Terceira Lei de Newton



No caminho para a sala da professora Pandora Lovegood, Henry explicava à Elizabeth o motivo pelo qual, aquela era a sua matéria favorita, ou melhor, por causa de quem Trato das Criaturas Mágicas havia se tornado a sua aula predileta.



-E quem é Hagrid? – Perguntou Lizzie, curiosa.



-Ele é Guardião das Chaves e Guarda-Caça de Hogwarts. – Respondeu Henry empolgado com o assunto – Ele mora em uma cabana na orla da Floresta Proibida e cuida de algumas criaturas por lá.  



-E como vocês se conheceram? – Perguntou a aluna.



-No meu segundo ano, eu decidi explorar um pouco os arredores do castelo e encontrei ele cuidando de um hipogrifo. – Thompson fez uma pausa – Eu fiquei de longe admirando o Hagrid cuidando daquela criatura, que segundo estudos é bem orgulhoso, não é qualquer um que consegue ter proximidade, mas ele estava fazendo carinho como se o bicho fosse um cachorro. – Comentou impressionado.



-Ele deve ter ganhado a confiança do hipogrifo. – Apontou Mcguire.



-Exatamente! – Respondeu o aluno com ênfase – Quando ele percebeu que eu estava admirando a cena, me chamou para chegar mais perto e me ensinou a ganhar a confiança da criatura. – Disse encantado, por se lembrar do momento – Depois disso, eu quis conhecer todos os animais que ele cuidava e me apaixonei por todos eles.



-Ainda bem que você conheceu o Hagrid no segundo ano, antes de começar as aulas optativas. – Disse Lizzie.



-Isso é verdade. – Concordou – Todos os domingos nós três vamos até a cabana dele para fazermos companhia. Se você quiser ir com a gente, eu tenho certeza de que ele vai adorar, mas só se você quiser.



-É claro que eu quero conhecer o amigo de vocês. – Declarou Elizabeth.



-Ele sempre faz chá e bolinhos de abóbora para a gente. – Comentou Henry.



-Já gostei dele, qualquer pessoa que faça comida para mim, tem o meu amor. – Disse antes de rir com o amigo.



Ao entrarem na sala da professora Lovegood, os dois amigos escolheram lugares na frente à pedidos de Henry, que não gostava de perder qualquer detalhe daquela aula.



-Essa aula só tem um ponto negativo. – Mencionou Henry, ao se acomodar.



-E qual seria? – Perguntou Elizabeth.



-O Black faz essa optativa. – Respondeu revirando os olhos.



-Eu não acredito. – Lamentou Mcguire – E qual dos amigos dele faz também? Me fala que não é o Tiago. – Implorou.



-Não. – Respondeu Henry – Para a nossa sorte, quem faz é o Lupin.



-Que ótimo. – Afirmou Lizzie, aliviada – O Remus é um cara bacana.



 



-Bom dia, Thompson. – Saudou um aluno da Corvinal, que acabara de chegar – Quem é a sua amiga? – Perguntou o colega, encarando a novata.



-Essa é a Elizabeth Mcguire, ela foi transferida de Ilvermorny para Hogwarts. – Apresentou o lufano.



-Prazer em te conhecer, Elizabeth, meu nome é Nicholas Stewart. – Apresentou-se o estudante, estendendo uma das mãos para cumprimentá-la.



-Pode me chamar de Lizzie, se você quiser. – Disse, apertando a mão do colega.  – E o prazer é todo meu.



-Bom, eu vou para o meu lugar, a professora já deve estar chegando. – O corvino despediu-se da dupla e caminhou para o seu assento.



-Meu cabelo está bonitinho? – Perguntou Mcguire, ao perceber que o aluno que acabara de se apresentar, estava a uma distância que não poderia ouvi-la.



-Ele não tem namorada, antes que você me pergunte.  – Declarou o amigo.



-Por qual motivo, você está me dando essa informação? – Perguntou, encenando estar ofendida – Eu nem reparei nele.



-Não mesmo? – Perguntou, a encarando com curiosidade.



