Saindo da Gaiola



Tex Turner Black apresenta:



| Cobiçando Liberdade |






31 de Julho, início da Segunda Guerra.

- Harry! – gritava uma garota desesperada.
- Deixe-me ir Ginny! Não me obrigue a machucá-la! – gritou um rapaz em resposta.
- Já está me machucando ao me dizer que vai salvar o mundo com meu irmão e Hermione e me deixar aqui para tricotar com minha mãe! – retrucou ela desgostosa – Quero estar com você, que lutar ao seu lado!
- Ginny, não! Expelliarmos! Petrificus totales! – e sem mais nenhuma palavra, ele partiu.

31 de julho, dois anos depois...

O mundo bruxo sucumbira sobre os caprichos do Lorde das Trevas, espalhando pânico por toda a comunidade... Mas em meio a todo esse tumulto, um local, permanecia em paz. A Toca estava semi-abandonada, considerando-se que um dia a casa costumara abrigar oito cabeças ruivas, mais convidados, três Weasleys ainda residiam nela. Todos lutando por seus ideais e se refugiando naquela fortaleza rústica. Bom, pelo menos, quase todos... Ginny Weasley estava para sempre condenada a ser a caçula, a protegida, a poupada... Mesmo com vinte e um anos, ninguém parecia acreditar que ela havia crescido, que podia cuidar de si própria...
- Ginny, querida, chamado urgente do Ministério! Voltaremos para o jantar, não se preocupe, é uma reunião de curta duração... – disse uma mulher descendo as escadas. Em seguida, um homem ruivo apareceu ao lado de sua esposa.
- Podem ir... Não vou fugir de novo... – disse tediosamente, sentada numa poltrona.
- Nem que quisesse! Cobri a casa com os mais eficazes feitiços para impedir que tal coisa acontecesse! – disse Arthur Weasley, seus olhos cansados, resultado de muitas noites sem dormir.
- Certo... Bom, não percam seu tempo, eu definitivamente não vou a lugar algum!
- Meu anjo, entenda que o que fazemos é para o seu bem... – Molly tentou conforta-la.
Com a falta de uma resposta, eles entenderam que a conversa estava encerrada. Se entreolharam por um momento e, em seguida, aparataram.
Sem mais delongas, a garota se dirigiu ao seu quarto, local que transformara em seu santuário. Desde que fora condenada a ficar em casa, passava a maior parte de seu tempo ali. As paredes que uma vez foram rosa bebê, agora eram brancas (ou deveria ser, de tão suja que era a aparência). Os ursinhos de pelúcia que antes habitavam o local, fora substituídos por ingredientes, poções, livros e armas.
Entrou fechando a porta atrás de si. Ponderou por algum tempo sobre o que faria neste dia. Em resposta às suas dúvidas, apanhou um arco negro e um vidro cheio de fadas mordentes adormecidas. Posicionou-se numa extremidade do quarto e apanhou uma fada, acordando-a. Esta por sua vez, tentou morder a mão da ruiva, que a atirou para longe.A fada bateu na porta e, furiosa, começou a girar em círculos no teto.
Virgínia apanhou o arco e sem nenhuma flecha, apontou-o para a fada. Com a mão livre, deslizou seus dedos como se estivesse puxando uma flecha inexistente. Quando sua mão atingira a corda do arco, uma flecha de luz e chamas verdes surgiu no local por onde passaram seus dedos. Então tudo foi rápido. A fada arriscou uma investida... Uma flecha mágica liberada... Um clarão verde... A fada caiu morta no chão.
A bruxa estava indo apanhar a segunda fada, quando ouviu o som de uma explosão vinda do andar de baixo. Largou o arco e apanhou a varinha. Silenciosamente desceu as escadas espiando a porta de entrada, escancarada. Lá, estava um vulto encapuzado e mascarado. Finalmente... Pensou, sem conseguir evitar um sorriso de satisfação.
O vulto começou a caminhar em paços cautelosos, a procura de algo. Expelliarmos! Pensou apontando sua varinha para quem quer que fosse. Uma varinha veio voando para sua mão, que apanhou-a no ar.
- Weasley! – disse uma voz masculina.
- Surpreso? – perguntou ironicamente.
- Ah, claro! – respondeu ele sarcástico.
- E você, quem seria?
Em resposta, ele removeu a máscara que cobria seu rosto e jogou o capuz para trás. Os cabelos loiros platinados, os olhos acinzentados, o rosto pálido e o sorriso cínico nos lábios eram inconfundíveis.
- Malfoy... O que faz aqui?
- Meu Lorde me pediu que eu viesse acabar com alguns membros da Ordem, mas aparentemente, não encontrei nenhum! – retrucou satisfeito. Era verdade, ela não era membro da Ordem... Era perigoso de mais...
- Como entrou?
- Ah, o que é que vai fazer agora, me interrogar? E qual será a próxima? “Onde é o esconderijo dos Comensais da Morte?” – riu o homem.
- Considerando o fato de que você está desarmado, eu diria que demonstrar respeito é recomendável, Malfoy... – respondeu simplesmente.
- Certo. Na verdade, foi bem trabalhoso retirar todos aqueles malditos feitiços e...
- ...Immobilus! – interrompeu afobada. Teria ouvido direito? Ele havia removido os feitiços que a mantinham trancada em casa?
Ginny se dirigiu apressadamente para a porta. Tinha medo de não conseguir passar, como da última vez. Mas esse medo se evaporou quando ela cruzou seu caminhou em direção da rua, sem encontrar nenhum obstáculo. Sorriu. Correu apressadamente até seu quarto, rabiscou apressadamente um bilhete. Apanhou seu arco, duas adagas, uma mochila onde depositou algumas poções e saiu.
Apanhou uma vassoura e passou apressadamente pó Malfoy, que recuperava seus movimentos. Sorriu novamente.
- Obrigado.
- Pelo quê? – disse ele mecanicamente.
- Por me devolver o que é meu... – respondeu correndo e montando na vassoura - Minha liberdade!
Demorou ainda cerca de um minuto para que recuperasse mobilidade total das pernas. Desarmado, não havia propósito em permanecer naquele lugar. Procurou por uma vassoura e quando encontrou uma, não perdeu tempo em sair voando dali. Iria até o vilarejo mais próximo e arranjaria um jeito de retornar para seu Lorde. Teria de enfrentar sua fúria cedo ou tarde.

