Amizade falsa



Estava deitada entre as almofadas e sobre o tapete, de forma aconchegante, e seu livro apoiado na barriga, diante do seu peito. O livro era um dos best-seller mais vendidos dos últimos tempos bruxos. Tinha sua atenção totalmente voltada para o livro, mas sua mente se recusava a absorver a história. Com um suspiro cansado, fechou o livro e jogou-o, sem se importar, de qualquer jeito no chão ao seu lado.

Ligeiramente transtornada, levantou-se com desânimo e foi até a janela aberta da varanda, apoiando-se nela. O frio lá de fora fez ela se encolher nos braços, se abraçando. O inverno havia chegado, no mês de dezembro, e já se via ruas entulhadas de neve. A neve caía lentamente, o suficiente para deixá-la mais calma e afastar os pensamentos daquela noite. Há tempos que não conseguia fazer mais nada direito, desde que Rony interrompera... Não conseguia parar de pensar no que aconteceria se ele não tivesse chegado.

E ela não tinha certeza se era o certo. Ela estava se esforçando tanto para vê-lo como amigo, para superar o que havia passado entre eles. E sempre que pensava nisso, era como se uma força invisível dentro de si a avisasse de que isso era impossível. Que escolha ela tinha? Sabia que nunca conseguiria negar algo que ela intimamente desejava tanto.

Era a mesma sensação que sentira aos seus 17 anos. Lembrava como se fosse ontem. A guerra finalmente havia terminado, os Comensais da morte jaziam em Askaban, sem chances de fuga com a nova medida de segurança tomada pelo Ministério, e Voldemort fora destruído, por quem o mundo bruxo agora o denominava de “ Salvador !”, Harry Potter. A partir daquele momento, o mundo bruxo voltou à sua normalidade, apesar de grandes perdas que houvera durante a guerra.


Harry havia terminado com ela por medo de perdê-la. Como sempre, ele se culpava por tudo de ruim que acontecia ao seu redor, e para protegê-la preferiu se afastar. E por um ano ela reprimiu seus sentimentos, tentando considerá-lo novamente só como amigo e superando o que havia passado com eles. Mas sabia que não iria negar algo que ela desejava loucamente desde que finalmente a guerra se cessara.

- Alguma vez eu disse que ajudaria com isto? – perguntei indignada e com dificuldade, enquanto arrastava uma caixa de pertences velhos e enferrujados da antiga família Black.

- Você disse que ajudaria com a casa. – respondeu Harry ofegante, depois de deixar cair uma caixa no chão, fazendo um baque. Ele olhou pra alguns objetos que foram derrubados da caixa espalhados pelo chão e murmurou um feitiço juntando todos de volta, impacientemente.

- Maldita hora em que abri minha boca. – comentei, revirando os olhos e murmurando outro simples feitiço, que fez com que as caixas coubessem exatamente no lugar em que eles queriam. – Bem mais prático.

Harry sorriu. Ficamos algum tempo observando nossos sapatos sem saber o que dizer.

- Então... – comecei meio sem jeito. – Quando você se muda pra cá?

Harry morava na Toca com os Weasley, enquanto ainda não arranjara uma casa para ele. Ele finalmente parecia tranqüilo e feliz depois de ter se livrado da família dos Dusrley. Mas agora ele estava decidido a se mudar, e já preparava suas coisas na antiga casa da família Black.

- Amanhã. – disse sério. – Quando as coisas já tiverem quase prontas. – Eu fiz um sinal de compreensão com a cabeça e tornei a abaixá-la, sem palavras.

Aquela situação já estava ficando repetitiva. E eu não sou muito de ficar sem o que falar. E ainda por cima, tinha certeza absoluta que minhas bochechas estavam mais vermelhas que nunca, já que sentia meu rosto queimar em brasa.

- Hei... O que estão fazendo aqui? – Fred nos salvou! Foi a primeira coisa que pensei.

- Arrumando o quarto. – dissemos eu e Harry ao mesmo tempo, sem respirar. – Fred riu.

- Aham. – Disse Jorge irônico. – Claro. Como naquele dia em que estavam jogando xadrez dentro do armário de vassouras. – Me arrependi profundamente por ter desejado que alguém viesse nos salvar. Aquilo já fazia mais de 1 ano e até hoje eles não haviam esquecido.

- Cale a boca, Jorge. – disse irritada, sem saber quando que ia parar de corar agora que a sessão tortura havia começado.

Virei de costas e fui juntando os objetos e revistas espalhadas pela cama. Qualquer coisa pra não encarar meus irmãos.

