E assim começa



- Aqui, Harry. – fala Pomfrey sorrindo e lhe entregando um prato de sopa. – Coma isso.


- O que aconteceu? – pergunta Harry tomando a sopa lentamente, curioso que não sentia o gosto de nenhuma poção dentro da sopa.


- Você trouxe a Srta. Weasley e praticamente desmaiou. – fala Pomfrey calmamente enquanto executava uma série de feitiços de diagnóstico por sobre o corpo dele. – Você está bem, agora, embora seu núcleo mágico esteja instável. Ele parece estar crescendo. Vai levar um tempo para se estabilizar novamente. Há algo que eu possa fazer para te ajudar?


- Não. – fala Harry cansado. – Eu estou... bem.


- Você deve ficar aqui, por mais um dia ao menos. – fala Pomfrey fazendo uma careta. – Deve descansar e se alimentar. Seus colegas tem vindo seguidamente para vê-lo, mas eu impedi todo mundo.


“Mas o que foi que aconteceu, afinal? Eu deveria estar morto! Não de volta ao final do meu segundo ano. O que foi que eu fiz???” – pergunta-se Harry em silêncio. – “Ahhh! Porcaria! O Véu é um portal. Um portal para o mundo da Morte. Eu sou, segundo o que contam as lendas, o ‘Mestre da Morte’. A Varinha é a Varinha da Morte. A Varinha segue meus desejos. O que eu pedi a ela?? ‘Leve-me para casa.’ E ela me trouxe para ‘casa’, pois Hogwarts foi, para mim, pelo menos até o final do segundo ano, ‘minha casa’. Depois disso, eu sempre quis morar com Sirius! Abençoada varinha. Ela me trouxe para casa. E agora... o que eu faço???”


- Você está bem? Parece meio diferente. – pergunta Madame Pomfrey.


- Na verdade... – fala Harry e pára enquanto pensava num plano tão maluco que faria de Sirius um modelo de sanidade mental. Mas era um plano muito bom. Se desse certo. As chances eram pequenas... mas... bem, ele podia fazer isso. Sim. Ele podia. Colocou uma voz mais cansada e monótona e começou a executar seu plano. – Na verdade... Eu encarei e matei Quirel ano passado. – fala Harry em voz baixa. – Esse ano eu encarei e matei Um Basilisco. Fico pensando em tudo o que aconteceu e não tenho certeza se quero voltar para cá ano que vem. É simplesmente muito perigoso.


- Bem... foram apenas alguns contratempos, não é mesmo? – pergunta Pomfrey séria. – Você verá que no próximo ano, tudo será melhor.


- Duvido disso. – fala Harry aborrecido. - Acho que eu não quero mais ser um bruxo. É mais seguro no mundo dos trouxas. Vou verificar como recuperar o tempo perdido na escola trouxa e acho que vou ficar por lá mesmo.


- Acredito que você deva falar com o diretor antes de tomar qualquer decisão precipitada. – fala Pomfrey calma. – Não concorda?


- Ele é o diretor desta escola. Mas não é minha família. Meus familiares já disseram várias vezes que eu deveria me tornar normal. Acho que vou fazer o que eles querem. Voltar ao mundo trouxa e arrumar um emprego, depois viver por lá. – fala Harry sério. – Eu... gostaria de ficar sozinho por uns dias. Tenho muito em que pensar. Não estou querendo conversar com ninguém.


- Vou avisar seus amigos para lhe deixarem só. – fala Pomfrey calma lhe fazendo um carinho na cabeça, antes de se afastar com o coração pesado. Ela precisava falar com Dumbledore.


Harry Potter queria deixar o mundo mágico.


Os sintomas... o tom de voz... o desânimo.


Pomfrey reconhecia tudo isso.


Depressão.


Mortal para um bruxo.


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Por dois dias Harry foi deixado na ala hospitalar. Sempre que Dumbledore aparecia, ele fingia estar dormindo. E depois de anos em Azkaban, ele podia fingir muito bem. Dois dias foram necessários para que ele levantasse sua oclumência ao máximo.