* * *


1° de agosto, Ministério da Magia

- Vocês tem que traze-la de volta! – dizia Molly Weasley aos prantos.
- Percy, será que você não conseguiria falar com o ministro? – perguntou um dos gêmeos apelativo.
- E dizer o quê? Que vocês querem que ele coloque o Ministério de Cabeça para baixo por que Virgínia saiu de casa? – resmungou em resposta.
- Mas a porta estava arrombada! – protestou Ronald.
- Você viu o bilhete que ela nos deixou, filho. Ela nos deixou porque quis... – disse Arthur calmamente.
- Eu ainda acho que deveríamos falar com os Aurores! – teimou a Sra. Weasley – Mesmo que Ginny tenha... tenha... nos... nos dei-xado... porque... quis, é fato que a porta da nossa casa foi arrombada!
- Há! E eu sou o quê? Jardineiro do vizinho? – Ron estava absolutamente indignado.
- Querido, você é um Auror de fato, mas eu creio que o que eu tinha em mente era o chefe do departamento...
- Aquele imbecil? Francamente, o Roniquinho tem a mesma idade dele, certo Fred?
- Certo, Jorge!
- Eu tenho certeza de que o Ministro não confiaria um cargo tão importante a alguém que não fosse totalmente capacitado!
- Hey, Perce... Cala a boca! – de todos os seis ruivos naquele lugar, Ronald era de longe, o mais furioso. Além de sua irmã ter fugido, sua casa ter sido arrombada, ele ainda tinha que ser chamado de inferior a um Comensal da Morte. Como se lendo seus pensamentos, seu pai o confortou:
- Não se preocupe, ele já foi a julgamento sob o efeito de uma boa dose de Veritasserum, não há meios de que ele trabalhe para Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.
- Assim eu espero...
- Vamos meninos! – disse a única mulher presente, dirigindo-se ao escritório do Chefe dos Aurores.
Bateu na porta três vezes. Demorou um tempo para que pesados passos fossem ouvidos em direção à porta.
- Sim?

* * *

Em algum lugar da Inglaterra...