- Fica tranqüila, maninha. – começou Fred chegando perto de mim. – Você sabe que nós somos as pessoas mais confiáveis que você conhece. Nunca falamos da vez que te encontramos entalada no guarda-roupas do Rony, louca pra escutar a voz do Harry e nem da vez que eu roubei a sua “declaração” de amor que você fez para ele e deixou em cima da cama... Se não me engano era algo com sapinhos, não é mesmo Jorge?

Mas nesse hora nem Jorge e nem Fred puderam dizer mais nada por causa dos milhões de calombos que surgiram em todo o corpo fazendo eles soltarem gemidos de dor, e caírem de bunda no chão , ainda com as mãos tentando cobrir o rosto, dos “maribondos” que sobrevoavam sobre eles.

- A azaração contra bicho-papão não, Gina! – Berrou desesperado Jorge, tentando se levantar e sair dali.

- Experimentem mais uma vez continuar com suas gracinhas pra cima de mim e vocês verão eu usar muito mais do que essa azaração em vocês! – disse furiosamente, as bochechas mais coradas que nunca, mas dessa vez pela raiva que eu sentia.

- Você vai ver só! – disse Fred. – Mamãe vai ficar sabendo disso Gina! – ele saía correndo, tateando a porta junto de Jorge. – Vai ter troco! – e bateu a porta com um estrondo, deixando novamente o silêncio entre eles.

- Uau. – disse Harry assombrado. – Já ouvira falar que você era a melhor nesse tipo de feitiço, mas nunca havia presenciado...

Sem me segurar eu ri, colocando a varinha no bolso de volta e me virando pra Harry, que contagiado riu também.

- Sabe... não é fácil conviver com esses dois, sem saber nenhum modo de se defender não é? – disse descontraída depois de um tempo. Harry concordou com a cabeça ainda rindo, e animado se aproximou de mim, me ajudando a organizar algumas coisas ainda espalhadas pelo quarto.

- Sabe... – disse Harry ao meu lado ainda ajeitando revistas e pôsteres que estavam na cama. – Eu senti muitas saudades de vocês. – Ele me olhou, e eu sorri carinhosamente. – Todo o tempo que eu passei na guerra lutando para destruir os horcruxes, eu só pensava que no final de tudo eu estaria de volta na Toca junto dos Weasleys. Esse pensamento parecia me dar força pra conseguir lutar até o final e chegar aqui com as pessoas que eu mais amo. – disse ele parando de remexer as coisas e me encarando. Meu corpo encheu de arrepios, e fez com que meu coração batesse um pouco mais forte.

E então ele sorriu da forma mais carinhosa e sincera que eu já havia visto. Você podia ver em seus olhos a sua alegria de estar ali, e o quão sincero ele fora ao dizer aquilo. Eu senti a sua respiração um pouco mais forte, assim como a minha, e percebi o quanto nós estávamos próximos.

- Harry... – Eu também sorri levemente e abaixei um pouco a cabeça envergonhada. – Você não faz idéia do quanto nós sofremos com a sua falta. Você sempre foi parte da nossa família. E eu não poderia estar mais feliz por você estar aqui de volta.

Harry me encarou um pouco mais sério. – E eu não poderia estar mais feliz por estar aqui perto de você. – Mil borboletas saltaram pelo meu estômago. – O momento em que eu mais pensava durante todo este tempo foi o que eu estaria finalmente junto... de você.

Sem mais agüentar meu coração batendo acelerado e ansioso por aquilo, eu terminei a pouca distância entre nós, e o beijei com tamanha intensidade quanto daquele momento. Algo que esperava por tanto tempo, que eu desejei com tanta força, algo que eu sabia que seria o momento mais certo da minha vida...

- A-há ! Eu sabia ! – A porta se abrira com um estrondo fazendo que eles se afastassem num salto de susto, e vissem a cara vitoriosa de Fred se esgueirando pela porta com uma câmera fotográfica amarela cor-de-ovo ridícula nas mãos.



A campanhia soou alto e estridente, acordando-a de seus devaneios na janela. Ela olhou surpresa para a porta, imaginando o que seria àquela hora. Andando calmamente ela girou a maçaneta, e abriu apenas uma frecha pela porta.

Sua boca se entreabriu com a surpresa.





Um borrão de café se fez em cima de algumas folhas de pergaminho, quando desatentamente empurrou com o cotovelo a caneca posta em cima da mesa. O Natal estava próximo, trazendo consigo o frio e a neve de dezembro. A lareira na parede oposta estava se apagando, e ele se apertou um pouco mais dentro do moletom que usava.