Harry ficou surpreso ao notar que sentia o poder da Varinha no bolso de Dumbledore.


Ela o chamava.


Implorava por seu toque.


O Toque de Seu Verdadeiro Mestre.


Harry enviou seus pensamentos a ela, pedindo paciência. Dizendo ser necessário mais tempo para fazer tudo o que deveria.


Ela entendeu e respondeu diminuindo a intensidade de seus chamados. Eles ainda estavam ligados.


Ambos sabiam que estariam juntos em breve. Era apenas uma questão de tempo.


Bloquear qualquer contato com a horcrux em sua cabeça levara-o a não sentir dor e não compartilhar informações com Tom. Ele sabia um ritual para se livrar de sua horcrux, mas precisaria de um lugar para fazê-lo. E precisaria de ajuda para isso.


Ele finalmente estava pronto para começar.


Era hora de começar a se movimentar.


Era hora de deixar de ser bonzinho e começar a atacar.


Era hora de pegar em armas.


Armas Pesadas.


Era hora de chamar para o ‘jogo’, alguém muito poderoso e absolutamente leal a ele e a mais ninguém.


Era hora de colocar na briga um dos mais poderosos seres do Mundo Mágico.


Era hora de chamar... Dobby!!


Era madrugada quando Harry lançou alguns feitiços sem varinha sobre a enfermaria, garantindo a privacidade.


- Dobby! – chama Harry com voz forte e vê um pequeno elfo aparecer á sua frente.


Uma hora depois, com um elfo hiper-ativo agora ligado a ele, Harry sorriu. Dobby tinha partido em uma missão que lhe garantiria a liberdade tão desejada. Tudo o que ele precisava fazer era continuar a fingir que estava depressivo e que queria abandonar o mundo da magia.


Não era muito difícil.


Fingir era sua especialidade.


Só extremamente chato.


Ele sabia que tinha que ganhar todo o tempo possível para Dobby.


Fingir era um tédio!!!


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Hogwarts – Reunião dos Professores – mesma noite


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- E assim, mais um ano se passou. – fala Dumbledore sorrindo. – Quaisquer outros assuntos?


- Eu gostaria de comentar algo. – fala Pomfrey séria. – Sobre Harry Potter.


- O que o moleque arrogante fez dessa vez? – pergunta Snape com desprezo.


- Modere seu tom de voz. – alerta Pomfrey seca encarando Snape. – Ele está na enfermaria desde o dia em que matou o Basilisco.


- Imaginei que ele já teria tido alta da ala hospitalar. – comenta Minerva seca.


- Para ver o quanto você se importa com um de seus Leões. – fala Pomfrey com escárnio. – Não. Eu o liberei da Ala hospitalar no dia seguinte, mas ele pediu para ficar por mais algum tempo.


- Ele pediu para ficar internado? – pergunta Minerva surpresa. – Ele odeia hospitais. O que ele tem?


- Ele está em um estado conhecido como Depressão. – fala Pomfrey séria. – Ele pouco fala. Fica o tempo todo olhando para o teto e, quando eu tentei conversar com ele, ele exprimiu o desejo de voltar ao mundo dos trouxas para sempre.


- Abandonar o mundo da magia para voltar ao mundo dos trouxas? – pergunta Flitwick surpreso. – Isso é inédito.


- Por que ele quer fazer isso? – pergunta Dumbledore mais surpreso do que os outros.


- Ele disse que está cansado das tentativas para matá-lo. – fala Pomfrey séria. – Ele quer poder viver em paz.


- Ele está fingindo. – fala Snape sorrindo com desprezo. – Está te enganando.


- Trato de crianças e adolescentes por 23 anos, Snape. – fala Pomfrey seca. – Eu sei identificar quando alguém está ou não fingindo. E ele não está fingindo! Ele quer ir embora e não voltar mais.


