Não há ponto final na nossa hi






Não podia acreditar. O que ele fazia ali? John não o convidaria. Lembrava-se muito bem das antigas brigas dos dois na época em que ainda o namorava. Aquilo estava ficando ridículo. As pessoas cochichavam ainda mais com a presença de Gina na frente da multidão, e isso já estava começando a deixá-la sem graça.

Harry ainda era marcado pela população bruxa como o menino que sobreviveu, mas agora também era conhecido como “O Salvador”, por ter salvado a comunidade bruxa da guerra contra o Lorde das Trevas. Pequenas notícias sobre sua vida ainda saíam no Profeta. Mas mesmo acostumado com toda essa atenção, podia reparar que ele também estava ficando com um pouco de vergonha.

Seu olhar cruzou com o dele. E pôde sentir aquele arrepio na espinha, que faz todos os pêlos se arrepiarem, só pelo seu olhar. Era um olhar que ela conhecia muito bem. De arrependimento.

- O que faz aqui? – se aproximou dele, com o sangue fervendo em suas veias. Não era justo aquilo. Não agora.

- Eu preciso falar com você. – ele a olhou diretamente nos olhos, e ela sustentou seu olhar. Sabia o que ele tinha a dizer.

- Eu não quero ouvir. – respondeu secamente.
- Você precisa. – ele tocou em seus braços. Ela ficou sem reação. – É importante.

- Não, não é. Eu sei o que você tem a dizer, e não quero ouvir. – respondeu ela resistindo.

- Você sabe que isto não acabou. Você precisa me escutar. – o desespero era visível em seus olhos. Gina abaixou o rosto contrariada.

- Droga, porquê você sempre faz isso? E justo agora? – Gritou ela se soltando dos braços de Harry com raiva.

– Eu preciso seguir em frente, Harry. – Encarou ele com olhos brilhantes em lágrimas. – E você também. Nossa história já acabou, Harry. Você pôs o ponto final nela, há um ano atrás. - Harry passou a mão pelos cabelos impaciente e nervoso. Precisava conversar. Pedir perdão. Toda a multidão os encarava sem dar um pio.

- Não, não pus. Não há ponto final na nossa história, Gina. – ele implorou com o olhar.

- Me esqueça. – disse Gina depois de um longo suspiro, ignorando o comentário dele de antes. – Porque é isto que eu estou fazendo. – Mentiu ela, tomando coragem para finalmente por um fim na história deles. Era o certo a fazer.

O silêncio era cortante no salão. Ninguém ousaria dizer uma palavra naquele momento. Todos olhavam para as mínimas reações dos dois. Os belos olhos verdes encararam o rosto da ruiva, molhado em lágrimas, em desespero. Tinha a boca aberta procurando palavras que não conseguia dizer. Seu coração gritava em meio aquele silêncio desconfortável. Nos olhos da ruiva via a mágoa e o rancor, que a sustentava ali naquele momento.

Queria dizer que era impossível. Que simplesmente não dava, e não podia fazer o que estava pedindo. Era com ele que ela deveria ficar. Que seria feliz. Mas a única coisa que conseguiu dizer...

- Você está certa. – a olhou nos olhos, vendo a lágrima escorrer pelo rosto vermelho dela. - Eu não irei te incomodar outra vez.



Viu ele sair pelos jardins, do lado de fora do salão. Fechou os olhos confusa, sem saber o que estava sentindo. Alívio ou Arrependimento. Aos poucos os comentários foram aumentando de tal forma que a multidão chegava a apontar, para o caminho pelo qual Harry tinha saído, e a olhava sem disfarces, aumentando a culpa que sentia dentro de si.

Sentiu dois braços a envolvendo, e fazendo ela encostar o rosto em seu ombro. Ela o abraçou buscando carinho e conforto, enquanto ele a consolava ligeiramente. Os comentários aumentaram ainda mais. Escutou a voz de John sussurrando.

- Vamos sair daqui, ok?

Concordou levemente com um aceno de cabeça, e sem nem olhar para as pessoas pelo qual passava, foi com John até um quarto, onde pudesse ficar longe dos olhares da multidão.


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- Eu não devia ter confiado a Harry cuidar de Sam! – estressou-se Hermione, que estava à beira de um ataque de nervos, andando de um lado para o outro, e bagunçando os cabelos com uma das mãos.

- Se acalme Mione! Harry deixou Sam com mamãe! – disse Rony pela milésima vez com o rosto cansativo, tentando convencê-la de que estava tudo bem.

- E isso é motivo para eu me acalmar? – esgoelou. – Sua mãe sempre dá besteiras a ele. Aposto que deve estar tentando entupi-lo de doces, aquelas tortas e salgadinhos gordurosos...

- Mione, Sam só consegue beber leite e alguns sucos que você prepara... – comentou Rony calmamente.