-Talvez eu tenha reparado nos olhos castanhos brilhantes, no uniforme engomado e no sorriso encantador, mas só isso. – Respondeu, dando de ombros.



-E você não reparou nele? – Perguntou, fingindo estar inconformado.



-Não, isso é o mínimo que se deve reparar em alguém. – Respondeu Elizabeth, seriamente.



-Bom dia, Henry e Elizabeth. – Declarou Remus, se sentando atrás da dupla, acompanhado de Sirius Black.



-Bom dia, Lupin. – Disseram os amigos juntos.



-Você não vai me dar bom dia, Mcguire? – Perguntou Sirius.



-Não sou obrigada a te dar bom dia, sou? – Perguntou, encarando o colega.



-Depois o mal-educado sou eu. – Provocou Black.



-Eu nunca te disse que era educada. – Retrucou a aluna.



-Bom, srta. mal-educada, eu fiz o que você me pediu ontem. – Informou Sirius.



-Ótimo, então você sabe que, se me atacar, eu vou atacar. – Declarou Mcguire.



-Boa sorte com isso. – Desdenhou Sirius. – Você vai precisar.



-Te digo o mesmo. – Afirmou a aluna.



-A professora já chegou, Lizzie, deixa esse cara para lá. – Disse Henry, voltando a atenção da amiga para frente.



-Bom dia, criaturas. – Declarou a professora sorridente, entrando na sala – Para quem não me conhece, eu sou a professora Pandora Lovegood e vou lecionar as aulas de Trato das Criaturas Mágicas. Alguém tem alguma dúvida? – Perguntou olhando para a cara de seus alunos, agora confusos – Ah é, eu nem comecei a aula, como vocês vão tirar dúvida, que cabeça a minha. – Disse dando um tapa leve na testa.



-Professora, a sra. não sabe como eu estava ansioso para a sua aula. – Declarou Henry com brilho nos olhos, chamando a atenção da mestra.



-Dez pontos para a Lufa-Lufa. – Caçoou Sirius baixo, mas em um volume suficiente para que os colegas da frente escutassem.



-Eu também estava bastante ansiosa por isso, sr. Thompson. – Declarou, se aproximando e colocando uma de suas mãos no ombro do lufano – Eu não aguentava mais ajudar o Hagrid a colher bosta de dragão para um experimento com as suas abóboras gigantes. – A professora retirou a mão rapidamente de perto do aluno e continuou – Por falar nisso, eu não tive tempo de tomar banho desde a última colheita, então provavelmente o sr. deva se lavar assim que possível. – A mestra manteve uma feição séria ao encarar o aluno por alguns segundos, mas logo gargalhou – Brincadeira, você tinha que ver a sua cara de preocupado.



-Professora. – Chamou um aluno da Corvinal, levantando um dos braços.



-Pois não. – Pandora deu a palavra ao estudante.



-Na aula de hoje, nós vamos conhecer alguma criatura pessoalmente? – Perguntou o corvino.



-Hoje não, somente na próxima semana. – Respondeu a professora – E não é que vocês tinham dúvida, mesmo sem eu ter começado a aula. – Disse, fazendo os alunos rirem. – Na aula de hoje, eu vou apresentar duas criaturas para vocês, o hipogrifo e o tronquilho, dessa forma, eu peço que abram os seus livros na página 153 para conversarmos a respeito da primeira criatura mencionada.



-Que coincidência, nós estávamos falando dele há poucos minutos. – Comentou Mcguire.



-Eu vou contar para o Hagrid, que finalmente tivemos aula sobre o hipogrifo. – Disse Henry animado.



-Na minha humilde opinião, a coisa mais importante a ser ensinada é: o que fazer quando encontrar um hipogrifo e evitar de ter uma morte lenta e dolorosa. – Falou, fazendo os alunos rirem mais uma vez – Alguém sabe como se comportar, caso isso aconteça? – Perguntou Pandora, antes de perceber a mão levantada de seu aluno mais aplicado.



-Sim, sr. Thompson. – Deu a palavra ao aluno.



