Capitulo 1




Ele parou na frente do espelho, com as mãos na pia. O banheiro estava vazio, era cedo demais, mas ele não conseguira pegar no sono a noite toda. Ele já havia protelado demais.
Só faltavam dois dias para o dia dos namorados, e, coincidentemente, para o baile mais importante do ano. E já fazia anos que ele tentava arranjar a coragem necessária para chamar a garota que ele queria. Droga, Severo... – pensou – Como você pode ser tão covarde? 
Lily era sua melhor amiga. E a garota mais perfeita que ele conhecia. Ela podia não saber, mas ele sabia desde o momento em que ele havia posto os olhos nela. E depois de seis anos a conhecendo, não havia dúvidas pra que ela era a única garota que importava pra ele. 
Mas como? Ser seu melhor amigo era de fato um problema e uma vantagem. Ele já era próximo dela, e poderia falar a qualquer instante, mas... E se ele arruinasse tudo? E se ela só o visse como um amigo? Ele não era, afinal de contas, o único interessado nela. Ele tinha sorte que Lily tinha recusado alguns convites, que já haviam sido jogados a ela com algumas desculpas sobre ter que estudar para as finais, mas ele sabia que ela queria ir ao baile. 
Ele respirou fundo. 
Você vai conseguir, ela vai aceitar... você vai conseguir... – repetiu o mantra a si mesmo. Ele perguntaria em algum ambiente legal, diferente... Talvez nos campos? Ou Hogsmeade? Quem sabe no lago? Suspirou, até a parte mais simples de seus planos já era complicada. 



Ele acordou tarde naquele dia. Mas não se importava. Pegou os óculos ao seu lado e abriu as grandes cortinas vermelhas, que cercavam sua cama, de bom humor. Ele começaria seu plano para levar Lilian ao baile. Era quase uma questão de honra. Sirius zombaria dele para sempre, se ele não conseguisse este ano. 
James a convidara em anos anteriores, mas ele seria capaz de apostar que ela havia levado na brincadeira. Ela quase nunca ia aos bailes, de qualquer modo. Quando foi, dançara com vários, mas nunca tinha um par fixo. Dizia que viera com as amigas, somente para se divertir e acompanhá-las. 
Ela era realmente uma garota muito bonita. E inteligente. James apreciava as qualidades dela, mas mais do que isso: ele não passaria mais um ano indo ao baile com uma garota qualquer escolhida na última hora. 
Ele se olhou no pequeno espelho do armário, passando as mãos no cabelo negro e bagunçado. Ela não tinha motivos para negar o convite. O que ele poderia temer? 
Bom, este ano a abordagem seria diferente. Nada de piscadelas indiscretas na mesa da Grifinória durante o jantar ou mesmo convites feitos às pressas, com Sirius rindo ao seu lado enquanto ela caminhava para sua próxima aula. Não, nada disso. Ele chegaria com calma. Conversaria com ela. Seria um cara normal e divertido como era, e não convidaria logo de cara. Deixaria Lily interessada antes e aguardaria, depois que ela já estivesse com a ideia na cabeça, a convidaria. E pronto, está feito. Simples e rápido o suficiente, para ele somente estar colocando o plano em ação dois dias antes. E com garantia de sucesso. Ou pelo menos ele achava. 