- Vamos nos acalmar por algum tempo. – fala Dumbledore lançando um olhar de alerta para Snape moderar seu tom de voz. – Deixe-o até de manhã na ala hospitalar. Mande-o para uma reunião comigo amanhã, às 10:00 hs. Eu vou conversar com ele.


- Sim senhor. – fala Pomfrey seca encarando Snape e Minerva com um olhar que mesclava fúria e desprezo.


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Hogwarts – Enfermaria


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Ele sabia agora que seria lançado da enfermaria pela manhã, direto para uma reunião com Dumbledore.


Provavelmente Snape estaria lá também.


Era hora de se preparar para o inevitável.


Até a hora da Reunião com Dumbledore, Dobby não teria feito tudo o que ele pedira. Ele precisava ganhar mais tempo. Pelo menos mais dois dias.


Depois era só jogar conforme a música.


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Hogwarts – Corredores


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Quase inevitavelmente, os seus pés o levariam pelo corredor até a sala do Diretor. Cada um dos corredores, pelos quais ele passou, foi banhado em um brilho sedutor laranja que foi inteiramente perdido em Harry. Ele percebeu com uma grande quantidade de espanto ou interesse que ele estava andando no piloto automático. Havia cruzado com alguns alunos que o cumprimentaram, mas ele manteve a cabeça baixa.


Seu rosto mostrava a privação de alimentos. Olheiras profundas e um rosto anormalmente pálido indicavam a todos que ele não estava bem.


Ignorando as provocações de alguns Sonserinos, ele continuou a caminhar até a sala do diretor.


Apenas para ser agredido pelas costas com alguns feitiços que o jogaram contra a parede.


Ele poderia reagir e matar todos eles, mesmo sem usar magia.


Mas... talvez esse ataque serviria para basear sua decisão perante os professores e colegas.


Por isso ele optou pelo mais difícil.


Não reagir.


Apanhar em silêncio.


E depois se vingar, é claro.


Draco Malfoy e seus amigos não aceitavam ser ignorados.


Mas Harry não reagiu quando foi agredido com dois socos no rosto. Nem mesmo quando ele caiu e foi chutado.


Ele não reagiu a nada. Aquilo nem doía tanto. Ele era um velho companheiro da dor.


Ele apenas certificou-se de poder identificar os agressores.


Crabbe, Pansy Parkinson, Terence Higgs, Goyle, Adriano Pucey e Draco Malfoy.


Quando alguns alunos do Sétimo ano da Grifinória e Corvinal o retiraram do meio da confusão e o levaram para a ala hospitalar, semi consciente, seu rosto estava cheio de sangue. Dois dentes foram perdidos e ele tinha quatro costelas trincadas.


Manchas roxas não eram contabilizadas por ele.


Mas ele acabara de ganhar mais um dia para Dobby.


Agora ele precisava fazer o mais difícil de tudo.


Convencer Dobby a não se vingar em seu nome.


Não.


Ele queria se vingar deles pessoalmente.


Ele tinha planos.


Muitos planos.


Planos dolorosamente sangrentos para todos eles.


 


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Hogwarts – Enfermaria


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- Saiam! Imediatamente!!! – grita Pomfrey apontando a varinha para Dumbledore e Minerva. – Saiam daqui. Ele precisa ficar sozinho.


- Eu só quero saber se ele está bem. – fala Dumbledore erguendo as mãos e se afastando da enfermeira na porta.


- Ele foi agredido nos corredores por seis Sonserinos. Tem ferimentos em todo o rosto e ferimentos internos também.  Tive que restaurar seus dentes e costelas. E nem vamos falar de seu rosto. É óbvio que ele não está bem!! Saiam daqui e o deixe descansar!! – fala Pomfrey fechando a porta na cara de Dumbledore e Minerva.


Acalmando-se a custo, ela se aproximou da cama onde Harry Potter estava. Ele estava olhando para o teto novamente.


