriso, ela se retirou bamboleante.
- Ela é linda... – Murmurou Rony fazendo- se novamente visível. – Gui foi um cara de sorte.
- Foi?
- Eles tiveram um romance curto, não sei por que acabou... mas em todo o caso... – Rony ergueu a sobrancelha maliciosamente. – Ela está livre.
- Ha! E eu pensando que ia lhe encontrar com um pouco mais de vergonha na cara! – Riu Harry divertidamente. – Você pretende fazer alguma coisa?
- Não. – Resmungou ele botando a sua sobrancelha no devido lugar. – Eu iria congelar, e corar ... Como aconteceu no quarto ano, quando a convidei pra ir ao baile. Caras como Fred ou Jorge conseguem falar com Fleur sem ter um treco.
- Nem é tanto assim...
Rony lançou um olhar incisivo em Harry
- Ok, ok... É, você quase tem um treco.
- Mas isso não vem ao caso, temos coisas mais importantes a tratar do que ela.
- Nisso eu tenho que concordar, ficaram sabendo alguma coisa do Sirius? – Perguntou Harry timidamente.
- Não sei, esse assunto está fechado nas reuniões. Mas devem ter descoberto alguma coisa, falam muito sobre isso.
- Eu espero que ele ainda esteja vivo. – Harry baixou a cabeça por um momento. – Era meu único parente bruxo, um outro pai.
- Eu sei cara, isso deve ter algum jeito. E olha, se não tiver... eu ... você vem lá pra casa, ou fica aqui as férias com nós... mas vai dar sim... – Disse Rony tentando anima-lo. – Não faça essa cara, não foi culpa sua.
- Não, foi o mostro, aquele bicho imundo...
- Ah, eu não te disse, ele se jogou da janela e morreu!
- Sério?
- Não. Mas Fred o trancou em um armário e está o usando como cobaia. É um começo bem promissor, até que Hermione ou mamãe descubram...
- Não importa o que Hermione diga sobre elfos, ele sabia o que estava fazendo, e sabia muito bem! Não vou nem comentar o que eu tenho vontade de fazer com ele! – Logo atrás de Rony um vaso de flores se estilhaçou espalhando cacos de vidro pelo chão.
- Hei, controle-se! Demoramos um tempão pra deixar essa casa menos sinistra.
- Tudo bem...
- Vamos dormir!! – A Sra. Weasley começou a enxota-los para os quartos, alguns bruxos e bruxas desapareceram no fogo da lareira e outros ficaram na casa.
Os dois estavam no mesmo quarto em que haviam ficado no ano passado, estava deitado em sua cama quando a voz de Rony se fez presente na escuridão.
- Nós vamos ao beco Diagonal amanhã, falta muito pouco para voltarmos a Hogwarts.
- Eu mal posso esperar...

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