-Ao encontrar com um hipogrifo, o certo é curvar-se diante da criatura em demonstração de respeito, olhando sempre em seus olhos e caso haja a pretensão de se aproximar dele, é necessário que ele se curve antes, pois só depois dessa resposta, é que fica seguro se aproximar da criatura. – Explicou o lufano.



-Excelente, dez pontos para a Lufa-Lufa. – Anunciou a professora impressionada. – Agora, olhem na página que eu pedi para vocês abrirem anteriormente, vamos estudar a anatomia dessa criatura.



-É assim que um lufano ganha pontos para a sua casa. – Provocou Henry, virando a cabeça no sentido em que estava Sirius.



Após instruir os alunos a respeito da anatomia da criatura, a professora apresentou outros pontos importantes, como: localização geográfica, alimentação e comportamento. Depois de ter encerrado as explicações a respeito do hipogrifo, Pandora apresentou o tronquilho, seguindo o mesmo roteiro anterior.



-Quero que repassem e estudem todas as características dessas duas criaturas, pois na próxima aula nós vamos conhecer uma delas pessoalmente e eu vou fazer algumas perguntas, e se algum de vocês responder errado, eu vou transformar o indivíduo em uma doninha. – Ameaçou os alunos, fazendo com que eles rissem do comentário – E para terminar a aula, eu vou deixar para vocês um questionamento, mas não precisam me dar a resposta, eu só quero estimular o raciocínio de vocês. – Pandora fez uma pausa – Se uma água-viva morre, ela vira uma água-viva morta, uma água-morta ou ela vira apenas água? – Perguntou encarando os alunos seriamente.



-Mas não faz sentido, professora. –Apontou uma aluna da Grifinória.



-Mas não é para fazer sentido, minha querida aluna. – Disse piscando um dos olhos no sentido da estudante – Agora vão viver, meus parceiros! Estão fazendo o que aqui ainda? – A mestra gesticulou para que eles se apressassem. – Vão embora, até logo, até mais ver, bon voyage, arrivederci, até mais, adeus, boa viagem, vá em paz, que a porta bata onde o sol não bate, não volte mais aqui, hasta la vista baby, escafeda-se e saiam logo daqui.



Os alunos apressados saíam da sala às gargalhadas, enquanto que a professora continuava apressando para que eles saíssem logo do local, fechando a porta assim que o último estudante debandou.



-Essa professora é doida igual ao meu tio Keith, aposto que ele faz isso com os alunos dele também. – Comentou Lizzie.



-Você tem um tio professor? – Perguntou Henry.



-Tenho, ele dá aula de Estudo dos Trouxas em Castelobruxo, a escola de bruxaria que fica no Brasil – Respondeu Elizabeth, que tinha muito orgulho dos feitos de seu tio.



-E você já foi para lá? – Perguntou o lufano.



-Sim, eu sempre passo as minhas férias com ele. – Respondeu a garota.



-E seus pais não acham ruim? – Perguntou Thompson.



-O meu tio sempre esteve por perto, desde o meu nascimento, tanto que ele comprou uma casa na mesma rua que a nossa, só para ficar mais próximo de mim, caso algo acontecesse. – Explicou Elizabeth – Mas quando eu fiz dez anos ele recebeu um convite para lecionar em Castelobruxo e como era o sonho dele morar no Brasil, ele aceitou. Para não ficarmos separados por muito tempo, ele fez um trato com os meus pais, de eu sempre passar as férias com ele e em troca, eu deveria passar pelo menos metade desse período adiantando os estudos das matérias para o ano posterior, para que eu sempre tirasse excelentes notas. – Lizzie fez uma pausa – Então, além de cuidar das aulas dele, o meu tio ainda repassa todas as lições das outras matérias antes de eu entrar de férias, para me ajudar a estudar.



-Nossa, seu tio é incrível.  – Afirmou Henry impressionado. – É como se ele estivesse estudando tudo de novo.



