Capitulo 6

A mão de Scorpius em seu rosto fez o coração de Rose bater a mil, mesmo se o garoto não a impedisse ela não seria capaz de dizer uma palavra sequer naquele momento. Quando finalmente ela se viu livre da mão do garoto ela não pode perder a chance de zombar um pouco dele.
_ Lindas pantufas, Malfoy. _ disse estampando um sorriso cínico.
_ Pelo menos eu estou calçado Weasley. O que você está fazendo fora de seu quarto a essa hora?
_ Precisei buscar um livro que tinha esquecido. E você?
_ Rose Weasley esquecendo de um livro? Parece que o mundo já começou a se destruir.
_ Continue zombando e amanhã na hora do café todos de Hogwarts saberão sobre suas lindas pantufas. Agora diga, o que você está fazendo acordado? 
_ Eu não jantei então estou procurando a cozinha.
_ No sexto andar?
_ Eu não faço a menor ideia de onde fica, estou olhando nas áreas do castelo que eu não conheço.
_ Bom eu estava mesmo com vontade de comer aquela torta de amoras que não pude comer no jantar.
_ Ou, espere, eu não lhe chamei para ir comigo, volte para seu quarto Weasley.
_ Primeiro, você não me dá ordens. Segundo, você sabe onde é a cozinha?
_ Não.
_ Então eu lhe convido a ir comigo porque sou muito boa.
_ Você sabe onde fica?
_ Sim, eu já fui lá várias vezes, com Lily e Hugo. Vamos logo, não quero ser pega aqui com você.
 Rose levou Scorpius pela mão, ele sentiu sua mão macia, mas ainda assim firme, o puxar pelo castelo, preferiram ir no escuro para não chamar atenção, o que causou vários tropeços de Scorpius. Eles pararam em frente ao quadro de frutas depois de descerem sete andares, Rose fez cocegas numa pera que se transformou em uma maçaneta, Rose puxou abrindo a porta, só então iluminaram seu caminho e foram direto para a geladeira. Scorpius devorou quase um pudim inteiro enquanto Rose comia um pedaço de torta de amora, e eles pela primeira vez tiveram uma conversa civilizada.
_ Por que você não desceu para o jantar? _ perguntou Rose quebrando o silencio.
_ Eu não estava muito disposto, hoje não foi um bom dia para mim. _ respondeu Scorpius sem levantar os olhos.
_ Por que? _ perguntou Rose depois de um longo silencio.
_ Assuntos pessoais, prefiro não dizer. Que tipo de livro seria tão importante para você a ponto de lhe fazer correr o risco de uma detenção? _ perguntou Scorpius mudando de assunto.
_ Não é um livro qualquer. É um diário._ disse Rose depois de refletir um tempo se deveria ou não contar a ele.
_ Seu?
_ Não, de uma mulher muito importante.
_ Sua mãe?
_ Você considera minha mãe importante?
_ Bom, meu pai sempre me disse que sua mãe foi a garota mais incrível que ele já conheceu, e me disse que se pudesse faria tudo diferente para que sua mãe não o odiasse.
 Rose ficou calada alguns minutos e só depois de quase terminar sua torta ela conseguiu voltar a falar.
_ O diário é de Rowena Ravenclaw.
_ O que?_ Scorpius já não lembrava mais do diário do qual tinham falado mais cedo.
_ Esse diário, era de Rowena. Por favor não conte a ninguém. Quando eu terminar de ler eu vou entrega-lo a algum professor.
_ Não contarei._ disse Alvo fazendo Rose sorrir, o sorriso mais lindo que ele já havia visto._ Agora vamos andando, já está muito tarde.
  Quando eles estavam saindo da cozinha Scorpius viu um vulto, provavelmente Madame Nora, mas ela já estava deixando o corredor, isso o deixou tranquilo, tudo teria dado certo se Rose não tivesse visto uma aranha perto de seu pé, a garota soltou um grito e pulou em cima de Scorpius que a pegou no colo.
 Rose tinha pavor de aranhas, assim como seu pai, normalmente quando ela as via desmaiava, o que seria mais favorável naquele momento. Scorpius ficou sem ação com Rose em seu colo e Madame Nora correndo em sua direção, ele olhava fixamente para Rose, seus olhos cinzas quase hipnotizantes a acalmaram, ela se esqueceu da aranha e ficou admirando aqueles lindos olhos cinzas, mas sua calmaria acabou cedo, Madame Nora parara na frente dos jovens e Filch já vinha pelo corredor. Scorpius colocou Rose no chão para esperar Filch, mais velho e mais rabugento do que nunca.
_ O que temos aqui?_ disse Filch enquanto tentava cegar Rose e Scorpius aproximando seu lampião do rosto dos garotos que estavam quase abraçados de tão próximos._ Um casal de namoradinhos fujões, fora do quarto depois da meia noite.
_ Não somos namorados._ disseram os dois em uníssono.
_ Então o que os dois estão fazendo juntos a essa hora?_ perguntou Filch incrédulo.
_ Nós fizemos uma aposta._ disse Rose percebendo que Scorpius estava paralisado de medo._ Eu escondi um objeto de Scorpius e ele escondia um meu, a aposta foi cancelada porque alguém achou o objeto dele antes da caçada começar.
_ O objeto roubado agora é problema seus, voltem para seus quartos e amanhã lhes darei uma seria detenção.
