Comprando os materiais



O dia estava ensolarado quando o primeiro grupo saiu para a rua na manhã seguinte. As listas de material haviam chegado com antecedência para os estudantes do Largo Grimmauld. Naquele primeiro grupo iam Lupin, Carlinhos e Olho-Tonto, escoltando Harry, Rony, Hermione e Trillian.

Enquanto isso, Gina e a Sra Weasley esperavam para ser levadas por Tonks.

- Por que Trillian não vai conosco? – perguntou a sra. Weasley.

- Snape disse que se recusa a ver a vida da sobrinha dele nas mãos de uma bomba-relógio como eu – resmungou Tonks – diz que Harry está em segurança total, por isso quer que ela o acompanhe.

Foram para o Caldeirão Furado pelo metrô dos trouxas, e chegaram no Beco com as lojas abrindo. Quando Tonks chegou com Molly e Gina, Olho-Tonto deu as instruções:

- Harry, você vai ficar o tempo todo com Lupin, entendeu? Temos aurores por todo o lado, mas é bom não facilitar... se sentir algum perigo ou pensar que tem alguém te seguindo, diga apenas “preciso comprar comida para corujas”. Entendeu? Ótimo... Rony, Hermione e Gina, vão com Tonks, e fiquem colados nela também, certo? Molly vai estar com vocês o tempo todo e vai vir me avisar se houver algum problema... eu vou ficar aqui vigiando a Travessa do Tranco.

- Eu eu, sr. Moody? – perguntou Trillian.

- Você pode me chamar só de Moody, por favor, e pode fazer suas compras com Carlos... ele sabe tomar conta de dragões de mais de duas toneladas, uma garota não será problema.

O grupo começou as compras unido. Foram ao Gringotes pegar dinheiro; depois foram até a Floreios e Borrões.

- Que sorte, escapamos de Adivinhação este ano, Harry, olha só!

- É verdade, mas depois do fiasco dos NOMs, não poderíamos esperar outra coisa.

- Vocês não gostam de adivinhação? – perguntou Trillian, surpresa.

- Quando você conhecer a Trelawney, também não vai gostar – comentou Hermione – mas você não escolheu adivinhação como matéria extra, ou escolheu?

- Não, não escolhi... minhas matérias extras são runas antigas, aritmancia e Trato das criaturas mágicas...

- Ah, que bom! Nossos horários com certeza serão parecidos! – disse Hermione.

- Caramba, você está fazendo matérias difíceis – comentou Tonks – qual carreira quer seguir afinal? Curandeira?

- Não, sou muito sensível para sangue... quero cuidar de dragões, ouvi dizer que tem uma reserva muito boa na Romênia...

- É mesmo? – perguntou Carlinhos – o que mais disseram pra você?

- Bom, mais nada... só que era um lugar muito bom, com todo tipo de espécie...

- Não te disseram que lá estão os bruxos mais lindos do mundo? – perguntou Gina.

- Não, ninguém me disse isso... vocês conhecem alguém que trabalha lá?

- Eu – disse Carlinhos – o que você acha? Confirma a informação?

Trillian ficou vermelha, mas todos já estavam esperando a resposta. Então ela sorriu e disse:

- Confirmo... cada vez mais quero trabalhar lá.

Foi a vez de Carlinhos ficar vermelho.











Depois de muitos livros, reposições de material e de carregar pacotes, todos estavam exaustos. Sentaram-se na sorveteria de Florean Fortescue, menos Trillian e Carlinhos.

- Ainda preciso ver as vestes de Hogwarts... Carlinhos vai me levar à loja da Madame Malkin.

Chegando lá, madame Malkin pediu que Trillian subisse num banquinho e começou a tirar suas medidas. Depois, pediu alguns minutos para ajustar um conjunto de vestes.

Enquanto esperavam, Trillian e Carlinhos ficaram sozinhos na loja.

- Desculpe se deixei você sem graça, lá na livraria.

- O quê, aquilo? Não foi nada, sei que estava brincando.

- Brincando? Você acha que foi brincadeira?

- A... acho... não foi?

- Não exatamente... eu achei você bonito de verdade...

- Achou? Mesmo? – Carlinhos começou a se aproximar dela – Quer dizer... é...

- É, achei mesmo – ela também se aproximou dele – de verdade.

Nesse momento, a porta se abriu e quatro pessoas entraram na loja: Narcisa Malfoy, o filho Draco, e os amigos do garoto, Crabbe e Goyle.

