O Dia dos Mortos



“A morte, um obstáculo superado por poucos, ela é nossa única certeza e que sempre anda ao nosso lado até o fim. Mas como é do outro lado? Será que existe a vida após a morte? Isso logo eu irei descobrir. Minhas experiências revelaram coisas incríveis e quem sabe no fim dessa semana eu terei respostas para quase todas as perguntas sobre a vida e a morte.”
“Se eu voltar a escrever nesse diário tudo terá ocorrido bem, se não, eu quero que todos os meus bens sejam divididos igualmente entre meu filhos, mas somente os meus livros, pesquisas e diários deveram ser queimados ou enterrados comigo”.

Um senhor usando vestimentas velhas e sujas, aparentando não ter dormido há muito tempo, fecha seu diário e o guarda entre vários outros livros em uma estante muito velha. Em seguida pega alguns pergaminhos, sua varinha e algumas poções e coloca tudo em uma pequena maleta brilhante feita de um tecido que aparenta ser aço, mas ao toque é macio como seda. Com a ela em mãos o senhor começa a descer pela escada que fica no canto mais iluminado de seu laboratório, mas quando seu pé toca o primeiro degrau ele ouve uma batida, e depois outra. Vagarosamente ele vai até sua escrivaninha onde á pouco escrevia em seu diário, deixa a maleta, e segue para a porta.
- Sim? – Pergunta antes de abrir a porta. – Quem é?
- Sou eu Dehrion, Alvo. Abra, precisamos conversar. – O senhor chamado Dehrion por Alvo Dumbledore destrava todas as trancas da porta e a abre para seu velho amigo entrar. – Há quanto tempo nós não nos vemos.
- Alvo, que bom que você veio, tudo que eu precisava agora é de uma boa conversa.
Dumbledore entra no humilde laboratório e senta-se em uma poltrona perto de uma mesa trabalhada em carvalho no centro do cômodo. Seu anfitrião pega dois copos e uma garrafa de whisky e se acomoda na cadeira em frente a ele. Os dois copos são cheios e a conversa começa.
- Me diga, velho amigo, como vão as coisas lá na escola, fiquei sabendo que você é diretor agora.
- É, mas já faz algum tempo que eu assumi a direção de Hogwarts. E você, o que tem feito nesses últimos tempos?
- Pesquisas Alvo, e muitas. Tenho tido grande progresso em varias áreas. Quando minhas experiências estiverem completas o mundo não será mais o mesmo.
- Ah, era isso que eu temia meu amigo, isso que eu temia. Você não pode concluir suas experiências, não, não. Algo terrível pode acontecer.
- Não diga esse tipo de coisa, você nem sabe com o que eu estou trabalhando.
- Sim, mas eu ouvi uma profecia, e era sobre você.
- Uma profecia?
- É Dehrion, e não importa o que você faça, ela não ira voltar.
- Alvo, eu não posso mais perder meu tempo com essa conversa, então, – Ele bebi todo o whisky em seu copo e continua – por favor, retire-se.
- Não faça, eu lhe peço...
- Até Dumbledore...
Alvo sai do laboratório e ouve a porta ser trancada a suas costas, ele sabia que essa visita não iria ajudar em nada, Dehrion Wallazy sempre foi teimoso e nunca ouvia ninguém alem de sua noiva, Dohroty, que descanse em paz.
Com a maleta novamente em mãos ele começa a descer as escadas, como sempre seus passos são curtos e calmos, mesmo que eles o levem para o maior acontecimento de sua vida. No fim da decida há uma sala muito similar às salas de aula de anatomia do século XVIII e XIX, com uma grande mesa de pedra no centro e vários palanques nos andares de cima. Na mesa encontra-se um cadáver de um homem jovem e ao lado dele há varias baterias trouxas. O senhor tira de sua maleta as poções e por meio de um instrumento feito de uma agulha e uma esfera de metal com um pequeno encaixe na base ele injeta no corpo frio e sem vida todas as poções que havia na maleta. Depois ele pega sua varinha e bate levemente duas vezes no braço esquerdo do morto, no ponto exato em que a agulha entrou. Como a pele morta é semitransparente Dehrion pode observar todos os fluidos do corpo morto mais às poções circulando por toda a corrente sangüínea. Com mais duas batidas no tronco do corpo o mago faz o coração voltar a bater. Em seguida as baterias trouxas são colocadas ao lado do cadáver e conectadas a ele por cabos condutores.
- Acho que está tudo pronto, - Fala ele sozinho – agora é o momento.
O bruxo pega a varinha, faz alguns movimentos e pronuncia as palavras “Trevariuns a la vit!” E da ponta da velha varinha sai uma serie de raios elétricos que se acumulam dois metros acima do corpo formando uma esfera de energia, que cada vez vai ficando maior e mais instável, dessa esfera sai vários relâmpagos que se espalham pela sala. A esfera começa a diminuir aos poucos sua altura até atingir o corpo. Nesse ponto Dehrion mal consegue segurar sua varinha, e em seu rosto o suor escorre e suas mãos começam a tremer. Ele se esforça para manter a controle da magia, que agora estava chegando na fase mais importante. A esfera de energia chega a menos de cinqüenta centímetros do corpo que agora se contorce sem nenhum controle. As forças do bruxo vão se exaurindo com a proximidade do termino do encantamento. As descargas elétricas na sala saem completamente de controle, Dehrion não tem mais forças para manter a magia, mas antes que ele possa para-la um dos raios atinge uma das baterias trouxa, e o silencio toma conta da sala.

