Maria



 


                Harry vinha tendo sonhos estranhos ás férias inteiras. Ele não sabia dizer quem eram as pessoas que neles apareciam; ele não identificava os rostos ou as vozes, ele só sabia que não poderiam ser simples sonhos. Mas o último o perturbou mais do que os outros.


                Ele estava em um grande quarto, com paredes cheias de quadros e um grande espelho na parede à sua direita. O chão era de madeira brilhante e muito bem enseirada, e as enormes janelas que iam do teto até quase o chão iluminavam o aposento. A sua frente erguia-se uma enorme cama de mogno com cortinas azuis ricamente decoradas, na cama, se encontrava uma jovem que não poderia ter mais de vinte anos. A moça tinha longos cabelos ruivos muito mal cuidados, sua pele estava muito branca e envolta de seus olhos exibiam-se círculos roxos profundos.


                -Maria, por que me chamou aqui novamente? Já não discutimos esse assunto? – Harry pergunta a moça que agora ele sabia que era Maria.


                -Você não pode ser um pouco mais gentil? – Perguntou Maria que parecia a beira de um ataque de choro, ou raiva.


                -Não banque a moça fraca e indefesa. Fale logo o que você tem a me dizer, já estou sem paciência. – Quando pronunciou isso, notou que sua voz parecia distante, como se não estivesse muito interessado nas palavras da moça.


                -Eu vou ficar com a criança, eu a quero. – Só então Harry notou o inchaço na barriga da mulher, ela estava grávida. Harry suspirou a caminhou até a cama, se abaixou até estar bem próximo ao ouvido de Maria.


                -Eu nunca disse que você teria opção, Maria. – Maria apertou os lábios, mas se manteve firme, sem expressar medo.


                -Não vou deixar você mata-lo, ainda sou uma bruxa, e uma incrível bruxa. – Ela agora se afastava de Harry e se levantava da cama. Harry a acompanhou com o olhar e cruzou os braços.


                -Oh, me desculpe! – Harry exclamou com ironia. – Só me diga, por curiosidade, como você pretende fazer alguma coisa sem a sua varinha? – A mulher empalideceu mais ainda, parecendo ainda mais doente.


                -Ela está comigo... está aqui no quarto, eu... – A mulher sussurrava e caminhava em direção a uma grande penteadeira.


                -Não seja tola, Maria! É óbvio que tirei sua varinha assim que tive a oportunidade! – A mulher agora chorava, Harry caminhou até ela e pegou seu rosto com a mão direita.


                -Fim de discussão, Mariazinha.


               


                Harry acordou suado e com uma forte dor na cicatriz, mas não teve muito tempo para pensar nisso, a luz da manhã invadia seu quarto e sua tia Petúnia batia em sua porta gritando para ele descer, pois precisava falar com ele.

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