-Eu queria que meus pais fossem iguais ao meu tio, mas eles dificultam tudo na minha vida, parece até que fazem de propósito. – Lamentou a garota – Mas eu não quero ficar falando deles, vamos mudar de assunto, antes que eu endosse a minha neura de que sou adotada. – Zombou. – Vamos falar a respeito da minha revanche contra o Black.



-Você vai mesmo se vingar dele? – Perguntou Henry.



-Claro que eu vou! – Respondeu com ênfase – Mas para que o meu plano dê certo, ele precisa estar sozinho e eu não sei como é que eu vou fazer isso, sem ele desconfiar de nada. – Explicou Elizabeth.



-Eu acho que posso te ajudar com isso, mas preciso que você prometa que não vai contar para ninguém o que eu tenho. – Declarou Thompson olhando para os lados, a fim de se certificar de que não tinha ninguém por perto para ouvir a conversa dos dois.



-É claro que eu prometo, mas o que você tem de tão secreto? – Perguntou curiosa.



-Uma capa da invisibilidade. – Respondeu sucintamente.



-O que? Você tem uma dessas? – Elizabeth perguntou sem acreditar no que estava ouvindo, afinal de contas, não era todo mundo que possuía um item com aquele, muito menos um estudante.



-Tenho e posso te emprestar, para que você vá atrás do Black e espere ele ficar sozinho. – Disse Thompson – Depois do almoço, eu vou até o meu dormitório e pego para você.



-Eu só quero ver a cara dele, quando perceber o feitiço que eu vou aplicar. – Disse animada.



-E o que você vai fazer? – Henry perguntou, curioso.



-Eu vou fazer o seguinte...



 



 



(...)



 



 



Após o almoço, o quarteto escolheu um canto isolado do castelo para conversar a respeito do plano de vingança contra Sirius Black, e para que Henry entregasse a capa da invisibilidade à Elizabeth.



-Está aqui. – Disse Thompson entregando a vestimenta para a amiga, que logo jogou o traje por cima de seu corpo, deixando apenas a cabeça à mostra.



-Eu preciso de uma dessas. – Afirmou Mcguire, animada.



-Você vai fazer isso hoje? – Perguntou Longbottom.



-Se eu conseguir que ele fique sozinho, sim. – Respondeu Lizzie.



-Ele vai virar um bicho quando perceber o que aconteceu. – Afirmou Henry, animado.                              



-Vai mesmo, ele que parece ser tão vaidoso. – Completou Raven.



-Eu quero mais é que se zangue. – Disse Mcguire, dando de ombros.



-Sabe o que vai deixar ele muito bravo? – Perguntou Raven – O fato de ele não poder ir para Hogsmeade no final de semana, pelo menos eu acho que ele não iria do jeito que vai ficar.



-Minha mãe me deu uma autorização para visitar esse lugar, o que tem de bom lá? – Perguntou Lizzie.



-Muitas coisas! – Respondeu Frank empolgado – A minha loja favorita é a Dedos de Mel, lá você consegue encontrar uma infinidade de tipos de doces, têm bombons explosivos, penas de algodão doce, varinhas de alcaçuz, bolos de caldeirão e muito mais.



-Você se esqueceu de falar o doce mais famoso, os feijõezinhos de todos os sabores. – Mencionou Henry.



-E por que eles são tão famosos? – Perguntou Elizabeth.



-Porque você nunca sabe qual será o sabor escolhido, pode ser algo muito bom como chocolate, hortelã ou algo muito ruim como vômito ou cera. – Explicou Thompson.



-Cruzes, eu é que não vou comer isso. – Mencionou Lizzie, enojada.



-É tradição, você precisa experimentar. – Intimidou Raven.



-No último dia de aula do sétimo ano, eu experimento. – Afirmou Lizzie.



-Ah não, você vai comer no sábado com a gente. – Afirmou Longbottom.



-Tudo bem, eu como. – Disse a novata, revirando os olhos – Mas só porque a semana vai acabar bem, eu vou me vingar do Black e no domingo vou conhecer o amigo de vocês.



-E o mais legal, é que vamos dar um presente para ele. – Informou Raven.