Little Hill
Pequeno condado próximo de Londres


Um dia calmo nesse pequeno condado, um dia como outro qualquer. Sentada em na praça uma mãe assiste seu filho brincar no parquinho ali perto. Atrás dela a uma rua muito simpática com varias casas do tipo chalé, a principio nada de incomum, mas um leve zumbido começa a chamar sua atenção. Ela se vira e tenta achar a fonte do barulho incomodo, mas quando a mãe para e começa a olhar para as duas casas a sua frente e seu coração dispara, o pânico toma conta de toda a sua consciência, pois bem em frente, entre as duas casas que ela observava uma outra começa a surgir do meio delas, empurrando cada uma para um lado. Ela não acredita no que vê, seu coração acelera ainda mais quando raios elétricos começam a sair da nova casa e queimar tudo que há em volta. No momento em que o chalé se instala completamente entre as outras duas o silencio toma conta de todo o lugar. Nada mais ali produzia som algum.
O fogo se espalha por toda a rua, e todas as pessoas fogem, mas sem produzir nenhum barulho. A mãe pega seu filho e corre o mais rápido que pode, mas infelizmente para ela não é rápido o suficiente, pois da casa sai uma luz muito intensa que desintegra tudo no que toca e em bem menos que um piscar de olhos toda a pequena cidade desaparece virando pó. Quando o ultimo feixe de luz some no infinito todos os sons guardados no interior da casa, dentro da esfera de energia que Dehrion criou, saem ao mesmo tempo, criando um som horrível que mistura a dor e agonia de todos que faleceram nesse lugar com a destruição causada pelos fachos de luz. Depois o silencio toma novamente conta do lugar, apenas sendo quebrado por uma brisa momentânea.


Dia Seguinte
Profeta Diário
Manchete de Capa

“Falha em magia dizima vila trouxa”.


“Ontem, por volta das três horas da tarde uma vila trouxa, Little Hill que fica próxima de Londres desapareceu do mapa, sem deixar nenhum vestígio. Até agora as autoridades não tem uma idéia muito clara do que ouve, pois as pistas são poucas, mas eles presumem que o bruxo Dehrion Wallazy (famoso por ter inventado quase todos os feitiços proibidos por lei), é suspeito de ser o autor dessa terrível falha, mas nada é confirmado, alguns investigadores sugerem que o efeito do encantamento foi proposital e que esse foi o maior assassinato em massa de trouxas desse século”.
“Não se tem o numero exato de vitimas, mas presume-se que tenha morrido mais de dez mil trouxas e perto de quatro bruxos e um aborto”.
“No depoimento do diretor do departamento de desenvolvimento de magias ele declarou que nenhuma magia conhecida hoje em dia é capaz de tal efeito, a não ser os grandes rituais, que envolvem mais de cem bruxos”.
“As investigações continuaram até segunda ordem do ministério. Providencias já foram tomadas para amenizar as os danos no mundo dos trouxas”.
Artigo por Larissa Narks


