Infestação de Corujas



Harry Potter estava em mais um de seus dias na casa dos Dursley. Harry estava mais magro do que nunca. Os Dursley somente o deixavam sair para ir ao banheiro e só comia três vezes ao dia. Isso era normal. Mas só que de manhã ele comia uma torrada. No almoço um sanduíche e no jantar uma sopa que parecia ter sido feita por um pedaço de madeira. Ele comia no próprio quarto. Tia Petúnia colocava a comida por uma janelinha que Válter instalara há cinco anos atrás.

Harry estava deitado em seu travesseiro olhando as sombras que os lampiões na rua faziam nos contornos da janela. Em um minuto ele faria seu décimo sétimo aniversário. Ele estava preso em seu quarto desde que chegou de Hogwarts no ano passado. Mandou uma carta para Rony, seu amigo para passar o resto das férias na Toca, a casa mais incrível que ele já havia visto em toda sua vida. Apenas quatro pessoas moravam lá agora, mas antigamente eram sete. Os dois menores estavam lá com O Sr e a Sra Weasley.

O despertador tocou ao mesmo tempo em que um som de asas começou a encher o ar frio da meia noite. Várias coisas aconteceram ao mesmo tempo e sons de bicadas no vidro começaram a encher o quarto. Harry pulou da cama de imediato e desligou o despertador que por sorte estava baixo e nao acordou seus tios. As corujas estavam brigando para serem as primeiras a entrarem, entre elas uma branca como a neve e com olhos cor de âmbar. Edwiges vinha com três cartas nas pernas e parecia cançada. Havia uma outra velha que ele viu que era Errol e trazia um bolo da Sra Weasley.

Harry abriu a janela, para alívio das seis corujas que voavam. Edwiges pousou com estrépito na escrivaninha de Harry e caiu para o lado sem poder usar as pernas. Todas as outras também começaram a cair. Uma trazia uma carta em cima de vários doces. Ele nunca vira essa, mas a carta era de Hermione. A coruja era grande e grisalha. Tinha olhos castanhos e opacos. Deu um pio alto e abafado quando caiu, fazendo Harry congelar achando que Válter acordaria. Edwiges, Errol, a coruja grisalha e mais três caíram e piaram. Uma era de Hagrid que trazia seus tradicionais biscoitos com uma carta e as outras duas eram Pichitinho com uma coruja grande. Os dois traziam um potinho amarrado nas pernas. A coruja parecia estar entediada por ter que ficar ao lado de Pichitinho que estava se achando importante trazendo um pote e uma carta.

Harry pegou as cartas de Edwiges e leu a carta que havia escrito para Rony pedindo ajuda.
Rony

Os Dursley nao me dão comida decente e me trancaram no quarto.Às veses eles esquecem a porta aberta, mas é raro. Hoje eu coloquei três penas de Edwiges na fechadura quando foi ao banheiro e meu tio nao conseguiu trancá-la. Espero que ele nao descubra! Mas estou pedindo que me tire daqui! O mais rápido possível. E me traga alguma comida

Harry
E leu a outra carta, de Rony
Harry,

A carta será curta, mas você chagará aqui logo de manhã. Feliz aniversário, primero lógico! Mas eu mandei duas corujas para você com um potinho de Pó de Flú. Papai deixou você vir e mandou o Pó nesse negócio trouxa. Ah e se Pichitinho te encomodar muito a deixe ai mesmo, OK? E papai colocou a lareira dos seus tios na rede, de modo que voce poderá vir aqui quando quiser.

Ron

Harry nao conseguiu acreditar. Ele iria para a Toca quando quisesse! Ele tinha Pó de Flú nas maos! Ele iria logo de manhã, mas antes ele quis comer tudo aquilo que estava na cama dele. Pegou outra carta e viu que era de Hermione, a caligrafia fina e bem feita:
Harry,

Feliz aniversário! Ron me mandou uma carta perguntando se eu passaria o fim das férias lá e eu estou indo hoje mesmo! Voce vai? Tenho certeza que sim, você nao ficaria aí nunca! Bom... até a toca e feliz aniversário!

Hermione

É lógico que Harry iria! Iria agora se todo mundo tivesse acordado na Toca, então ele teve que começar a comer os doces de Hermione. Eram uma delícia, mas o bolo da Sra Weasley era ótimo. Harry começou a ler a carta de Harry quando comeu um biscoito de Hagrid.
Harry,

Feliz aniversário Harry! Força para as batalhas que virão e não se preocupe com coisas fora de sua casa e fora de Hogwarts, mesmo voce sendo o... bom... até Hogwarts!

Hagrid

Essa foi a carta mais insuficiente que Harry já vira. Ele nunca leu uma carta de Hagrid em que ele não falasse coisa com coisa. Mas na verdade ele queria ser outras pessoas, como Hermione que estava feliz sem se preocupar com nada. Ou talvez Rony. Mas Harry não. Ele tinha que se preocupar com um cara que vivia do corpo dos outros e voltou a ter corpo há três anos. Parecia patético, mas para os bruxos isso era trágico e para a maioria deles era ótimo ter um herói de dezessete anos que poderia pôr fim em tudo, mas não! Harry também poderia morrer e se morresse o que as pessoas fariam?Sairiam correndo pelas ruas e gritando?

Harry começou a pensar em tudo isso e nem percebeu que começou todos os bolinhos de Hagrid. Começou a comer os feijõezinhos de todos os sabores. Ele ficou com o bando de corujas comendo na gaiola de Edwiges que ficou no topo da gaiola, imponente, mostrado para as outras como uma coruja deve se portar; Harry riu. Era a primeira vez que ria em dias. Ele teve alguma coisa para se distrair: Pichitinho lutando para entrar na gaiola e beber um pouco de água. Só quando todas as corujas se empoleiraram no topo do armário, Pitchi conseguiu pegar uns restos da comida. Harry ficou com pena e abriu a gaveta da escrivaninha e colocou alguma comida na mão para Pitchi comer. O dia começou a clarear duas horas mais tarde e as corujas começaram a se alvoroçar novamente, até que Errol piou alto e voou para longe. Harry que arrumava as roupas, livros, frascos e tudo dentro do malão percebeu que se não se apresasse os Dursley iriam acordar. Às cinco horas Harry começou a explusar todas as corujas do quarto. O malão fechado estava encostado ao armário próximo à porta, o Pó de Flú no bolso e Edwiges comendo na gaiola fechada em cima do malão. Edwiges parecia rir das outras corujas, se gabando por estar comendo e as outras tendo que voar fazendo penas voar para todos os lador junto à titicas. Todas começaram a piar alto e violentamente, o suficiente para Válter gritar do quarto.

-- POTTER!
Harry pegou a Firebolt e a deixou no ombro, o malão na mão direita e Edwiges na mão esquerda. As corujas presas no quarto e Harry descendo as escadas. Válter saiu do quarto com os olhinhos cerrados à procura de Harry. O roupão azul e o bigode balançando. A veia na têmpora pulsando ferozmente e Petúnia atrás no marido com a cara de cavalo. Harry chegou à sala e colocou o malão num canto da lareira. Edwiges em cima do malão e a Firebolt segura na mão. Válter apareceu no pé da escada e se jogou no sofá como uma foca faria. Harry pegou o Pó de Flú com dificuldade do bolso e pegou violentamente o pó.

-- ESSA MALUQUISSE NA MINHA CASA, NÃO! -- berrou Válter se levantando.

-- A Toca! -- informou Harry em alto e bom som.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.