- Como se sente? – pergunta Pomfrey genuinamente preocupada.


- Não sei. – fala Harry dando de ombros e ainda olhando para o teto. – Quantos dias faltam até a partida para casa?


- Cinco dias, Harry. – fala Pomfrey tentando sorrir.


- Mais cinco dias de Inferno. – fala Harry num murmúrio. – Eu vou sobreviver, de um jeito ou de outro. Só preciso sobreviver mais cinco dias.


- Você precisa de alguma coisa? Quer falar com alguém? Algum amigo? Tem algo que eu possa fazer para ajudar? – pergunta ela preocupada ao ver lágrimas nos olhos de Harry.


- Não. – fala Harry ainda olhando para o teto. – Eu logo vou para casa. Tudo vai ficar bem então. Só preciso sobreviver até sair daqui. Só mais cinco dias.


- Tente dormir, querido. As poções já estão fazendo efeito. – fala Pomfrey fechando as cortinas ao redor da cama e o deixando sozinho.


Harry continuou olhando para o teto.


Mas sua mente tramava planos de vingança contra seis pessoas.


Quatro o agrediram fisicamente: Crabbe, Terence Higgs, Goyle e Adriano Pucey.


Draco Malfoy lançou-lhe insultos e alguns feitiços.


Pansy Parkinson apenas riu e incitou os outros contra ele.


Por enquanto... ele precisava se manter quieto.


Mas em breve ele traria a vingança contra aqueles que o trataram dessa forma.


Agora... ele precisava ficar olhando o teto e ganhando tempo para Dobby.


 


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Hogwarts – Enfermaria – Dia seguinte – 10:00 hs


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Eles estavam ali, parados em frente à sua cama. Na mesa de cabeceira, ao lado de sua cama, seus óculos e sua varinha. À sua frente, Dumbledore, Snape e Minerva estavam de pé. Pomfrey estava mais ao fundo ouvindo a conversa e prestes a intervir a qualquer momento.


Eles achavam que Harry não havia ouvido a conversa sussurrada antes.


Pomfrey deixara claro que se por qualquer motivo Harry se sentisse mal, ou pedisse que eles saíssem, ela expulsaria os três da enfermaria imediatamente.


- Com se sente, Harry? – pergunta Dumbledore sorrindo.


- Bem. – responde Harry com uma voz monótona e apagada, sentado na cama e olhando para o nada.


- Acha que pode sair para caminhar um pouco? – pergunta Dumbledore.


- Não quero. – fala Harry em tom monótono. – Não é seguro lá fora.


- Eu... você precisa saber que os alunos que o agrediram já foram castigados. – fala Minerva tentando conseguir uma reação dele. – Cada um deles perdeu 10 pontos e tem que apresentar um relatório sobre seus erros.


- Pontos. Relatórios. Não importa. – fala Harry num sussurro. – Isso não vai mudar nada.


- O que você tem Potter? – pergunta Snape com desprezo.


- Nada. – responde Harry em voz baixa.


- Você precisa sair e ir ao encontro de seus amigos. – fala Dumbledore sorrindo. – Está um lindo dia lá fora. Você precisa falar com seus amigos. Caminhar ao sol e tentar sorrir. Talvez voar um pouco, que tal? – pergunta Dumbledore.


- Não, obrigado. – fala Harry calmo. – Eu não quero mais voar. Nunca mais. É muito perigoso.


- Você é o apanhador da Grifinória, Sr. Potter. – fala Minerva séria. – Você precisa jogar por sua casa. Foi por isso que lhe dei uma vassoura. É claro que você vai voar.


- Não me importo com Quadribol. Nunca me importei. Eu só... gostava de voar. Agora... não ligo mais. Fique com a vassoura. Ela é sua. Dê para alguém que queira jogar no meu lugar. – fala Harry de forma monótona e ainda olhando para o nada.


- Eu... Madame Pomfrey nos contou que você não quer mais estudar aqui. – fala Dumbledore sério. – Isso é verdade?