Hermione dobra o profeta diário que acabara de ler e se vira para Gina que se encontrava distraída no momento. Ela olha para a amiga que esta com a visão perdida entre a mesa da Lufa-Lufa, ela tenta encontrar a fonte de tanta concentração. Sem êxito a garota aproxima seu rosto cautelosamente até o ouvida da ruiva e fala.
- Pra quem que você esta olhando? – A voz suave de Hermione faz Gina pular de susto e solar um gritinho agudo que chama a atenção de todas as mesas no salão principal.
- Ah Mione! Como você pode ser tão má!
- Hahahaha, Gina, você me diverte...
- Não tem graça.
- Gina, você já deu uma olhada no profeta de hoje?
- Já sim, o caso da cidade trouxa né, o que é que tem?
- Nada, é que eu achei estranho, não sabia que magias quando saíssem erradas podiam fazer tudo aquilo.
- É, mas magias já conhecidas quando dão errado não acontece quase nada, mas criar mágicas novas é outra coisa, por isso é que pouca gente se arrisca, até dar certo explode muita coisa. – Quando Hermione ia abrir a boca para falar com Gina ela percebe que Parvati, que estava sentada do outro lado da mesa começou a chorar. Gina também percebe, assim como quase toda a mesa da Grifinória, mas quando Dino se aproxima para conversar ela se levanta e sai correndo em direção a torre da Grifinória.
- Gina, eu to indo ver o que aconteceu, tchau.
- Vai, depois me conta.
Ela sai da mesa discretamente e começa a seguir a amiga, que passa por vários corredores e entra no salão da Grifinória. Ao entrar Hermione encontra Parvati sentada em uma das grandes poltronas chorando muito. Ela se aproxima com calma, senta ao lado da amiga em um dos braços da poltrona e a abraça.
- Calma, calma. O que foi, por que você está chorando?
- Você leu o profeta hoje? – Fala Parvati tentando segurar os soluços e as lagrimas.
- Sim, o que tem o jornal?
- Minha... Minha avó, ela morava na vila que desapareceu... – E ela cai no choro novamente.
Hermione fica em silencio com a amiga em seus braços, hoje se fosse preciso ela deixaria de ir as aulas para cuidar dela. Depois de alguns minutos a porta da torre é aberta pela professora McGonagall que veio saber o que estava acontecendo com Parvati. As duas falaram o que aconteceu, e a professora achou melhor liberar elas das aulas do dia.


Mais tarde depois das aulas


Harry e Rony saíram da Torre da Grifinória e foram procurar Hermione, que até agora estava consolando as irmãs Patil. Harry não tinha idéia do que tinha feito elas faltarem às aulas do dia já que ele não estava na mesa na hora em que Parvati começou a chorar.
- Rony.
- Sim?
- Você sabe o que aconteceu com a Mione?
- Parece que ela ta com a Parvati, consolando ela.
- Consolando? O que é que aconteceu?
- Parece que a avó delas morreu ou algo assim. Ouvi dizer que nem vai ter velório ou enterro, algo assim.
- Enterro?
- É enterro, por que Harry?
- Rony, eu tenho que fazer uma coisa, já volto. – Harry da as costas para Rony e sai correndo com muita pressa, deixando ele falando sozinho.
- Você vai fazer o que? Nem respondeu...
Harry corria muito, sempre pensado “Como eu nunca pensei nisso”, hoje ele se sentia como um completo idiota, é verdade que essa idéia ia trazer um pouco de tristeza, mas era uma coisa que ele precisava saber. Harry passou vários corredores, subiu inúmeras escadas até que chegou na estátua que da aceso a sala do diretor. O garoto não lembrava bem da senha, mas chutou o nome de alguns doces até que desse certo. Lá pelo décimo nome, quando ele já não agüentava mais pensar em doces aparece no corredor o Barão Sangrento, o Fantasma da Sonserina.
- Garoto, você tem assuntos a tratar com o diretor?
- Sim, Barão, mas não lembro da senha.
- Você devia saber que alunos não têm o direito de ter o conhecimento dessa senha. Sempre que você quiser conversar com o diretor trate de falar com o representante de sua casa.
- Mas...
- Não, nada de mas, agora vá fazer outra coisa. – Quando Harry começou a caminhar para sair dali que ouviu passos a suas costas, é claro que não podia ser o Barão, afinal ele não tocava o chão realmente quando andava. Então ele se virou para dar uma olhada, e a pessoa que viu foi Dumbledore, automaticamente se virou e foi até ele.
- Harry, você gostaria de falar comigo?
- Sim, mas eu gostaria que fosse em particular. – Nisso ele olha para o Barão, que retribui o olhar com uma feição não muito agradável.
- Sim, vamos ao meu escritório, até mais Barão Sangrento.
- Até diretor.
Os dois começam a subir a escada que leva a sala de Dumbledore e o Barão desaparece de vista. O diretor olha para Harry e diz.
- Harry, cuidado com o que você fala para aquele fantasma, ele não é como os outros, você pode se meter em encrenca.
- Sim Dumbledore. – Os dois entram na sala e cada um se aconchega em uma poltrona.
- Agora me fale Harry, o que trouxe você até aqui.
- Bem diretor, eu gostaria de saber de uma coisa relacionada aos meus pais.
- Pois bem, pode perguntar o que quiser.
- Onde os dois foram enterrados? E onde eles moravam enquanto estavam vivos?
- Ah, é isso Harry, é, nunca lhe contaram nada sobre isso. Bem Harry seus pais foram velados num pequeno cemitério perto de onde eles viviam, em Buck’s Vill.
- Obrigado, por me responder, agora nas férias eu vou poder visitá-los.
- Harry, esse fim de semana, você gostaria de ir lá?
- Mas é claro!
- Eu pedirei para Hagrid levar você até lá no sábado. Agora vá jantar, logo ele será servido.
- Certo, e obrigado de novo.