– Eu estou dizendo, Sev, eles são maus! – ela dizia, uma vez mais. Ele suspirou, quantas vezes mais ele precisaria participar daquela discussão? 
– Lily, não é como se eu morresse de amores pelos seus amiguinhos grifinórios também!
– Eu sei, eu sei! Mas é diferente. Olhe pra mim! Sev, eles... Você sabe muito bem com o que as famílias deles estão envolvidas. – ele abriu a boca para falar, mas ela o interrompeu levantando um dedo – E também sabe muito bem que eles não têm nada, nada contra esse tipo de coisa. É isso que eu chamo de mau, Severo, isso! Não pegadinhas infantis e aventuras idiotas pelos castelos, como as que você acusa praticamente todo grifinório de participar.
Ele bufou.
– Tá, eu sei. Mas e dai? E dai que as famílias deles suportam você-sabe-quem? Você sabe que eu não sou estúpido o suficiente pra me meter com este tipo de coisa. Ou não confia em mim?
– Sev, eu confio, mas... Eu tenho medo. E se você sabe do que eles são capazes, por que anda com eles de qualquer modo?
– Ah, não sei, Lily. – disse sarcástico – Talvez porque eu precise ter algum outro amigo além de você, sabe? Um da minha casa, quem sabe, só pra conhecer alguém lá dentro, já que eu passo a maior parte do tempo com aquelas pessoas. 
– Argh, Severo! De todos, todos ali, você tinha que escolher justo estes? 
– E por que você se importa, de qualquer modo? – As palavras haviam saído rápido demais, sem que ele pudesse pará-las e reconsiderar. Era fato que ele vinha se sentindo trocado, e que ultimamente Lily passava muito tempo com os grifinórios, mas ele teria segurado estas palavras se pudesse. Isso poderia atrasar seus planos.
Ela parou como se tivesse levado um tapa. Sentia a raiva e a mágoa correndo por seu corpo, e por um segundo sua visão ficou turva. Ela já esquecera onde estavam, as árvores, o campo ao seu redor era só mais um elemento que seu cérebro apagava. Ela fixou os olhos nele, possessa.
– Por que eu me importo? POR QUE eu me importo, Severo? Talvez, não sei, porque você é meu melhor amigo. Porque eu te conheço há seis anos e não gostaria de te ver indo pelo caminho errado. Ou sei lá. Não sei mais por que me importo, também. 
Ela o empurrou e seguiu andando. Ele se virou e agarrou o pulso dela, fazendo-a virar. Ele tinha um plano e nada o impediria. Já era tempo de mais naquele sofrimento. E eles estavam a dois dias do dia dos namorados. Ele olhou em seus olhos.
– Lily... Você tem que confiar em mim. Eu não vou fazer nada estúpido, você sabe disso. Desculpe pelo jeito que eu disse. 
Ela baixou o rosto, segurando as lágrimas e seu cabelo vermelho caído no rosto. 
– Eu confio, Sev... É só que... Eu não sei, eu tenho medo que eles estejam de usando, te manipulando, e quando você vir... Vai ser tarde de mais. 
– Lily... Não vai acontecer nada. Fique tranquila. Eu sei que se eu me perder, eu tenho você como bússola, não? Você sempre apontaria o caminho certo. 
Ela assentiu e sentiu uma lágrima rolar por seu rosto. Ele estremeceu, não aguentava vê-la chorar. Era pior porque ele sabia que a culpa era sua. 
– Lil... Desculpa. E-Eu não queria te magoar. Vamos, deixe-me te compensar. Amanhã nós podemos ir até Hogsmead, que tal? Doces, cerveja amanteigada, vamos esquecer disso tudo, ok? – Ele tentou fazer com ela olhasse para ele, e encarou os grandes olhos esmeralda marejados dela, se esquecendo de respirar por um segundo. 
– Tá. – ela engoliu as lágrimas, aliviada por ver de novo aquele Sev meigo que ela conhecia.
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Entãão, eu vou dividir em uns 4 capitulos e vou postando aqui. Esta fic eu escrevi para um especial de dia dos namorados de outro site,e nada mais justo do que postar aqui pelo menos o começo no dia dos namorados. Desejo um feliz dia dos namorados a todos que já encontraram o ovo de sua marmita, a outra metade da laranja (dia liberado de usar expressões cafonas e diminutivos haha) e etcs, e a todos que não, como eu, porque nosso dia ainda chega! haha Abracem, se não seus namorados, um amigo, um parente, ou uma fic! E uma barra de chocolate. Vou parar por aqui haha quero saber se vocês gostaram, hein? 
Beijinhos
Ju 

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Comentários (1)

  • Pompideau

    OMG! Tá ótima! É uma das unicas fics em que eu vi o Sevie tendo a ideia de tomar corajem e falar o que realmente o que sente para Lílian...Parabens! :) 

    2013-05-16
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