- Sim. – responde Harry no mesmo tom monótono. – Quero ir para casa. Para o meu mundo.


- Por quê? – pergunta Minerva séria.


- Aqui não é seguro para mim. – fala Harry.


- Eu suponho que na casa dos seus parentes trouxas as coisas são mais seguras que aqui? – pergunta Snape com desprezo. – O que tem aqui que lhe sugere que é um lugar inseguro??


- Trolls, Cães de três cabeças, Lordes das Trevas, Professores Possuídos, Detenções na Floresta Proibida à noite, livros que possuem quem os lê, Basiliscos... professores de poções...  – fala Harry com a voz monótona. - ... lá não tem nada disso. Eu vou estar seguro no meu armário. No escuro. No silêncio.


- Armário? – pergunta Minerva erguendo a voz.


- Meu quarto até meus onze anos. Embaixo da escada. Bem pequeno. Larry e Curry moravam lá comigo. Elas eram legais. – fala Harry no mesmo tom monótono.


- Você morou no armário embaixo da escada??? – pergunta Minerva erguendo a voz enquanto enviava um olhar homicida para Dumbledore.


- Sim. – responde Harry. – Não era muito ruim. Passei fome o tempo todo e apanhei três ou quatro vezes por semana, mas a culpa sempre foi minha. Eu sempre fui um Freak. – fala Harry no mesmo tom monótono.


- Quem é Larry e Curry? – pergunta Snape seco.


- Duas aranhas com quem eu dividia o armário. – fala Harry. – Elas eram gentis comigo. Muito gentis.


- Escute Harry... – fala Dumbledore em voz baixa. – Sua vida pode não ter sido o melhor, mas sabemos que você deve continuar a estudar aqui. As coisas são apenas estranhas, mas é o melhor lugar no mundo bruxo para estudar e conhecer novos amigos. Você tem muitos amigos entre os alunos e...


- Archie Macdonal. – fala Harry cortando Dumbledore enquanto pegava sua varinha na mesa de cabeceira e a colocava por sobre sua cama.


- Quem? – pergunta Minerva surpresa.


- Menino Americano. Tinha 11 anos. Sempre estudou na mesma escola. Sempre foi agredido pelos colegas e seus professores nunca fizeram nada. Ele praticamente implorou por ajuda, mas os professores não o ajudaram. Permitiram que o abuso verbal continuasse. Vários de seus professores incentivaram o abuso, negando o castigo aos que mereciam isso. Alguns dos professores inclusive abusaram verbalmente do menino. Ele mudou. Foi ficando mais calado. Mais introspectivo. Ele tinha poucos amigos e acabou por afastar estes também. Ele era filho do chefe de Polícia. Um dia ele resolveu que estava cansado de tudo. Tinha sido humilhado na escola, por que sua mãe havia morrido anos atrás. Ou por que ele era gordo. Ou por que usava óculos. Eu não lembro direito dos motivos dele. Só foram tentar entender depois que ele fez... – fala Harry calmo e monótono como sempre.


- O que ele fez, Harry? – pergunta Dumbledore preocupado.


- Ele pegou duas pistolas automáticas que seu pai guardava em casa e foi para a escola. Levou uma corrente grossa e um cadeado. Usou uma jaqueta militar com capuz para disfarçar o que ele levara. Na hora do intervalo, após ser humilhado em sala de aula por um professor, ele entrou por último no refeitório. Ele fechou as portas com a corrente e o cadeado. O refeitório só tinha uma porta e ele estava parado em frente a ela. Daí... ele sacou as armas. – fala Harry olhando diretamente para Minerva com fúria no olhar. – Ele começou atirando nos professores. Ele matou cinco professores. Depois, ele mirou nos demais alunos. Ele matou 16 alunos que haviam feito da vida dele um inferno. Claro que os tiros atraíram a Polícia. Seu pai era o chefe de Polícia. Ele entrou na escola e viu um menino armado atirando nos outros. O Pai seguiu seu treinamento e atirou no menino armado, pelas costas. Archie foi praticamente cortado ao meio. Quando o menino caiu, o pai se aproximou e chutou as armas para longe dele. Só aí que ele viu que acabara de matar seu próprio filho. Em desespero ele sacou a própria pistola e se matou no mesmo local. A escola foi fechada. Todos os professores foram demitidos. Foi um escândalo bem grande. Toda a educação daquela região mudou, por causa do que Archie fez.