Sua cabeça estava longe do trabalho que havia de fazer direcionando esses pergaminhos, e o cansaço o domava, enquanto ele acordava já do décimo cochilo aquela noite. Passou as mãos pelos cabelos desgrenhados, suspirando fortemente sem achar solução para aquilo. Afastou os pergaminhos de sua frente já sabendo que não tinha chance de terminar aquilo ainda hoje.

O único pensamento em que vinha a sua mente era apenas de uma pessoa. Porquê Rony tinha de chegar justamente naquele momento? O que estava para acontecer... Não conseguiria parar de pensar nisso. Será que isto significava que Gina ainda sentia algo por ele também? Afinal, ela estava prestes a beijá-lo.

E se for a minha chance de reconquistá-la? Se for a chance de fazê-la feliz novamente... “Eu fui feliz Harry. Na verdade... Você me fez mais feliz em toda minha vida, Harry”.

Pare. – disse pra mim mesmo.

Pensava nisso a toda hora, a cada minuto. Será que ele ficaria louco?

Eu preciso parar com isso. – respondi mais uma vez para mim mesmo.

Levantei-me da cadeira e fui até o balcão da cozinha pegar mais uma xícara de café. Talvez se esforçasse um pouco mais conseguiria terminar aquela papelada. Olhei para a paisagem lá de fora, e vi que a neve caía muito lentamente, mas de forma graciosa.

Sorri com a lembrança.

- O que você pensa que está fazendo? – escutei a voz de Gina atrás de mim, me fazendo levar um sobressalto e pular de costas, me virando para encará-la.

- Eu... Eu só... Estava... – apontei para a grande árvore de Natal que fora montada na minha sala de estar, do Largo Grimmauld 12, com algumas fadinhas de verdade e outros enfeites magníficos. – Só...dando uma olhada... no tamanho.. deles... – gaguejei.

- Você estava tentando descobrir quais são os presentes. – Disse ela horrorizada.

- O quê? – Eu disfarcei. – Não! Claro que não!

- Eu não acredito que você não possa esperar até o amanhecer, Harry. – disse Gina, abrindo um sorriso sarcástico, e se aproximando um pouco mais de mim.

- Eu posso esperar até o amanhecer. – eu falei indignado, e arranquei mais uma risada de Gina.

- Ah é? Então o que estava fazendo aqui? – disse ela cruzando os braços de forma desafiadora, e com as sobrancelhas arqueadas.

- Eu estava... er... – Droga! Eu sou péssimo pra inventar desculpas de última hora. – Apenas... verificando se... estava tudo bem com o seu presente. - disse e a olhei com se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Ela me encarou totalmente desconfiada. Me esforcei pra fazer a melhor cara de inocente.

- Meu presente? – disse ela parecendo um pouco menos desconfiada, e se aproximando de mim com uma forma mais carinhosa. Acho que a minha cara funcionou.

- É... Sabe como é. Verificar se ele ainda está inteiro, se ninguém mexeu nele, ou derrubou... – disse enquanto encenava com a mão. Por fim passei a mão pelo cabelo ansioso.

Ela soltou os braços, sorrindo de forma um pouco constrangida.

- Desculpa. – Ela se aproximou de mim e me abraçou pela cintura, me encarando. – Foi muito idiota da minha parte achar que você queria fussar os presentes. – eu ri um pouco aliviado, e ela sorriu de volta pra mim, me dando um beijo.

E depois de uma sessão com bastante amassos no sofá, ela se levanta abruptamente.

- Espere aqui. – Ela sorriu radiante. – Vou lá em cima buscar uma coisa. – E saiu rapidamente pelas escadas.

Eu olhei para a árvore. Lá no meio havia um presentinho, embrulhado com um pequeno laço vermelho em cima. Era a minha chance. Sorrateiramente sem fazer nenhum barulho, eu me ajoelhei em frente a árvore, e peguei o presentinho.

Assim que estava pronto para abrir a caixa, Gina aprece no alto da escada completamente transtornada.

- EU SABIA! – ela disse num tom muito alto capaz de acordar toda a casa.

- Shiuuuu! – Fiz desesperado. – Eu posso explicar!

- Ah é! – disse ela abaixando o tom, mas ainda com a voz indignada. – O que você vai dizer agora, hein? Que estava tentando conferir se alguém tinha feito um arranhão nele? Se está faltando alguma parte? Tudo isso só pra descobrir qual o presente que você vai ganhar de mim?!

- Me deixe explicar, Gina. Não é isso que você...

- Eu não acredito Harry! Você quer acabar com o espírito do Natal?!