No Salão Principal

Harry chega na mesa da Grifinória um pouco atrasado, mas seus amigos guardaram um lugar para ele. Hermione e Rony já estavam comendo, mas pararam quando o viram devido à curiosidade que a “coisa que ele tinha que fazer” causou.
- Harry, você me deixou falando sozinho, da próxima vez reponde viu.
- Desculpa Rony, mas eu tinha que falar com o Dumbledore.
- E qual era o assunto? – Pergunta Hermione.
- Eu queria saber umas coisas sobre os meus pais. Onde eles viviam, esse tipo de coisa.
- Ah claro. Afinal de contas, a casa deles é sua agora.
- É, mas eu não tava pensando nisso Rony.
Aquele não era um assunto muito agravável para Harry, e por algum motivo que ele não sabia explicar falar com os amigos sobre isso o deixava desconfortável.
Quando eles estavam perto de acabar de comer Gina se levantou de seu lugar junto de suas amigas e foi falar com Hermione. Harry e Rony tentaram ouvir a conversa, mas as duas conseguiram se entender num volume mínimo, sem dar chance para os dois. Quando Gina voltou para seu lugar e Hermione voltou a prestar atenção nos amigos a sua frente ela percebeu a feição dos dois. Pura curiosidade.
- Fala Mione, o que minha irmãzinha queria? Por um acaso ela quer que você apresente algum amiguinho seu pra ela?
- Não Rony Wesley. Você devia para de teimar com sua irmã!
- Ela é a mais nova, implicar com ela é meu dever. – Hermione só respondeu com um olhar.
- Mas Mione, o que ela queria?
- Ah, você também Harry, vocês são tão curiosos. – Aquele assunto morreu ali, todos conheciam Hermione e não é muito bom deixar ela nervosa, como qualquer outra garota ninguém sabe o que pode acontecer. Quando a poeira baixou Harry voltou a falar.
- O Hermione, o que ouve com a Parvati hoje?
- Ela perdeu a avó. Uma pena...
- E ela, como ta?
- Nada bem, chorou o dia todo, era muito apegada com ela. Dumbledore deu a semana para elas ficarem com a família.
- Tomara que elas fiquem bem.
- É...


