A ligação



-Muleque, senta. – Tio Valter indica o sofá ao invés da habitual mesa de café.


                -Desculpe, mas qual é o motivo especial da minha convocação tão cedo da manhã? Não são nem sete horas...


                -Pare de reclamar! Sente-se quieto, você está com sérios problemas, guri! – Ah não, o que era desta vez? Ele tinha ficado no quarto as férias inteiras, tinha feito todas as tarefas que Tia Petúnia havia mandado, mal respirava na presença dos tios.


                -Quantas vezes eu já não disse para não dar o número de telefone da nossa casa para gente do seu tipo, garoto?! – Harry havia recebido somente uma ligação sua vida inteira, e havia sido a desastrosa gritaria de Rony.


                -Eu não dei o telefone daqui para ninguém, não sei do que o senhor está falando. – As palmas das mãos de Harry suavam: alguém do mundo mágico havia ligado para sua família trouxa, alguém entrar em contato com seus tios. O tio estava vermelho e com os lábios crispados.


                -Pois bem! Vou lhe dizer uma coisa: aquela gente da sua laia ligou para cá mais uma vez! – Harry tentou parecer calmo e sereno.


                -Posso saber quem?


                -Aquele velho biruta, Dumbledroe...


                -Dumbledore – corrigiu Harry, mas o tio continuou.


                -...ligou! Olhe muleque só não lhe dou um castigo para o resto da vida porque graças a esse seu sangue sujo vou poder me livrar mais cedo de você este ano. – O tio sussurrava com força, com medo de que algum vizinho pudesse ouvir.


                Harry ignorara a parte “sangue sujo”, já estava acostumado com ofensas desse tipo vinda de sua família trouxa. Dumbledore estava vindo busca-lo! Isso era magnifico, era sem sombra de dúvidas a melhor noticia que recebera durante todas as férias. Tentando controlar a alegria perguntou ao tio:


                -O que o ele disse ao senhor? – Tio Válter Bufou.


                -Disse que tinha assuntos urgentes com você... que vinha pega-lo hoje ao pôr do sol. – Harry não pode conter o sorriso no rosto ao saber que ia sair daquela casa ao pôr do sol, somente uma coisa lhe perturbava: que assunto urgente era esse que Dumblredore tinha para tratar com ele? Provavelmente era algo muito sério, o diretor não ia tira-lo de suas férias de verão por alguma coisa á toa.


                -Eu só vou lhe avisar uma coisa, garoto – Disse tio Valter se aproximando de Harry com os bigodes de leão marinho quase tocando o rosto do garoto. – se esse velho fizer alguma coisa que chame atenção dos vizinhos ou ameace minha segurança e de minha família, você nunca mais vai por seus pés naquela sua escola e nunca mais vai ver seus amigos esquisitos, você me entendeu? – Harry balançou a cabeça e saiu correndo escadas à cima para arrumar seu malão.


                Enquanto tirava a habitual camada de sujeira e coisas inúteis do malão, uma pergunta não parava de martelar na sua cabeça: o que havia acontecido de tão importante para Dumbledore ir a seu encontro enquanto ainda faltavam três semanas para o inicio do ano letivo.


                

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