 Os jovens apenas assentiram, e seguiram calados até o ponto em que seus caminhos se separavam, então Rose admirou aqueles olhos cinzas mais uma vez por um longo minuto e depois se separaram ser dizer uma só palavra.
 Scorpius queria guardar bem aquela imagem de Rose, a primeira conversa civilizada dos dois, depois que ela seguiu seu caminho sozinha ele a ainda observou subir dois lances de escada antes de tomar seu rumo. Ele entrou no seu quarto silenciosamente, não queria acordar ninguém para não ser obrigado a contar a ninguém o que acontecera naquela noite. Não seria tão ruim ter que limpar a sala de troféus depois de suas aulas, pelo menos ele não sentia mais fome, e tivera uma conversa quase agradável com Rose enquanto comia. Ele tinha esperança de dormir o resto da noite tranquilamente, mas isso não aconteceu. O sonho com Rose e o hipogrífo se repetira várias vezes durante a noite. As 5:45 ele desistiu de dormir, mesmo com todos ainda dormindo, Scorpius se levantou e decidiu se arrumar para esperar o café, e por mais inacreditável que fosse, ele foi fazer seu dever de herbologia.
 Rose acordou as 5:30, ela tivera uma noite tranquila, mesmo tendo sonhado com Scorpius, o que normalmente a deixava irritada. Ela continuou deitada mais alguns minutos até que se levantou e foi se arrumar para esperar o café da manhã, ela e Jhou sempre desciam alguns minutos mais cedo para poder conversar um pouco. Quando os dois estavam saindo do salão comunal da grifinória foram interrompidos por Filch que vinha na direção deles puxando Scorpius pelo braço.
_ Ótimo que você já está aqui senhorita Weasley, me poupa um pouco de trabalho. Me acompanhe, vamos conversar sobre sua detenção. _ disse Filch ignorando a presença de Jhoseph.
_ Mas agora? Está na hora do café e eu terei aula logo após. _reclamou Rose.
_ Eu tentei dizer isso a ele, mas ele não se importa. _ disse Scorpius se fazendo presente. 
_ Detenção? Como assim? O que você fez Rose? _ perguntou Scorpius confuso.
_ Se você me acompanhar agora eu te libero antes mesmo da hora do café senhorita Weasley. _ disse Filch irritado.
_ Então vamos logo. Depois eu te explico Jhou. _ disse Rose seguindo Filch.
 Eles caminharam até o jardim onde Hagrid os esperava.
_ O que Hagrid tem a ver com a nossa detenção? _ perguntou Rose depois de abraçar o velho amigo de sua família.
_ Um filhote de hipogrífo sumiu, eu tenho que ir procura-lo essa noite, chamei Filch para ir comigo, mas ele disse que tinha uma ideia melhor. _ disse Hagrid. _ Por acaso essa é sua ideia melhor? Mandar duas crianças para o meio da floresta durante a noite?_ questionou Hagrid indignado.
_ Como assim nos mandar pra floresta?_ perguntou Rose.
_ Você disse hipogrífo?_ perguntou Scorpius apavorado só de pensar.
_ Eu não estou com a mínima vontade de ir, e a diretora viajou e me deu carta livre para punir os alunos como achar melhor._ disse Filch sorrindo enquanto deixava as crianças e Hagrid espantados no jardim.
_ A floresta já está bem mais segura do que na época dos seus pais, mas ainda não é bom que crianças como vocês fiquem entrando lá durante a noite, mas eu não posso discutir com o que se diz respeito a punição de alunos, isso é trabalho do Filch. Portanto vão para suas aulas e apareçam na minha casa depois do jantar agasalhados e com suas varinhas. Bom dia crianças. _ disse Hagrid para consolar Rose e Scorpius.
 Quando eles voltaram ao salão principal, as portas já estavam fechadas e todos já estavam lá dentro tomando seu café.
_ Viu só o que você causou Weasley. Por sua culpa vou ter que entrar na floresta proibida para caçar um hipogrífo._ disse Scorpius antes de Rose abrir a porta do salão principal.
_ Você deveria me agradecer por eu ter te levado até a cozinha, mas se você tem tanto medo assim tome umas vomitilhas e me deixe cumprindo detenção sozinha._ disse Rose antes de abrir a porta e deixar Scorpius falando sozinho.
_ Como você conseguiu uma detenção?_ perguntou Jhoseph assim que Rose se sentou a seu lado.
_ Eu havia esquecido o diário de Rowena na varanda, não estava conseguindo dormir e fui busca-lo, mas na volta eu esbarrei no Malfoy, começamos a brigar e Madame Nora nos pegou._ Rose preferiu mentir sobre Malfoy.
_ O que o Malfoy fazia fora da cama?_ perguntou Jhou.
_ Eu não faço ideia.
_ Qual é a sua detenção?
_ Como a diretora viajou e deu carta branca para o Filch fazer o que quiser, e ele mandou que eu e o Malfoy fossemos com Hagrid na Floresta Proibida de noite procurar um hipogrífo perdido.
_ Ele pegou pesado com vocês, isso pode ser muito perigoso.
_ Se nada ruim acontecer vai ser ótimo, eu e Alvo sempre sonhamos em viver aventuras como a de nossos pais... Eu sinto falta do Alvo, é ruim estar brigada com ele.
_ Deve ser ruim mesmo, mas você pode contar comigo sempre, está bem?
_ Obrigada Jhou._ disse Rose abraçando o garoto.

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