Ginny sentia-se como se tivesse passado toda uma vida presa n’A Toca. Sentia vontade de expor-se ao perigo, sentia-se bem quando em combate. Para chegar onde estava agora, tivera que enfrentar três Comensais da Morte, tendo saído triunfante. Os anos de treinamento em casa lhe renderam uma boa agilidade e um raciocínio perspicaz. Agora, longe de seus problemas – ou melhor, de sua segurança – ela contemplava o horizonte pensativa. Pensava nele. Na última vez em que o vira. Harry Potter, O Escolhido... Seu Harry... Por que a tratara como uma criança? Pensava que ele gostava dela... Será que era mais um passatempo? Nah... Mas se não, o que mais era? Por que todos insistiam que era uma criança que precisava de proteção, e não, se protegia...
Apanhou seu arco e prendeu-o a seu corpo. Era precioso para ela. Na verdade, o que o tornava mais precioso, é que era algo que possuía o qual seus pais e irmãos nunca tiveram consentimento de que ela possuía. Não era um objeto muito comum. Na verdade, só era vendido na Travessa do Tranco, por preços elevados e só haviam cinco deles em todo o país.

* * *


Ouviu batidas na porta de seu escritório. Não teve pressa em atender ao chamado. Espreguiçou-se preguiçosamente. Tinha sido uma noite bem longa.
Repousou a pena em seu tinteiro de prata e se levantou caminhando até a porta. Ao se deparar com seis cabeças ruivas, não pode deixar de levantar as sobrancelhas, demonstrando surpresa e cinismo, ao mesmo tempo.
- Sim?
- Bom dia, Malfoy. – disse Fred com uma polidez forçada.
- Weasley. – cumprimentou ele em resposta – Ou melhor, Weasleys. O que estão fazendo aqui?
- Não gostaria de nos convidar para entrar? – perguntou o Sr. Weasley seco.
- Na verdade, não, mas eu levo meu trabalho muito a sério, por tanto... – e abriu caminho para sua sala.
A sala era grande, mas de fato, sete pessoas era fora de sua capacidade. Draco Malfoy, sem saber o que fazer, sugeriu:
- Sentem-se...
Os ruivos se entreolharam bem incertos. Sentar onde? O loiro já estava acomodado confortavelmente em sua cadeira. Havia duas do outro lado da mesa. Arthur e Molly se sentaram nestas. Fred e Jorge – muito para o desagrado de Malfoy – acomodaram-se no parapeito de sua janela, Ronald sentou-se na beirada de um aparador e Percy, como sempre mantendo a pose, permaneceu em pé.
- Muito bem... O que querem? – perguntou casualmente.
- Virginia, nossa filha, está desaparecida desde ontem a noite. – começou Molly – Encontramos um bilhete dizendo que ela fugira, mas nossa casa foi claramente arrombada e...
- ...vocês acreditam que o bilhete era forjado? – perguntou ele, divertindo-se demasiadamente com isso. Sabia perfeitamente que a Weasley caçula havia de fato fugido, e que, ele próprio arrombara aquele barraco.
- Bom, sim... – respondeu Arthur, se ajeitando na cadeira.
- E vocês querem que eu coloque uma equipe atrás dela? – perguntou, contendo um sorriso.
- Exatamente. – respondeu Percival impecável. Mas agora, já não era possível conter um sorriso cínico.
- Qual é a graça, Malfoy? – perguntou Ron, levemente exasperado.
- Nada, Weasley. – disse, alargando o sorriso.
- Isso é sério.
- Eu sei... E digo o que irei fazer, cuidarei pessoalmente do caso. – agora, Draco estava sério novamente.
- O quê? – disseram os gêmeos juntos.
- Isso mesmo, Weasley... – Céus, é bom que isso acabelo logo! Nunca pronunciei este sobrenome imundo tantas vezes num mesmo dia, que diria em cinco minutos!
- Certo... – concluiu o Sr. Weasley confuso – Então acredito que não há mais nada a discutir... Obrigado, Malfoy.
- Certo, certo... Agora se me derem licença, tenho assuntos importantes a tratar!
Ele não precisou repetir. Todos os seis Weasley já estavam marchando em direção à porta. Nenhum deles entendia ao certo, o motivo da súbita devoção de Malfoy... Talvez ele realmente fosse um bom profissional... Será mesmo?




N/A: Ok, eu sei que eu já tenho umas 4 fics não concluídas, mas eu senti necessidade de escrever mais uma! =] Por favor, comentem, eu implorooo! Beijos!

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