Fim de semana


Harry levantou da cama o mais rápido que pode nesse sábado, com certeza ele tem bons motivos. O café da manhã foi sozinho, pois a maior parte dos alunos ainda não estava acordados ou ainda não tinham saído de suas torres. Quando ele estava acabando de tomar seu chá de Flor-da-noite, que por ironia faz a pessoa perder o sono, as portas do salão se abrem e o grande Hagrid surge e caminha até Harry.
- Bom dia Harry! Pronto para ir?
- Claro Hagrid. Já podemos ir?
- Então o que estamos esperando? – Os dois saem da escola e caminham em direção a casa de Hagrid pegar a moto que foi emprestada para ele pelo Sirius.
- Uau! Que moto enorme! Ela é sua Hagrid?
- Não, eu peguei emprestada para fazer uns serviços para o professor Dumbledore e para levar você até a casa onde seus pais moravam.
- E vai demorar?
- Não, ela anda bem rápido Harry, por isso é bom por os capacetes. – Dois sobem na enorme moto, se arrumam, e ela é liga, sem ronco é com um trovão. Eles partem com uma velocidade incrível, e no fim dos campos de Hogwarts a moto já esta nas nuvens.
A viagem na moto é muito curta, durando apenas quarenta minutos, mas ela não foi nada agradável. A extrema velocidade atingida deixou Harry enjoado, sua Firebolt nunca voaria tão rápido. Hagrid diminui aos poucos a velocidade da moto e começou a descer. A moto é estaciona atrás de um outdoor que da as boas vindas a Buck’s Vill. Dali eles seguem a pé.
A Vila não é nada grande, algumas ruas, poucas casa, um ótimo lugar para um bruxo viver, mas essa pequena vila tem uma pequena rua diferente, bem diferente para um trouxa. A rua chamada Basil Poledouris, uma rua em que aparência é igual a qualquer outra, mas o que a torna diferente são seus habitantes. Essa é uma das únicas ruas da Inglaterra que todos os seus moradores são bruxos, e é nessa rua que Hagrid está levando Harry. Eles caminham por ela até chegarem em uma casa de dois andares, não muito grande, mas com um belo quintal, ela é branca com detalhes em azul, com bastantes janelas e uma bela varanda, nada de excepcional, mas confortável.
- Harry, é aqui. É aqui que seus pais moravam.- Hagrid aponta para casa.
- Hagrid podemos entrar?
- Infelizmente não Harry, ela esta alugada. É isso que garante que seu cofre em Gringoots não fique vazio.
- Pena, eu queria saber como era por dentro...
- Não se preocupe, você ainda vai morar aqui Harry. Mas tudo á seu tempo.
- E agora, o que vamos fazer?
- Harry Potter? É, é Harry Potter, nunca pensei que o veria de novo. – Harry se vira e olha para a pessoa que se dirigiu a ele, uma mulher muito bonita, com cabelos brancos apesar da pouca idade, o seu vestido preto realçava sua pele e seu olhos claros. – Harry Potter, a ultima vez que o vi você era apenas um bebezinho.
- Bem, mas eu não lembro de você.
- Ah... Agora estou me lembrando você é a filha dos Benitz. – Fala Hagrid que quando viu a mulher ficou buscando no fundo de sua mente lembrar quem ela era. – Você é Melissa Benitz.
- É, você deve ser Hagrid, não tem como eu confundir.
- É isso mesmo. – Ele da uma leve risada.
- Vocês dois venham até minha casa para uma xícara de chá, eu insisto.
- Mas é claro, não é Harry?
- Sim, será um prazer. – Apesar de Harry se sentir meio perdido na conversa ele simpatizou muito com ela e também seria ótimo conversar com alguém da vizinhança que conheceu seus pais.
Enquanto caminham Hagrid e Melissa conversam como se fossem velhos amigos lembrando de antigos conhecidos, e pelo que pareceu eles tinham vários em comum. Harry segue a garota até uma casa cheia de janelas e varandas que fica no fim da rua. Ela convida os dois a entrarem e eles não fazem desfeita e entram com ela na casa. Por dentro a casa mais parecia um grande ateliê, com tintas e pinceis e algumas telas, mas somente uma das telas se encontra em um cavalete, e um pano a esconde de qualquer luz.
- Essa é minha casa, vamos até a mesa para conversarmos. – Eles seguem ela até a cozinha que é grande, com uma mesa ocupando um lado e o outro todos os utensílios normais. Harry achou a casa de Melissa um pouco estranha, é verdade que a única casa de bruxos que ele esteve foi a dos Wesley, mas essa casa para ele estava normal demais.