- Desculpe, estou interrompendo alguma coisa? – disse Narcisa. Tinha voz aveludada, mas usava o mesmo tom arrastado do marido.

- Não, não está interrompendo – disse Carlinhos, se afastando.

- Querida, aqui estão as vestes de que vai precisar... oh, Narcisa... a que devo a visita? – Madame Malkins acabava de voltar com um embrulho, e fez uma expressão de desagrado ao ver Narcisa.

- Meu filho precisa de vestes novas para a escola, Madame – disse ela, com um sorriso frio – e você é a costureira mais disponível que conheço.

- Por que não paga à Madame e vamos embora, Trillian? – Carlinhos estava sendo avidamente encarado por Draco.

Trillian pagou, pegou o embrulho e já ia saindo, quando Narcisa falou:

- Posso saber se você é alguma aluna nova em Hogwarts?

- O que interessa à senhora saber? – retrucou Carlinhos.

- Não seja grosso, Carlinhos – disse Trillian, se colocando diante de Narcisa – sim, eu sou. Vou cursar a partir do sexto ano.

- Estranho, por que as listas de material só serão entregues essa noite...

- Eu sei – respondeu a garota – mas é que quero adiantar o que puder, amanhã a loja da Madame vai estar uma loucura. Agora, se me dá licença, tenho compromissos.

Saiu da loja sem dar chance de resposta a Narcisa. Carlinhos emparelhou com ela e quando estavam quase chegando na sorveteria, Trillian perguntou:

- O que foi aquilo?

- Você não sabe quem são aqueles?

- Não, eu nunca conheci ninguém fora da Índia, meu pai e meu avô nunca me falaram...

- Aquela mulher é casada com um comensal da morte que está em Azkaban!

- CARACAS, é sério?

- Juro, foi um dos que Harry ajudou a prender... você sabe da história, não sabe?

- Meu tio me contou... ele e mais alguns garotos entraram no Ministério no meio da noite, e invadiram o departamento de mistérios...

- É, e quase foram mortos. No fim, Dumbledore chegou e prendeu todo mundo, mas você-sabe-quem conseguiu escapar...

- O lorde da trevas em pessoa esteve no ministério? Nossa! Como ele conseguiu entrar lá?

- Eu não chamaria ele de lorde das trevas se fosse você – interrompeu Carlinhos – só os comensais chamam ele assim.

- É força do hábito, meu avô chamava ele assim – e vendo a desconfiança do outro – não que ele fosse um comensal, mas ele meio que concordava com o que o maluco fazia. Meu pai e meu avô viviam brigando por causa disso.

- Sério?

- Pois é... acho até que eu já conheci o... sabe, “ele”, pessoalmente...

- Quem? O...

- É, não lembro bem, mas uma vez quando eu era bebê um homem muito estranho veio me visitar... a única imagem que eu tenho clara, daquela época... um rosto muito branco, olhos vermelhos...

- E o que ele estava fazendo na sua casa?

- Não sei... só lembro da voz do meu pai e do meu avô... pareciam discutir... eu comecei a chorar... e uma batida de porta...

- O que será que ele queria?

- Não faço idéia... escuta, já está tarde, temos que voltar para a sede enquanto ainda estiver claro, não?

- É mesmo, ainda temos a festa de Harry para arrumar!

- Festa? Que festa?

- Hoje é aniversário do Harry! Ninguém te disse?

- Não... e agora, eu não comprei nada pra ele...ah, calma aí, vai avisar os outros que eu já vou!

- Trillian, não precisa... ele não vai... Trillian!! Droga...

Ao ver Carlinhos chegar sozinho na sorveteria, Tonks entrou em pânico:

- Cadê a garota? Se você a perdeu, vai ter que assumir toda a responsabilidade, Snape vai me atormentar o resto da vida se...

- Ela foi comprar uma última coisa... falando nisso, cuidado com os pacotes, Malfoy está por aí...

- Nós já vimos – comentou Rony – ele veio todo cheio de si perguntar o que eram essas sacolas.

- Dissemos que eram presentes para o aniversário de Harry – disse Fred – e ele ficou com a maior cara de bosta.

- Mas onde a Trillian se meteu? – resmungou Moody – não quero voltar para o Largo Grimmuald com a noite caindo.

- Lá vem ela – disse Hermione.

- Desculpem a demora, mas eu não podia deixar de dar um presente para o Harry – e entregou ao garoto um embrulho – parabéns...

Harry recebeu o presente meio sem jeito, mas ficou satisfeito. Quem sabe a amiga não aplacaria um pouco a fúria que Snape sentia por ele?

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