- Ah, mas aquela mulher vai dar um jeito para empanturrá-lo. – Rony revirou os olhos. – Eu tenho certeza, Rony!

A multidão já havia se acalmado do escândalo de mais cedo, e poucas pessoas ainda falavam sobre o assunto. Rony sentava num sofá perto de algumas pessoas desconhecidas, que comentavam sobre o caso, aumentando três vezes a história real. Hermione reparou que ele tinha uma cara preocupada, e entendeu o que acontecia, antes de comentar.

- Você acha que Harry está bem? – perguntou depois de um longo suspiro. Rony arregalou os olhos para ela. – Ok, pergunta idiota.

- Não sei. Mas é que... – Mione sentou ao seu lado prestando atenção ao que ele dizia. – Eu sempre achei que eles terminariam juntos, depois de todo esse tempo. – bufou. – E agora Gina diz isso. Terminando com a história mesmo. – ele olhou nos olhos da esposa. – E o pior que eu insisti dizendo que eles ainda eram apaixonados um pelo outro, inclusive Gina. E agora que ele tenta fazer a coisa certa...

- E você tinha razão! – interrompeu ela, olhando carinhosamente pra ele. – Eles que são orgulhosos demais para assumirem isso.

- Isso não podia ter acontecido... – suspirou pesadamente. – Você acha que Gina está gostando do John de novo? – curioso para saber a opinião de Mione.

- Não. – riu. – Não ainda pelo menos. – se recostou no sofá confortável. – Amanhã talvez esse fato consiga a primeira página no Vespertino. Já faz algum tempo que não temos um escândalo desses sobre o “menino-que-sobreviveu”, não é mesmo? – Rony riu. Depois de algum tempo Mione respondeu aos seus próprios pensamentos.

- Isto não acabou ainda. Como o Harry disse, não há ponto final nessa história.

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John voltou da cozinha trazendo um copo de água com uma aspirina.

- Obrigada. – virou o copo todo de uma vez.

Olhou para o chão sentindo-se miserável. Era pior situação, o pior lugar, e a pior hora para que se acontecesse agora. Havia estragado a festa de John, todos os convidados deveriam estar comentando sobre o caso, e com mais um pouquinho de sorte, estaria em algum jornal de fofocas na primeira página, no dia seguinte.

De todas, todas, as idas e voltas que já aconteceram entre eles, ela tinha certeza de que essa fora decisiva. E Deus, parecia que seu coração estava dilacerado dentro de seu corpo. Na verdade, a dor de uma faca rasgando seu peito era mínima com o que ela sentia no momento. Tinha certeza disso. Tudo que ela queria era ir embora. Estar sozinha. Chorar até suas lágrimas esgotarem, e o cansaço tomar conta de seu corpo, fazendo-a dormir.

Sentia vergonha, raiva, tristeza, melancolia, dor e... amor dentro de si, tudo ao mesmo. Todos esses sentimentos estavam confusos em sua cabeça, mas apenas um ela sentia fortemente em seu coração, no momento. A dor da perda de um grande amor.

Tudo que desejava nos últimos dias era esquecê-lo, terminar de uma vez o que havia ficado inacabado, mas agora... Agora que tinha certeza de que não haveria mais volta, era como se o mundo não existisse, nem o céu, nem o chão. Estava flutuando na dor e não sabia que caminho seguir.

John a abraçou novamente ao perceber mais lágrimas que caíam dos olhos de Gina. Ela se deixou levar, um pouco perdida, mas se afastou rapidamente, limpando as lágrimas e o encarando seriamente.

- Eu preciso ir embora, John. – ele fez uma cara de descrença, e ela sabia que ele não queria deixá-la ir. – Eu tenho que ir. – repetiu mais confiante. Se afastou indo em direção a porta do quarto, enquanto John ia atrás. Ela se virou. – Me desculpe pela confusão, John. Eu estraguei sua festa. Eu estou...

- Por Deus Gina, não se preocupe com isso. Eu não me importo com a festa. – ele se aproximou dela, acariciando seus cabelos. – Eu me importo com você.

Gina sorriu levemente e abaixou a cabeça. Era lógico que John ainda estava apaixonado por ela. Mas ela tinha tantas coisas em mente. Tantos sentimentos em seu peito... Não conseguia pensar sobre isso no momento.

- Obrigada por tudo, John. Eu nem sei como agradecer o apoio...

- Não precisa. Eu sempre estarei aqui quando você precisar. - ele disse.

Sem precisar dizer mais nada, Gina foi até a porta agradecendo mais uma vez, e deixando um John deprimido e pensativo no quarto sozinho.



N/A: cap curtinho eu sei!!! mas eh soh pra recompessar a demora da outra vez!! =]]]
bjos*

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