-Que presente? – Perguntou Lizzie, curiosa.



-Um item trouxa chamado televisão. – Respondeu a corvina.



-Meu tio tem uma dessas na casa dele, mas como é que vocês vão conseguir o sinal para funcionar aqui em Hogwarts? – Perguntou Elizabeth.



-Meu pai fez quatro feitiços para esse negócio, o primeiro é o de funcionar sem energia elétrica, o segundo tem ligação com esse tal de sinal, o terceiro traduz tudo o que for dito para a língua da pessoa que está assistindo e o quarto é que, quando a pessoa fala para a televisão o que quer ver, o objeto começa a exibir aquilo o que foi pedido. – Explicou Henry.



-Genial! – Afirmou Lizzie, impressionada.



-Nós ficamos muito preocupados por ele ficar tanto tempo sozinho, mesmo tratando de tantas criaturas, então pensamos em dar esse presente. – Relatou Henry.



-Quando eu fico com o meu tio, ele sempre assiste umas novelas, nelas são contadas algumas histórias, acho que ele pode gostar. – Indicou Mcguire.



-É perfeito, porque ele vive contando as histórias dele para a gente, deve gostar de saber a história de outras pessoas também. – Declarou Frank.



-Vou aproveitar a carta que eu vou mandar para o meu tio, para perguntar se ele tem alguma sugestão de novela que vai começar. – Afirmou Elizabeth. – E se me dão licença, agora eu vou procurar o Black para me vingar do que ele me fez ontem, até mais. – Afirmou Elizabeth envolvendo a capa em sua cabeça, ficando completamente invisível.



-Eles devem estar treinando Quadribol agora. –Thompson deu a dica.



-Valeu e até o jantar. – Se despediu a novata.



 



 



(...)



 



 



Elizabeth seguiu os passos de Sirius Black, desde o momento em que o aluno saiu do treinamento do time da Grifinória, acompanhado por seus amigos e parte do time.



Para a sua sorte, em um determinado momento do trajeto, Pedro, Remus e Tiago decidiram ir para a sala de estudos, já ele preferiu voltar ao dormitório, antes de se juntar aos amigos. Com isso, a garota o seguiu e assim que se aproximou o suficiente para lançar o primeiro feitiço, iniciou o seu plano.



-Abaffiato. – Lançou o encantamento, responsável por emitir um zumbido no ouvido de Black, que o impediu de escutar o que seria dito posteriormente. – Dente de serpente, água fervente, faça com que o seu dente, fique verde para sempre.



Após lançar o feitiço de transfiguração no rival, Elizabeth lentamente andou no sentido das masmorras, para que pudesse esconder a capa em seu quarto e esperasse o horário do jantar, não queria arriscar ir até a sala de estudos e caçoar de Sirius com os amigos, fazendo com que as brincadeiras do aluno respingassem em Henry, Raven ou Frank.



Chegada a hora do jantar, Elizabeth caminhou até o Salão Principal e assim que posicionou o primeiro pé no local, percebeu um alvoroço na mesa da Grifinória, estavam os três amigos eufóricos rindo de Sirius, que a encarou com um olhar intimidador, assim que percebeu a sua entrada.



A garota não desviou o olhar do rival, o encarando até chegar em sua mesa, no intuito de provocá-lo.



-Mcguire, foi você quem fez aquilo com o Sirius? – Perguntou Regulus, antes da aluna se sentar ao seu lado.



-Sim, dá para ver a cor dos dentes daqui? – Perguntou Elizabeth, se acomodando ao lado do aluno.



-Não, mas como nos encontramos no caminho, eu pude perceber a coloração e o alertei do que estava acontecendo. – Explicou o sonserino.



-E como ele reagiu? – Perguntou curiosa.



-Ele ficou muito bravo, ainda mais porque não conseguiu reverter. – Explicou o estudante.



-Azar o dele, ficar nervoso só envelhece a pele. – Disse, dando de ombros. – E não tem reversão, ele vai ficar assim por uma semana.



-E ele sabe disso? – Perguntou Regulus, impressionado.