- Bonita casa, ela parece um pouco normal se me permite dizer. – Comenta Harry.
- É verdade, essa parte da casa é onde eu recebo meus amigos trouxas, mas lá pra baixo onde minha mãe mora é mais normal. Sabe como é né, eu não vendo todos os meus quadros só pra bruxos.
- Melissa, sua mãe esta em casa? – Pergunta Hagrid.
- Não, ela deu uma saída.
- E você por acaso não estudou com a Lanah Lovecraft no terceiro ano? Ela era da Lufa-Lufa. – Pergunta pensativo.
- Acho que sim, por que?
- Bem, é porque ela um dia comentou comigo que na sala dela estudava uma garota e adorava desenhar, e de nome Melissa.
- É, eu lembro dela, uma ótima garota, por onde que ela anda você sabe? – Nisso ela serve a mesa com um bule de chá biscoitos e um bolo que estava com uma aparência ótima.
- É eu sei... Ela morreu um pouco antes de Você-sabe-quem desaparecer...
- Ah, que pena...
A cozinha fica silenciosa por um instante, Harry sabia como era duro lembrar de alguém e saber que nunca mais verá essa pessoa.
- Mas não vamos ficar lembrando de coisas tristes, afinal hoje está um dia tão lindo. – Recomeça a falar Melissa, que agora estava sentada na mesa. – Ah Harry, eu me lembro quando você era apenas um bebezinho, tão bonitinho. Eu ia quase todo dia na casa dos teus pais ver você.
- Verdade, e como era, você conversava muito com eles?
- Ah Harry, eu só tinha oito anos na época, mas eles eram ótimos, sempre atenciosos e se davam bem com todo mundo. Foi uma pena o que aconteceu.
- É, com certeza... – Fala Harry pensando nas coisas felizes que ele podia ter feito com os seus pais se eles estivessem vivos até hoje.
- Harry, eu sei que deve ser triste para você ouvir isso, mas é algo que tem que se escutar para você um dia lembrar seus filhos e eles lembrar os deles do que aconteceu, assim mantendo o espírito de seus pais vivo.
- É Harry, você nunca pode se esquecer do seus pais, agora como um pedaço desse bolo, ta uma delicia. – Fala Hagrid com um pedaço do mesmo na mão.
- Obrigada foi eu mesma que fiz.
Harry sabia que por um lado eles estavam certos, mas ouvir essas coisas sobre seus pais doía muito em seu coração.
O resto do café não seguiu muito diferente, eles conversaram sobre tudo, quadribol, Hogwarts e artes, foi quando a conversa chegou nesse assunto que ela voltou a interessar Harry, é verdade que ele nunca foi de apreciar obras de arte, mas ele sempre teve curiosidade em saber como elas ganhavam vida.
- É Melissa, você pode mostrar pra gente algumas pinturas suas?
- Ah, mas é claro, venham, vamos até meu ateliê. – Ela se levanta num entusiasmo que chega a animar Harry e Hagrid.
Melissa leva os dois para o porão da casa, onde já se pode ver tem muito de bruxo, pois todos os toques modernos da parte de cima somem. Ela abre a porta do ateliê, lá dentro esta muito escuro, mas nada que uma varinha não de um jeito. Depois da sala devidamente iluminada eles podem ver os quadros lá dentro. De um lado há vários quadros normais, que não se mechem nem nada, mas do outro lado todos os quadros estão cobertos por panos.
- Esses aqui são os que eu vendo pros trouxas. – Ela mostra os quadros sem os panos, mesmo sem entender quase nada de pinturas Harry percebe que ela tem talento para as artes. – E desse lado os que eu vendo para os bruxos, eu deixo eles tampados pra não fazerem muito barulho. – Ela mostra cada um dos quadros, todos no estilo clássico, afinal é desse que os bruxos gostam, acho que ninguém ia gostar de um Picasso falando. Cada quadro cumprimenta e tenta manter uma conversa, mas o pano logo cai os escondendo.
- Não tem problemas tratá-los assim? – Pergunta Harry, afinal os quadros tem sentimentos, ele acha.
- Eles não gostam nem um pouco de mim, mas isso ajuda na hora da venda, porque eles tentam agradar o máximo o comprador para saírem daqui.