- Não, eu não quero! Me deixa pelo menos tentar explicar... – Ela olhou para o embrulho em minhas mãos.

- HÁ! Esse nem é o meu presente! – ela disse com raiva.

- Claro que não! Esse era o presente que eu ia te dar! – falei aborrecido.

Gina ficou alguns segundos com a boca entreaberta sem saber o que dizer.

- Então o que você está fazendo com ele? – perguntou.

- Eu estava tentando trocar. – disse sem ânimo. Agora ela descobriria tudo.

- Trocar? – perguntou confusa.

- Eu estava tentando trocar o seu presente por outro. – respondi suspirando tristemente e jogando a pequena caixinha de lado, entre os outros presentes.

- Porquê? – ela perguntou e eu me joguei no sofá, sem encará-la.

- Ontem eu estava na sala junto de vocês, quando Remo chamou para conversar comigo em particular. – Gina foi sentando lentamente ao meu lado, prestando atenção no que eu dizia. Suspirei. – Bem, ele queria me mostrar algo dos meus pais. Ou melhor, que fora da minha mãe e ficara guardado durante anos junto dele, depois da morte dos meus pais.

Eu tirei um pequeno anel banhado a ouro do meu bolso e entreguei a Gina. Ele tinha uma pequena esmeralda brilhante cravada em cima de um jeito bastante sutil. Ela olhava assombrada para o anel.

- Ele disse que havia sido meu pai que tinha dado a ela quando fizeram um ano de namoro. E ela nunca mais havia tirado a aliança da mão dela. – Eu a encarei, sentindo meus batimentos mais fortes. – Ele disse que era para eu dar pra alguém muito importante pra mim. – Finalmente ela levantou os olhos marejados de lágrimas, e me encarou de volta.

- Eu queria que você o recebesse no momento certo, na hora em que abrisse seu presente e em que eu estivesse ao seu lado pra ver sua reação. – eu disse um pouco deprimido. Ela sorriu, deixando que uma lágrima escorresse sem a intenção.

- Não havia momento mais certo, mais perfeito que esse. – Eu sorri levemente e a beijei.

- Eu te amo. – as palavras saíram da minha boca de forma um pouco inesperada, enquanto nossos rostos estavam próximos, mas eu sabia que eram as
palavras mais certas que eu havia dito até o momento. Era a primeira vez em que eu dizia isso.

Gina sorriu demonstrando sua felicidade, e deixando que mais algumas lágrimas caíssem.

- Eu também.

Lá fora começava cair a neve lentamente, abençoando aquele momento deles juntos pela primeira vez.



Ele nunca esqueceria. Lembrava como se fosse ontem. Fora o Natal mais importante de sua vida.

Suspirou fundo, deixando outra caneca jogada pelo balcão. Ele não conseguiria esquecê-la. Precisava dela. Será que ela ainda usava o anel? ... Não. Provavelmente não.

Sempre que tentava se imaginar no futuro com alguém... Só havia uma pessoa em quem ele conseguia pensar. Sempre houvera só uma. Ele não podia desistir tão fácil assim. Tinha que ir atrás... Tinha que lutar para reconquistá-la novamente.

“Você me fez mais feliz em toda minha vida, Harry”

Ele sabia que podia fazê-la feliz pro resto da vida. Era sua oportunidade. Iria até lá lutar por ela.



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- John? – perguntei incrédula. – O que faz aqui? – ele me olhou um pouco ansioso.

- Por favor, Gina. Eu preciso conversar com você. Eu preciso me desculpar pela burrada que fiz.

Olhei seriamente para seu rosto. Ele parecia estar tentando ser sincero. Suspirei, abrindo a porta completamente.

- Entra. – disse um pouco amargurada. Não podia negar que eu não queria vê-lo nem pintado.

Ele entrou sorrateiramente pelo apartamento, observando todas as minhas coisas. Eu esperei que ele acabasse com a vistoria, e cruzei meus braços um pouco impaciente.

Ele se virou para mim, dando um suspiro forçado e me olhando com um ar triste.

- Eu sinto muito pelo o que aconteceu entre a gente, Gina. Pelo visto eu entendi as coisas mal, e banquei um idiota. Eu me arrependo demais pelas coisas que falei. – eu franzi a sobrancelha. Isso não era do feitio de John. Ele se aproximou um pouco demais de mim, e eu o encarei desconfiada. – Eu não quero perder a nossa amizade.

- John... – eu disse recuperando o ar, e controlando um pouco da minha paciência. – Nós nunca tivemos uma amizade. – eu o encarei ligeiramente sarcástica. – Eu tentei ter. Mas você destruiu qualquer possibilidade.