-Acho que não, mas quando ele for me confrontar, eu dou a boa notícia. – Explicou antes de rir da situação com o colega.



-A melhor parte é que ele está tentando a todo custo ficar quieto, para que ninguém perceba o que aconteceu. – Disse Regulus.



-Enfim teremos paz. – Mencionou Mcguire.



-Se você conseguir deixá-lo quieto por mais tempo, eu vou criar um abaixo-assinado para levantarem uma estátua sua no Salão Comunal da Sonserina. – Afirmou Regulus.



-Eu quero a minha estátua com uma cobra amarela enrolada no meu pescoço. – Afirmou Lizzie.



-Combinado. – Disse o estudante, apertando a mão da colega.



 



 



(...)



 



 



Ao se encontrar com os amigos após o jantar, Elizabeth expôs como havia conseguido colocar o seu plano de vingança em prática, de toda a perseguição desde o treino de Quadribol até o momento em que lançou os dois feitiços em Black.



-Eu falei para ele que ia revidar, ele deveria ter ficado mais esperto. – Argumentou Elizabeth, dando de ombros.



-Amiga, dura uma semana, mesmo? – Perguntou Raven.



-Sim. – Respondeu, antes de gargalhar com os amigos.



-O que deve ter sido difícil, foi encontrar ele sozinho. – Mencionou Frank.



-Sim, eu até achei que não iria conseguir, ele não desgruda daquele grupo, principalmente do Tiago, mas teve uma hora que eles foram para a sala de estudos e ele decidiu que queria passar no dormitório antes de ir para lá. – Explicou Lizzie.



-E ele não desconfiou que você estava o seguindo? – Perguntou Frank.



-Que nada, parecia que estava no mundo da lua. – Esclareceu Elizabeth – Mas agora eu vou para o meu dormitório para descansar, amanhã temos aula de astronomia à meia noite, e não quero ficar com sono em uma de minhas aulas favoritas.



-Nós te acompanhamos.  – Se prontificou Henry. – O Black deve estar louco atrás de você.



-Quero é mais que ele venha falar comigo, para eu ter o prazer de ver a cara dele, quando revelar que o feitiço não tem reversão e dura uma semana, eu só fico com receio de vocês estarem juntos e eles armarem alguma pegadinha com vocês também. – Expôs Lizzie.



-A gente não se importa, garota, amigos são para isso. – Mencionou Raven, entrelaçando o braço com o braço da amiga.



-Eu não falei que ele estava louco atrás de você. – Mencionou Henry, fazendo com que os amigos olhassem no mesmo sentido em que ele estava olhando.



-Mcguire, eu não consegui reverter o feitiço. – Declarou Black, parando na frente da colega.



-Do que você está falando?  – Perguntou Lizzie, desinteressada.



-Você sabe do que eu estou falando, você deixou meus dentes verdes e eu não consigo reverter o feitiço. – Respondeu irritado.



-Você tem como provar que fui eu?  – Perguntou Elizabeth, indiferente.



-Não se faz de sonsa, eu sei que foi você. – Respondeu ainda irritado.



-Essa não foi a pergunta, a pergunta foi: Você tem como provar que fui eu, quem fez isso? – Perguntou sem paciência.



-Não. – Respondeu Black, bufando.



-Então não fui eu. – Falou, fazendo os amigos rirem – Mas como eu sei de qual feitiço se trata, porque sou uma aluna muito aplicada, posso te assegurar que dura apenas uma semana.



-Olha para essa beleza. – Black apontou para o próprio rosto – Eu não posso ficar com os dentes verdes por uma semana toda.



-É só você não ficar abrindo muito a boca, que ninguém vai nem perceber e ainda vai passar um ar de misterioso, as garotas gostam disso. – Mencionou Elizabeth.



-Eu vou ter que falar menos por causa disso. – Explicou Sirius.



-Ótimo, isso vai poupar as pessoas de ouvirem as suas besteiras. – Retrucou Lizzie.



-Vocês não podem simplesmente acabar com isso, estamos apenas na primeira semana de aula. – Declarou Remus, se posicionando entre os dois.



