Surpresas inesperadas!

Surpresas inesperadas!



Ao toque suave de suas impressões digitais na água quase transparente, a luz solar irradiou do baixo horizonte, trazendo as cores púrpura e magenta para o céu da manhã, misturando-se aos raios amarelos e laranja. Quase como mágica, o enorme castelo de pedra cinza clara iluminou-se e as dezenas de riachos que o cercavam pareciam correr mais rápidos em volta de um ciclo constante, nunca interrompido desde as épocas antigas. Era reconfortante ver a mesma imagem todos os dias; era como se o ar dissesse que sua pressão seria a mesma, e que os porcos e javalis que corriam soltos na floresta à sua frente teriam sempre o mesmo tempero quando servidos à mesa do jantar. Era familiar, agradável. Quase lhe fez deitar na grama com os pés n’água e dormir olhando para o céu.


Ela era apenas uma garota. Uma mulher, criança ou... tudo. Desde que seus pais morreram, ela tem essa chata senssação de que está só.


Sua rotina era comum e até estava ficando entediante, em sua visão; Acordava cedo, brincava um pouco com seu gato, White, nadava nos lagos do clã da coruja, mesmo sabendo que suas tias e avó não permitiam por que achavam impropriado para uma moça, subia em árvores e brincava silênciosamente de pensar...


Ela, por fim, era Hermione Granger. Sempre calada e sonhadora. Para ela, era tudo mentira. Ela não aceitava sua vida, na verdade, a odiava. De uma forma estranha, sempre imaginou a sua vida assim; Ela era uma escrava que morava na casa da coruja, servindo e abodecendo a todos a sua volta. Todos mesmo; Até suas serventes mandavam nela. Hermione espera anciosamente uma brecha para fugir. Como diz o ditado grego, "Uma princesa só sente dor quando vê o ferimento."


Mas... Para Hermione, esse ferimento estava aberto a anos, e ela já cansou de o ver. Tanto que não doi mais... Só magoa.


Hermione estava na beira do rio mais fundo do clã da coruja, que ficava perto da casa da coruja. Eram aproximadamente sete da manhã.


-Hermione. -Zia, sua servente pessoal, a chamou. -Tenho noticias para você. Sei que não vai gostar, mas preciso dizer... O rei do clã do mar faleceu. Um de seus filhos vai tomar a coroa, mas precisa de uma esposa... O novo rei, acho que se chama Fred, veio aqui com o pessoal daquela banda, para te pedir em casamento... E a sua avó aceitou.


POV. Hermione


-Ca o que? Terminando com mento? Casamento? Eu não posso me casar! Sou muito nova e inocente! -Contestei me levantando imediatamente.


-Bom, Hermione, você tem vinte e dois anos. Eu concordo mesmo que é muito inocente, mas nova não é. Já são vinte e dois anos, e esse povo tá querendo se livrar de você, né? Querem que você vá embora para pegar sua coroa, óbvio. Mas o rapaz me parece bom... E também tenho que dizer que o casamento, já que você aceitou, é hoje...


-EU NÃO ACEITEI NADA! -Gritei.


-Me pediram pra te mandar subir, para eles te conheceream. Também mandaram ver se você está apresentável, mas está sim. -Ela meu ignorou.


Subimos o relevo e fomos até o quintal do castelo... Estavam apenas minha avó e minhas tias.


-VELHA CADUCA, QUEM MANDOU TOMAR DECISÕES SEM ME PERGUNTAR??? -Eu gritei quando cheguei lá. Nunca chinguei a minha avó de nada, mas a senssação era tão aliviante que eu nem sei a quanto tempo já deveria ter xingado.


-CALE A BOCA NO MEU CASTELO! -Ela gritou. -E você vai casar sim, menina afoita e maluvida!


-Eu caso sim! Me sinto até honrada, velha. Vovô tava certo em fugir, tadinho. -Provoquei. -Mas agora que eu vou embora, é melhor te dizer que todos esses anos eu troco seu remédio de memória por pedras de sal!


-VOCÊ FEZ O QUE? VÁ PRO INFERNO, DIABO, QUE LÁ E O TEU LUGAR! -Ela me deu um tapa no rosto.


-E DE ONDE VOCÊ ACHA QUE EU VIM? -Me tranquei no meu quarto e me joguei na cama. Como ela pode fazer isso?


Eu não sou como um cavalo qualquer, que quando um cansa, dá para outro. Boa parte das minhas primas se casou assim, sem nem saber. Mas no outro dia elas já estavam completamente apaixonadas... Eu não sou capaz de amar tão rápido assim. Eu sou... Como uma pedra. Uma pedra sem sentimentos que é chutada todo dia.


-Não. -Me levantei. -O rei do clã do mar não tem nada a ver com isso. Ele não tem culpa da minha avó ser uma doida varrida. Eu vou me casar sim.


Procurei um por vestido, e vesti um que era azul claro e tinham alguns detalhes de renda. Respirei fundo, coloquei uma bota branca, uma pulseira da prata, um pingente de coruja e por fim uns brincos simples de strass. Respirei fundo novamente, sorri, e tentei mante-lo ni rosto enquanto voltava para a sala de visitas, onde todos deveriam estar.


Pensei antes de abrir a porta... As portas sempre foram abertas... Eu sempre pude fugir na hora que bem entendesse... Mas não fiz isso nunca... E espero que esse casamento compense.


Entrei, calmamente. É, todos estavam lá.


-Mandaram me chamar? -Perguntei fingindo não saber de nada. Minha avó sorriu, agradecendo- me por ver que afinal, eu ainda tenho juizo.


-Ah, sim, querida. -Mas como a velha é boa atriz... -Sim, tenho noticias.


Ela disse tudo o que Zia me disse lá embaixo. Bom, ele parecia mesmo uma pessoa legal. Seu nome era Frederich, mas todos o chamam de Fred. Alto, forte, atlético, inteligente... Hermione, já? Achei que aquela coisinha de ser uma pedra chutada fosse verdade. Ele é tão cavalheiro, que se deu ao trabalho de perguntar a mim, se eu aceitava. Fiquei muito feliz. Era a primeira vez na minha vida que alguém pergunta se eu quero ou não. Sempre foi assim; Vai, vamos, que... Fiquei até uns cinco segundos em silêncio.


-Ah... Sim... Sim, eu aceito. -Respondi. Essa coisa de responder é tão confusa... É novo pra mim, não sinto que tenho todo esse poder para dar resposta. Só ouvir o que devo fazer, ao invés de pensar no caso.


Acho até que ouvi minha avó me ameaçando se não aceitasse.


E então... É, agora já subi no barco sem ancora... E eu espero que o vento me leve para a terra firme..

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