- Eu sempre tive essa curiosidade, como os quadros ganham vida? – Hagrid que estava olhando todos os quadros ao ouvir a pergunta também ficou com essa duvida, ele nunca tinha se perguntado como isso acontecia.
- Bem, vocês estão com sorte, por que aquele lá da sala está a um passo de ficar pronto, vendo eu acaba-lo você terá sua pergunta respondida, vamos lá?
- Claro.
Eles voltam para a sala e Melissa retira o pano que cobria o quadro que eles viram assim que entraram na casa. Essa era uma verdadeira obra de arte na opinião dos dois. Na pintura havia (ainda sem vida) uma mulher muito bela, trajando roupas de séculos a muitos passado ela se encontrava as margens de um lago acariciando um belo corcel preto com uma enorme crista branca sob o luar. Enquanto os dois ficavam ali apreciando a pintura ela foi pegar dentro de um baú ali perto alguns fracos de poções turquesas.
- Vocês estão prontos – Fala Melissa enquanto fecha as cortinas. – Bebam isso, vai evitar que aconteça alguma coisa com vocês.
Os dois bebem as poções e se afastam. Melissa senta a frente do quadro e desenha um circulo em volta de si, depois ela pega uma outra poção de cor preta e bate nela com a varinha, em seguida a bebe. Ainda com a varinha em mãos ela a aponta para o quadro e fala “Mendarius Vit!” E quando essa palavras são pronunciadas uma espécie de aura rosada surgi em volta dela. Toda essa energia sugada pela varinha e jogada no quadro. A mágica dura um pouco menos de um minuto, e quando ela cessa Harry e Hagrid podem claramente ver o esgotamento de Melissa, que agora tem os seus cabelos um pouco mais brancos e sua beleza é abalada pelo cansaço que ela demonstra.
- Bem... – Diz ela ofegando. – É isso ai, a mágica esta feita.
Harry olha para o quadro, ele não aparentava nenhuma mudança, mas depois ele pode perceber os leves movimentos da mulher acariciando o cavalo e o reflexo da lua se movendo na água.
- Isso é realmente extraordinário, uma verdadeira obra de arte! – Hagrid se aproxima para ver melhor.
- Melissa, o que era aquela aura rosa que você jogou no quadro? – Pergunta Harry.
- Bem querido, fazer a vida inteligente surgir do nada é algo extremamente complicado, e muito cansativo mesmo para um bruxo muito poderoso, por isso que eu gentilmente sedo um pouco de minha essência, um pouco da minha vida para os meus quadros.
- Mas isso não vai lhe matar aos poucos?
- Infelizmente sim meu querido, eu vou morrendo aos poucos. Mas eu sei que minhas obras duraram por muita mais tempo do que eu. Então um pouco de mim ainda vai continuar por aqui quando eu me for.
Hagrid e Harry conversam mais um pouco com Melissa antes de irem embora, afinal eles tem mais coisas a fazer por aqui. Mas antes de irem ela presenteia Harry com um de seus quadros, o de uma mulher sentada em uma cama olhando pela janela o entardecer, realmente um quadro muito bonito, ele agradeceu e disse que um dia retribuiria, depois disso os dois seguem para o cemitério.
Um pouco mais perto da saída oposta da vila encontra-se o cemitério de Buck’s Vill, que fica na orla de um bosque que rodeia a região. Os dois passam pelo grande portão de ferro que da para a trilha principal do lugar e seguem por ali.
- Harry, daqui em diante você segue sozinho, você não tem como se perder, é só seguir reto até um pequeno mausoléu com um anjo na frente.
- Certo Hagrid...
- Eu estarei esperando você aqui.
Harry segue pela trilha antiga, ele nunca esteve tão nervoso, ou com tanto medo, sua mente não fazia idéia de como reagir à situação, mas ir até lá era o que ele queria. Um passo de cada vez e ele chega ao pequeno mausoléu com um anjo na frente, e em cima da pequena porta encontra-se escrito “Lílian e Tiago Potter, que descansem em paz”. Seu coração acelera, é ali. Ele começa a se aproximar da porta entre aberta e escura. O bosque não deixava muita luz do sol passar, mas um pequeno facho batia no mausoléu, Harry se aproxima, sua mão toca a porta, mas de repente uma outra mão em grande estagio de decomposição vinda de dentro do sepulcro agarra seu braço!
- Harry... – Uma voz ecoa lá dentro.
- Não!!!!!!!!!