-Com todo o respeito a você, Remus, o único do quarteto que presta, mas supondo que fui eu quem fez isso, seria mais do que justo, já que ele aprontou comigo primeiro. – Declarou Mcguire.



-Vamos Sirius, não tem reversão, você vai ter que ficar assim por uma semana. – Disse Tiago, rindo do amigo.



-Isso, ouve o seu amigo e me deixa em paz. – Disse Elizabeth, encarando Black.



-Você nunca mais vai ter paz, nós começamos uma guerra aqui. – Afirmou Sirius.



-Nossa, olha como eu me tremo de medo. – Elizabeth declarou estendendo os braços, simulando tremor – Além do mais, você é que fique nessa guerra sozinho, porque eu tenho mais o que fazer.



-O que você tem de linda, você tem de atrevida. – Mencionou Sirius, maliciosamente.



-Não sou atrevida, é que cada um tem de mim, o que merece. – Retrucou Lizzie, seriamente.



-Vocês me ouviram falar que estamos apenas na primeira semana? – Perguntou Lupin, que ainda estava entre os dois.



-Eu sinto muito, mas eles não vão te ouvir, Remus. – Disse Raven, o encarando – Agora, vamos levar a nossa amiga para as masmorras, com licença.



-Toda, Raven. – Disse Lupin, sorrindo timidamente para a colega.



-Vamos. – Declarou Henry.



Ao perceber que o quarteto recém-formado estava longe de vista, Sirius continuou reclamando do ocorrido com os amigos, que em resposta continuavam a zombar dele.



-Do que vocês estão rindo? – Perguntou Black um pouco mais calmo, do que anteriormente.



-Você nunca mais vai ter paz, nós começamos uma guerra aqui – Caçoou Tiago imitando o amigo.



-Essa semana eu não vou conseguir levar nenhuma garota para Hogesmeade, isso não é nada engraçado. – Declarou Black.



-E você quer levar alguma garota, além dela? – Perguntou Tiago.



-E o que foi aquilo de “o que você tem de linda, tem de atrevida”. – Mencionou Pedro rindo – Você não perde uma oportunidade.



-Ela é linda, eu não menti. – Disse Sirius, dando de ombros – Ela que se prepare, porque eu estava pegando leve até agora, mas já que ela subiu o nível, eu vou subir também.



-Pensando em algo? – Perguntou Tiago, curioso.



-Bom, se eu não vou poder falar por uma semana, ela também não vai poder. – Revelou Sirius.



 



 



(...)



 



 



Ao chegar em seu dormitório, Elizabeth aproveitou que as colegas de quarto não estavam e escreveu uma carta resposta para o seu tio Keith.



 



Tio Keith,



Como estão as coisas por aí?



Aqui estão ótimas, fiz três amigos no expresso de Hogwarts, a Raven Taylor, o Frank Longbottom e o Henry Thompson, eles estão me apoiando com tudo aqui e sempre me ajudam a encontrar as salas de aula, para que eu não fique perdida.



Em contrapartida eu criei atrito com um grupo de “valentões” daqui, que ficam pregando pegadinha em todo mundo, sem nenhum motivo aparente. Tem um em especial que não me deixa em paz, se chama Sirius Black, ontem ele coloriu o meu cabelo de verde e sabe o que eu fiz com ele? Eu apliquei um feitiço de transfiguração para deixar os dentes dele verdes por uma semana, acredita? Ele ficou muito bravo, ficou reclamando que não tem reversão, que vai precisar falar menos por causa disso.



Fora esse babaca, as coisas estão ótimas.



Domingo eu vou conhecer um novo amigo, o nome dele é Hagrid, ele trabalha aqui em Hogwarts, o pessoal trouxe uma televisão para ele se entreter, porque ele fica muito sozinho.



Tem alguma sugestão de canal e novela que vai começar?



Cuida bem das caiporas e da Adelaide.



Ah, e para o meu aniversário eu quero uma capa da invisibilidade.



Beijos Lizzie



 


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