- Harry... – fala Dumbledore pálido, olhando para o menino que parecia um robô. – Por que está pensando nisso?


- Todos nós carregamos uma arma, o tempo todo. – fala Harry pegando sua varinha e a olhando com cautela. – Eu já matei antes. Matei Voldemort quando criança. Matei Quirel ano passado. Agora eu matei um Basilisco. Estou sempre matando. E eu estou sempre armado. Sempre sendo ofendido e humilhado e ninguém ouve meus gritos de apelo. Por quanto tempo você acha que eu vou agüentar, antes de usar essa arma? Quantos eu vou matar a hora que eu resolver não me importar mais com nada e com ninguém?


- Você está ficando paranóico, Potter! – rosna Snape seco. – Acho que algumas detenções comigo podem resolver esse seu problema.


- Sou um escravo desde que eu tenho quatro anos de idade. Sempre limpei, cozinhei, lavei e passei. Sempre com fome. Sempre cansado. Sempre espancado. – fala Harry em tom monótono. – Você realmente acha que me assusta com detenções? Você acha que cortar vermes ou lavar caldeirões é um castigo? Isso não é nada comparado ao que eu já sofri.


- Harry, você não pode deixar o mundo mágico. – fala Dumbledore calmo. – Você precisa aprender a controlar sua magia e aqui é o melhor lugar do mundo para isso.


- Eu te fiz uma pergunta, ano passado. – fala Harry olhando para o nada. – Por que Voldemort veio atrás de minha família? Vai me responder agora?


- Você ainda é muito novo para entender, Harry. – fala Dumbledore rapidamente.


- Então eu não vou ter respostas novamente. – fala Harry cansado colocando sua varinha por sobre a mesa ao lado da cama e baixando sua cabeça. – Para mim chega. Quero desistir de tudo isso. Quero ser normal.


- Escute aqui, Potter. – rosna Snape furioso. – Tem milhões de pessoas que dariam um braço para ter magia. E você quer desistir de tudo??


- Você está tentando me expulsar da escola desde que me viu a primeira vez. – fala Harry calmo e com a voz monótona. – Agora que eu decidi realizar seus desejos, você se irrita? Decida-se, Snape.  Você deveria ficar feliz que eu decidi desistir de Hogwarts. Agora, pelo menos você pode ser feliz. E eu também.


- Vai voltar a morar com os trouxas que te odeiam então? – pergunta Snape com desprezo. – Os mesmos que segundo você, querem você morto??


- Eles são apenas três que querem me matar. Eu posso cuidar de três. Aqui... tem muitos. Eu não posso cuidar de tantos ao mesmo tempo. – fala Harry calmo. – Lá... se as coisas ficarem ruins... eu posso contar a um professor ou a um policial. Aqui... em quem aqui eu posso contar? Hum??


- Harry... você sabe que pode falar comigo sempre que quiser, não é mesmo? – pergunta Minerva tentando sorrir e criar uma ponte entre eles. – Eu sempre estarei disposta a te ouvir e...