Ele passou as mãos pelo rosto desesperado.

- Então podemos tentar ter alguma. Eu prometo que dessa vez não farei outra besteira. – Eu suspirei descrente. Ele continuou. - Olhe, eu não posso dizer que não sinto mais nada por você, porque não estaria dizendo a verdade. – eu o encarei. – Mas prometo que dessa vez não interpretarei as coisas errado, e darei o melhor de mim para ser o melhor amigo que você já teve.

Isso seria impossível, John.

- Eu realmente quero concertar as coisas dessa vez. Eu entendo que você não goste mais de mim... Mas a sua amizade é tudo que eu mais quero no momento. – Ele segurou as minhas mãos e eu fiquei um pouco assustada. – E eu sei que dessa vez vai dar tudo certo.

Eu o olhei incrédula por alguns segundos, me perguntando o que ele queria dizer com aquela frase. Eu soltei suas mãos, respirando fundo e sem saber como iria dar aquela resposta a ele. Provavelmente ele percebeu, pois no momento seguinte implorou por mais uma chance.

- Ok, John. – disse um pouco relutante e ele abriu um sorriso meio idiota. – Mas você não pode pedir a minha confiança novamente.

Ele parecia um decepcionado depois do que eu disse, mas do mesmo jeito se esforçou para parecer feliz. Sem saber o que dizer a ele, perguntei se queria algo para beber, como café ou outra bebida.

- Café está ótimo. – disse se acomodando no sofá, com toda intimidade.

Soltei um “ah” sem graça. Eu odeio fazer café. Simplesmente porque é um saco e não é meu forte. Mas John ou não se lembrava ou estava afim de me provocar. Fui na cozinha e acho que fiz o pior café de toda minha vida, levando em consideração a rapidez em que fiz. Mesmo assim eu levei uma xícara para John, que já tinha até colocado os pés em cima da minha mesinha de centro.

Olhei para ele com uma falsa cordialidade – Poderia fazer o favor de tirar os pés da mesa?

Ele fez um movimento com a cabeça concordando de forma um pouco exagerada, e ao mesmo tempo tirando os pés. Bom, e então veio o desastre. O pires que estava em sua mão virou e derrubou todo o café ( que eu tive trabalho para fazer! ) na sua camisa, formando uma grande macha no meio dela.

John assustado deu um grito por causa do café quente.

- Ai Deus. – falei incrédula de que aquilo estava acontecendo. Eu não sabia o que fazer para ele parar de gritar. – Er... John, tire a camisa antes que você se queime. – disse atrapalhada. – Eu... Eu vou buscar outra camisa pra você. – E saí rápido em direção ao meu quarto.


- Droga! – Falou John balança a mão suja de café, e acabou por limpá-la no sofá de qualquer forma.

- Não acredito nisso. – falou olhando para camisa de marca comprada na Alemanha que justamente havia colocado somente para esta ocasião.

Transtornado, tirou a camisa e deixou-a em cima do balcão. Nunca lavava suas roupas. Não fazia idéia de como se fazia isso. Lavou as mãos na pia da cozinha, e secou na própria calça.

De repente a campainha tocou, e John verificou pelo corredor se Gina estava vindo de volta. Não viu nem sinal de sua voz.

Tocou pela segunda vez, incrédulo disso, ele foi até a porta e atendeu.

Não podia acreditar em tamanha sorte. Sorrindo satisfeito, disse sarcasticamente.

- Ora, ora se não é o nosso famoso brigão dos últimos tempos.




N/A : nhaa ! Sim é o novo capítulooo ! Inacreditável... finalmente atualizeiii !
Gente eu seiiii eu demoreii muitooo mil sorrys. Eu viajei voltei no meio de janeiro, e mal tinha começado o cap. Tava completamente sem inspiração... Mas agora foi. Eu ameiiiii escrevê-lo porquê está recheado de flashbacks coisa que eu amooo ! Não repare muito se tiver vários erros porque eu terminei agora de escrevê-lo, gente...

Espero que valha a pena.. e que vcs gostem.
Peço Milhões de desculpas galera...

Comentem ok ?! =]]]

Bjões.



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Comentários (1)

  • Edwiges Potter

    CONTINUA PELO AMOR DE DEUS!!!!!!!!! Pelo jeito vc desistiu de escrever a fic, MAS POR FAVOR DIGA Q NÃO, DIGA QUE VAI CONTINUAR!!!!! DÊ UM SINAL DE VIDAAAAA!!!!!!!

    2012-09-22
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