Sábado, antes de Harry sair de Hogwarts


Dumbledore se encontrava sentado em sua escrivaninha na sala do diretor, ele parecia muito ansioso, como se estive aguardando alguma coisa, seu rosto mostrava sinais de fraqueza e suas vestes estão levemente sujas por manchas amarronzadas.Um grasnar vem da janela de sua sala, ele abre a janela para deixar um corvo entrar. No seu pé ele traz um pergaminho, que foi logo pego e lido.

“Alvo, preciso de sua ajuda, não sei o que ouve. Eu não entendo... Venha o mais rápido que você poder”.

Ele fecha o pergaminho e olha para o corvo.
- Pode ir Poe, o recado está dado. – O corvo volta para janela e levanta vôo. – Chegou o dia...
Dumbledore pega sua varinha, se levanta e caminha em direção a um armário muito velho, feito de cedro, no estilo vitorianos e com uma data na parte de cima “1527”. Ele bate com a varinha na maçaneta, espera alguns segundos e depois abre a porta, o que esta atrás dela não é uma simples estante, e sim uma paisagem de um bosque coberto por neve. Ele entra no bosque e fecha a porta atrás de si, que some em seguida. Um lugar muito agradável, a neve, o canto dos pássaros e todo o resto combinados formam um atmosfera acolhedora e relaxante. O mago começa a caminhar, sua varinha já não esta em mãos, mas a preocupação ainda lhe consome por dentro. Ele teme o que poderá ver e treme, mas não devido ao frio.
Mais à frente o primeiro sinal de que o temido realmente aconteceu, uma cama fazia no meio de uma clareira, Dumbledore se aproxima dela e olha ao redor a procura de algo, mas não vê nada, agora ele gostaria que não houvesse ali, a neve e a neblina. Quando desiste da procura ele ouve a confirmação, uma voz o chama, uma voz melodiosa e agradável que ele reconhece como sendo de Dohroty.
- Alvo, que bom que você veio, já estava ficando preocupada que o pequeno Poe não tivesse conseguido te achar.
- Dohroty... – A imagem da amiga não trazia-lhe nenhum conforto, mas uma dor no coração. Ela estava ali bem na sua frente, sua pele branca azulada e os lábios roxos que ela ganhara devido ao grande período passado no bosque davam a ela uma beleza peculiar.
- Eu sei, mas não entendo...
- Faz quanto tempo, mais de dezesseis anos.
- Eu não sei Alvo, eu não sei... – Uma lagrima escorre pelo seu rosto.
- Dohroty... – Ele abaixa a cabeça e se apóia na cama.
- Alvo! Olhe pra mim! Dumbledore olhe pra mim! Não era para eu estar aqui! Não era... – Ela começa a chorar, e no meio dos soluços continua. – Eu estou morta Alvo, morta! – Dohroty cai de joelho no chão e começa a chorar. Essa situação é insuportável para Dumbledore, ele não podia aceitar que ela estivesse viva, ele ainda não aceitara isso. – O que ele fez comigo! Me fala, o que ele fez!
- Eu não tenho certeza do que ouve, não tenho como explicar isso.
- Dumbledore, você sabe o que fazer, não sabe?
- Sei...
- Então faça, eu não suporto mais...
Dumbledore retira a sua varinha do bolso, aponta para ela, e com uma lagrima escorrendo por sua face ele pronuncia as palavras “Avada Kedavra”, e a luz verde mais temida por todos, a mesma luz que há dezesseis anos roubou sua jovem vida a atinge novamente. Ela tenta respirar, mas o ar não entra, se corpo começa a se contorcer, uma dor enorme atinge seu coração, como se tentassem puxá-lo para fora. Nesse instante ela começa a recordar, tudo volta com uma nitidez incomparável, ela consegue ver as faces de seus assassinos, a luz verde, ela até lembra de ter sentido a mesma dor de agora e também se lembra do... Cai morta.
A varinha é posta novamente no bolso da veste e as lagrimas são enxugadas. Como ultima homenagem a amiga, ele a coloca na cama e a tampa com as cobertas que ali estavam. Depois ele segue o caminho do bosque.

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