- Eu não confio em você. – fala Harry dando de ombros. - Você enviou um grupo de primeiros anos na Floresta Proibida à noite para a detenção por estar fora após toque de recolher quando você sabia que algo perigoso estava vagando o lugar que estava escuro, uma vez que estava matando unicórnios, e foi obviamente rápida, uma vez que poderia realmente capturar os unicórnios. Você nos mandou apenas com com Hagrid que estava usando uma besta. E ele é muito mais lento do que um unicórnio. Sem mencionar as defesas para a pedra que vocês estavam se escondendo aqui eram fracos como o inferno. Tão fracos que que três alunos do primeiro ano pode ignorá-los. E quando tentamos avisar que a pedra ia ser roubado, você basicamente nos disse para calar a boca e ignorar a situação, porque o seu oh defesas tão poderosos eram fortes o suficiente e nem sequer ouvir ouvir como descobrimos ou por acreditamos que isso. E nem vamos contar este anos, não é mesmo? Você obviamente não verificou as credenciais de Lockhart ao longo do ano. Nem mesmo quando ele falhou em cada magia que ele tentou em público. É dever seu e de Dumbledore para proteger os alunos e garantir a qualidade professores e educação. Ele especificamente nos disse que ele era um mestre de feitiços da mente e que ele usou para roubar histórias dos outros e reivindicá-las como sua. Por mais óbvio que ele estava em chamar as atenções da população feminina, eu seriamente recomendo a verificação de adulteração em qualquer mentes que  ele pode ter aproveitado. Pode haver várias meninas grávidas por aí e nem sabem quem é o pai. Ou meninos que foram estuprados e nem fazem ideia.


- Eu... eu... você deveria ter me procurado. – fala Minerva gaguejando.


- Eu tentei. No meu primeiro ano. Mas você não me ajudou quando eu pedi. Depois disso, eu aprendi com os alunos do sexto e sétimo ano que era inútil pedir a sua ajuda. Que você não era um chefe de casa, e sim a vice-diretora. Que você sempre faria o que Dumbledore mandasse, independente de que se era certo ou errado para aqueles a quem você deveria proteger. Eles me falaram que a pior casa de Hogwarts era Grifinória, pois você nunca teria suporte a partir do Chefe de Casa. Você sempre seria sozinho. Vocês não fazem idéia de o quanto eu me arrependo de ser um Grifinório. Eu deveria ter optado pela Sonserina. O chapéu seletor me avisou sobre isso. Eu me arrependo agora. – fala Harry com a voz monótona. – Eu não quis ouvir o chapéu. Eu deveria ter ouvido o chapéu. Todos os Grifinórios invejam pelo menos uma coisa nos Sonserinos. Eles têm alguém que luta por eles. Eles têm um chefe de casa. Arrependo-me todo dia por ser um Grinfinório.


- Senhor Potter! – fala Minerva com a voz forte e ofendida. – Francamente! Em todos os meus anos aqui eu nunca...


- Todos odeiam Snape pelo que ele faz em aula. Todos. Nas três casas. Mas odiar Snape não é a única coisa que nós concordamos implicitamente. Não é só ódio. É admiração. Todos sabem que ele defende e protege seus membros de casa com unhas e dentes. Todos ouviram que ele realmente se preocupa se seus alunos estão indo bem ou não. Que ele presta atenção à saúde dos seus alunos. É talvez, a única coisa que todos os alunos, de qualquer que seja a casa, admiram nele. Ele se preocupa com seus alunos, embora ele odeie todos os outros. – fala Harry em voz baixa enquanto se deitava na cama. – Eu quero ficar sozinho agora.


- Harry... – fala Dumbledore respirando fundo ao ver o olhar chocado de Minerva por ser comparada com Snape e ser preterida por ele, por um de seus próprios alunos. O sorriso no rosto de Snape iria apavorar Minerva por muitos anos. Saber que seus leões preferiam Snape a Minerva como chefe de casa tinha atingido duramente Minerva onde doía mais. Seu orgulho. – Por que não olha para mim?


- Contaram-me uma história de que você, Snape e Minerva podem ler os pensamentos dos alunos. Que eu nunca devo olhar nos olhos de vocês, ou vocês iriam ler minha mente e colocar pensamentos ruins dentro da minha cabeça.  – fala Harry fechando os olhos com força. – Acho isso nojento e impróprio. Se eu não tenho nem mesmo meus pensamentos para mim... o que eu tenho então?


- Harry... isso não é verdade. – fala Dumbledore assustado, mas tentando manter a voz calma. – Não é assim que funciona...


- Sempre que eu falo com um de vocês três, eu sinto dor de cabeça depois. – fala Harry calmo. – Então eu acho que é assim, sim. Eu gostaria de ficar sozinho agora.


De nada adiantou os protestos dos três. Madame Pomfrey os expulsou dali imediatamente.


Depois que ficou novamente sozinho, Harry sorriu.


Ele acabara de ganhar mais um dia.


E tinha feito os três professores furiosos entre si.
****************************************************************
Next Cap em produção.
Sabe como funciona.
Comenta que eu posto.
kakakakakaka

Claudiomir
O Autor + caçado da FEB
06/06/2012 
 

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Comentários (11)

  • Thiago Florencio

    Cara mais um capitulo fantastico, realmente esse Harry esta muito massa de se ler, indo ler o proximo capitulo.

    2013-04-25
  • Warick

    Muito bom o capitulomas 10 pontos? no livro eles ja perderam mais por estar fora da cama esse harry ta muito bom manipulando as pessoascontinue escrevendo 

    2012-11-05
  • Thali Soares

    Simplesmente maravilhoso!!!!!Se alguem souber de mais fics que o Harry eh dark e poderoso me mandem [email protected]

    2012-07-27
  • Carla Ligia Ferreira

    Nossa, Harry querido, vens me falar do Alvo Dumbledore Manipulador, mas tu és bem mais, coitada da Minerva... hahahahahahaha. Mas isso deu algo a ela pensar, não é verdade? Afinal por ficar fora da cama, no primeiro ano de Harry, ela tirou mais de cem pontos da própria casa... Mas agora que o Harry foi espacando ela tirou míseros 10 pontos de cada um... realmente, Snape faria muito melhor. Beijos e até a atualização.PS: por favor CLaudiomir, não me faça gostar do Snape, hahahahahahaha.PS2: Acho que o Harry poderia ter algum amigo além do Sírius e do Dobby, carta alguém aí, hahahahaha. PS3: Poooor favor, já que a Hermione e a Gina são do mal (ainda não mas serão no futuro) não faça o Harry ter um semi-caso com a Cho Chang, ela é intragável demais...

    2012-06-11
  • Tronos

    Eu te odeio profundamente por fazer uma fic tão boa com tão poucos capítulos.Poste mais. Rápido! Rápido! 

    2012-06-11
  • Alysson Lima

    Que capítulo ótimo, poste mais, please :D Ah sim, como o guilherme disse, gostaria de indicações do Harry Dark XD [email protected] se alguém tiver indicações me mandem, por favor :D

    2012-06-09
  • guilhermeahein

    Incriveeel! Kra, vc tem que postar um capitulo por hora, e dos bem grandes! Só assim mata a vontade dos leitores! Poderia me indicar outras fics com o harry "dark"? Meu email é [email protected] Abraços!

    2012-06-07
  • Nikolay Evans

    Muito bom o capítulo!Por mais que eu sempre tenha adimirado o Snape pelas atitudes do mesmo nos livros, nunca havia pensado nele dessa forma que você disse...e realmente faz sentido!Quero só ver as artimanhas que o Harry vai usar nos próximos capítulos!!!xDAguardando anciosamente!!!^^     

    2012-06-07
  • Nex nexus

    INCRIVEL! o Harry é o maior estrategista que existe!a pior parte é que tudo que ele falou é verdade...posta logo o proximo,eu não aguento de ansiedade pra saber o que o Harry vai fazer agora ^^ 

    2012-06-06
  • rosana franco

    Sensacional plantar a discordia e o ciumes entre os dois maiores defensores do velhote!!!Agora estou super curiosa para saber qual a missão do Dobby.Ele vai se vingar dos sonserinos antes de sair da escola,ne?

    2012-06-06
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